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Margaret Thatcher, a ex-primeira-ministra britânica que ficou conhecida como a "dama de ferro" foi sepultada nesta quarta-feira com um nível de pompa que também atraiu protestos na capital do país, refletindo sua condição de figura política polarizadora, mesmo tantos anos depois de ter deixado o poder.

Em seu discurso para as 2.300 pessoas presentes na catedral de St. Paulo, o bispo de Londres, Richard Chartres, fez referência aos fortes sentimentos que a ex-premiê ainda evoca 23 anos depois de ter deixado o cargo.

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"Uma grande quantidade de opiniões conflitantes se concentra na senhora Thatcher, que se tornou uma figura simbólica, até mesmo um 'ismo'", declarou, lembrando que "hoje, os restos mortais da verdadeira Margaret Hilda Thatcher estão aqui, em seu funeral". O clérigo lembrou também que "há um lugar importante para debater suas políticas e seu legado...mas aqui e agora não é nem a hora nem o local."

Alguns espectadores que estavam ao longo da rota por onde passou o cortejo aplaudiram, enquanto outros vaiaram. Alguns realizaram um protesto silencioso, a virar de costas no momento da passagem do caixão de Thatcher. Um homem segurava uma faixa na qual estava escrito "descanse na vergonha", em vez do tradicional "descanse em paz". Também ocorreram discussões entre partidários e oponentes da ex-primeira-ministra.

A mulher apelidada de "dama de ferro" transformou o Reino Unido durante seus 11 anos no cargo, entre 1979 a 1990, privatizando empresas estatais, desregulando a economia e causando revoltas, cujos impactos ainda podem ser sentidos. Ela morreu no dia 8 de abril, aos 87 anos.

Thatcher recebeu um funeral com honras militares - mas não um funeral oficialmente de Estado, que exige aprovação do Parlamento - embora os procedimentos tenham se equiparado ao nível de pompa e honra prestados à princesa Diana em 1997 e à rainha-mãe em 2002.

O fato irritou alguns britânicos que consideram que seu legado foi um país dividido social e economicamente. "Como qualquer outra pessoa, ela merece um funeral decente, mas não à custa dos contribuintes", disse Patricia Welsh, de 69 anos.

Por outro lado, dezenas de pessoas acamparam durante a noite nas proximidades da catedral do século 17 na expectativa de ver o caixão da ex-primeira-ministra e outras centenas chegaram ao local horas antes do funeral.

"Eu vim para celebrar a maior heroína da nossa era moderna", disse Anthony Boutall, de 25 anos. "Ela pegou uma nação de joelhos e deu nova vida a ela."

O professor aposentado Henry Page estava do lado de fora da catedral em protesto contra os supostos US$ 15 milhões gastos no funeral. Ele segurava uma faixa na qual se lia "Mais de 10 milhões de libras de nosso dinheiro para o funeral de um Tory (conservador)!".

O primeiro-ministro David Cameron afirmou que a cerimônia foi "uma homenagem a uma grande primeira-ministra respeitada em todo o mundo". As informações são da Associated Press.

O corpo da ex-primeira-ministra Margaret Thatcher foi levado nesta terça-feira para o Parlamento britânico, em Londres, onde deve passar a noite antes de seu funeral.

O caixão, enrolado em uma bandeira do Reino Unido, foi levado para a capela do Palácio de Westminster, onde cerca de cem pessoas, entre familiares, colegas e políticos participaram de uma cerimônia nesta terça-feira.

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A cerimônia de enterro terá todas as honras militares - para o desgosto de muitos britânicos, que veem como seu legado um país divido econômica e socialmente. Amanhã pela manhã, o caixão será levado por um carro funerário até a Catedral de St. Paul.

Mais de 4 mil policiais foram escalados para trabalhar na segurança da cerimônia. O reforço da segurança foi decidido depois de a explosão de duas bombas, ontem, na linha de chegada da maratona de Boston ter deixado três mortos e mais de 170 feridos. O sino do Big Ben será silenciado para o funeral de Thatcher.

São esperadas cerca de 2 mil pessoas para o funeral, entre familiares, políticos e personalidades de todo o mundo. Os ex-secretários de Estado dos EUA, Henry Kissinger, George Schultz e James Baker estão entre os convidados.

