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O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) disse nesta sexta-feira (12) que o rebaixamento da nota de crédito do Brasil pode ajudar no convencimento dos parlamentares em torno da reforma da Previdência.

A agência internacional de classificação risco de Standard & Poor's rebaixou ontem o país para três níveis abaixo do grau de investimento. Ela justificou sua avaliação negativa sobre o Brasil por conta da demora na implementação das reformas, principalmente a da Previdência, que poderiam reduzir os riscos fiscais do país.

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Para Rodrigo Maia, a avaliação da agência internacional pode contribuir para o avanço da proposta na Câmara “se parte do governo não tentar responsabilizar o Congresso”, disse o deputado à Agência Brasil.

Ele sinalizou que a responsabilidade pela aprovação da reforma também é do governo. “Todos têm responsabilidade. A liderança do governo é decisiva para aprovar a reforma”, acrescentou.

O Congresso Nacional está em recesso parlamentar até fevereiro. Neste período, líderes partidários estão se mobilizando junto à equipe do governo para garantir votos favoráveis à reforma.

Proposta tramita na Câmara desde 2016

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que altera as regras de acesso à aposentadoria tramita na Câmara desde o fim de 2016. A PEC foi aprovada em uma comissão especial da Câmara em maio do ano passado e, desde então, aguarda para ser analisada em plenário.

A tramitação da proposta, no entanto, ficou paralisada depois que chegaram à Câmara duas denúncias contra o presidente Michel Temer, apresentadas pela Procuradoria Geral da República.

As acusações que pesaram contra Temer por crime de corrupção passiva, obstrução da justiça e liderança de organização criminosa foram derrubadas em plenário pelos deputados.

No entanto, o processo de votação das denúncias gerou um desgaste na base aliada do governo e provocou o recuo do apoio de vários deputados em torno das reformas.

O quorum para aprovar a emenda é qualificado, precisa do apoio de 308 deputados, o que corresponde a dois terços do total de 513 parlamentares em dois turnos. A base governista ainda não conseguiu reunir os votos e a votação da reforma foi adiada para fevereiro.

A crise política foi um balde de água fria para o setor real da economia. Projetos que começavam a ser desengavetados pela retomada da atividade que estava se desenhando voltaram para a gaveta, à espera de qual será o encaminhamento das reformas. Enquanto isso, analistas começam a calcular as prováveis perdas no dia a dia das empresas e nos diversos setores.

Economistas já estão cortando as projeções de crescimento da economia este ano e no próximo. As estimativas preliminares sinalizam perdas para a atividade em 2017 entre R$ 25 bilhões, no cenário mais otimista, e R$ 170 bilhões, no mais pessimista, na comparação com que se esperava antes das denúncias envolvendo o presidente Michel Temer. É consenso entre os especialistas ouvidos pelo Broadcast/Estadão que o tamanho do estrago vai depender da duração da turbulência em Brasília e do desfecho da reforma da Previdência.

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Aos olhos dos investidores internacionais, o Brasil ficou mais arriscado, o que pode ser percebido na forte alta nas taxas do CDS (Credit Default Swap), uma espécie de seguro de crédito contra calotes. Esse papel chegou, no pior momento, a subir mais de 30%. Ontem, estava em 240 pontos base, alta de 21% comparado a um dia antes da delação da JBS.

Risco. A crise também acendeu o sinal de alerta nas agências de classificação de risco. A Standard & Poor’s (S&P) já colocou o País em observação para possível rebaixamento da nota soberana, por causa das "dinâmicas políticas mais estressadas", que podem afetar as reformas e o PIB. Ontem, a Moody’s alterou ontem a perspectiva do rating brasileiro de "estável" para "negativa", indicando que aumentou a chance de a nota ser rebaixada (ver box).

Os primeiros impactos da crise apareceram nos indicadores financeiros. Em apenas uma semana, as empresas brasileiras perderam R$ 161 bilhões em valor de mercado, segundo a Economática. Já as companhias com dívidas em dólar viram seus passivos aumentarem em R$ 7,2 bilhões. É claro que estes números podem ser revertidos se a situação se resolver, mas a deterioração do cenário econômico por causa da turbulência política já fez empresas adiarem planos de captação de recursos. A Log Commercial, do setor de logística e controlada pela MRV Engenharia, e a Ser Educacional, por exemplo, desistiram de ofertas de ações. Por sua vez, o IRB Brasil Re decidiu adiar sua aguardada abertura de capital.

