O governo federal lançou, nesta terça-feira (4), o Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2013/14. O total de recursos para a próxima safra é 18% maior que o liberado na última safra: R$ 136 bilhões, sendo R$ 97,6 bilhões para financiamentos de custeio e comercialização e R$ 38,4 bilhões para os programas de investimento. “Se esses recursos foram usados em todas as áreas previstas, podemos ampliar o investimento. Recursos não vão faltar, porque vemos a agricultura como solução e não como problema”, salientou a presidente Dilma Rousseff, durante a cerimônia de lançamento. A expectativa é de que a próxima safra chegue a 190 milhões de toneladas.
De acordo com o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Antônio Andrade, boa parte dos recursos terão taxas de juros controladas, com uma média anual de 5,5%. Mas algumas modalidades terão taxas ainda menores: 3,5% para programas voltados à aquisição de máquinas agrícolas, equipamentos de irrigação e estruturas de armazenagem; de 4,5% ao médio produtor rural; e de 5% para práticas sustentáveis. Também foram reduzidos os juros para capital de giro das cooperativas, de 9% para 6,5% ao ano.
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Para melhorar a logística e infraestrutura do setor, R$ 25 bilhões estarão disponíveis nos próximos cinco anos para a construção de novos armazéns privados, sendo $ 5 bilhões na temporada 2013/14. A taxa de juros será de 3,5%, com prazo de apagamentos de até 15 anos. Além disso, serão investidos mais R$ 500 milhões para modernizar e dobrar a capacidade de armazenagem da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Outros R$ 6 bilhões serão destinados ao financiamento de máquinas e equipamentos agrícolas e R$ 400 milhões para a agricultura irrigada.
Também foram disponibilizados R$ 13,2 bilhões pelo Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) para custeio, comercialização e investimento. O limite de financiamento de custeio, por produtor, foi ampliado de R$ 800 mil para R$ 1 milhão, enquanto o destinado à modalidade de comercialização passou de R$ 1,6 milhão para R$ 2 milhões. Pelo Programa Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (ABC), que financia tecnologias que aumentam a produtividade com menor impacto ambiental, o volume de recursos saltou de R$ 3,4 bilhões para R$ 4,5 bilhões.
Para apoiar a comercialização, o novo PAP terá R$ 5,6 bilhões. Deste total, R$ 2,5 bilhões se destinam à aquisição de produtos e manutenção de estoque e R$ 3,1 bilhões para equalização de preços, de maneira a garantir o preço mínimo ao produtor.
Tecnologia
O governo também anunciou que R$ 120 milhões serão destinados para a ampliação e a modernização dos seis Laboratórios Nacionais Agropecuários (Lanagros). Esse valor será utilizado ainda para oferecer diagnósticos mais rápidos e ainda mais precisos. Além disso, será criado o Serviço Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural. “A criação desse serviço será um marco significativo para o aumento da produção, da produtividade e do bem-estar do produtor brasileiro”, frisou o ministro Antônio Andrade.
O ministro citou ainda o Programa Inovagro, que tem o objetivo de impulsionar a produtividade e a competitividade do agronegócio brasileiro por meio da inovação tecnológica. “O Governo vai destinar R$ 3 bilhões para o agronegócio, sendo R$ 2 bilhões para pesquisa e desenvolvimento de máquinas e equipamentos e R$ 1 bilhão para que os produtores rurais possam incorporar tecnologias”, afirmou.
“Temos que entender a nossa agricultura na sua complexidade e dar condições para que todas as classes tenham acesso à tecnologia de ponta”, salientou Dilma Rousseff, sobre a criação da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural. “Ela está sendo criada para que o Brasil se torne o país com maior volume de exportação no setor de agronegócio”.
Outros planos
A presidente adiantou que nesta quinta-feira (6) será lançado o Plano Safra da Agricultura Familiar. Segundo ela, na próxima semana será a vez do Plano Safra do Semiário. “Nós acreditamos que os planos safras regionais são estratégicos para o país e vamos começar com um plano safra para o Nordeste”.
Setor
A agricultura e a pecuária são responsáveis por 25% do Produto Interno Bruto (PIB) e emprega atualmente cerca de 35 milhões de pessoas. No primeiro trimestre deste ano, o setor cresceu 17% em relação ao mesmo período do ano passado.