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Lembrando os 50 anos do golpe militar, grupos de vários movimentos sociais realizaram passeatas por vias do Recife, nesta terça-feira (1°). Atos ocorreram na Praça da Independência e na Rua da Aurora, o que deixou o trânsito lento no Centro da capital pernambucana.  

Na Praça da Independência, mais conhecida como Praça do Diário, na Avenida Guararapes, integrantes do Fórum Permanente de Anistia em Pernambuco se concentraram com carro de som e realizaram panfletagens sobre o assunto. 

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Antônio Campos, 69 anos, representante do órgão, acha o ato de suma importância para o estado. “Estamos reunidos aqui para lembrar o Golpe Militar de 1964 que chocou todo país. Temos que ter consciência de como os brasileiros foram pisoteados e lutar para que aquele tipo de regime autoritário não volte a se instalar no Brasil”, desabafa o aposentando.

Algumas pessoas aproveitaram o momento para interceder pelos parentes que perderam a vida durante a Ditadura. Neilton Rodrigues da Silva, 58, perdeu o irmão no dia 4 de junho de 1969. Na época, Ivan Pereira de Araújo tinha apenas 24 anos de idade. 

“Os policiais chegaram à nossa casa dizendo que meu irmão tinha se suicidado. Porém, eu e minha família não acreditamos na versão dita por eles, porque o Ivan sempre foi muito calmo e nunca tinha cometido nenhuma loucura. Como morávamos em Garanhuns e ele estava estudando economia em São Paulo, juntamos dinheiros e viajamos pra lá. Depois de alguns dias na cidade, descobrimos que ele tinha sido assassinado porque não era a favor do regime. Até hoje sentimos muita falta dele”, lamenta Rodrigues. 

Integrantes do Movimento Não Vai Ter Copa também estiveram presentes no local para apoiar o ato e prometeram sair pelas ruas do Recife para protestar contra os gastos do Governo Federal com as obras e os estádios da Copa do Mundo de 2014. No entanto, a manifestação que estava marcada pela rede social Facebook, não aconteceu. 

Outro grupo realizou uma passeata na Rua da Aurora em alusão a Ditadura Militar. Desta vez, apenas jovens e estudantes estavam presentes no ato, que foi encerrado em frente ao colégio estadual Ginásio Pernambucano. “Não é porque os anos se passaram e não vivemos mais naquele tipo de governo que podemos esquecer de como os brasileiros sofreram”, conta o adolescente Valdir Mota, 20. 

Ainda na Rua da Aurora, só que desta vez ao lado do Monumento Tortura Nunca Mais, localizado na Praça Henrique, sindicalistas da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e de outras entidades se concentraram para relembrar os 21 anos do regime militar. “Voltar ao tempo e trazer a memória o quanto as pessoas foram torturadas durante a ditadura é sempre um momento bastante delicado, porque estamos lidando com vidas que foram impedidas de continuar no mundo. Apesar disso, não podemos baixar a cabeça. A luta continua”, declarou o revolucionário Rodrigo Rafael dos Santos. 

No mesmo local, havia cruzes e placas com os nomes de algumas pessoas mortas em Pernambuco durante o período da Ditadura Militar. 

 

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