Thatcher, apelidada de "Dama de Ferro", governou o Reino Unido entre 1979 e 1990. Ela morreu no dia 8, aos 87 anos. As informações são da Associated Press.

Centenas de opositores da ex-primeira-ministra britânica Margaret Thatcher marcharam neste sábado (13) na Praça Trafalgar, em Londres, para celebrar sua morte, tomando champanhe e cantando "Ding Dong! A bruxa está morta." Os críticos mais estridentes de Thatcher prometeram há muito tempo realizar uma reunião no centro de Londres após a morte dela, e os festejos foram uma indicação da profundidade do ódio que alguns britânicos ainda sentem por sua ex-líder.

À medida que uma efígie enorme de Thatcher percorria seu caminho descendo as escadas em frente à Galeria Nacional, a multidão irrompeu em gritos de "Maggie! Maggie! Maggie! Morta! Morta! e cantavam a música do filme "O Mágico de Oz": "Ding Dong! A bruxa está morta".

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Centenas de pessoas seguraram na praça seus guarda-chuvas na chuva entre a Coluna de Nelson e a Galeria Nacional, bebendo cidra, ou Champagne. O clima aparentemente festivo e a celebração foram pacíficos, embora tenha ocorrido uma briga menor com a polícia em um ponto. A polícia disse que fez cinco detenções, mais por embriaguez.

Os britânicos permanecem profundamente divididos sobre Thatcher, que morreu na última segunda-feira, aos 87 anos, e o debate sobre o legado dela reavivou os sentimentos fortes que marcaram seus mais de 10 anos no cargo de primeira-ministra. O funeral de Thatcher está previsto para a quarta-feira (17) e a polícia está se preparando para possíveis problemas na rota da marcha fúnebre no centro de Londres.

Embora seja amplamente respeitada por ter reavivado a situação econômica da Grã-Bretanha e pela vitória contra a Argentina em uma disputa pelas Ilhas Malvinas, Thatcher é insultada por alguns membros da esquerda por seu confronto agressivo com o movimento sindical do país e sua indiferença percebida pela classe trabalhadora. As informações são da Associated Press.

Após a morte de Margaret Thatcher, muitas canções contra a Dama de Ferro ressurgiram na internet, entre elas Ding Dong! The witch is dead, que a BBC hesita em tocar em seu popular programa radiofônico de sucessos musicais. Uma campanha impulsionada por opositores das radicais políticas da ex-primeira-ministra, falecida na segunda-feira aos 87 anos, trouxe de volta a canção interpretada por Judy Garland no filme O Mágico de Oz (1939) aos primeiros lugares das paradas britânicas.

Com 28 mil cópias vendidas durante a semana, o tema mais cantado pelos manifestantes nas celebrações da morte de Margaret Thatcher ocupa provisoriamente o terceiro lugar, razão pela qual deveria ser ouvido durante o programa The Official Charts Show, na Rádio BBC 1. A BBC ainda não disse se proibirá sua divulgação, mas o presidente da comissão de Cultura do Parlamento, o conservador John Wittingdale, pediu para que a música não seja tocada.

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"É uma tentativa de manipular o hit-parade por parte de pessoas que tentam transmitir uma mensagem política. Muita gente irá considerá-la ofensiva e profundamente insensível, e por esta razão seria melhor que a BBC se abstenha de colocá-la", declarou ao jornal Daily Mail.

Charles Moore, biógrafo oficial de Thatcher, ofereceu sua própria visão do fenômeno, acusando em uma entrevista à rede os meios de comunicação em geral e a própria BBC. "O que ocorre é que os meios de comunicação - e, em particular, a BBC, que tentou durante 24 horas ser agradável com Thatcher, mas que não conseguiu suportar por mais tempo - promovem dia após dia a ideia de que Thatcher é uma figura que divide e que as pessoas estão destruindo sua reputação ao celebrar sua morte".

