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Mais de 360 milhões de cristãos foram "fortemente perseguidos e discriminados" no mundo em 2022, e a Coreia do Norte aparece como o pior país para a profissão dessa fé — afirma um relatório divulgado pela ONG Puertas Abiertas nesta quarta-feira (18).

Esta ONG protestante publica todos os anos um "índice mundial" da perseguição aos cristãos, que inclui todos os ataques, desde a "discreta opressão cotidiana" até a "violência mais extrema".

Entre 1º de outubro de 2021 e 30 de setembro de 2022, "mais de 360 milhões" de católicos, ortodoxos, protestantes, batistas, evangélicos, pentecostais etc, de 76 países foram "fortemente perseguidos no mundo, ou seja, um em cada sete cristãos", disse Patrick Victor, diretor da Puertas Abiertas França, em entrevista coletiva na terça-feira. O número foi o mesmo no ano de 2022.

No entanto, nos últimos trinta anos "a perseguição se ampliou" com "76 países com forte perseguição contra 40" identificados no primeiro informe da ONG em 1993, destacou Guillaume Guennec, responsável pela defesa jurídica.

Além disso, "a perseguição está se intensificando nos países afetados", acrescentou.

Em 2022, 5.621 cristãos foram mortos, em comparação com 5.898 no ano anterior. A ONG também contabilizou “4.542 cristãos detidos” (entre eles, 1.750 na Índia), contra 4.277 no ano anterior, e “5.259 cristãos sequestrados” (dos quais 4.726 na Nigéria), contra 3.829.

O número total de igrejas fechadas, atacadas, destruídas chegou a 2.110, uma diminuição em relação a 2021, com 5.110. Com todas as perseguições, a Coreia do Norte passou a ocupar o primeiro lugar neste ranking anual, superando o Afeganistão. Em seguida vem a Somália, depois Iêmen, Eritreia, Líbia, Nigéria, Paquistão, Irã, Afeganistão e Sudão.

Na Coreia do Norte, uma lei aprovada em 2020 determina que "ser cristão ou ter uma Bíblia é crime punível", detalha a ONG. "Muitas igrejas secretas foram descobertas, cristãos presos e enviados para campos de prisioneiros políticos e executados", segundo Victor.

Três tendências foram observadas nos últimos 30 anos.

"O continente africano foi marcado por um aumento do extremismo islâmico", com 26 países sofrendo forte perseguição contra sete em 1993.

Além disso, “os cristãos são muitas vezes vítimas do nacionalismo religioso ou ideológico”, acrescenta a ONG, citando a China, desde 2017, ou mesmo a Índia, com uma “explosão de violência” contra cristãos e muçulmanos desde 2014.

Por fim, a organização lamenta o "êxodo cristão" no Oriente Médio. "As extorsões do grupo Estado Islâmico levaram os cristãos a fugir do Iraque e da Síria."

Cerca de 340 milhões de cristãos foram "fortemente perseguidos" no mundo em 2020, um fenômeno em constante crescimento e que foi agravado pela pandemia de coronavírus, de acordo com um relatório da ONG Portas Abertas, publicado nesta quarta-feira (13).

"As minorias cristãs perseguidas enfrentaram violência sem precedentes e aumento da discriminação. A Covid-19 ampliou as tendências que temos constatado há vários anos", escreve a ONG protestante ao apresentar sua lista anual de 50 países onde os cristãos estão no centro da mira.

Cerca de 340 milhões de cristãos - católicos, ortodoxos, protestantes, batistas, evangélicos, pentecostais... - foram "fortemente perseguidos", contra 260 milhões em 2019, denuncia a ONG, que registra os ataques, de "discreta opressão diária" à "violência mais extrema".

"Isso representa 1 cristão em cada 6 na África e 2 em cada 5 na Ásia", destaca Patrick Victor, diretor da Portas Abertas França, que garante que os números estão "abaixo da realidade".

As causas desta perseguição extrema ou muito forte na África Subsaariana, no Sul da Ásia e no Oriente Médio estão ligadas ao "nacionalismo religioso", particularmente na Ásia, e ao "extremismo islâmico que está se espalhando" na África.

O número de cristãos mortos aumentou 60%, passando de 2.983 para 4.761. "Mais de 90% na África Subsaariana", explica Victor.

Pelo sexto ano consecutivo, a Nigéria lidera "os países onde mais pessoas foram mortas por sua fé" (3.530 mortos), à frente da República Democrática do Congo (460) e do Paquistão (307).

Em contrapartida, a ONG observa que o número de igrejas atacadas (fechamentos, ataques, danos, incêndios) reduziu pela metade (4.488) em comparação com 2019.

A China lidera esta lista com 3.088 igrejas atacadas (contra 5.576 em 2019), à frente da Nigéria.

"Na China, assim como na Índia, a perseguição aos cristãos é sistemática e até sistêmica", diz Victor.

O número de cristãos detidos por sua fé aumentou para 4.277, contra 3.711 em 2019, com cerca de metade na Eritreia (1.030) e na China (1.010).

Se levados em conta todos os tipos de perseguição, a Coreia do Norte, onde "a fé em Deus é um crime contra o regime", segundo a ONG, lidera o ranking mundial, seguida pelo Afeganistão, Somália, Líbia, Paquistão e Eritreia.

"Não há motivos estritamente religiosos por trás das perseguições. Elas podem estar relacionadas ao nacionalismo religioso, como na Índia ou na Turquia, ou ao controle do Estado, como na China, ou ao crime organizado e cartéis de drogas como na Colômbia e México", resume a associação.

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