A paralisia nas empresas já sinaliza impacto negativo para o PIB. A LCA Consultores acha pouco provável a manutenção da sua estimativa inicial de um crescimento de 0,9% este ano. O economista Francisco Pessoa Faria acredita que o mais provável é que a crise tenha um impacto de 0,4 ponto porcentual no PIB deste ano, trazendo a expansão para 0,5% e ocasionando perdas de R$ 25 bilhões, em um cenário mais favorável. Em um caso mais adverso e menos factível, a consultoria estima uma retração de 1,1% no PIB, com uma perda de R$ 127 bilhões. "Ainda existe muita fragilidade em todas as projeções, porque a conjuntura é muito incerta", pondera.

O rebaixamento das notas de crédito de empresas brasileiras está diminuindo, após alcançar um pico entre setembro do ano passado e fevereiro deste ano, mas a grande maioria das companhias, ao redor de 75%, ainda tem a perspectiva da nota negativa ou está em observação ("creditwatch") negativa. Isso significa, segundo o diretor da agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P) para ratings corporativos, Eduardo Uribe, que elas podem ter piora da avaliação nos próximos meses.

Para a agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P), "uma quantidade significativa de riscos" ainda persistem no cenário brasileiro, sobretudo vindos da Lava Jato, que quarta-feira (19) prendeu o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha. A avaliação é do diretor-gerente da S&P, Roberto Sifon-Arevalo.

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Os riscos vindos da Lava Jato e da prisão de Cunha podem ter efeito na execução de políticas econômicas do presidente Michel Temer. "E é isto que vamos monitorar", disse o diretor da agência. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, negou que teria mantido ao longo da sexta-feira qualquer conversa com a presidente Dilma Rousseff sobre a meta de superávit primário de 0,7% na proporção do Produto Interno Bruto (PIB). "Hoje eu não falei (com a presidente Dilma) sobre meta fiscal", negou o ministro que fez palestra durante jantar de confraternização da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) ontem à noite.

Durante a sexta-feira circularam informações de que Levy teria sido chamado pela presidente para participar, com a presença do ministro do Planejamento e Orçamento, Nelson Barbosa, de reunião para tratar da mudança da meta. Levy também disse que não teria condicionado a sua permanência no governo à manutenção da meta de superávit primário, de 0,7% do PIB.

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Mas ao ser perguntado se estaria brigando dentro do governo para manter a meta de superávit, Levy disse que "se a gente se acomodar e disser que é difícil, poderemos ter uma surpresa ruim, o rebaixamento (perda do grau de investimento)", o que tornaria o crédito ainda mais difícil.

De acordo com o ministro é preciso entender a sua insistência pela manutenção da meta fiscal dentro do seu devido contexto. Ele fez uma analogia com o movimento do Grupo Passe Livre, em 2013, pela não aumento de R$ 0,20 na passagem de ônibus na capital paulista. "Tem que entender a história no seu contexto. Não são os R$ 0,20. Não se trata de o ministro querer, o ministro quer", disse.

Como sempre digo, continuou Levy, a questão não pode ser unidimensional. "Se você ficar só nisso e não olhar as outras coisas, não tiver reforma do ICMS, do Pis/Cofins, se não melhorar os Conselhos que dão transparência no relacionamento entre Estado e as empresas, a fórmula não fica completa. E aí fica difícil ter a economia voltando e alcançar o 0,7%", acrescentou.

A diretora-gerente de ratings soberanos da agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P), Lisa Schineller, afirmou nesta terça-feira (24)  durante teleconferência sobre a manutenção do rating do Brasil e da Petrobras, que o escândalo de corrupção na estatal afeta o dia a dia do Congresso e a agenda do governo, já pressionando o crescimento do País.

Lisa explicou que os problemas da Petrobras têm prejudicado a popularidade da presidente Dilma Rousseff e também podem afetar o governo pelo lado fiscal. Apesar de o cenário base da S&P não contemplar uma ajuda do governo à estatal, isso é levado em conta, já que a companhia tem uma dívida muito grande, sendo que parte dessas obrigações poderia migrar para o Tesouro.

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A representante da S&P afirmou que o crescimento também está sendo afetado pelo ajuste fiscal e o aperto monetário, mas que mesmo assim a agência assume um comprometimento do governo com a execução dessas correções, "um comprometimento que deve durar para os próximos meses e anos". "As fraquezas na economia brasileira cresceram, mas o ajuste deve corrigir parte delas", comentou.