Nos 11 anos em que esteve no poder (1979-1990), a até agora única mulher a ocupar o cargo de primeiro-ministro no Reino Unido sempre acusou a BBC de ter uma tendência esquerdista. Para o novo diretor-geral do órgão público, Tony Hall, a eventual decisão de divulgar Ding Dong é uma decisão editorial, e não política. "O Official Chart Show dominical é um balanço factual e histórico do que os britânicos compraram e tomaremos uma decisão sobre se a retiramos ou não quando as posições estiverem claras", declarou a BBC em um comunicado.

A BBC já vetou em outros momentos canções consideradas irreverentes ou obscenas, como God Save The Queen, dos Sex Pistols, Relax de Frankie Goes To Hollywood, ou Je T'Aime... Moi Non Plus, interpretada por Serge Gainsbourg e por sua esposa Jane Birkin. Mas Ding Dong não é a única música a ter voltado à tona após a morte de Thatcher, criticada por muitos artistas nos anos 80 por suas políticas liberais e conservadoras.

Ressurgiu Margaret on the guillotine (Margaret na guilhotina), na qual o ex-vocalista do The Smiths, Morrissey, já perguntava a Thatcher em 1988 quando ela iria morrer. "Nenhuma figura política britânica foi tão depreciada pelos britânicos quanto Margaret Thatcher", insistiu Morrissey nesta semana.

Também voltou a ser ouvida a canção de Elvis Costello Tramp the dirt down, de 1989. "Quando, por fim, te colocarem sob a terra, ficarei sobre seu túmulo e pisotearei a sujeira", canta o músico. O grupo The Communards dedicou a ela Breadline Britain, uma terra "onde o diabo está no comando, onde o fascismo lidera uma nova dança, onde privatizarão a sua mãe se tiverem a chance", cantavam.

Mas o mais premonitório foi Hefner, que em The Day That Thatcher dies entoava "riremos no dia em que Thatcher morrer, embora saibamos que não é certo, dançaremos e cantaremos por toda a noite". Centenas de britânicos saíram às ruas na segunda-feira após a divulgação da notícia para comemorar, festejos que tanto o primeiro-ministro conservador David Cameron quanto o líder da oposição trabalhistas Ed Miliband consideraram despropositados.

Os parlamentares britânicos voltaram mais cedo de um recesso de Páscoa nesta quarta-feira para homenagearem a ex-primeira-ministra Margaret Thatcher, em meio às preparações para um funeral repleto de cerimônias militares e que até agora tem criado problemas relacionados à segurança.

O premiê britânico, David Cameron, vai homenagear Thatcher em uma sessão especial na Câmara dos Comuns, convocada após a morte da ex-líder na segunda-feira, aos 87 anos. Essas sessões são comuns para a homenagem de ex-premiês, mas costumam ser breves. No entanto, mais de sete horas foram reservadas para Thatcher, o que reflete seu status como uma das principais figuras políticas do Reino Unido, e cujo legado ainda provoca debates intensos.

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Em meio aos tributos, alguns parlamentares do Partido Trabalhista de oposição provavelmente vão destacar os efeitos negativos das políticas econômicas de livre mercado, como o desemprego e a falência de indústrias. Diversos esquerdistas já avisaram que não vão comparecer à sessão, incluindo o ex-ministro de Moradias John Healey, que disse que "o legado de Thatcher é muito amargo para provocar comoção nacional".

As divisões relacionadas ao histórico de Thatcher provocaram um debate sobre os gastos públicos com seu funeral, que será realizado em 17 de abril na Catedral de St. Paul e do qual participará a Rainha Elizabeth II e representantes de todo o mundo. O único funeral de um ex-primeiro-ministro que contou com a presença da rainha até hoje foi o do líder britânico na Segunda Guerra Mundial, Winston Churchill, em 1965.

A família de Thatcher está pagando parte dos custos do funeral, mas outra porção será paga pelo Estado. Os contribuintes também terão de pagar a interrupção das férias dos parlamentares, que podem alegar despesas de até 3.700 libras esterlinas (US$ 5.750,00) relacionadas à viagem.

Milhares de pessoas devem se reunir para ver o caixão de Thatcher ser levado do Parlamento para a catedral na semana que vem. As informações são da Associated Press.

