Tópicos | Otávio Marques de Azevedo

Em depoimento na ação movida pelo PSDB que pede a cassação da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer, reeleita em 2014, o ex-presidente da Andrade Gutierrez Otávio Marques de Azevedo confirmou ter se encontrado naquele ano com o empresário Oswaldo Borges da Costa - ex-presidente da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig) no governo de Aécio Neves (PSDB) - para tratar de doação eleitoral para a campanha presidencial do tucano.

O executivo depôs no dia 19 de setembro perante o ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Herman Benjamin, relator do processo. Ao explicar sobre como eram feitas as doações eleitorais da empreiteira, Otávio também foi indagado sobre repasses a partidos e políticos. Ele afirmou que todas as doações eleitorais saíam do mesmo caixa da empresa e, em relação ao PSDB, disse que se encontrou com Borges da Costa.

##RECOMENDA##

Segundo o jornal Folha de S.Paulo e a revista Veja, Borges da Costa foi citado pelo empreiteiro José Adelmário Pinheiro Filho, Leo Pinheiro, da OAS, em sua delação como intermediário de propinas na construção da Cidade Administrativa, obra mais cara do governo Aécio - que custou R$ 1,2 bilhão. O ex-presidente da Codemig foi apontado como "operador" ou "tesoureiro informal" de Aécio, conforme as reportagens.

Em 2014, segundo dados declarados à Justiça Eleitoral, a Andrade doou R$ 21 milhões para a campanha de Dilma e R$ 20 milhões para a de Aécio. Oficialmente, o coordenador financeiro de Aécio foi o ex-ministro José Gregori. Em nota, o PSDB informou que Borges da Costa atuou na campanha de 2014 "apoiando o comitê financeiro".

"Fui procurado pelo senhor Oswaldo Borges da Costa, também, que era... trabalhava não sei em que função lá, com o candidato (Aécio Neves). E, basicamente, essas demandas (de doação) vinham através deles", afirmou o empresário sem se lembrar qual outro nome ligado ao PSDB o teria procurado.

Questionado pelo advogado Flávio Caetano, da campanha de Dilma, o executivo disse que só encontrou o empresário uma vez e apenas para comunicar que teria feito uma doação para a campanha de Aécio.

Um contato de Otávio com Borges da Costa foi identificado pela Polícia Federal em trocas de mensagens no celular do executivo da Andrade, conforme revelou o jornal O Estado de S. Paulo.

As trocas de mensagens chamaram a atenção da PF ao analisar o celular de Otávio em 2015. Em uma mensagem encaminhada no dia 27 de agosto, Borges da Costa pergunta ao ex-presidente da Andrade se era possível "falar na quinta às 19h em SP". Dois dias depois, Otávio responde: "Já foi feito". Borges da Costa agradece no mesmo dia: "Obrigado Otávio. Com vc funciona!!!rsrs".

Apesar de ter doado quantias próximas para as campanhas de Dilma e Aécio, ao TSE, Otávio afirmou que, em relação às doações para o tucano, não havia nenhuma vinculação com obras ou projetos da empresa. "Nenhum compromisso que levasse a uma doação... é... vinculada a obra, a projeto, não existiu isso. Não existiu isso."

Ele também reafirmou que houve um acerto de propinas equivalente a 1% de todos os contratos da Andrade com o governo federal e também com o PMDB e com o PT referente às obras da Usina de Belo Monte. Questionado se as doações eleitorais de 2014 foram descontadas desse acordo, ele negou e disse que apenas uma doação para Dilma, no valor de R$ 1 milhão, em julho de 2014, "certamente" veio dos acordos de propina.

Apoio

A assessoria de Aécio indicou o PSDB Nacional para comentar. Em nota, o partido afirmou que Borges da Costa "atuou na campanha eleitoral do PSDB em 2014 - ao lado do senhor Sérgio Freitas e tendo sido o ex-ministro José Gregori coordenador financeiro -, apoiando o comitê financeiro, sendo esse um fato de amplo conhecimento público, não havendo nele nenhum tipo de incorreção".

Segundo o PSDB, o empresário, em depoimento, "confirma a regularidade dos contatos, assim como das doações realizadas, todas elas declaradas".

