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O governo do Japão pedirá a dissolução da Igreja da Unificação, conhecida como Seita Moon, ao fim de uma investigação após o assassinato do ex-primeiro-ministro Shinzo Abe em julho de 2022, disse o ministro da Educação, Masahito Moriyama, nesta quinta-feira (12).

"Levando-se em consideração os graves danos causados" por esta organização, o governo considera que "se trata de um caso que pode ser objeto de uma ordem de dissolução", declarou o ministro Moriyama à imprensa, após uma reunião com um grupo de especialistas.

O governo poderá solicitar a dissolução da organização em um tribunal de primeira instância de Tóquio nesta sexta-feira, conforme os jornais locais.

O suspeito do assassinato, Tetsuya Yamagami, agiu por ressentimento contra a Seita Moon, que conseguiu de sua mãe vultosas doações, deixando a família na bancarrota. O homem também pensava que o ex-primeiro-ministro era alguém próximo daquela seita.

Shinzo Abe não era membro da Igreja da Unificação, mas, em 2021, participou de um colóquio organizado por um grupo afiliado a essa seita. O evento contou com a presença de outros políticos, como o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump.

O grupo, que passou a se chamar Federação das Famílias para a Paz e Unificação Mundial, negou qualquer irregularidade de sua parte e se comprometeu a evitar que seus membros façam doações "excessivas".

Muitos ex-membros criticaram publicamente as práticas da seita, acusada de impor metas de doação a seus fiéis.

As revelações sobre seus vínculos com figuras políticas importantes no Japão contribuíram para a queda da popularidade do atual governo, liderado por Fumio Kishida.

Em outubro de 2022, Kishida ordenou a abertura de uma investigação sobre a Igreja da Unificação.

Se o tribunal ordenar a dissolução, a Igreja da Unificação perde suas isenções fiscais, mas pode continuar exercendo suas atividades religiosas.

Até agora, apenas dois grupos religiosos foram sujeitos a tal ordem no Japão. Um deles é a seita Aum Shinrikyo, responsável pelo ataque com gás sarin no metrô de Tóquio, em 1995.

Fundada na Coreia em 1954 por Sun Myung Moon, a seita Moon se desenvolveu fortemente nas décadas de 1970 e 1980, também no Japão. Moon (1920-2012) estabeleceu relações com o avô de Shinzo Abe, Nobusuke Kishi, que foi primeiro-ministro do Japão no final dos anos 1950.

O primeiro-ministro japonês anunciou nesta quarta-feira (31) que seu partido romperá todos os vínculos com a Igreja da Unificação, conhecida como "seita Moon", relações que vieram à tona após o assassinato do ex-primeiro-ministro Shinzo Abe.

"O rompimento de laços entre a organização em questão" e os parlamentares do Partido Liberal Democrático (PLD, direita conservadora) se tornará a norma do partido, declarou Fumio Kishida em entrevista coletiva.

Os funcionários eleitos e os representantes políticos "devem ser cuidadosos em suas relações com organizações consideradas problemáticas pela sociedade", acrescentou, prometendo uma investigação sobre os vínculos entre os membros do PLD e a Igreja da Unificação.

O assassinato do ex-primeiro-ministro Shinzo Abe em julho por um homem que o culpou por seus supostos vínculos com o grupo religioso reacendeu as polêmicas sobre a organização no Japão.

Muitos ex-membros acusam a "seita Moon" de ter abusado economicamente deles.

A popularidade de Kishida caiu depois que as relações mantidas por deputados do PLD - incluindo membros de seu governo - e a Igreja da Unificação vieram à tona.

Kishida reorganizou seu governo no início de agosto, mas alguns membros de sua nova equipe de governo também têm ligações com a seita Moon.

O primeiro-ministro também defendeu nesta quarta-feira sua decisão de realizar um funeral de Estado para Abe, depois que a controvérsia surgiu sobre o gasto de dinheiro público no memorial, o maior para um ex-líder japonês desde 1967.

A cerimônia está marcada para 27 de setembro em Tóquio.

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