Ao contrário do ex-presidente da Venezuela, Hugo Chávez, a morte da ex-primeira ministra britânica, Margaret Thatcher, ganhou tratamento frio do Palácio do Planalto. Por meio de um assessor, a Secretaria de Imprensa da Presidência da República limitou-se a dizer que a presidente Dilma Rousseff "lamentou" a morte de Thatcher - não foi divulgada nota nem do Planalto nem do Itamaraty. O Itamaraty deve comunicar a declaração da presidente à chancelaria britânica, por meio da Embaixada do Brasil em Londres.

Ao contrário de Chávez, Thatcher não cumpria mandato quando morreu - a presidente Dilma Rousseff, no entanto, já divulgou nota de pesar para pessoas que não cumpriam mais mandatos, como o ex-ministro da Justiça, Fernando Lyra.

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Ao exaltar o que considerava legado de Chávez, Dilma no mês passado disse que "as transformações econômicas, sociais e políticas que Chávez conduziu, nos últimos 14 anos, na Venezuela, fizeram desse grande líder a mais importante referência da história daquele país e o projetaram em toda a América Latina e Caribe".

Em janeiro de 2012, ao discursar no Fórum Social Mundial, em Porto Alegre, Dilma disse que "o mundo do pós-neoliberalismo não pode ser o mundo de pós-democracia". No mesmo fórum, em encontro fechado, a presidente teria dito que o "povo brasileiro está vacinado contra o neoliberalismo".

A atriz americana Meryl Streep, vencedora do Oscar de melhor atriz por interpretar Margaret Thatcher no filme A Dama de Ferro, em 2011, afirmou que a falecida ex-primeira-ministra britânica foi uma pioneira para as mulheres. "Margaret Thatcher foi uma pioneira, voluntária ou involuntariamente, para o papel das mulheres na política. É difícil imaginar uma parte da nossa história atual que não tenha sido afetada por medidas que ela implementou na Grã-Bretanha", afirmou a atriz.

"Mas, para mim, ela foi uma figura admirável por sua força pessoal", acrescentou, após a divulgação da notícia da morte de Thatcher aos 87 anos. "Por ter dado a mulheres e meninas em todo o mundo motivo para trocar a fantasia de ser princesas por um sonho diferente: a opção da vida real de liderar uma nação; isso foi inovador e admirável", afirmou ainda. "Tive a honra de tentar imaginá-la nos últimos dias de sua jornada de vida, após o poder".

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O governo britânico informou que a ex-primeira-ministra Margaret Thatcher terá uma funeral cerimonial com honras militares. Thatcher, conhecida como "dama de ferro", morreu nesta segunda-feira, após um derrame, aos 87 anos.

O anúncio diz que participarão do funeral "uma grande e diversificada gama de pessoas". O serviço será seguido pela cremação do corpo, que será restrita às pessoas mais próximas. Não foram divulgados mais detalhes sobre o período da cerimônia, mas o comunicado afirma que os arranjos estão "de acordo com os desejos" da família de Thatcher.

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O palácio de Buckingham informou que a rainha Elizabeth ficou triste ao saber da notícia e que a monarca enviará uma mensagem de condolências privada para a família de Thatcher.

O primeiro-ministro David Cameron interrompeu uma viagem à Espanha e à França após saber da notícia. Downing Street (a residência oficial dos premiês britânicos) informou que a rainha Elizabeth II autorizou a realização do funeral cerimonial, um passo antes de um funeral de Estado, que será realizado na Catedral de Sta Paul, na capital britânica.

O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, disse que Thatcher foi uma "grande mulher de Estado" que teve um papel ativo na expansão da União Europeia (UE) após a queda do comunismo. Segundo ele, Thatcher será lembrada por sua contribuição e reservas ao projeto (do bloco)", declarou ele aos jornalistas, acrescentando que ficou "profundamente triste" com a notícia.

Barroso também elogiou o papel da ex-premiê na expansão da UE ao incluir países do antigo bloco oriental, depois da queda do comunismo. Dez países desse antigo bloco, dentre eles Polônia, República Checa, Hungria e Letônia, passaram a integrar a UE em 2004.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, divulgou um comunicado no qual diz que "com a morte da baronesa Margaret Thatcher, o mundo perdeu uma das maiores defensoras da liberdade e a América perdeu uma verdadeira amiga. Como a filha de um comerciante que se tornou a primeira premiê mulher do Reino Unido, ela é um exemplo para nossas filhas de que não há telhado de vidro que não possa ser quebrado", afirmou ele.