A Bovespa abriu o pregão desta terça-feira, 24, em alta na esteira da manutenção do selo de bom pagador do Brasil pela Standard & Poor's (S&P). As ações da Petrobras também respiram aliviadas pela decisão da mesma agência de classificação de risco em rebaixar apenas a perspectiva da nota da estatal - e não o rating em si - o que ajuda a dar ritmo à renda variável local. Nos demais mercados domésticos, o dólar e os juros futuros seguem em queda, em reação ao voto de confiança dado pela S&P.

Às 10h22, o Ibovespa subia 0,38%, aos 52.104,67 pontos, na pontuação máxima do dia. O índice à vista ainda não operou em baixa hoje. Operadores das mesas lembram, porém, que a Bolsa brasileira subiu quase 7,0% na semana passada "só com notícia ruim, então pode ser que essa manutenção do rating pela S&P já tenha sido antecipada pelo mercado", afirmaram ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado.

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Sobre a revisão da perspectiva do rating da Petrobras para negativa, um dos profissionais consultados acredita que a decisão não surpreende, uma vez que a estatal ainda está devendo seu balanço financeiro auditado e com as baixas contábeis e tampouco tem tomado qualquer decisão concreta no sentido de reduzir sua dívida. No mesmo horário, os papéis ON e PN da Petrobras subiam 0,98% e 0,75%, nesta ordem.

Conforme apurou o Broadcast, os investidores estão mais tranquilos diante da decisão da S&P de revisar somente a perspectiva do rating da estatal para negativa, de estável. O rating da companhia foi mantido em BBB-, a apenas um degrau de perder o grau de investimento. No comunicado, a agência de classificação de risco afirma que a revisão da perspectiva reflete a dificuldade da Petrobras em conseguir financiamento para seu plano de investimento, que poderia aumentar a produção e desalavancar seu orçamento.

Já no mercado futuro em Wall Street, no mesmo horário, o índice Dow Jones ganhava 0,03%, enquanto o S&P 500 caía 0,02%, digerindo os números sobre a inflação ao consumidor (CPI) norte-americano. Enquanto o índice cheio registrou em fevereiro a primeira alta desde outubro, em +0,2% ante janeiro, o núcleo do CPI, que exclui itens voláteis, cresceu mais que o esperado, em iguais 0,2%, ante previsão de +0,1%.

Em reação, o dólar e os juros dos Treasuries ganharam força no exterior, uma vez que a melhora no comportamento dos preços no varejo sugere que o Federal Reserve pode se aproximar de um aperto monetário. Contudo, a moeda norte-americana ainda perdia terreno ante as divisas de países emergentes e correlacionadas às commodities.

O dólar à vista abriu em queda nesta terça-feira, 24, na primeira reação dos negócios no balcão à decisão da Standard & Poor's (S&P), ontem, de manter o rating global do Brasil em BBB-, com perspectiva estável. O voto de confiança dado pela agência de classificação de risco ao governo brasileiro também traz alívio nos prêmios dos juros futuros. Porém, a agenda doméstica do dia está carregada, com as atenções dos investidores divididas entre os indicadores econômicos e os eventos programados em Brasília, o que tende a limitar os ajustes à decisão da S&P.

Por volta das 9h20, no mercado de balcão, o dólar à vista era cotado a R$ 3,0920, em baixa de 1,87%, na mínima. No exterior, prevalece também um viés negativo da moeda norte-americana ante as demais rivais. Já na BM&FBovespa, o DI para janeiro de 2016 tinha taxa de 13,55%, de 13,60% no ajuste de ontem; o DI para janeiro de 2017 estava em 13,36%, de 13,45% no ajuste da véspera; e o DI para janeiro de 2021 projetava taxa de 12,84%, de 12,99% no ajuste anterior.

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Os negócios domésticos reagem hoje à decisão, anunciada no fim da tarde de ontem, da S&P, uma vez que os mercados regulares já estavam fechados, embutindo alguns ajustes em baixa na sessão estendida com as taxas do DIs e também na cotação do contrato futuro do dólar, ainda na segunda-feira. Logo mais, a partir das 10 horas, tem início uma teleconferência da S&P para comentar os motivos da decisão, com a participação da chefe da equipe que analisa o rating soberano do Brasil pela S&P, Lisa Schineller.