O PT, em nota, refutou "as ilações". "Todas as operações financeiras do partido foram realizadas estritamente dentro dos parâmetros legais."

O jornal O Estado de S. Paulo não conseguiu contato com Borges da Costa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O executivo Otávio Marques de Azevedo, presidente afastado da Andrade Gutierrez, declarou nessa quinta-feira (28) ao juiz federal Sérgio Moro, que entre o fim de abril e meados do mês de maio de 2008, durante reunião na sede da empreiteira em São Paulo, o então presidente do PT, Ricardo Berzoini, e o tesoureiro do partido na época, João Vaccari Neto, exigiram uma "contribuição eleitoral" da empresa.

O valor pedido por Berzoini e Vaccari, segundo o empresário, foi de 1% sobre todos os contratos da empreiteira com o governo federal, inclusive os que já tinham sido executados desde 2003 - primeiro ano da era Lula.

##RECOMENDA##

O empreiteiro prestou depoimento em ação penal em que é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro por envolvimento no suposto esquema de propinas na Petrobras.

O pedido de repasse feito por Berzoini já havia sido relatado por Azevedo e por Flávio Machado, também ex-dirigente da Andrade. Em seu depoimento, Machado afirmou que o pedido causou desconforto em executivos da Andrade Gutierrez.

"A posição colocada pelo Berzoini foi de que nós éramos grandes parceiros do governo", afirmou Azevedo.

Defesas

Berzoini nega ter pedido contribuição de 1% sobre o valor dos contratos da empreiteira. João Vaccari Neto, preso desde abril de 2015, também nega ter solicitado recursos ilícitos. Por meio de seu defensor, Luiz Flávio Borges D'Urso, o ex-tesoureiro do PT rechaça as suspeitas de arrecadação ilegal. "As denúncias são de delatores, portanto, não têm validade", afirma D'Urso. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente afastado da Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo, disse nesta quinta-feira (28) ter sido pressionado pelo ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social Edinho Silva para fazer repasses à campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff, em 2014. O depoimento foi dado à força-tarefa da Operação Lava Jato após o executivo ter fechado acordo de delação. Ele cita quatro encontros ocorridos durante o período eleitoral com o titular da pasta e o assessor especial de Dilma Giles Azevedo.

O executivo voltou a citar uma reunião, em 2008, em que acusa o então presidente da legenda, Ricardo Berzoini, de cobrar 1% de todos os contratos da construtora com o governo federal. "Quis jogar com ele (Edinho) no sentido de ele entender que eu estava ali (em 2014) cumprindo orientação também deles próprios (PT, após acordo com Berzoini), de 2008", disse.

##RECOMENDA##

Em 2014, a Andrade Gutierrez doou R$ 21 milhões para a campanha de Dilma e R$ 20 milhões para a campanha de Aécio Neves.

Edinho é investigado pela 13ª Vara Federal de Curitiba com base em delações premiadas que afirmam que ele pediu R$ 20 milhões para a campanha de Dilma, em 2014, mediante pressão. O ex-ministro, então tesoureiro da campanha, teria dito a doadores que qualquer repasse "se pagaria".

Procurado na noite desta quinta-feira, ele não foi localizado. Edinho tem negado a prática de qualquer irregularidade e diz sempre agir "de maneira ética". A defesa de Giles também não foi localizada. Em ocasiões anteriores, Berzoini negou ter pedido repasses de propina à Andrade Gutierrez. A Andrade não comenta investigações em andamento e a assessoria de Dilma informou que ela não iria comentar. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O empreiteiro Otávio Marques de Azevedo, da Andrade Gutierrez, voltou para a prisão em regime fechado. Por ordem do juiz federal do Rio Marcelo Bretas, a Polícia Federal prendeu o executivo nesta quarta-feira, 10, às 17 horas em sua residência em São Paulo.

O juiz considerou que deveria ter se pronunciado acerca da prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica a que Azevedo estava submetido desde sexta-feira, 5, por decisão de um colega dele, o juiz federal da Operação Lava Jato Sérgio Moro.

##RECOMENDA##

Por ter fechado acordo de delação premiada, o executivo da Andrade Gutierrez obteve a prisão domiciliar. Contra Otávio Marques de Azevedo, porém, pesam duas ordens de prisão. Uma em Curitiba, base da Lava Jato, e outra no Rio.