"Como primeira-ministra, ela ajudou a restaurar a confiança e o orgulho que sempre foi a marca registrada do Reino Unido. E como apoiadora de nossa aliança transatlântica, ela sabia que com a força e a resolução poderíamos vencer a guerra fria e ampliar a promessa de liberdade."

O ex-presidente da União Soviética, Mikhail Gorbachev, também comentou a morte da ex-primeira-ministra britânica, afirmando que ela foi "uma grande política" que ficará na história. "Margaret Thatcher foi uma grande política e uma pessoa brilhante. Ela vai ficar em nossa memória e na história", disse ele, que venceu o prêmio Nobel da Paz, e que manteve frequentes reuniões com Thatcher no final da Guerra Fria, informou a agência de notícias Interfax. As informações são da Dow Jones e da Associated Press.

A ex-primeira-ministra do Reino Unido, Margaret Thatcher, morreu nesta segunda-feira aos 87 anos após sofrer um derrame, informou seu porta-voz, o lorde Tim Bell. Segundo o porta-voz, Thatcher, que foi apelidada de "dama de ferro" pelos soviéticos, em razão de seu estilo autoritário, morreu em paz.

Margaret Thatcher nasceu em 1925, em Grantham, uma pequena cidade no leste da Inglaterra, filha de pais metodistas que administravam uma pequena mercearia. Batizada Margaret Roberts, herdou o sobrenome com que ficou famosa na política mundial ao casar-se com o empresário Denis Thatcher, aos 26 anos, em 1951. As raízes conservadoras da carreira política daquela que se tornou a primeira mulher a governar uma democracia entre as grandes economias do Ocidente, reeleita para três mandatos sucessivos como primeira-ministra do Reino Unido, podem ser encontradas nos seus anos de universitária, em Oxford.

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Foi durante a faculdade de Química que Margaret começou a colocar as ideias conservadoras trazidas de casa - seu pai, Alfred Roberts, era um conselheiro político local em Grantham - em prática, ao ser eleita para presidir a Associação dos Estudantes Conservadores de Oxford. E assim a jovem Margaret teve seus primeiros contatos com muitos políticos conhecidos e fez com que seu partido soubesse de sua existência, justamente no momento em que os conservadores enfrentavam sua maior derrota para os trabalhistas, nas eleições de 1945.

O fato é que foram necessários apenas cinco anos para que ela se tornasse nacionalmente conhecida na Inglaterra, ao disputar a vaga dos trabalhistas em Dartford pelo Partido Conservador, em 1950. Margaret foi a mais jovem candidata mulher daquelas eleições gerais no país, com apenas 25 anos. Ela perdeu a vaga naquele ano e no ano seguinte, mas a campanha eleitoral a fisgou.

Margaret Thatcher só foi eleita pela primeira vez para o Parlamento em 1959 como representante de Finchley, um condado ao norte de Londres. Ela só ocupou seu primeiro posto de maior evidência no governo, entretanto, quando os conservadores retornaram ao poder, em 1970, com o premiê Edward Heath, em cujo governo Thatcher serviu como ministra de Educação. O cargo lhe rendeu anos difíceis e os primeiros de uma sucessão de desafios que lhe renderia o famoso título de "dama de ferro".

Primeiro mandato

Em 1979, quando Thatcher assumiu o cargo de primeira-ministra, a economia britânica fraquejava. Ela adotou o Monetarismo de Milton Friedman, da escola de Chicago, como política econômica, ao mesmo tempo em que removia subsídios e regulações do Estado na economia. Como consequência, o país enfrentou uma quebradeira de empresas ineficientes, uma disparada no desemprego e a escalada da inflação. Nesse ambiente, Thatcher elevou impostos e reduziu a oferta de moeda para conter a inflação, deixando para trás as políticas de estímulo monetário do pós-guerra e colecionando críticas de 364 economistas renomados reunidas num manifesto.

