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Manifestantes furiosos bloquearam estradas no Líbano nesta quarta-feira, após um discurso do presidente Michel Aoun, que pareceu ignorar as reivindicações da população, e da morte a tiros de uma pessoa.

Grande parte do país exige a renúncia da classe governante. Escolas e bancos permanecem fechados. Os manifestantes convocaram, pelas redes sociais, protestos diante do palácio presidencial, em Beirute. O exército isolou o acesso ao local com arame farpado.

Nas primeiras horas da manhã, os manifestantes queimaram pneus e bloquearam avenidas importantes no centro de Beirute e nos acessos à capital, assim como em Trípoli e Akkar (norte) e em Bekaa (leste).

Em alguns pontos foram registrados confrontos entre manifestantes e soldados, que tentam liberar o trânsito, especialmente nas proximidades da capital.

O Líbano é cenário desde 17 de outubro de protestos inéditos, que pedem a saída de toda a classe política, praticamente inalterada há décadas, considerada corrupta e incapaz de acabar com a profunda depressão econômica.

Apesar de alguns confrontos esporádicos, a mobilização permanece pacífica. Na semana passada, o movimento consistiu em eventos diante das instituições públicas e dos bancos, impedindo a entrada dos funcionários.

Em um discurso exibido da TV, o presidente Aoun propôs um governo formado por tecnocratas e políticos e afirmou que é possível que as consultas parlamentares para a designação de um novo primeiro-ministro comecem antes do fim de semana.

Na terça-feira à noite, após o discurso do presidente, os manifestantes atearam fogo a latas de lixo e pneus e bloquearam ruas e avenidas em todo o país.

Oito de julho de 2014. Era noitinha de uma terça-feira e Raimundo Pereira Junior assistia perplexo ao impossível. A seleção brasileira de futebol sucumbira pelo placar de sete tentos a um para a implacável Alemanha de Muller e Klose. O silêncio da Rua “Projeto da Oito”, no bairro Real Copagre, em Teresina (PI), até então integralmente decorada com o amarelo das riquezas, o verde das matas e o azul do céu da “pátria das chuteiras”, pode ter marcado o fim de uma era ou, pelo menos, o início de uma fase bastante atípica. Revoltados com o placar humilhante e os escândalos de corrupção que assolaram o país com a ainda mais frequência no período entre a passada e a vindoura Copa do Mundo, os moradores da via, liderados por Raimundo, resolveram pintar suas paredes com as cores da Argentina, arquirrival histórica da “canarinha”.

De acordo com Raimundo, que trabalha como aplicador de películas, cada um de seus vizinhos contribuiu com uma cota de R$ 25, o que permitiu que um total de quase R$ 400 fosse investido nas pinturas. “A gente vai torcer é pela Argentina, eu tenho vergonha de ser brasileiro. No domingo, na estreia contra a Suíça, vamos nos juntar para torcer contra”, afirma.

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Não há drible de Neymar ou passe preciso de Coutinho que amoleça o coração do homem. Raimundo está irredutível e acredita que a seleção não conseguirá conquistar o hexacampeonato. “Até hoje não engoli o que aconteceu no Mineirão. Os jogadores são ricos, não vão se esforçar em campo”, lamenta. 

Segundo o instituto de pesquisas Datafolha, o desinteresse dos brasileiros pelo futebol cresceu, de 2010 (31%) para 2018 (41%). Além disso, os dados apontam que 42% do país é indiferente à Copa do Mundo da Rússia. Na rua de Raimundo, a descrença no time de Tite se estenderá às urnas, durante as eleições presidenciais deste ano. “A rua vai votar nulo, Michel Temer é uma vergonha”, comenta. De acordo com o aplicador de películas, só há um candidato capaz de mudar a comunidade de ideia. “Nós somos PT. Lula ajudava os pobres, por isso, se ele sair da cadeia, é ele que vamos eleger”, acredita. Para a seleção, contudo, parece não haver mais jeito. “Mesmo que ganhe a copa, não torço mais”, conclui.

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