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O clima tenso no exterior nesta quinta-feira, 2, determinou um movimento de forte alta do dólar ante o real, fazendo o câmbio encostar no patamar de R$ 3,15, que não era visto há um mês. Com a aproximação da reunião do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), que termina no dia 15, investidores estão cada vez mais atentos à possibilidade de um aumento de juros. Enquanto isso, o cenário interno também colaborou, com o depoimento de Marcelo Odebrecht elevando o clima de cautela.

O dólar à vista no balcão fechou em alta de 1,74%, a R$ 3,1475, após oscilar entre a mínima de R$ 3,0979 (+0,14%) e a máxima de R$ 3,1540 (+1,95%). Trata-se do maior fechamento desde 31 de janeiro (R$ 3,1501). O giro registrado na clearing de câmbio da BM&FBovespa foi de US$ 1,301 bilhão. No mercado futuro, o dólar para abril fechou com valorização de 2,09%, a R$ 3,1825. O volume financeiro somou US$ 17,052 bilhões. A divisa norte-americana teve um dia de ganhos generalizados, com destaque para os avanços ante a lira turca (+2,16%), o rand sul-africano (+1,14%) e o dólar australiano (+1,45%).

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Não houve um fato único que tenha desencadeado o estresse hoje nos mercados globais, mas uma série de notícias se somou para justificar o mal-estar. Esta semana, o discurso de Donald Trump no Congresso, onde ele reforçou sua promessa de elevar investimentos e cortar impostos, foi seguido pela leitura incômoda do PCE, medida de inflação preferida do Fed, além dos comentários de diversos dirigentes do BC norte-americano. Agora, a expectativa é com a fala da presidente da instituição, Janet Yellen, amanhã.

Hoje, o dirigente do Fed Jerome Powell se juntou a outros representantes da autoridade monetária ao indicar que uma elevação dos juros na reunião deste mês pode ser apropriada. "O argumento para uma alta de juros em março criou tração e acredito que está sobre a mesa para ser discutido", afirmou. Ontem, Lael Brainard, que é reconhecidamente dovish, havia dito que o ambiente econômico melhor nos Estados Unidos e no exterior dá sustentação ao argumento para uma elevação de juros.

O executivo Marcelo Odebrecht confirmou em depoimento ontem à Justiça Eleitoral ter se encontrado com Michel Temer durante tratativas para a campanha eleitoral de 2014, mas negou ter acertado com o peemedebista um valor para a doação. Segundo Odebrecht, as tratativas para a doação de R$ 10 milhões ao PMDB foram feitas entre o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e o executivo Cláudio Melo - e admitiu que parte dos pagamentos pode ter sido feita via caixa 2. Padilha deverá ter a licença médica ampliada, após a cirurgia a que se submeteu para a retirada da próstata, e sua volta ao governo é incerta.

Em um dia de tranquilidade no mercado financeiro, a moeda norte-americana caiu e fechou no menor nível em mais de um ano e meio. O dólar comercial encerrou esta terça-feira (14) vendido a R$ 3,096, com queda de R$ 0,014 (-0,45%). A moeda está no nível mais baixo desde 2 de julho de 2015, quando havia fechado na mesma cotação.

O dólar chegou a operar em alta no início da tarde, mas reverteu a tendência e voltou a cair perto do fim da sessão. A divisa acumula queda de 1,74% em fevereiro e de 4,73% em 2017.

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A queda do dólar contou com a ajuda do Banco Central (BC), que vendeu US$ 300 milhões em contratos de swap cambial tradicional (operações que equivalem à venda de dólares no mercado futuro). Foi a primeira vez em duas semanas que a autoridade monetária fez esse tipo de operação, que reduz a cotação da moeda. O BC tem diminuído o ritmo de rolagem (renovação) dos contratos de swap cambial este mês.

Hoje, a presidente do Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano), Janet Yellen, disse, em audiência no Senado do país, que os Estados Unidos poderão aumentar os juros básicos da economia nas próximas reuniões. Juros mais altos na maior economia do planeta atraem capitais para países desenvolvidos e significam a retirada de recursos de países emergentes, como o Brasil.

Após as declarações de Janet, o dólar chegou a subir levemente durante a tarde. No entanto, voltou a cair nas horas finais de negociação com a entrada de recursos externos no país.

No mercado de ações, o dia foi de ajuste de ganhos, quando os investidores vendem ações para embolsarem lucros de dias anteriores. Depois de ter atingido ontem o maior nível em quase cinco anos, o índice Ibovespa, da Bolsa de Valores de São Paulo, terminou o dia com queda de 0,38%, aos 66.713 pontos.

As ações da Petrobras, as mais negociadas, no entanto, encerraram em alta. Os papéis ordinários (com direito a voto em assembleia de acionistas) subiram 1,51%. Os papéis preferenciais (com preferência na distribuição de dividendos) valorizaram-se 1,28%.

* Com informações da Prensa Latina

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