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Ex-ministro da Agricultura na gestão Luiz Inácio Lula da Silva, o engenheiro agrônomo Roberto Rodrigues defendeu nessa sexta-feira, 20, a portaria do governo que dificulta a punição de empresas que submetem trabalhadores a condições degradantes e análogas à escravidão.

"O tema trabalho escravo estava muito ideologizado. Havia a possibilidade de haver uma interpretação subjetiva do que fosse ou não", disse Rodrigues ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado.

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O ex-ministro está em Assunção, no Paraguai, participando de um evento com empresários do Lide (Grupo de Líderes Empresariais).

Segundo Rodrigues, o que se buscou com a portaria foi reduzir a chance de subjetividade na avaliação dos fiscais.

"Esse tema não foi tratado de forma equilibrada pelos atores envolvidos. Acabou se criando uma opinião negativa quando na verdade era algo necessário", afirmou.

Ex-ministro da Agricultura no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Roberto Rodrigues, que está à frente do Centro de Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas (FGV), vê o impeachment da presidente Dilma Rousseff como uma "solução para o momento delicado pelo qual o Brasil vive". Para ex-ministro, não há alternativa a não ser a busca de entendimento em torno de um projeto maior, que é reconstruir o Brasil com o resgate de confiança dos empresários e uma aliança "com a parte mais lúcida da oposição e da situação".

Rodrigues acredita que a presidente, ao convidar o ex-presidente Lula para assumir a Casa Civil, abriu mão de seu mandato.

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Segundo ele, o Brasil tem de buscar um entendimento em torno de um projeto, independentemente de quem seja o comandante desse processo. "É preciso juntar a parte mais lúcida da oposição e da situação e resgatar a retomada da confiança do setor privado para que eles possam voltar a investir no Brasil."

Para recuperar a confiança do empresariado, Rodrigues disse que é preciso um programa claro, com regras definidas e com segurança jurídica. "Dar a certeza de que as coisas não vão mudar no meio do caminho."

Questionado se a carta do PMDB, "Uma ponte para o futuro", seria um caminho, ele respondeu que ela é "apenas um pedaço do caminho". "Não está pronta ainda. Não contempla, por exemplo, a reforma previdenciária, que é indispensável. É um baita de um pepino que precisa ser revolvido. A Dilma tentou, mas o partido dela não quis. O (Michel) Temer (vice-presidente) ou um novo governo terá de ser um governo de construção, como foi Itamar (Franco, ex-presidente que assumiu após a renúncia de Collor)", comentou. "As classes políticas, empresariais e trabalhadoras atuaram, juntas, para sair do atoleiro. Hoje, a crise política e econômica é pior."

Para Rodrigues, o atual governo perdeu a condição de comandar o processo político e de desenvolvimento. "Perdeu a confiança do setor privado e não se faz um País sem o setor privado", disse. "Lembro quando o (ex-presidente) Lula, dois meses antes de ser eleito em 2002, convidou empresários e representantes de classe para participarem de um debate em São Paulo. Ele estava com a alta cúpula do PT e se dispôs a ouvir todos para tentar entender quais eram as principais dificuldades e o que poderia ser feito pelo País, caso ele fosse eleito."

De acordo com o ex-ministro, Dilma tem uma posição completamente diferente da posição de Lula. "O Lula tinha uma visão de que o setor privado era essencial e o governo ditaria as regras a serem seguidas. Ela tem a visão de que o Estado é o grande ator da economia. E esse modelo de intervenção fracassou, levando o País a esse momento de desconfiança."

Perguntado se seria a favor do processo de impeachment, Rodrigues respondeu que Dilma perdeu o controle do processo de gestão. "O PT insurge contra ela em temas importantes, como reforma da previdência, que é necessária. Tem também a base aliada desembarcando por não se sentir prestigiada pelo governo", comentou. "O fato de a presidente convidar o ex-presidente Lula para a Casa Civil foi visto como um gesto de abdicação das funções pela sociedade. Ela abdicou do cargo, mas não renunciou", disse, destacando até que, talvez, Lula até conseguisse acertar a situação.

Para Rodrigues, Dilma não tem capacidade de continuar o governo. "Gostaria que ela compreendesse isso e renunciasse. Eu a conheço bem. Ela é bem-intencionada, correta. Ela não renunciaria", afirmou. "Então, a solução ideal seria a do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e ter uma nova eleição. Embora eu ache que, neste momento, seria uma grande confusão nacional. Fazer uma eleição em momento turbulento é um risco grande. Pode aparecer um aventureiro de última hora", avaliou.

Rodrigues não vê nenhum nome forte atualmente. "Temos ótimas pessoas, mas nenhum deles com condições de se empoderar em votos em uma sociedade que está confusa. Então, aceito o impeachment como solução chata, particularmente porque o comando da Câmara (dos Deputados) gera - como poderia dizer? - uma sensação de comprometimento da lisura do processo", disse. "Fica aquela sensação de que a Câmara é contra a Dilma. Esse é um momento diferente do Collor (ex-presidente Fernando Collor de Mello)."

