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Apesar do embalo recente, o Santos estreou com derrota na Copa Libertadores. Com dificuldades na altitude de Cuzco, no Peru, o time de Jair Ventura foi batido pelo Real Garcilaso por 2 a 0, na noite desta quinta-feira, no encerramento da primeira rodada do Grupo F. Pela primeira vez desde que voltou ao clube, Gabriel passou em branco.

Numa atuação abaixo do esperado, no estádio Inca Garcilaso de la Vega, o time brasileiro se excedeu na cautela no primeiro tempo, em razão da altitude de 3.400 metros, e esteve perto de levar uma goleada, não fosse a falta de pontaria do rival e as boas defesas de Vanderlei.

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Na segunda etapa, os brasileiros melhoraram e até tiveram oportunidades para ao menos empatar. Mas também sofreram perigos na defesa, diante da apatia do seu meio-campo e das fracas atuações de Gabriel e Vecchio. Nos instantes finais, o rival peruano buscou o segundo gol, num belo chute de Alfredo Ramúa.

Com o resultado, o Real Garcilaso despontou na liderança do Grupo F da Libertadores, com três pontos. O uruguaio Nacional e o argentino Estudiantes, que empataram na estreia, exibem um ponto cada. E o Santos ocupa o quarto e último lugar da chave, sem pontos.

O JOGO - O Santos entrou em campo nesta quinta vindo de uma série de três vitórias seguidas, o que garantia ao técnico Jair Ventura seu melhor momento na equipe desde sua chegada, na primeira semana do ano. Nada disso, porém, se viu no primeiro tempo em Cuzco.

O Santos foi completamente dominado pelo Real Garcilaso nos primeiros 45 minutos de jogo. Exibindo certa cautela, em razão da altitude da cidade peruana, o time raramente passou do meio-campo, sofreu perigo constante em sua defesa e saiu de campo no "lucro" no intervalo, com a derrota parcial por 1 a 0.

Na etapa inicial, a equipe da casa teve oportunidade de golear, principalmente após abrir o placar logo aos 7 minutos. Após cruzamento da esquerda, Vidales aproveitou vacilo de Daniel Guedes na marcação e completou na área para o gol.

A melhor chance de empate dos brasileiros veio na sequência, aos 15. Gabriel Barbosa, o Gabigol, perdeu grande chance, cara a cara com o zagueiro, quando o goleiro já estava fora da jogada. O defensor tirou a bola em cima da linha, diante do fraco chute do atacante.

Na sequência, o Real Garcilaso acumulou chances perdidas. Não saiu de campo no intervalo com maior vantagem no placar porque falhava nas finalizações ou porque Vanderlei salvava o Santos debaixo da trave.

Depois dos sustos, o Santos voltou melhor para o segundo tempo. Tomando mais iniciativa, ocupava o meio-campo e buscava o ataque com mais frequência. Ao mesmo tempo, o Real Garcilaso recuava, demonstrando certo cansaço após a correria da etapa inicial.

E, ganhando espaço, o time brasileiro quase empatou aos oito minutos. Vecchio, que vinha apagado em campo, desperdiçou chance incrível. Na jogada, Gabriel acionou Sasha, que disparou pela direita e cruzou rasteiro para o argentino. Mas o meia encheu o pé e, da marca do pênalti, mandou por cima do travessão.

Gabigol também teve a sua chance. Aos 21, ele completou, de primeira, levantamento na área. Finalizou para fora. Preocupado, Jair Ventura tratou de fazer mudanças. Trocou o lateral Jean Mota pelo atacante Arthur Gomes - Copete acabou sendo recuado para cobrir a lateral. E sacou Vecchio por Vitor Bueno.

Depois, o treinador apostou na juventude de Rodrygo que, aos 17 anos, se tornou o jogador mais jovem a defender o Santos na Libertadores. Nenhuma mudança, porém, afetou o ritmo de jogo do time brasileiro, ainda abaixo do esperado e sem conseguir acompanhar os anfitriões.

Como consequência, o Real Garcilaso selou a vitória com um belo gol aos 43 minutos do segundo tempo. Alfredo Ramúa acertou forte chute da intermediária e confirmou a vitória dos donos da casa. A bola ainda carimbou o travessão, quicou dentro do gol e saiu, diante da festa dos anfitriões.

O Santos volta a campo pela Libertadores no dia 15, contra o Nacional, em casa. No fim de semana, o time fará o clássico com o Corinthians, domingo, no Pacaembu, pela 10ª rodada do Campeonato Paulista.