Em Curitiba, sob responsabilidade de Sérgio Moro, corre ação sobre esquema de propinas na Petrobras.

No Rio, sob responsabilidade do juiz Marcelo Bretas, tramita ação sobre esquema de propinas na Eletronuclear envolvendo seu ex-presidente, o almirante Othon Pinheiro.

A delação premiada de Otávio Azevedo foi firmada no âmbito da Lava Jato em Curitiba, onde o juiz Moro autorizou a remoção do empreiteiro para o regime domiciliar, sob monitoramento de tornozeleira eletrônica, na sexta, 5.

O juiz federal do Rio, no entanto, considerou que tem que se pronunciar sobre a medida porque contra Otávio Azevedo há mandado de prisão nos autos sob sua guarda.

A defesa do presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo, preso preventivamente desde 19 de junho pela Operação Lava Jato, informaram à Justiça Federal que o executivo sofre de Síndrome de Homocisteína. Os advogados Jacinto Nelson de Miranda Coutinho, Roberto Telhada, Antonio Acir Breda, Juliano Breda, Edward Rocha de Carvalho, Flávia Trevizan e Bruna Araújo Amatuzzi Breus juntaram aos autos da investigação uma declaração do médico do presidente da Andrade Gutierrez.

O especialista afirmou que o Otávio Azevedo teve 'trombose venosa profunda com tromboembolismo pulmonar em três oportunidades'. Segundo ele, o executivo precisa fazer exames de sangue a cada oito dias.

##RECOMENDA##

"O requerente possui Síndrome da Homocisteína e necessita fazer exames de sangue a cada oito dias, independente de acompanhamento médico rotineiro", afirmam os criminalistas, citando o diagnóstico médico. "Por tal razão, requer-se seja determinado por Vossa Excelência - enquanto autoridade judicial responsável pela situação carcerária do investigado - à i. autoridade policial e à equipe de agentes penitenciários responsáveis pela custódia - subordinados a esse d. Juízo em tais questões custodiais - que franqueie o acesso da equipe médica para a retirada dos exames e realização de outros que se façam necessários."

O médico atesta, ainda: "Faz uso cronicamente, e deverá usá-lo sempre, do medicamento Coumadin que é um anticoagulante. Tal medicamento evita a formação de novos coágulos. Existe um nível apropriado de anticoagulações que é medido por um exame chamado TP (tempo de protrombina)", diz. "Pela mudança de hábito do Sr. Otávio, na atual circunstância, a mudança alimentar poderá interferir no efeito do medicamento. Por isso, é importante que ele realize o exame Tempo de Protrombina (TP) a cada oito dias aproximadamente ou de acordo com a mudança das doses do medicamento."

Segundo o ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa, a empreiteira Andrade Gutierrez pagava propina ao PMDB e ao PP em contratos da sua área, por meio do lobista Fernando Antônio Falcão Soares, o Fernando Baiano - preso desde dezembro de 2014, em Curitiba. Em declaração prestada aos delegados federais da Operação Lava Jato, Costa afirmou que o suposto operador peemedebista chegou a manter US$ 4 milhões à sua disposição no exterior.

No dia em que o empresário Otávio Azevedo e outros executivos da Andrade Gutierrez foram presos, a empresa informou que colabora com as investigações. Veja a íntegra da nota divulgada pela empreiteira.

"A Andrade Gutierrez informa que está acompanhando o andamento da 14ª fase da Operação Lava Jato e prestando todo o apoio necessário aos seus executivos nesse momento. A empresa informa ainda que está colaborando com as investigações no intuito de que todos os assuntos em pauta sejam esclarecidos o mais rapidamente possível. Este tem sido, inclusive, o procedimento da companhia desde o início das investigações, atendendo a convocações da Justiça ou comparecendo voluntariamente para apresentar documentos e prestar esclarecimentos, causando estranheza as prisões. A Andrade Gutierrez reitera, como vem fazendo desde o início das investigações, que não tem ou teve qualquer relação com os fatos investigados pela Operação Lava Jato, e espera poder esclarecer todos os questionamentos da Justiça o quanto antes."

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando