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A safra de cana-de-açúcar do Centro-Sul de 2012/13 vai começar com atraso. Normalmente iniciada em meados de março, as usinas ligarão suas caldeiras a partir da segunda quinzena de abril na maioria das regiões produtoras em função das adversidades climáticas registradas no final de 2011 e no início de 2012. A forte estiagem registrada em dezembro atrasou o desenvolvimento da cana, que depois de um período de chuvas em janeiro, volta a sofrer com novo período de seca, que está reduzindo sua massa e, consequentemente, a produtividade da planta.

Além do atraso da colheita, o setor está preocupado com a repetição, nesta safra, do cenário de 2011, quando um menor volume de cana fez com que tanto a produção de açúcar como de etanol fosse afetada. O setor já trabalha com uma capacidade ociosa de mais de 100 milhões de toneladas. Com o atraso da safra nova, os preços elevados de açúcar e etanol da entressafra podem vigorar no mercado por mais tempo.

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Início da safra

Na região noroeste do Estado de São Paulo, onde estão as usinas da Guarani, a expectativa é de que a colheita tenha início em torno do dia 15 de abril, um atraso de até 15 dias. "Toda a região está sofrendo muito com a falta de chuvas, o que atrasou o desenvolvimento da cana", explica o presidente da Guarani, Jacyr Costa Filho.

A região mais próxima do centro do Estado, em torno de Catanduva e Promissão, está registrando maiores efeitos da seca, o que deve levar a um atraso maior no início da safra. "As usinas da região de Catanduva vão entrar em operação a partir da segunda quinzena de abril, se estendendo até maio", explica Carmen Ruete de Oliveira, diretora do grupo Virgolino de Oliveira, com usinas na região. Segundo ela, uma maior definição dos efeitos do clima e da seca apenas estará disponível a partir do fim de março. "Mas, neste momento, o quadro que se mostra é de uma safra com menor produtividade", disse.

O presidente da Renuka do Brasil, Humberto Junqueira de Farias, disse que a colheita da cana de suas usinas também começará mais tarde. A Renuka, que possui unidades em Promissão e em Brejo Alegre, as duas no interior paulista, irá começar a colheita na segunda quinzena de abril em uma unidade e em maio na outra.

No Pontal do Paranapanema a seca afetou menos o desenvolvimento da cana e o atraso será de apenas alguns dias. Segundo o presidente da Umoe Bioenergy, Rubens Approbato Machado Júnior, a moagem da usina, localizada em Sandovalina, deve ter início na primeira metade de abril com uso mais agressivo de maturador e moendo áreas de reforma.

Já nas usinas da São Martinho, localizadas mais na parte central do Estado de São Paulo, as chuvas tem sido mais frequentes, minimizando os efeitos da estiagem. Para o presidente da São Martinho, Fábio Venturelli, a colheita deve começar em torno do início da segunda quinzena de abril. "Em relação ao plantio, o clima não ajudou na região de Araçatuba, foi satisfatório em Ribeirão Preto e foi muito favorável em Piracicaba", disse Venturelli.

A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) deve divulgar sua primeira estimativa para a safra de cana 2012/13 do Centro-Sul no final de março. Na média, executivos do setor estimam uma safra em torno de 520 a 530 milhões de toneladas, um crescimento de 5% a 7% em relação aos 495 milhões de toneladas registradas em 2011/12. Se concretizado, o crescimento será insuficiente para atender a capacidade ociosa do setor.

A safra brasileira de grãos em 2012 deve ser 1,5% menor do que a safra recorde de 2011 (159,9 milhões de toneladas), informou hoje o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em seu Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de fevereiro. A produção de cereais, leguminosas e oleaginosas para 2012 está estimada em 157,5 milhões de toneladas. A projeção de produção anunciada hoje é 0,8% inferior ao prognóstico da safra 2012 de janeiro (158,7 milhões de toneladas).

A área a ser colhida em 2012 deve somar 50,3 milhões de hectares, um aumento de 3,4% em relação à área em 2011. Esta área é recorde para a pesquisa, cuja série histórica inicia em 1975.

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Em fevereiro, o IBGE apurou aumentos nas estimativas de produção para 2012 ante o desempenho de 2011 em apenas 7 dos 26 produtos da safra brasileira. É o caso das projeções dos aumentos projetados nas produções de algodão herbáceo em caroço (1,5%), café em grão arábica (16,2%), café em grão robusta (9,6%), cana-de-açúcar (16,7%), feijão em grão 2ª safra (21,4%), milho em grão 1ª safra (1,6%) e milho em grão 2ª safra (30,2%).

Em contrapartida, houve reduções nas estimativas de produção para 2012 em comparação com o ano passado em amendoim em casca 1ª safra (-9,6%), amendoim em casca 2ª safra (-1,1%), arroz em casca (-13,2%), aveia em grão (9,6%), batata-inglesa 1ª safra (-8,6%), batata-inglesa 2ª safra (-8,6%), batata-inglesa 3ª safra (-2,0%), cacau em amêndoa (-6,2%), cebola (-3,6%), cevada em grão (-12,7%), feijão em grão 1ª safra (-12,2%), feijão em grão 3ª safra (-5,7%), laranja (-0,3%), mamona em baga (-28,6%), mandioca (-0,1%), soja em grão (-9,3%), sorgo em grão (-10,0%), trigo em grão (-9,1%), e triticale em grão (-2,1%).

De acordo com o instituto, soja, milho e arroz serão as três principais culturas da safra de grãos de 2012 e representarão juntas 90,7% da produção total, com expectativa de ocupar 83,1% da área a ser colhida este ano. O IBGE destacou que houve fortes reduções nas estimativas para a produção de 2012 em comparação com o desempenho de 2011 em arroz e soja, respectivamente com recuos de 13,2% e de 9,3%. Entretanto, a projeção para a produção do milho em 2012 aumentou 12,8% em relação ao ano passado. Quanto à área a ser colhida, o arroz apresenta queda de 9,6%: o milho, um acréscimo de 11,3% e a soja um aumento de 2,1%, frente ao apurado em 2011.

Segundo o instituto, a produção prevista para os produtos da safra de verão (algodão, amendoim, arroz, feijão, mamona, milho e soja) é de 119,5 milhões de toneladas, 6,6% menor que a registrada para esse conjunto em 2011 (127,9 milhões de toneladas).

A Secretaria Executiva da Agricultura Familiar da Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária do Governo do Estado está promovendo, durante esta semana, o ciclo de capacitação do Programa Garantia Safra no Agreste de Pernambuco. Serão cerca de 50 municípios que vão estar representados nos encontros, realizados nas cidades de Arcoverde, no Sertão do Estado, Caruaru e Garanhuns, ambas no Agreste. A programação na região será encerrada no hotel Vila Rica, em Caruaru, nesta quinta-feira (22).

De acordo com o coordenador do Garantia Safra, Ricardo Jucá, a região ainda apresenta uma baixa adesão ao seguro. “A capacitação enfoca a convivência dos produtores com o semiárido, trazendo ao conhecimento das representações dos agricultores familiares uma política pública criada para atender o pequeno produtor inscrito com um seguro pago no caso de perda de safra por seca ou excesso de chuvas”, explica.

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Também estão sendo expostas as melhorias do programa e ações de combate à pobreza em áreas rurais. “Buscamos envolver os representantes dos conselhos municipais, apresentando as novas diretrizes e as perspectivas dessa ação do Estado de Pernambuco”, reforça o secretário Executivo de Agricultura Familiar, Aldo Santos.

O cronograma de trabalho do Garantia Safra foi iniciado pelo Sertão, onde cinco capacitações foram realizadas, envolvendo 52 municípios. Segundo Aldo Santos, mais de 400 representantes de conselhos municipais, sindicatos e associações de trabalhadores rurais, secretários municipais de agricultura e técnicos do IPA participaram do treinamento.

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