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O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio de Almeida, disse nesta sexta-feira (27) que a pasta vai entregar um relatório detalhado sobre a situação dos yanomamis para organismos internacionais. Segundo o ministro, as informações também servirão para basear as decisões do governo brasileiro para dar assistência aos indígenas. As declarações do ministro foram dadas após reunião com a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber.

O ministro explicou que a pasta tem conexões com as entidades internacionais e a politica de diretos humanos é baseada em tratados internacionais. Na avaliação do ministro, os fatos podem levar à condenação internacional do país.

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“Se houver elementos que possam, no momento adequado, levar a essa conclusão [responsabilização do governo Bolsonaro] pelas autoridades responsáveis pela apuração, pode acontecer. O Brasil tem outras condenações no âmbito internacional. O Brasil precisa mudar a postura”, afirmou.

Sobre a investigação do STF envolvendo a suspeita de envio de informações falsas à Corte sobre a situação da população indígena yanomami, Almeida disse que o caso também é avaliado pela pasta. “Vamos apurar isso e o ministério vai fornecer todas as informações necessárias”, disse.

O ministério já identificou que notas técnicas produzidas no governo anterior opinaram contrariamente a um projeto de lei para levar leitos de UTIs, medicamentos, vacinas e alimentação aos indígenas.

A crise que afeta as comunidades da Terra Indígena Yanomami levou o governo federal a decretar Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional para combater a desassistência sanitária dos povos que vivem na região. A portaria foi publicada na noite do dia 20 em edição extra do Diário Oficial da União. No sábado (21), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministros de Estado visitaram Roraima para acompanhar a situação dos indígenas.

Ao final do seu discurso de posse nesta terça-feira (3), Silvio Almeida, novo ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, enumerou alguns dos compromissos que pretende cumprir nas primeiras semanas de sua gestão. "Estamos criando uma assessoria especial de empresas e direitos humanos", anunciou o ministro empossado.

A nova diretriz foi justificada por Almeida pelo "amplo leque de violação aos direitos humanos" que ocorreria no setor. "Precisamos dialogar com os que conduzem a economia brasileira."

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O compromisso foi firmado em meio a acenos para o diálogo com diversos setores da sociedade. Almeida se comprometeu a, junto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), "editar novos atos legislativos de espaços participativos" e reforçou que "os direitos humanos não podem ser apenas uma barreira sanitária".

Outro compromisso firmado pelo novo ministro é o de proteger os defensores de direitos humanos, por meio da criação de um novo programa com essa finalidade específica. "Daremos especial atenção aos defensores ambientalistas, que são os que mais morrem", afirmou o novo ministro, relembrando os casos de Dorothy Stang, Bruno Pereira e Dom Phillips - os dois últimos, assassinados em 2022.

A medida foi anunciada como uma forma de cumprir recomendações de órgãos internacionais e tratados ratificados pelo Brasil. Contudo, o novo ministro também acenou para a importância de "uma linguagem de direitos humanos que não fale apenas a linguagem dos órgãos internacionais".

O advogado, filósofo e professor Silvio Luiz Almeida tomou posse como novo ministro dos Direitos Humanos e Cidadania em cerimônia realizada na manhã desta terça-feira (3), no auditório do prédio de sua pasta. A presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Maria Thereza Rocha de Assis Moura, e Benedito Gonçalves, ministro da mesma Corte, estão presentes na cerimônia.

As ministras Luciana Santos (Ciência e Tecnologia), Sônia Guajajara (Povos Indígenas), Anielle Franco (Igualdade Racial), Esther Dweck (Gestão), Cida Gonçalves (Mulheres), Ana Moser (Esportes) e Marina Silva (Meio Ambiente) também acompanham presencialmente a solenidade.

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O discurso do novo ministro foi precedido de uma fala da deputada federal Maria do Rosário (PT-RS), que reforçou o papel da nova pasta de "refundar os direitos humanos no Brasil". Em dado momento, ao relembrar medidas do governo anterior, a fala da parlamentar foi interrompida pela plateia, que entoou "sem anistia".

O padre paulistano Júlio Lancelotti, quadro nacional na defesa de direitos humanos, participou remotamente do evento e também fez uma fala em apoio ao novo ministro.

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