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Nesta terça-feira (2), é comemorado o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, que no Recife será lembrado com um evento realizado pelo Centro de Pesquisa em Psicanálise e Linguagem (CPPL). A psicóloga da CPPL, Rafaela Paixão conversou com nossa equipe de reportagem e tirou algumas das principais dúvidas sobre a doença:

1 – Como se identifica e quais os principais sintomas?

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O autismo é um transtorno de desenvolvimento ou chamado de transtorno invasivo. Na verdade, é através da falta de algum comportamento comum, que pode se perceber que a criança tenha a doença. Aspectos como, atraso na comunicação/linguagem e psicomotores, não fixar o olhar e falta de socialização podem ser um sinal do autismo. Entretanto, não se deve definir o diagnóstico apenas através de tais psicopatologias, é necessário um acompanhamento especializado para que seja concluída a avaliação.

2 – Com que idade pode ser realizado o diagnóstico?

Em qualquer idade é possível perceber que algo não vai bem com as crianças, seja do ponto de vista físico ou psíquico, não existe idade mínima para isto. Contudo, isso não significa que um diagnóstico não possa ser realizado, mas é necessário fazer todo um acompanhamento com psicólogos ou psiquiatras para que não restem dúvidas.

3 – Ao ser diagnosticado, como funciona o tratamento?

O tratamento deve ser feito com o acompanhamento médico – psicólogo ou psiquiatra, irá depender do quadro clínico – tanto para o paciente, quanto para a família. Muitas pessoas não sabem como lidar seus filhos autistas e sofrem com o transtorno que é causado pela doença. Na CPPL, o acompanhamento é feito com uma equipe de profissionais que realizam o atendimento individual e em grupo. Quanto aos medicamentos, nem sempre é necessário o uso de remédios, somente em alguns casos mais extremos.

4 – Quais as situações que mais os incomodam?

Não tem nenhum padrão definido, mas existem situações que são comuns aos autistas como: excesso de barulhos, muitas pessoas ao seu redor e movimentações muito rápidas – velocidade de carro, por exemplo. 

5 – Existe alguma maneira de ter um diálogo com os autistas, já que possuem introspecção em excesso?

Devemos lembrar que nem todos os autistas não falam, alguns deles preferem escrever ou apenas dizer algumas palavras. Com as crianças, o melhor jeito de comunicar-se é através de brincadeiras ou até mesmo contando histórias. O principal é que temos que respeitar o limite deles, eles entendem o que dizemos, mas demoram certo tempo para processar aquilo.

6 – Se diagnosticado logo na primeira infância, como será o processo de educação deles?

A inclusão é fundamental para o tratamento, algumas crianças podem ir para uma escola regular, irá depender do quadro clínico e como ela se comporta diante de um grande volume de pessoas. Em alguns casos, as crianças conseguem conviver com turmas pequenas, de no máximo 15 alunos, em outros, somente escolas especializadas podem atender as necessidades do paciente.

Outras informações sobre o Autismo e outras doenças psicológicas podem ser encontradas no site da CPPL

Rio de Janeiro - O diretor científico da Associação Brasileira de Alcoolismo e Drogas (Abrad), Jorge Jaber, disse que o plano integrado de enfrentamento ao crack, lançado pelo governo federal no ano passado, é altamente positivo porque levará ações para regiões “onde nada está sendo feito”. Para ele, as iniciativas que vêm sendo empreendidas no país, na luta contra as drogas, devem ser comemoradas.

Jaber lembrou, entretanto, que o uso de substâncias químicas caracteriza principalmente doenças da área mental, isto é, doenças psiquiátricas. “E nós não estamos vendo o Ministério da Saúde se  posicionar utilizando esse conhecimento da área de psiquiatria. Essa ausência vai fazer falta mais adiante", avaliou.

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A Secretaria Municipal de Assistência Social do Rio de Janeiro lançou nessa terça-feira (31) o programa Mulheres da Paz, para a formação de 1.250 líderes comunitárias que vão trabalhar com 2.500 jovens em situação de risco, como a dependência química. O Mulheres da Paz é uma ação do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci).  

Especialista em dependência química, o médico avaliou, em entrevista à Agência Brasil,  que grande parte das ações do plano é voltada para as fazendas, segmento que utiliza um método de tratamento  mais longo, “porém positivo”.

A política nacional antidrogas prevê planos de repressão ao tráfico, a cargo da Polícia Federal e das polícias estaduais, e um plano de prevenção, a cargo do Ministério da Saúde e de agências de saúde. “Em relação à área de saúde, haverá uma melhora significativa”. disse.

Convidado no ano passado pelo secretário de Assistência Social do município do Rio, Rodrigo Bethlem, a ajudar no tratamento das crianças e  adolescentes vítimas do crack nas ruas da cidade, Jorge Jaber promove há nove anos o desfile da Banda Alegria sem Ressaca, no domingo anterior ao do carnaval. O objetivo é prevenir os foliões em relação aos abusos de substâncias químicas nos dias da festa popular. A iniciativa é da Abrad.

“É uma atitude voltada para a saúde pública. Faz parte do referencial médico e psicológico dos sócios e da associação divulgar mensagens que levem à redução do uso de substâncias químicas. E, em relação ao álcool, à diminuição de situações de risco, como a direção de veículos”.  

Jaber informou que, até o momento, não há um plano em ação que dê atenção de saúde a pessoas que tenham problemas com drogas. “Sejam aquelas drogas chamadas mais pesadas, como é o crack, como aquelas que são chamadas erroneamente de pouco ofensivas, como é o caso da maconha”. A maconha também ajuda a desenvolver doença mental, assegurou.

Segundo o especialista, por isso é importante que não haja a liberação da maconha enquanto não for criado um sistema capaz de dar conta do aumento do consumo. “A banda tem esse objetivo. Ela distribui, ao passar na orla, folhetos orientando familiares de dependentes químicos a procurar ajuda em endereços de atendimento gratuito”.          

Amanhã (2),  a Abrad fará a distribuição das camisetas do bloco, durante um grito de carnaval. O desfile está programado para o dia 12 próximo, na Avenida Atlântica, em Copacabana, zona sul do Rio, sob o comando de jovens que fizeram o curso gratuito de conselheiro em dependência química. O curso é promovido por Jorge Jaber na Câmara Comunitária da Barra da Tijuca, onde é oferecido tratamento gratuito, para quem quer se livrar do vício do álcool e das drogas.

A Banda Alegria sem Ressaca tem como madrinha a atriz Luiza Tomé, que abraça a causa  pelo terceiro ano consecutivo.

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