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Despreparo emocional, corrupção e ineficiência são as principais críticas direcionadas à Polícia Militar de Pernambuco.  Em números, mais de 80% dos recifenses não confiam plenamente nos serviços prestado pela corporação no estado. É o que revela dados de um estudo realizado pelo Instituto de Pesquisas UNINASSAU, encomendado pelo LeiaJá em parceria com o Jornal do Commercio.

O levantamento foi elaborado através de uma escala que questionava o nível de confiança dos entrevistados na instituição, elencando as respostas de 1 a 5, sendo 1 pouca ou nenhuma e 5 muita confiança. Um total de 88% dos recifenses apresentaram respostas de que não confiavam na corporação. Já 14,3% afirmaram que se sentem confiantes no serviços prestado pela PM em Pernambuco.

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Há pouco mais de quatro meses, o jovem Edvaldo da Silva, de 19 anos, faleceu após ter sido baleado por um policial militar durante um protesto realizado município de Itambé, na Zona da Mata de Pernambuco. Na ocasião, Edvaldo protestava contra a falta de segurança em sua cidade. Ele foi assassinado com um disparo na virilha.

O caso é relembrado pelo comerciante José Ricardo, de 36 anos. Para ele, a atuação da PM é mais efetiva com “pessoas de bem” do que com os criminosos. “Vemos muito nessa cidade a prática de roubo e morte. A polícia parece nem existir. E quando aparece só prende o pobre e pai de família, enquanto os ricos continuam soltos”, lamenta.

Para um estudante de Direito, que preferiu não se identificar, a presença da PM traz uma sensação de medo. “Quando a polícia se aproxima eu não me seguro, sinto que muitos entre eles são bandido de farda”, relata. Para ele, a sensação é de que muitos policiais não recebem o devido tratamento para lidar com as situações de estresse diárias. “Isso me causa o sentimento de que a presença de uma viatura não é algo reconfortante”, diz.

Por outro lado, o empresário Augusto Matos, de 61 anos, disse que não pode confiar no que não vê.  “A cidade está entregue às baratas. Não temos policiamento e por isso a gente não pode confiar no órgão, já que nem vemos eles trabalhando”, afirma. O vendedor também fez críticas à falta de investigação dos crimes. Ainda de acordo com a pesquisa, 79% dos recifenses também não confiam plenamente no trabalho da Polícia Civil.

Já para a aposentada Severina Maria, de 65 anos, sem as polícias a situação seria muito pior e por isso ela acredita no serviço prestado pelos órgãos. "Eu confio porque é no que tenho para me agarrar. Trabalho no centro do Recife e sei que a situação seria mais drástica sem a ronda dos policiais. Acho que faltam mais viaturas e mais profissionais, mas ainda acredito no trabalho deles", respondeu. 

Procurada pela reportagem do LeiaJá, a Polícia Militar de Pernambuco preferiu não se pronunciar sobre os dados revelados pela pesquisa. 

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A eventual candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao comando do país em 2018 tem gerado uma discussão intensa no país, principalmente diante das acusações de corrupção e lavagem de dinheiro que pesam contra ele. O assunto divide não apenas na classe política, mas a sociedade. Se para uns, o petista pode retomar o desenvolvimento econômico e as ações sociais do governo, para outros a perspectiva de um novo mandato dele é pressuposto para novos casos de irregularidades na gestão pública. 

Ao aferir a relação dos pernambucanos com os políticos, o Instituto de Pesquisas UNINASSAU questionou a população se Lula deveria ou não disputar a Presidência da República e de acordo com dados do levantamento, encomendado pelo LeiaJá em parceria com o Jornal do Commercio, 55% acreditam que sim enquanto 33% ponderam que não. 

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Entre os que sinalizaram positivamente, a maioria, 64%, recebem até um salário mínimo; 82% moram na região do Sertão do São Francisco e 63% tem até o ensino fundamental completo. Já entre os que discordam da candidatura do ex-presidente ao Planalto, a maior parcela, 46%, tem o ensino superior; 40% ganham acima de dois salários mínimos e 40% residem na Região Metropolitana do Recife.

Na avaliação do cientista político e coordenador da pesquisa, Adriano Oliveira, o desfecho das investigações da Lava Jato será crucial para a participação ou não de Lula na disputa. “Há uma rejeição, mas um alto percentual também defendendo a candidatura dele. Nós podemos dizer que uma candidatura de Lula partiria com cerca de 30% de intenções de votos, mas temos que considerar que ainda não sabemos o fim da Lava Jato. Não sabemos se Lula vai terminar como vítima ou como vilão”,observou. 

Questionado se uma candidatura do ex-presidente desestabilizaria a política nacional, o estudioso argumentou que “não”. Segundo ele, dependendo do desfecho das investigações, a postulação em 2018 “pode vir a representar um certo alívio para os políticos” e a recuperação da credibilidade da classe com a população, caso ele seja inocentado. 

“Lula tem uma capacidade política muito grande, ele sendo presidente poderia amenizar o ânimo das instituições”, ponderou Oliveira. 

O levantamento foi a campo entre os dias 8 e 10 de maio, antes da divulgação do depoimento prestado pelo ex-presidente ao juiz Sérgio Moro, no processo da Lava Jato que investiga o eventual repasse de propina ao líder-mor petista através de reformas em um triplex no Guarujá, litoral de São Paulo. O nível de confiança da amostra é de 95% e a margem de erro de 2,1 pontos percentuais. 

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