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O procurador da República Roberson Pozzobon relatou nesta quinta-feira (31) a tentativa de um escritório de advocacia de driblar o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) por meio de saques fracionados abaixo de R$ 100 mil em espécie que, somados, chegam a R$ 9,5 milhões.

O advogado Mauro de Morais é apontado como suposto agente da lavagem de dinheiro de propinas de R$ 22 milhões de contratos da Transpetro. Ele é alvo de prisão no âmbito da Operação Quinto Ano, 59ª fase da Lava Jato, deflagrada nesta quinta-feira.

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Até 2017, a legislação previa que todas as operações em espécie acima de R$ 100 mil fossem obrigatoriamente comunicadas ao Conselho, que era vinculado ao Ministério da Fazenda. A legislação mudou em 2018, quando o valor mínimo para a comunicação automática dos bancos ao Coaf passou a ser de R$ 50 mil.

"O aprofundamento das investigações revelou que as propinas foram pagas por Wilson Quintella em espécie a Sérgio Machado e seus emissários, mediante sucessivas operações de lavagem de capitais que envolveram o escritório Mauro de Morais Sociedade de Advogados. A Receita Federal apurou que a banca advocatícia recebeu, entre 2011 e 2013, cerca de R$ 22,3 milhões de empresas do Grupo Estre, sem que tenha prestado efetivamente qualquer serviço", afirma o Ministério Público Federal.

Em delação, Sérgio Machado afirmou que parte dos valores era destinada a seus padrinhos políticos no MDB.

"O que foi evidenciado nesse caso particular e chama atenção foi o empenho de um advogado em realizar operações de lavagem de dinheiro de modo a passar abaixo dos radares do Coaf. Partimos de uma colaboração de Sérgio Machado na qual ele revelou que coletou propinas na Transpetro que chegaram a mais de R$ 100 milhões. Somente a propina que ele coletou para o MDB somou mais de 100 milhões. Para si, ele coletava R$ 2 milhões anualmente e tinha R$ 70 milhões no exterior", afirmou o procurador.

Segundo Pozzobon, as empresas Estre, Polidutos e Estaleiro Rio Tietê celebravam contratos ideologicamente falsos com o escritório Mauro de Morais, esse escritório emitia as notas fiscais, firmava os contratos e não prestava nenhum serviço. "Ele efetuava transferências entre diversas contas bancárias e múltiplos saques em espécie. Esses cheques não eram de valores milionários. Para passar fora dos radares do Coaf, ele fazia saques sucessivos fracionados ligeiramente abaixo de 100 mil reais".

"A legislação financeira estabelecia até 2017 que operações em espécie superiores a 100 mil deveriam ser automaticamente reportadas ao Coaf. Para evitar essa informação automática, o advogado Mauro Morais fazia cinco, seis saques de 90 mil reais. Ele fazia de forma fracionada em diversas contas. O grupo Estre transferiu cerca de 22 milhões de reais para esse escritório, um escritório que tinha apenas uma empregada no período das operações. Lavadores de dinheiro se adaptam conforme o aperfeiçoamento da legislação", anotou.

O Festival Cena Cumplicidades chega em 2014 à quinta edição e traz na grade de programação 11 dias de espetáculos, oficinas e shows. O festival promove uma ocupação cultural nas cidades de Olinda e Recife de 30 de outubro a 9 de novembro, entre espaços urbanos do Sítio Histórico olindense e teatros da capital pernambucana. Cena Cumplicidades é composto por apresentações teatrais, dança, música e performances, além de oficinas e exposições. Ao todo, serão 24 artistas/companhias convidados, 7 deles internacionais, 9 pernambucanos e 8 de outros Estados.

O termo 'cumplicidade' resume o que o festival propõe: a junção de atores, artistas, criadores e o público. Viviane Bezerra, produtora do Cena Cumplicidades, falou sobre a quinta edição do evento. "É um festival que reúne vários embasamentos artísticos, temos espaço tanto para formação quanto para apreciação", pontuou. De acordo com a produtora, o objetivo do Cena é levar a arte a todos os espaços. "Temos o desejo de reunir várias tribos diferentes em ambientes públicos, por isso nossa programação é extensa e conta com mais de 100 artistas, técnicos, produtores e mais de 30 apresentações", concluiu.

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Programação

A programação do Cumplicidades em 2014 conta com alguns destaques regionais, nacionais e internacionais. Ao longo dos 11 dias de evento, serão realizadas 8 estreias - 4 com participações internacionais, mas todos com produção local.

Além disso, um novidade é o Sábado Negro, dia 8 de novembro, que será um dia de produção artística cultural negra. "Nós pensamos esse dia como uma forma de propor uma valorização ainda maior da cultura negra, com ênfase na dança", contou Arnaldo Siqueira, coordenador do evento. Neste dia, o grupo Pé no Chão (PE), que completa 20 anos, juntamente com outros grupos dedicados à cultura Afro traz ao público um estudo sobre rítmos, danças e rituais da Diáspora Negra.

O Cena conta com uma grade de apresentações diversa. Em 2014, das 10 produções internacionais, cinco são francesas. Um destaque é o espetáculo Singspiele, com concepção de Maguy Marin e performance David Mambouch. Outro espetáculo que se destaca é Good Boy, criado pelo francês Alain Buffard, falecido em 2013. A apresentação discute o corpo com um reservatório de mundos. 

No campo das artes visuais, os ateliês do Sítio Histórico de Olinda estarão com uma exposição unificada na Galeria do Mercado da Ribeira em prol de uma maior valorização da arte visual. "A ideia central é primar pelos ateliês que já fazem parte do Sitio Histórico e vem passando por dificuldades de divulgação do trabalho. Todos nós artistas plásticos estamos estimulados com o que o Cena Cumplicidades propõe com relação ao fomento as artes visuais de Olinda", explicou a artista plástica Ede Alves.

A arte dos quadrinhos também terá espaço no festival. De 5 a 7 de novembro, no Mercado da Ribeira, em Olinda, profissionais da área e visitantes montarão uma HQ, com o intuito de buscar interação com o público. Na ocasião, os visitantes decidem uma temática e no final do dia é realizada a produção de uma história que será transformado em uma revista.

Oficinas gratuitas também compõem a grade de programação do evento. O grupo Pé no Chão traz oficinas de percussão e dança contemporânea no Alto da Sé. O francês Mathieu Doze dá aula no Sesc Santo Amaro nos dias 5 e 6 de novembro. Oficinas de pintura com Sergio Birukoff e uma palestra de Alberto Simões farão parte da grade de programação do evento. 

Celebrando o Sábado Negro da programação, sobem ao palco no dia 8 a banda paulista Metá Metá e uma sequência de apresentações com participação de Zé Brown, DJ Big e Mc Mago Mago convidados do especial Grupo Pé no Chão 20 anos. Para encerrar, no dia 9, show de Naná Vasconcelos e Lui Coimbra.

A programação completa do evento pode ser conferida no site do Cena Cumplicidades 

Serviço

Cena Cumplicidades

De 30 de outubro a 9 de novembro 

Olinda - Alto da Sé, Mercado da Ribeira e Praça de São Pedro

Recife - Teatro de Santa Isabel, Teatro Hermilo Borba Filho, Teatro Marco Camarotti, Teatro Barreto Júnior e Praça do Diário

R$ 20 e  R$ 10 (meia)

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