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O secretário de Educação de São Paulo, Rossieli Soares, disse, nesta quarta-feira (11), que os estudantes da rede estadual que não entregaram nenhuma das atividades escolares serão reprovados em 2020. Segundo levantamento, cerca de 15% do corpo discente não fez os trabalhos da escola, o que resulta em cerca de 500 mil alunos.

"Só terá uma eventual reprovação se o estudante não tiver nenhum tipo de atividade, a escola fez todo tipo de contato, e a partir de uma avaliação local da escola entender que aquele aluno realmente nem tentou buscar [fazer]", disse Soares em entrevista ao Bom Dia Brasil. 

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Sobre as dificuldades que os alunos estão encontrando em relação aos aparatos tecnológicos, o secretário tranquilizou: "Não estamos falando daquele aluno que não tinha o equipamento, não tinha o aparelho", declarou. As atividades, enfatizou Rossieli Soares, podem ser feitas de forma impressa.

De acordo com a Secretaria de Educação, os alunos que não fizeram as atividades, terão a oportunidade de fazê-las e entregá-las ainda neste ano. Para isso, neste caso, eles precisam voltar a frequentar as aulas presenciais, quando possível, para conseguir frequência.

A progressão para o ano seguinte dependerá da frequência, mas a aprendizagem, assim como nos demais casos, também ser aferida ao final dos oitos bimestres.

Par ajudar nesse processo de recuperação, a secretrai de Educação anunciou a contratação de 10 mil professores para atuar no programa de recuperação e aprofundamento dos alunos das escolas estaduais.

A reforma educacional feita pela gestão Fernando Haddad (PT) - que incluiu a revisão do currículo e aumento das possibilidades de repetência - não conseguiu elevar o Ideb nos anos finais do ensino fundamental na capital paulista. A nota nessa etapa foi de 4,3 - 0,1 a menos do que em 2013 e a mesma do que em 2011.

Já nos anos iniciais do ensino fundamental, houve melhora expressiva. A nota subiu de 4,8 em 2011 (último ano com dados disponíveis para essa etapa no Município) para 5,8. A tendência de melhora mais acentuada na fase 1 do fundamental também é observada pelo País.

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Apesar da melhora nos anos iniciais, não é possível comparar a nota da rede municipal com 2013, como em outras redes. Naquele ano, o então secretário da Educação da capital, Cesar Callegari, fez um alerta ao governo federal, afirmando que, como a cidade ainda não tinha se adaptado ao ensino fundamental de 9 anos, era possível que a nota fosse "distorcida" por um grupo de alunos que "pulou" o primeiro ano ou eram repetentes, o que diminuiria o desempenho. A nota, portanto, não foi divulgada naquele ano.

Já nos anos finais a redução na nota tem relação direta com a maior repetência dos alunos. Trata-se da segunda variável do Ideb: a primeira é a nota dos alunos na Prova Brasil. É ao se verificar a lista de reprovação que a rede paulistana viu piora: o indicador de rendimento dos alunos era de 0,94 em 2013 e caiu para 0,88 em 2015. Isso ocorreu porque, em 2013, o governo municipal aumentou o número de séries em que é possível reprovar um aluno, passando para cinco (3.º, 6.º, 7.º, 8.º e 9.º).

Já as notas melhoraram: em Matemática, houve avanço de 241,19 para 248,54; em Língua Portuguesa, o aumento foi de 238,6 para 246,84.

A superintendente do Centro de Estudos e pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec), Anna Helena Altenfelder, criticou a mudança na rede municipal. "Acho um equívoco repetir. O principal é garantir a aprendizagem. De nada adianta o aluno voltar à mesma série, se não houver uma política de progressão continuada que possa garantir a aprendizagem. É preciso que esses alunos tenham apoio pedagógico."

Futuro

A secretária municipal de Educação, Nádia Campeão, afirma que o fim da aprovação automática não foi um erro. "O aluno da rede aprende um pouco mais e melhor, apesar de alguns retidos." Os bons resultados do ensino fundamental 1, para ela, devem melhorar a nota do ensino fundamental 2 em 2017 e 2019. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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