É válido lembrar que a S&P era uma das agências de classificação de risco que mais preocupavam, pois a nota do Brasil está apenas um grau acima do especulativo, e um rebaixamento do rating soberano poderia ser acompanhado pelas demais agências, o que provocaria uma fuga de recursos investidos no País. O governo brasileiro recebeu a notícia com grande alívio e avalia que a S&P deu um voto de confiança, fortalecendo o cacife ao ajuste fiscal proposto pela equipe econômica.

Porém, o cenário político e econômico segue desafiador, com o Executivo ainda precisando convencer seus aliados a apoiar os ajustes na economia. Ao mesmo tempo, trazem certo desconforto notícias sobre uma eventual revisão de pontos do ajuste fiscal, como os cortes dos benefícios trabalhistas.

Com isso, chama atenção a extensa pauta em Brasília hoje. Na Câmara do Deputados, deve entrar hoje à tarde para votação o projeto de lei que prorroga a política de correção do salário mínimo até 2019, mas também está no radar a participação do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, a partir das 10 horas. Os agentes financeiros seguem ávidos por pistas sobre o programa de swap cambial, previsto para acabar no fim do mês.

A Standard & Poor's reafirmou rating de crédito corporativo da Petrobras em BBB-, com perspectiva estável. O rating da dívida sênior não garantida da Petrobras International Finance Co. e o da Petrobras Global Finance também foram mantidos em BBB-. O perfil de crédito individual da Petrobras foi rebaixado para bb, de bbb-.

Segundo a S&P, "os ratings da Petrobras refletem nossa visão de uma probabilidade "muito alta" de que o governo vá prover "um apoio extraordinário suficiente e oportuno à companhia na eventualidade de um estresse financeiro".

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A agência também disse que a revisão para baixo do perfil de crédito individual da Petrobras "reflete uma projeção de liquidez mais fraca, acesso mais restrito ao mercado para financiamento e uma geração de fluxo de caixa potencialmente mais fraca, à luz das investigações sobre corrupção que estão em andamento". A S&P ressalva que a revisão não afeta os ratings finais da companhia. Fonte: Dow Jones Newswires.

Apesar do rebaixamento da nota do Brasil pela agência Standard & Poor's, o país tem compromisso com o controle da inflação e a diminuição da dívida pública, disse neste sábado (29) a presidenta Dilma Rousseff. Em evento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), na Bahia, ela ressaltou que a economia do país continua com bons fundamentos, mas tem o desafio de melhorar os serviços públicos e aumentar a produtividade.

Sem se referir diretamente à decisão da agência de classificação de risco, Dilma declarou que os números mostram que a economia brasileira continua sólida. “Não nos abalaremos com julgamentos apressados, com conclusões precipitadas que a realidade desmentirá. Todos sabemos que, em economia, a realidade sempre se impõe”, disse.

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A presidenta lembrou que, nos últimos dez anos, a inflação tem ficado dentro da meta. Segundo ela, a dívida líquida do setor público, atualmente em 33,7% do Produto Interno Bruto (PIB), encerrará o ano em queda e o país tem reservas de quase US$ 380 bilhões, que fornecem lastro para lidar com qualquer volatilidade internacional. Dilma destacou ainda que o país acumula investimentos estrangeiros diretos de US$ 65 bilhões nos últimos 12 meses e que o programa de concessões de rodovias, aeroportos e portos e os leilões de energia elétrica, petróleo e gás trarão investimentos de US$ 80 bilhões para o Brasil nos próximos cinco anos.

“Em alguns momentos, expectativas, especulações, avaliações e até mesmo interesses políticos podem obscurecer a visão objetiva dos fatos. Para nós, o que importa é que continuaremos a agir para manter o pais no rumo certo, sem abdicar em nenhum momento do nosso compromisso fundamental com a solidez da economia e com a inclusão e o desenvolvimento social e ambiental do país”, acrescentou.

Apesar de reiterar a confiança na economia, a presidenta admitiu que o país tem novos desafios a enfrentar após o aumento da renda na última década. Segundo ela, o principal desafio consiste em aumentar a produtividade e melhorar a infraestrutura, a educação e a eficiência dos serviços públicos. “Temos o desafio de acolher e atender às reivindicações que surgiram na população. Criamos um imenso contingente de cidadãos com melhores condições de vida e mais conscientes dos direitos”, declarou.

A presidenta comentou os desafios da economia brasileira na cerimônia de abertura da 55ª Reunião da Assembleia dos Governadores do BID, na Costa do Sauípe, na Bahia. No encontro, a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, assumiu a presidência da Assembleia de Governadores da instituição. Para Dilma, o apoio do banco de fomento é importante para financiar investimentos sociais, projetos de infraestrutura e de integração regional num momento de recuperação da economia internacional.