Sobre a possibilidade de Michel Temer fazer uma boa gestão em caso de impeachment de Dilma, Rodrigues respondeu que pode ser que o atual vice-presidente da República faça em torno dele uma articulação de um "projeto correto, apartidário, apolítico, que recupere a credibilidade do País interna e externamente". "Viajo muito e converso constantemente com investidores. Há uma clara sensação de insegurança por parte dos investidores, jurídica e institucional."

Questionado se a Operação Lava Jato perderia força em um eventual impeachment, Rodrigues respondeu que a operação é a grande novidade, uma mudança significativa no País. "Fizemos um movimento parecido lá atrás, com o Mensalão, mas não chega aos pés da Lava Jato pela grandeza, pela magnitude (desse processo). Acho que esse é um ponto que não pode ser mais perdido", afirmou. "Me preocupa um pouco o risco da banalização do processo. A lista dos não sei quantos da Odebrecht, uma remissão aos anos 80. Não acho que esse seria o melhor caminho. O foco tem que ser mais em cima da Petrobras e ir até o fim. Punir quem tem que ser punido e criar uma nova imagem para o País. A Lava Jato lava a alma do povo que se sente, de certa forma, compensado. Tem de continuar (a investigação)", opinou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, presidente do conselho deliberativo da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), afirmou nesta quinta-feira (6), ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, que o reajuste de 3% da gasolina nas refinarias não deve melhorar a margem do etanol, mas o repasse da alta de 5% no valor do diesel ampliará os custos do setor. O diesel é o combustível mais utilizado em tratores e caminhões na produção e transporte, tanto da cana quanto do etanol por parte das usinas.

"O aumento diesel é mais custo para o nível de rentabilidade do etanol e essa alta não beneficia nada", disse Rodrigues, salientando que a principal demanda do setor no curto prazo é o retorno da cobrança da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre a gasolina. "O que tem de funcional para nós é a Cide e espero que ressurja com o tempo."

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O ex-ministro da Agricultura e diretor do Centro de Agronegócio da Fundação Getulio Vargas (GV Agro), Roberto Rodrigues, avaliou nesta segunda-feira, 06, que o agronegócio deve seguir dividido no segundo turno. "É outra eleição e vamos ver o que vai virar. O Aécio (Neves) deu uma arrancada impressionante nessa fase final, está em processo ascendente, mas o cenário ainda é incerto", disse Rodrigues, eleitor declarado do senador do PSDB.

Rodrigues lembrou que Dilma Rousseff (PT) terá o apoio da senadora e líder ruralista Kátia Abreu (PMDB-TO), reeleita neste domingo e apontada por ele como futura ministra da agricultura caso a presidente tenha um segundo mandato. "Acho também que os produtores da fronteira agrícola devem apoiar Dilma, pois são muito gratos a ela pelo apoio nos financiamentos rurais", disse o ex-ministro, se referindo aos agricultores do Centro-Norte do País.

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Já a posição do setor sucroenergético, cuja maioria das lideranças apoiou Marina Silva (PSB) no primeiro turno, ainda é incerta na avaliação de Rodrigues. "Não sei como vai ser, mas é um setor que está aborrecido com Dilma", concluiu o ex-ministro, que preside o conselho deliberativo da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica).

O ex-ministro da Agricultura e coordenador do Centro de Agronegócio da Fundação Getulio Vargas (GV Agro), Roberto Rodrigues, disse, na quarta-feira (12) que é recorrente entre os empresários a ideia de que o Brasil será rebaixado pelas agências de classificação de risco, diante do clima pessimista externo e de investidores com o País.

"Participei (nesta quarta-feira) de uma reunião com lideranças e empresários e a fase de lua de mel com o Brasil acabou. As pessoas olham para o Brasil com insegurança e o País deixou de ser um receptor de investimentos", disse. "Não há mais o mesmo interesse e a vontade de investir aqui; a ideia de que a gente perderá espaço no grau de investimento é recorrente", completou, ao Broadcast, serviço de informações da Agência Estado.

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Na avaliação do ex-ministro da Agricultura, o que mais incomoda é o fato de o "desânimo" diante do cenário brasileiro superar a realidade. "(A economia) está ruim, mas não tão grave ainda. O estado de espírito é pior que a situação real, e esse estado de espírito pode piorar ainda mais a situação."

Agroenergia

Rodrigues fez duras críticas à política do governo para a área de agroenergia, ou seja, a energia produzida principalmente com a queima do bagaço de cana, que poderia socorrer o sistema com oferta nos períodos de reservatórios com níveis reduzidos.

"Há uma incompetência terrível do governo na área de agroenergia. Só com a cogeração temos uma (oferta reprimida equivalente à usina de) Belo Monte no Estado de São Paulo. Mas os leilões (de energia nova) foram dirigidos para outras fontes", disse ele.

Com os preços baixos, companhias do setor de açúcar e álcool evitaram ofertar energia nos leilões do governo. Sem a demanda do setor, Rodrigues lembra que as empresas produtoras de caldeiras para geração de energia térmica com bagaço da cana estão praticamente paradas.