 

FICHA TÉCNICA:

REAL GARCILASO 2 X 0 SANTOS

REAL GARCILASO - Diego Morales; Arismendi, Lampros Kontogiannis, Gustavo Dulanto e Iván Santillán; Luis García (Archimbaud), Julio Landauri (Cóssio), Luis Álvarez e Jhonny Vidales (Fernando Pérez); Alfredo Ramúa e Franco. Técnico: Oscar Ibáñez.

SANTOS - Vanderlei; Daniel Guedes, Lucas Veríssimo, David Braz e Jean Mota (Arthur Gomes); Alison, Renato e Vecchio (Vitor Bueno); Eduardo Sasha (Rodrygo), Copete e Gabriel Barbosa. Técnico: Jair Ventura.

GOLS - Vidales, aos 7 minutos do primeiro tempo. Alfredo Ramúa, aos 43 minutos do segundo tempo.

CARTÕES AMARELOS - Vecchio, Dulanto, Lucas Veríssimo, Vitor Bueno.

ÁRBITRO - Gery Vargas (Bolívia).

RENDA E PÚBLICO - Não disponíveis.

LOCAL - Estádio Inca Garcilaso de la Vega, em Cuzco (Peru).

Quarenta dias depois das ofensas racistas sofridas por Tinga, na Copa Libertadores, a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) anunciou, nesta segunda-feira (25), a punição ao Real Garcilaso. O clube peruano foi multado em apenas US$ 12 mil (cerca de R$ 28 mil) e levou uma advertência pelo episódio discriminatório que contou com manifestações indignadas até da presidente Dilma Rousseff e do ministro do Esporte, Aldo Rebelo.

"O clube peruano foi punido com uma multa de US$ 12.000 e com uma advertência formal pela qual seu estádio será fechado em caso de nova infração deste tipo", anunciou a Conmebol, que vinha sendo cobrada pelo caso desde o dia 12 de fevereiro, data em que Tinga ouviu torcedores do Real Garcilaso imitando o som de macacos nas arquibancadas.

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O volante do Cruzeiro ouviu as manifestações racistas toda vez que tocava na bola no segundo tempo, quando entrou em campo no lugar de Ricardo Goulart, na partida disputada na cidade de Huancayo. Abatido em razão das ofensas, Tinga disse ao fim do jogo que trocaria todos os seus títulos pelo fim do preconceito.

Os atos discriminatórios de parte da torcida peruana gerou forte repercussão no mundo esportivo. Jogadores e dirigentes condenaram as manifestações racistas. O presidente da CBF, José Maria Marin, saiu em defesa de Tinga e contou com o apoio do presidente peruano, Ollanta Humala, da presidente Dilma Rousseff e do ministro Aldo Rebelo, que chegou a enviar carta à Conmebol cobrando uma punição rigorosa ao Real Garcilaso.

Em nota oficial de apenas três parágrafos, a Conmebol condenou o racismo no futebol, mas não projetou ações mais rigorosas contra os clubes. "A Conmebol reitera seu compromisso de combater qualquer forma de discriminação e atos racistas em suas competições. Com esta prioridade, reforçamos a vigilância de todos os árbitros e dos delegados das partidas para advertir e denunciar este tipo de infração", registrou a entidade.

Pelo Regulamento Disciplinar da Conmebol, casos de discriminação durante jogos organizados pela entidade podem levar a perda de pontos e até a eliminação do time na competição. "Se as circunstâncias particulares do caso requererem, o órgão disciplinar competente pode impor sanções adicionais à associação membro ou ao clube responsável, como jogar um ou mais jogos de portões fechados, a proibição de jogar uma partida em um estádio determinado, concessão da vitória no encontro, a perda dos pontos e a desclassificação da competição", diz o artigo 12 do Regulamento.

A presidente Dilma Rousseff lamentou, por meio de sua conta na rede social Twitter, o episódio de racismo na Libertadores envolvendo o volante cruzeirense, em partida contra o Real Garcilaso, do Peru, por 2x1, na noite de quarta-feira (12), em Huancayo. "Foi lamentável o episódio de racismo contra o jogador Tinga, do Cruzeiro, no jogo de ontem, no Peru. Ao sair do jogo, Tinga disse que trocaria seus títulos por um mundo com igualdade entre as raças. Por isso hoje o Brasil inteiro está fechado com Tinga", disse a presidente, em uma série de cinco posts, publicados na manhã desta quinta-feira, logo antes de receber uma comissão de representantes do MST no Palácio do Planalto.

