Tópicos | Paulinho Boca de Cantor

Paulo Roberto Figueiredo de Oliveira canta desde que “se entende” como gente. Por isso, logo cedo ele tornou-se Boca de Cantor. No início dos anos 1970, após atuar como crooner à frente de orquestras, ele juntou-se a uma turma de conterrâneos e criou um dos mais importantes coletivos da história da música brasileira, os Novos Baianos. Essa história já é bastante conhecida e agora, Paulinho quer mostrar mais: Além da Boca, como chamou o seu primeiro álbum totalmente autoral que chega ao público nesta sexta (20). 

Além da Boca é um álbum “baianamente descansado”, como bem coloca o próprio Boca de Cantor, em entrevista exclusiva ao LeiaJá. O álbum, o primeiro totalmente autoral do artista, começou a ser gerado em 2019 e a chegada da pandemia, no ano seguinte, acabou alterando os planos iniciais de lançamento. No entanto, o atraso transformou-se em mais tempo para “burilar” o trabalho, buscar parceiros e dedicar-se à música. “Os arranjos foram feitos coletivamente em estúdio, o que dá ao disco um tom que parece uma jam session, feito ao vivo. Foi tudo pensado para que no momento certo a gente pudesse lançar”, diz Paulinho.

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E o momento certo, chegou. Nesta sexta (20), o primeiro álbum autoral do músico baiano chega às principais plataformas digitais. O trabalho conta com participações de artistas de diferentes gerações, como Anelis Assumpção, Curumin, Edgar Scandurra, Zeca Balero e Betão Aguiar - filho de Paulinho que, além de tocar alguns instrumentos, assina a produção do álbum. Uma mistura que agregou ao som novas linguagens e um “frescor” que resultou em uma obra bastante heterogênea e repleta de sentido. “A gente quer que todo mudo curta o trabalho, ouça o trabalho, e diga o que achou; fale nas redes, responda a essa pergunta nossa: o que você acha do Além da Boca? É uma festa o disco, e espero que vocês vejam assim também.”

Reprodução

Zero Km

Apesar da imensa saudade de estar nos palcos, Paulinho Boca de Cantor quer, por enquanto, “mostrar o disco de todas as maneiras possíveis”. O músico planeja algumas lives mas vislumbrando excursionar com a novidade pelo país, em breve. “Tenho quase certeza que pelo menos em 2022 vamos voltar aos shows presenciais e aí vamos estar junto com o público, com esse calor que é muito necessário. A gente nunca se acostuma só com lives. A gente quer sentir o público perto e sentir o calor do público cantando e vibrando com a gente. Turnê, sim, à vista”.

É nesse contato que Boca de Cantor experimenta a melhor parte de ser artista e pode festejar, junto aos fãs, toda sua história musical. Dessa forma, o coletivo do qual foi um dos fundadores - e que tem feito novas incursões no palco como na reunião de 2016 - mantém-se presente, muito embora a carreira solo do artista tenha sempre despontado com identidade própria e marcante. “Eu tenho certeza que todo mundo vê Novos Baianos na gente, e vai ver sempre, porque Novos Baianos é muito marcante na nossa carreira e na música brasileira. Temos o maior orgulho de sermos associados aos Novos Baianos”. 

A relevância do grupo garantiu uma renovação de seu público que, claramente, vem colaborando na manutenção de seu legado. A chegada dos mais jovens, que segundo Paulinho sabem todas as músicas, “até as que fizeram menos sucessos”, de cor, encontrou respaldo em sua própria juventude e o resultado é uma explosão musical. “Nessa volta, em 2016, a gente pôde constatar a avidez do público mais jovem pelo nosso trabalho, a grande maioria do público nos shows é de jovens dos anos 2000 pra cá, e a gente fica muito feliz. Porque na verdade, a gente é novo e baiano, e vamos ser sempre novos e baianos porque acordamos todo dia zero km, sem mágoa, e é isso que deixa a gente perto do público jovem e dos novos talentos também”.

Foto: Divulgação/Paola Alfamor

Histórias cantadas e contadas

Aos 75 anos, Paulinho Boca de Cantor carrega muitas histórias para cantar e contar. Nos planos atuais do músico, além da turnê para o novo disco, estão possíveis projetos com os Novos Baianos - de um documentário e até uma série “para que outras pessoas possam viver os Novos Baianos em ficção”.

O artista também tem planejado um livro para deixar registrada parte das experiências que viveu com os colegas de profissão e de arte: "Não é um livro biográfico, é um livro contando momentos inusitados, uma história minha mais circunstanciada, momentos que vivi com meus colegas, coisas engraçadas e que não são tão engraçadas também, momentos que a gente chama de  ‘gloriosamente sofredores’; passamos por muitas coisas. O público tem interesse por esse outro lado nosso e a gente não pode negar isso. A gente tem que contar”.

Muitas dessas histórias, certamente, envolvem outro grande nome da música brasileira, o cantor e compositor Moraes Moreira, falecido em abril de 2020. Moraes foi também um Novo Baiano, parceiro de música e de vida de Boca de Cantor, como ele próprio diz: “um irmão cósmico”. “Moraes era muito próximo a mim, nos últimos anos todo dia a gente se falava umas quatro a cinco vezes, então é uma falta incrível. Mas como a gente sabe que a consciência não morre, morre o corpo, o que a gente fez não morre, então isso dá um certo conforto. Ele é uma presença constante na minha vida, está presente agora aqui comigo, sempre vai estar”. 

