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É da comunidade de Chão de Estrelas, no bairro Campina do Barreto, Zona Norte do Recife, que saem as frequências da TV Cambinda. Pela internet, o veículo de comunicação  criado no Centro Cultural Cambinda Estrela, tem a missão de “movimentar a favela” e levar tudo de bom que acontece nela, através de seus próprios moradores, para todo o mundo. Com uma programação de entrevistas e lives, a TV dá protagonismo aos artistas e membros da comunidade, além de levar informação e cultura aos espectadores. 

Criada em 2017, a TV Cambinda integra as ações do Centro Cultural Cambinda Estrela - instituição que promove atividades formativas e assistência social aos moradores de Chão de Estrelas e comunidades do entorno. Com uma equipe formada por jovens moradores do local, a TV nasceu da necessidade de levar informação, promover cultura e, sobretudo, enfrentar o racismo e outras mazelas sociais através da comunicação. 

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O protagonismo e a representatividade norteiam toda a produção do veículo, desde a formação de sua equipe - que atualmente conta com cerca de cinco pessoas -, até a escolha das pautas e convidados. Em entrevista ao LeiaJá, a cineasta, fotógrafa, produtora, diretora e apresentadora da TV Cambinda, Rafaela Gomes Vieira, explicou como funciona o trabalho. “Nossas pautas são elaboradas a partir de temas previamente estudados em conjunto com todo o corpo de produção. As entrevistas dão visibilidade a mestres, mestras, detentores da cultura afro, professores, estudantes, pesquisadores, mães, pais, comunidade preta. Ou seja: mostra as pessoas que constantemente são invisibilizadas e que narram suas histórias que a sociedade tende a esconder”.

Rafaela (camisa amarela) é quem conduz as entrevistas na TV Cambinda. Ao seu lado, DJ Rasta Flávia (esquerda), Luiz Carlos (Banda Capim Santo) e Glaucilene Ribeiro, assistente de produção (ponta direita) Foto: Cortesia

Já o público alvo da TV são todos aqueles que queiram aprender mais sobre a comunidade e suas ações, além de conhecer melhor sobre artistas pretos e seus trabalhos. A internet possibilita um largo alcance da programação do veículo, algo que acabou se intensificando por conta da pandemia do novo coronavírus. “Com a situação de calamidade da saúde com a COVID-19, demos continuidade à TV de forma remota. Por meio de lives, onde eu, na vez de apresentadora, dialogava com os entrevistados que estavam em suas casas. Assim, não perdemos o pique da TV Cambinda”, diz Rafaela. Agora, com o afrouxamento da quarentena, as atividades do grupo estão voltando de forma presencial, aos poucos e com atenção a todos os protocolos de segurança necessários. 

Em 2020, o projeto foi aprovado no Fundo Brasil de Direitos Humanos, edital que, em parceria com a Open Society Foundations (OSF), destinou recursos para apoiar iniciativas que promovam o enfrentamento ao racismo. Com esse auxílio, a TV Cambinda vai promover uma série de entrevistas com artistas negros como Luiz Carlos da Banda Capim Santo; DJ Rasta Flávia; Banda Abulidu; a poetisa, escritora e pedagoga Joaninha Dias e a mestra em educaçao pela UFPB,  Sandra Maria da Silva, entre outros. Eles falarão sobre maternidade e infância pretas, musicalidade e identidade periféricas, além de outros temas. 

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Toda a programação pode ser vista nos canais da TV Cambinda nas redes sociais. O orgulho e o prazer de dar voz e vez à comunidade, podem ser vistos também durante as entrevistas. Rafaela sintetiza o que é fazer parte dessa iniciativa. “É muito bom; cada momento, cada entrevista, cada tema abordado nos traz momentos únicos, vivências extraordinárias!”.

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