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A primeira congressista muçulmana de origem somali dos Estados Unidos denunciou nesta quarta-feira a perseguição de um taxista com uma linguagem "odiosa" e "islamofóbica" no momento em que visitava Washington.

Ilhan Omar - uma ex-refugiada que usa o véu islâmico - foi eleita em novembro pelo estado de Minnesota. Ela disse que as "provocações e ameaças" aconteceram depois que saiu de uma reunião na Casa Branca e seguia para o hotel.

"Estava no táxi e comecei a ser submetida às mais odiosas, depreciativas, islamofóbicas e sexistas provocações e ameaças que já vivenciei", escreveu Ilhan Omar em sua página do Facebook.

"O taxista me chamou de ISIS (sigla em inglês do grupo Estado Islâmico) e ameaçou tirar meu hijab", completou.

A congressista desceu do táxi e escreveu no Facebook que pretende denunciar o incidente quando retornar a Minneapolis, porque o taxista sabia onde ela estava hospedava em Washington.

"Ainda estou abalada por este incidente e não entra na minha cabeça como seres temerários estão demonstrando seu ódio em relação aos muçulmanos", escreveu Omar.

A vitória de Ilhan Omar foi notável em uma campanha na qual o candidato à presidência republicano Donald Trump criticou os imigrantes e refugiados muçulmanos antes de vencer a eleição para a Casa Branca.

O FBI informou em novembro que os crimes de ódio contra muçulmanos aumentaram 67% no ano passado nos Estados Unidos, o maior nível desde alta registrada após os ataques terroristas de 11 de setembro de 2011,

Um relatório do FBI documenta 257 crimes de ódio contra muçulmanos, contra 154 em 2014.

Quase um terço dos refugiados somalis nos Estados Unidos vive em Minnesota. O número chega 25.000, de acordo com dados de 2010, os últimos disponíveis.

Uma refugiada somali seguia nesta terça-feira em estado grave depois de tentar se imolar em Nauru, uma ilha do Pacífico para onde a Austrália envia os solicitantes de asilo, dias depois da morte de um iraniano em circunstâncias similares, indicou a imprensa australiana.

A Austrália foi muito criticada pelas organizações de direitos humanos por sua dura política em relação aos solicitantes de asilo. Sua marinha rejeita sistematicamente os barcos de clandestinos e os que conseguem chegar a sua costa são enviados a campos de detenção em Papua Nova Guiné ou Nauru - uma minúscula ilha do Pacífico - à espera de que seu pedido de asilo seja tramitado.

O ministro australiano de Imigração, Peter Dutton, explicou que o último incidente ocorreu na segunda-feira, mas acrescentou que a Austrália não mudará sua política.

"Nenhuma ação (...) levará o governo a se desviar de sua política. Não vamos permitir que as pessoas voltem a se afogar no mar", disse à imprensa em Canberra.

Os barcos de migrantes não chegam mais à costa australiana desde que o governo adotou esta política. Entre 2008 e 2013, ao menos 1.200 pessoas morreram afogadas tentando chegar à costa da Austrália.

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