 

 

Passado o choque inicial pela notícia da morte de Moraes Moreira, na última segunda (13), Paulinho Boca de Cantor - amigo pessoal e companheiro musical do fundador do grupo Novos Baianos - falou sobre o amigo em um comunicado enviado à imprensa . Paulinho revelou que falava com Moreira diariamente e que os dois estavam com muitos planos para o grupo que os fez famosos no final da década de 1960. 

Na nota, Paulinho falou de maneira afetuosa sobre o amigo. Ele contou que os dois mantinham um contato diário e que ficou muito surpreso com a morte do músico pois ele estava com boa saúde. “ As nossas ligações eram para falar de trabalho ou para dar muita risada da vida e da nossa história. A gente se falava de três a quatro vezes por dia. Ontem, achei estranho. Mas anteontem a gente falou sobre a Páscoa em casa. Ele falou que ia mandar fazer um bacalhau. A gente se falava todos os dias e se perguntava, 'como é que está?'. Ele estava bem. Claro que ele tinha alguns problemas de saúde e a gente já tem uma certa idade, já éramos os usados baianos", disse. 

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Moraes Moreira estava com 72 anos e sofreu um infarto durante o sono. O corpo dele foi encontrado em sua casa, na última segunda (13), por uma funcionária. Paulinho contou que ficou muito chocado com a notícia da partida do amigo e que só horas depois pôde falar sobre ele. Emocionado, ele foi só elogios ao músico. “O Moraes viveu intensamente a música, a fé, a alegria e o Carnaval. Ele era o grande timoneiro com aquele violão que não existe nada igual. Todos os artistas que tocam violão sabem da capacidade que ele tinha de fazer um show de voz e violão, botando todo mundo para dançar. As composições contando o que a gente estava vivendo, aquela alegria.”

Paulinho também revelou que ele e o amigo estavam com planos para o grupo Novos Baianos e que Moraes estava bastante animado com eles. "Nós estávamos cuidando dos Novos Baianos como nunca. A gente sempre se ligava. Tinha uma amizade e amor. Era só ver como a gente se encontrava. A gente estava muito próximo e só agora, depois de algumas horas, consegui falar alguma coisa. Além de muito triste, tenho certeza absoluta que todo o Brasil vai reverenciar para sempre a vida deste grande cantor, grande compositor, grande homem e grande baiano”.

Atualmente com a turnê ‘Acabou Chorare’ pelo país, os Novos Baianos aproveitaram o sucesso do reencontro do grupo que foi sucesso nos anos 1970, para anunciar que irão gravar um novo álbum com músicas inéditas, com previsão de lançamento para 2019 e produção da Som Livre.

O grupo formado por Baby do Brasil, Pepeu Gomes, Moraes Moreira, Paulinho Boca de Cantor e Luiz Galvão estarão no Recife no dia 1º de dezembro para apresentar o show cujo repertório inclui ‘Preta Pretinha’, ‘Brasil Pandeiro’, e ‘A Menina Dança’. O show dos Novos Baianos estava marcado para o dia 5 de agosto na capital pernambucana, mas teve que ser adiado por conta de uma internação de Moraes Moreira, que já teve alta e retomou a agenda junto a banda.

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Alguns shows do grupo ‘Novos Baianos’ precisaram ser remarcados por conta do estado de saúde de Moraes Moreira, um dos integrantes. Essa semana o músico de 70 anos foi internado por conta de uma úlcera gástrica. Agora liberado do hospital, ele voltará aos palcos com os Novos Baianos no próximo dia 18, na Fundição Progresso, no Rio de Janeiro.

No Recife, a apresentação que seria realizada no dia 5 de agosto precisou ser remarcada, e agora será no dia 1º de dezembro, no Classic Hall. Em Fortaleza o show também foi adiado e a nova data será no dia 21 de novembro.

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Em nota, os produtores informaram que os ingressos já comprados ainda terão validade para as novas datas de apresentação do grupo nas capitais pernambucana e cearense. As normas sobre possíveis devoluções serão informadas em breve. A produção dos Novos Baianos informou que para mais informações basta contatá-los por meio do email atendimento@multientretenimento.com ou pelo telefone (85) 3033-1010.

Neste sábado (5), seria realizado no Classic Hall, em Olinda, o show dos 'Novos Baianos'. A apresentação, no entanto, precisou ser remarcada. O grupo é formado por Moraes Moreira, Baby do Brasil, Pepeu Gomes, Paulinho Boca de Cantor e Luiz Galvão, que traria ao Recife a turnê 'Acabou Chorare – Os Novos Baianos se Encontram', que revive sucessos antigos, da década de 1970. 

Ainda não foi feito um pronunciamento oficial por parte da produção, mas as explicações devem ser divulgadas ainda hoje, dando mais detalhes sorbe o adiamento, nova data e o que fazer com os ingressos já adquiridos. Especula-se que o motivo da decisão seja o estado de saúde do cantor e compositor Moraes Moreira, que foi internado no Rio de Janeiro devido a uma úlcera gástrica.

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