O presidente do BID, Luis Alberto Moreno, disse que tanto o Brasil como a América Latina têm o desafio de conciliar crescimento com desenvolvimento social em meio a uma população cada vez mais exigente em relação aos serviços públicos e à educação. Segundo ele, com menos recursos fluindo das economias avançadas para os países em desenvolvimento, a América Latina e o Caribe podem crescer 3,5% ao ano, mas essa taxa, declarou, é insuficiente para que a região se beneficie das mudanças tecnológicas globais.

“A discussão hoje não é se chegaremos a esse destino [desenvolvimento social], mas como chegaremos num contexto global mais resistente. Os países desenvolvidos estão se recuperando, mas os ventos internacionais agora estão menos favoráveis”, disse ele. Para o presidente do BID, a América Latina precisa de uma agenda que ataque as deficiências tecnológicas, educacionais, financeiras e ambientais.

Apesar de admitir preocupação com a situação fiscal do Brasil, a diretora para ratings soberanos para América Latina da Standard & Poor’s, Lisa Schineller, garantiu, em entrevista exclusiva ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, que a piora fiscal não significa que a nota soberana de crédito do Brasil está prestes a cair um degrau na categoria de grau de investimento, ficando mais perto da categoria especulativa.

"O outlook negativo não significa que uma mudança no rating é iminente. Isso pode ocorrer em um a dois anos", afirmou. Além disso, ela afirmou que é exagero dizer que o Brasil - entre os emergentes dos Brics, do qual fazem parte ainda Rússia, China, Índia e África do Sul - poderia ser o primeiro a perder o status de "grau de investimento". "A Índia tem nota BBB- com perspectiva negativa e está mais perto que o Brasil", disse.

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Hoje, o Brasil tem a nota em moeda estrangeira de BBB, com perspectiva negativa pela S&P. Das três principais agências de classificação de risco, a S&P é a única a colocar perspectiva negativa para o País. Segundo Lisa, os temores sobre perda do grau de investimento são exagerados e se devem a expectativas muito altas em relação ao País no momento de crescimento mais acelerado.

"O Brasil estava claramente superaquecido quando chegou a crescer 7,5% em 2010, quando o potencial era bem mais baixo, ao redor de 3,5%", disse. Mas julga exagero o pessimismo de agora. "Temos de considerar que o Brasil teve uma melhora importante na última década e está sendo subestimado."

Lisa ressaltou que há riscos para baixo diante da deterioração fiscal e crescimento fraco, especialmente com a proximidade das eleições, no ano que vem, e que o governo tem desafios para firmar a credibilidade de suas políticas. "Esse cenário pode levar a um rating mais baixo, mas repito que não significa que isso seja iminente. Claro que é sempre possível uma mudança a qualquer momento, mas nós não estamos com o rating de crédito do Brasil sob análise", reforçou.

Deterioração

Apesar dessa análise, a diretora para ratings soberanos para América Latina da Standard & Poor’s disse que os números recentes mostram deterioração no lado fiscal e que é necessário que o governo ponha em prática mudanças o quanto antes. "Os números da dívida estão indo na direção errada em termos de tendência", avaliou.

Segundo a diretora, o governo tem ressaltado "verbalmente" que vai melhorar a situação fiscal, como, por exemplo, desacelerando o ritmo de financiamentos por bancos estatais como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). "Mas o que queremos ver agora é execução, sinais concretos de mudança da política fiscal", afirmou.

Lisa lembrou que, independentemente das promessas que o governo faz, de que irá cumprir sua meta de superávit primário, tão importante quanto cumpri-la é como ela é atingida. "E nós não esperamos um resultado primário forte este ano ou no ano que vem", admitiu.

Por outro lado, embora a inflação siga alta e mais perto do teto da banda, Lisa ressalta que há hoje "mais flexibilidade monetária do que uma década atrás" e reconhece que o ambiente externo está "mais difícil atualmente". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A agência de classificação de risco Standard & Poor's estima que o crescimento médio do Produto Interno Bruto (PIB) na América Latina acelere para 3,5% em 2013, ante um número perto de 2,5% em 2012. Segundo a S&P, o crescimento do PIB da região será, essencialmente, baseado na recuperação da economia brasileira. O esforço do Brasil em dirigir o foco em investimento no médio prazo deverá dar suporte para um PIB mais elevado.

