O fechamento definitivo da Perimetral, espécie de Minhocão carioca que está sendo gradualmente demolido, ocorreu às 22 horas de sábado, 25, mas só nesta segunda-feira, 27, primeiro dia útil após a medida, foi possível constatar os graves efeitos causados no trânsito do Rio. Para absorver o fluxo de veículos, várias ruas mudaram de direção.
De carro, táxi ou ônibus, motoristas e passageiros reclamaram da falta de informações e afirmaram ter levado mais que o dobro do tempo habitual para circular pelo centro. "Está um caos. Levei meia hora para atravessar o Aterro do Flamengo, trajeto que faço em sete minutos", contou o taxista Marcos Mendes. O caos foi tanto que à tarde a prefeitura decidiu fazer uma obra de emergência: abriu um acesso à avenida Presidente Vargas, na saída do mergulhão da Praça XV. Mas o caos se repetiu no fim da tarde, na volta para casa.
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"Nesse primeiro momento, sabíamos que esse caos seria inevitável. Fechamos uma via importante e temos que acomodar os veículos nas vias que restaram, sem nada novo", afirmou o secretário municipal de Transportes, Carlos Roberto Osório. "Nos próximos dias faremos pequenos ajustes, de semáforos, por exemplo, para tentar amenizar o congestionamento. Mas solução definitiva, mesmo, só quando o novo sistema estiver pronto", afirmou.
Uma parte do novo sistema viário será inaugurado neste ano, mas a obra total, que inclui vias expressas e túneis substituindo a Perimetral, vai ser concluída apenas em 2016.
O prefeito Eduardo Paes (PMDB) pediu que a população recorra ao transporte público ou organize caronas. "Serão dias difíceis e muito complicados".
A Prefeitura e a concessionária Porto Novo, responsável pela obra, afirmaram ter disponibilizado 800 agentes para orientar o trânsito em toda a cidade. Mas no entorno do aeroporto Santos Dumont, um dos pontos mais críticos pela manhã, havia apenas cinco agentes nesse horário.
As mudanças também causaram a extinção de mil vagas de estacionamento no centro. Nesta segunda, até o fim da tarde, 61 veículos haviam sido multados e 35 foram rebocados pela Secretaria Especial de Ordem Pública.
As concessionárias de trens, metrô e ônibus informaram ter reforçado a frota, prevendo o aumento do número de passageiros. Desde novembro, quando o primeiro trecho da Perimetral foi fechado, cerca de 55 mil pessoas já haviam migrado para o transporte coletivo. O MetrôRio aumentou a frota em 40 mil lugares. A Supervia, cujos trens transportam 600 mil pessoas por dia, e as barcas que ligam o Rio a Niterói também aumentaram o número de vagas.