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O grupo extremista Estado Islâmico (EI) ameaçou os muçulmanos egípcios adeptos do sufismo, a corrente mística e contemplativa do Islã, após afirmar ter decapitado dois de seus religiosos na península do Sinai (leste).

No mês passado, a facção local do EI transmitiu imagens de um carrasco armado com uma espada decapitando dois homens idosos que ela acusou ​​de atos de "adivinhação", proibidos pelo Islã de acordo com os jihadistas.

Parentes identificaram uma das duas vítimas como Suleiman Abu Heraz, um xeque sufi que tinha mais de 90 anos, e o segundo como um dos seus discípulos. Seus corpos não foram encontrados.

Em um boletim semanal de propaganda do EI, Al-Nabaa, publicado quinta-feira, um ativista identificado como o líder da "polícia moral" do EI no Sinai insta os sufis a renunciar a suas crenças.

Ele indica que Abu Heraz e outro religioso, Qatifan Breik Eid Mansur, foram executados por "professaram o conhecimento do oculto".

"Advertimos a todas as irmandades sufis, xeques e seus apoiantes (...) que não vamos permitir a presença de ordens sufistas no Sinai e no Egito" em geral, diz o homem, citado pela publicação, acrescentando que essas pessoas devem se arrepender.

As informações sobre a execução de Abu Heraz provocaram a condenação de religiosos muçulmanos no Egito e no exterior.

A mais alta instituição do Islã sunita no Egito, Al-Azhar, chamou a execução de "crime horrível".

O EI segue a escola de pensamento do salafismo, que observa uma interpretação rigorosa do Islã como na Arábia Saudita, e considera as práticas sufistas como "heréticas".

Os salafistas acusam os sufistas de politeísmo - o maior pecado no Islã - já que eles buscam a intercessão de santos e visitam seus túmulos.

Os extremistas bombardearam mausoléus sufistas em todo o mundo muçulmano, do Afeganistão ao Mali.

Muitos muçulmanos no Egito e em outras partes do mundo consideram os sufistas como integrantes da principal corrente muçulmana.

O chefe da Al-Azhar, Ahmed al-Tayeb, é um seguidor do sufismo, como muitos clérigos sunitas durante séculos.

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