De acordo com análise intitulada 'crescimento econômico na América Latina deverá avançar levemente em 2013', "a aceleração (da região) é, essencialmente, baseada na recuperação no Brasil, onde estímulos fiscal, monetário e de crédito e o esforço para dirigir o foco para a perspectiva de investimento no médio prazo deverão, gradualmente, dar suporte para PIB e demanda doméstica mais elevados", escreveu a analista de crédito Lisa Schineller.

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"Para o México, cuja economia é bastante ligada à economia dos Estados Unidos, projetamos que o crescimento será levemente mais baixo, particularmente à medida que a economia sentir os efeitos de uma produção industrial norte-americana mais moderada". Para grande parte dos países menores na região, diz a analista, como Colômbia, Chile, Peru e Panamá, a S&P prevê crescimento do PIB praticamente constante em 2013, em taxas mais ou menos semelhantes às registradas em 2012.

"O esperado avanço (no crescimento) na América Latina é, no entanto, de expansão abaixo da média de 3,7% dos últimos 10 anos", cita Lisa. Em comparação ao ano passado a expectativa é de melhora gradual ao longo do ano. A S&P projeta crescimento do PIB dos EUA um pouco acima de 2%, estima média do crescimento da zona do euro em -0,1% e do PIB chinês em quase 8% para o ano corrente. As informações são da Dow Jones.

O euro acentuou levemente as perdas depois de a agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P) rebaixar de AAA para AA+ a nota de crédito da Linha de Estabilidade Financeira Europeia (EFSF, em inglês) - o mecanismo de resgate da zona do euro.

Às 16h27 (pelo horário de Brasília), o euro recuava para US$ 1,2664, de US$ 1,2678 na sexta-feira, e tinha queda para 97,22 ienes, de 97,70 ienes. As informações são da Dow Jones.

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A bolsa brasileira permaneceu no território negativo em grande parte desta terça-feira, mas buscou fôlego nos mercados internacionais para voltar ao azul no meio da segunda parte do pregão e recuperar os 59 mil pontos. A Bolsa fechou em alta de 1,06%, aos 59.536,16 pontos, nível mais elevado desde 25 de julho deste ano, quando o índice fechou em 59.970,54 pontos.

Os investidores renovaram as esperanças com a reunião de cúpula da União Europeia nesta semana, passando a ver a ameaça da Standard & Poor's de rebaixamento de rating na zona do euro como um potencial catalisador para os planos dos líderes da UE de estabelecer um pacto fiscal crível na região, mas, de acordo com operadores do mercado acionário, foi a notícia no britânico Financial Times, citando uma combinação de fundos de resgate que elevaria o poder de fogo na UE para 900 bilhões de euros, que deu o impulso para a renovação das máximas do dia nos momentos finais do pregão doméstico.

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Segundo o FT, as autoridades europeias discutem a possibilidade de a Linha de Estabilidade Financeira Europeia (EFSF, na sigla em inglês) não ser extinta depois de o Mecanismo de Estabilidade Europeu (ESM) ser introduzido, em meados de 2012. A capacidade total de empréstimos dos dois fundos totalizaria mais de 900 bilhões de euros, ou praticamente o dobro do poder de fogo atual. Na máxima, o Ibovespa atingiu 59.576 pontos, em 1,13%. Na mínima, caiu 0,70%, aos 58.497 pontos. Agora, o Ibovespa tende a buscar a resistência importante de 60.400 pontos, de acordo com um estrategista, um nível que pode ser alcançado nos próximos dias.

Embora o resultado do PIB brasileiro na margem (0,0%) no terceiro trimestre não tenha sido uma surpresa, a confirmação da perda de fôlego da atividade doméstica pesou sobre o desempenho dos papéis de construtoras na sessão de hoje. Em oposição, os papéis das elétricas, com caráter tradicionalmente defensivo, se beneficiaram neste pregão como ocorre em momentos em que a incerteza prevalece.

Na Europa, as principais bolsas ficaram no vermelho, mas conseguiram reduzir as perdas antes do fechamento na expectativa de que os líderes europeus, na reunião de cúpula nesta semana, tenham as respostas adequadas às questões que ainda pairam sem solução na zona do euro. Analistas internacionais argumentam que a ameaça da Standard & Poor's de rebaixamento da classificação de risco de países europeus, incluindo Alemanha e França, pode ser um fator adicional pressionando os líderes na direção de uma solução crível para a região nestas reuniões. A bolsa de Paris perdeu 0,68% e a de Frankfurt recuou 1,27%.

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