Durante o jogo, a cada vez que Tinga pegava na bola, os torcedores peruanos começavam a imitar sons de macacos. O jogador, que entrou no segundo tempo da derrota do Cruzeiro por 2x1, disse depois que demorou a identificar as manifestações de racismo e que nunca tinha passado por isso, mesmo em quatro anos jogando na Europa. "Acertei com a ONU e a Fifa que a nossa 'Copa Das Copas' também será a 'Copa Contra o Racismo'. Porque o esporte não deve ser jamais palco para o preconceito", afirmou Dilma.

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O ato racista dos torcedores do Real Garcilaso provocou manifestações indignadas de outras pessoas envolvidas com o futebol, como o presidente do Atlético Mineiro, maior rival do Cruzeiro, Alexandre Kalil. "Racismo na Libertadores? Me tiraram o prazer da derrota do Cruzeiro. Lamentável!", escreveu o dirigente.

O Santa Fé praticamente definiu sua classificação para as semifinais da Libertadores nesta quarta-feira. Mesmo atuando no Peru, a equipe colombiana derrotou o Real Garcilaso por 3 a 1 e agora pode até perder por 2 a 0 na partida de volta, terça-feira que vem, em Bogotá, para avançar na competição.

Quem passar deste confronto poderá estar no caminho do Fluminense na briga por uma vaga na final. O time carioca faz as quartas de final diante do Olimpia e só não enfrentará Santa Fé ou Real Garcilaso se o Atlético-MG também avançar - a Conmebol prevê mudanças na chave para evitar uma final com dois clubes do mesmo país.

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O Santa Fé briga para ser o primeiro colombiano campeão da Libertadores desde 2004, quando o Once Caldas foi campeão. A equipe disputa o torneio pela sétima vez e pode chegar à primeira semifinal desde 1961, quando caiu diante do Palmeiras. Na fase de grupos, já havia enfrentado o Real Garcilaso duas vezes, empatando no Peru (1 a 1) e vencendo na Colômbia (2 a 0).

Mesmo atuando longe de casa, o Santa Fé foi para cima e abriu 3 a 0. Aos 19 minutos, Meza marcou o primeiro, e apenas três minutos depois Tamayo aumentou. O Garcilaso se lançou ao ataque no segundo tempo, mas acabou sofrendo o terceiro, marcado por Castro. O gol de honra dos mandantes saiu aos 18, com Ramua.

O Santa Fé garantiu nesta terça-feira a segunda melhor campanha no geral da fase de grupos da Libertadores. O time colombiano derrotou o Real Carcilaso por 2 a 0, em casa, e fechou a campanha com 14 pontos no Grupo 6 da competição. A outra vaga da chave ficou com o próprio Real Garcilaso, que foi beneficiado pelo empate entre Cerro Porteño e Tolima, por 0 a 0, no Paraguai.

O Real Garcilaso parou nos dez pontos e poderia ter sido ultrapassado pelo Tolima, na segunda colocação do grupo, mas o time colombiano acabou eliminado do torneio com o empate. Já o Santa Fé segue vivo e só não fez campanha melhor nesta primeira fase do que a do Atlético-MG, que tem 15 pontos e ainda atua nesta quarta-feira.

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Se a primeira fase acabasse agora, o adversário do Santa Fé nas oitavas de final seria o Grêmio, que no momento é o sétimo melhor segundo colocado do torneio. Já o Real Garcilaso, segundo melhor segundo colocado, teria pela frente o Palmeiras, sétimo melhor primeiro colocado da Libertadores.

Os gols que garantiram a vitória ao Santa Fé foram marcados no segundo tempo. Logo aos 55 segundos, Torres e Pérez fizeram linda troca de passes pela direita. A bola, então, foi lançada para Medina, que bateu de primeira, na saída do goleiro. Aos 25 minutos, Acosta recebeu enfiada pela esquerda, dominou e cruzou para Borja, que bateu de primeira e fez o segundo.

Sabendo da vitória do Santa Fé, o Tolima precisava vencer para buscar a vaga e foi para cima do Cerro Porteño. No fim do segundo tempo, os colombianos tiveram sua melhor chance, com Hurtado, que acertou a trave e desperdiçou a última oportunidade de dar a classificação à equipe.

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