Com o colapso de sua popularidade - apenas 23% em dezembro de 1980 -, a primeira-ministra britânica recebeu uma ajuda da invasão argentina, em 1982, às Ilhas Falkland, conhecidas como Malvinas na Argentina. Ao decidir defender a soberania britânica sobre as ilhas, Thatcher viu sua popularidade se beneficiar do fervor patriótico gerado pela disputa e pela vitória das forças britânicas. Nas eleições gerais de 1983, o Partido Conservador liderado por Thatcher venceu por grande maioria e confirmou o segundo mandato da primeira-ministra.

Foi neste segundo período no poder que a conservadora levou adiante uma série de iniciativas que ficou conhecida como Thatcherismo: a privatização da maioria das indústrias administradas pelo governo, incluindo os serviços de abastecimento de água, eletricidade e ferrovias, todos vendidos para a iniciativa privada, além da redução de gastos com serviços sociais. Ela também enfrentou os sindicatos, aprovando leis concebidas para coibir as greves que assolavam o país. Suas iniciativas geraram um dos eventos mais críticos de seu governo: a greve dos mineradores, em 1984, que protestavam contra o fechamento de minas que não eram lucrativas. Thatcher mobilizou os britânicos de forma a pressionar os mineiros e forçá-los a voltar ao trabalho sem qualquer concessão.

A forte oposição da primeira-ministra britânica ao comunismo da União Soviética - que ela apresentava como um demônio que deveria ser combatido - lhe rendeu o título de "Dama de ferro", atribuído pela imprensa soviética e logo adotado pelo Ocidente. Essa posição, alinhada com Reagan, foi alvo de críticas mundo afora por sustentar a Guerra Fria até a chegada de Mikhail Gorbachev ao poder.

A queda

Seus últimos anos no governo do Reino Unido foram novamente marcados por baixíssima popularidade e sucessivas pesquisas que mostravam os trabalhistas à frente dos conservadores numa potencial eleição. Foi das próprias fileiras de seu partido, entretanto, que Thatcher recebeu o golpe final: insatisfeito com a posição radicalmente contrária da primeira-ministra à entrada da Inglaterra na zona do euro, seu vice e último membro remanescente de seu gabinete de 1979, Geoffrey Howe, renunciou em 1º de novembro de 1990. Duas semanas depois, seu discurso repleto de críticas à Thatcher no Parlamento alimentou a reação dos conservadores.

Após sofrer diversos pequenos derrames em 2002, ela anunciou que, por recomendação médica, iria se retirar da vida pública. A deterioração de sua saúde ao longo dos anos seguintes culminou com um colapso durante um jantar na Câmara dos Lordes, em março de 2008. Após o episódio, sua filha Carol afirmou que a demência de sua mãe ficou explícita quando Thatcher confundiu a guerra das Malvinas com a guerra da Iugoslávia. Desde então, a ex-primeira-ministra deixou de comparecer a compromissos públicos alegando problemas de saúde, como a festa de seus 85 anos em Downing Street, a convite do premiê David Cameron, e o casamento do príncipe William com Kate Middleton, em abril de 2011.

No início de 2012, Thatcher não compareceu a um jantar oferecido pela rainha Elizabeth II aos ex-primeiros-ministros do Reino Unido. Em dezembro, pouco antes do Natal, a Dama de Ferro passou por uma cirurgia para remover um crescimento na bexiga, detectado após a ex-primeira-dama sentir desconforto. A operação, segundo seu conselheiro de longa data, Tim Bell, foi "completamente satisfatória". (Equipe AE)

 A ex-primeira-ministra Margaret Thatcher, que permaneceu no cargo entre 1979 e 1990, morreu nesta segunda-feira aos 87 anos após sofrer um derrame, informou seu porta-voz. Apelidada de "dama de ferro" pelos soviéticos, em razão de seu estilo autoritário, a primeira mulher a ocupar o cargo de premiê no Reino Unido sofria e mal de Alzheimer havia alguns anos e não falava em público desde 2002, quando sofreu uma série de pequenos derrames.

Seus três mandatos consecutivos, que totalizaram 11 anos no poder, fizeram dela uma das principais figuras da política mundial do século 20 e, embora estivesse afastada da vida pública, sua doutrina conservadora, o "thatcherismo" continua a ter influência política ainda hoje. (Priscila Arone)

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