Para o ex-ministro, a "prática desmente" as notícias de que não há risco de apagões no País. "Por enquanto, as notícias são de que não há risco de desabastecimento de água e de apagões estruturados. Mas a prática desmente isso. Não é generalizado, mas tem apagão aqui e ali." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Primeiro ministro da Agricultura na gestão Lula, o engenheiro agrônomo Roberto Rodrigues foi chamado pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos, provável candidato do PSB à Presidência no ano que vem, para reduzir a resistência do agronegócio ao embarque de Marina Silva em seu projeto. Ele conseguiu cumprir a missão, mas alerta que a ex-ministra do Meio Ambiente precisa "flexibilizar" seu discurso se quiser o apoio do setor em 2014.

O governador Eduardo Campos o procurou depois da entrada de Marina no PSB. Como está sendo esse diálogo?

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Campos foi meu colega de ministério. Tínhamos uma relação muito boa quando ele era ministro de Ciência e Tecnologia. Ele me procurou logo depois da aproximação com a Marina porque houve uma reação negativa à aliança dentro do agronegócio. Perguntou se eu podia ajudar a criar uma ponte. Foi o que fiz: convoquei uma reunião com 30 líderes e ele fez uma exposição sobre o seu projeto político.

Como o setor avalia a possibilidade de Marina ser a candidata da chapa à Presidência?

Ele garantiu que será o candidato. Mas é evidente que ela terá um papel fundamental.

O veto de Marina ao Ronaldo Caiado (deputado da bancada ruralista) foi uma radicalização?

Foi uma infelicidade dela romper dessa forma com um aliado de Eduardo Campos. Não foi uma coisa sábia de se fazer em um processo eleitoral.

Ela disse na ocasião que criticava apenas o setor atrasado do agronegócio...

É uma forma pouco inteligente de dividir o setor. É como dizer que existe ambientalista atrasado e moderno. Isso pegou mal.

A influência que ela poderia ter em uma eventual gestão Campos assusta o setor?

A Marina e o pessoal que está em torno dela precisam flexibilizar um pouco mais a posição. Tenho conversado com ela e sinto que há uma vontade de flexibilizar. O setor mostrou interesse nessa flexibilização. Precisa agora que a Marina mostre o mesmo interesse.

Que gesto de ‘flexibilização’ o agronegócio espera de Marina?

Essa é uma questão delicada, pois a agenda é enorme. Talvez o primeiro passo seja ela reconhecer que os retrógrados existem em todos os segmentos, inclusive no ambientalista.

O tucano Aécio Neves também o procurou?

Sim, devo ter uma reunião com ele em breve. Qualquer candidato que nos procurar, pedindo ajuda para fazer um plano de governo, será atendido da mesma maneira: entregaremos a cada um o mesmo plano. O plano não é para esse partido ou para aquele. É um plano para o agronegócio brasileiro.

Esse plano já está pronto?

No Congresso da Abag (Associação Brasileira do Agronegócio) deste ano, eu fiz um discurso meio amargo, dizendo que eu não aguento mais discutir os problemas do agronegócio. O diagnóstico todo mundo já sabe. O problema é a solução. Então eu sugeri que, para o congresso do ano que vem, que será em agosto, portanto a dois meses das eleições, nós façamos um projeto de um plano de ação, de estratégia para a agricultura brasileira. E vamos submeter esse plano publicamente aos candidatos. Aquele que se comprometer com o conjunto mais importante de demandas será apoiado.

Ainda não foi formalizado apoio a nenhum possível candidato?

Não. Hoje está todo mundo "assuntando", como a gente diz lá na roça.

Como o sr. avalia a relação atual do agronegócio com a presidenta Dilma Rousseff?

O agronegócio não está muito feliz com o governo Dilma porque considera que o Ministério da Agricultura tem sido tratado como uma moeda de troca política. Não quero entrar no mérito das qualidades do ministro (Antônio Andrade), que é meu amigo, mas a indicação dele se deu porque ele era presidente do PMDB de Minas. Apesar disso, ela fez uma aproximação importante com a (senadora) Kátia Abreu (PMDB). Esse fato nos dá um horizonte interessante.

Que horizonte?

Essa eleição está sendo marcada por uma novidade. Nunca participei de um processo pré-eleitoral como esse, no qual todos os pré-candidatos estão se aproximando do setor. Finalmente a sociedade brasileira entendeu a importância do agronegócio para a economia.

O que o setor espera do próximo presidente?

O que falta é uma estratégia para a agricultura. O Ministério da Agricultura tem uma política agrícola, mas não tem os instrumentos para colocá-la em prática. Quem decide sobre a construção de rodovia e ferrovia é o (Ministérios dos) Transportes; quem decide sobre as florestas é o Ministério do Meio Ambiente; quem decide o orçamento é o Ministério Planejamento. Se Jesus Cristo for o ministro da Agricultura e não tiver acesso a todas essas questões, ele não vai conseguir fazer nada. Não basta que o ministro seja escolhido com apoio do setor. A política agrícola brasileira tem que ser do governo, tem que ser do presidente da República. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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