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A Policlínica Agamenon Magalhães, no bairro de Afogados, na Zona Oeste do Recife, foi depredada em duas ocasiões diferentes, na manhã do sábado (19). Primeiro, um motociclista invadiu a unidade com uma moto e, horas depois, uma mulher jogou um tijolo na porta de vidro principal. 

A Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) informou que o homem invadiu a recepção do Serviço de Pronto Atendimento com a moto por volta das 5h30. A porta foi danificada e o veículo ficou jogado nas cadeiras da sala de espera. 

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Ele disse aos funcionários da unidade que estava sendo perseguido por alguém que queria matá-lo. "Bastante alterado, demonstrando sinais de uso de substâncias entorpecentes e alegando que alguém queria matá-lo, foi atendido pelos médicos plantonistas. Apesar de agitado, não estava agressivo, mas apenas buscando abrigo, chegando a segurar no braço de uma funcionária da limpeza pedindo ajuda para se esconder", confirmou a Sesau em nota. 

O homem foi medicado e, em seguida, preso em flagrante por policiais militares do 12º Batalhão. Ele foi levado à Central de Plantões, no bairro de Campo Grande, e o caso foi registrado pela Polícia Civil como depredação do patrimônio público.  

Após os procedimentos administrativos, o homem foi encaminhado à audiência de custódia, onde ficou à disposição da Justiça.  

Por volta das 8h10, uma mulher que havia dado entrada na policlínica desacordada começou a agredir os funcionários depois de despertar. Ela foi levada pelo irmão e recebeu medicação intravenosa. 

A Sesau disse que ela estava em "aparente estado de surto" e também depredou a estrutura do local. Funcionários registraram o momento em que ela pega um tijolo e joga contra os vigilantes, mas acerta a porta de vidro da entrada.  

"Retirou o acesso, levantou-se e, ainda agitada e alegando ser usuária de drogas, quebrou uma das portas da entrada", descreveu a Sesau. A PM foi acionada, mas a mulher deixou o local antes da chegada do efetivo. 

Os casos de vandalismo não interromperam o atendimento e s duas portas de vidro depredadas durante a manhã foram trocadas ainda no sábado, informou a pasta.  

A pandemia mudou os objetos de desejo das famílias brasileiras durante o isolamento: em vez de roupas novas, tijolos. A mudança brusca no perfil de consumo se reflete sobre os preços. Só em setembro, o tijolo subiu 4,67%. Ao mesmo tempo, as roupas femininas ficaram 5,37% mais baratas.

"A classe média juntou um dinheirinho na crise. A comida ficou mais cara, mas economizaram com outras coisas. Deixaram de gastar com combustível, cinema, hotel, passagem aérea. Daí gastaram com artigos para a residência", lembrou André Braz, coordenador dos Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).

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Os novos hábitos de consumo fizeram o volume vendido pelo comércio varejista brasileiro alcançar patamar recorde em agosto nos segmentos de material de construção, móveis e eletrodomésticos e outros artigos de uso pessoal e doméstico, mostrou a Pesquisa Mensal de Comércio do IBGE.

Consumo domiciliar

"Como o dia a dia das pessoas foi transformado, com menos deslocamentos, mais tempo em casa, tudo o que está associado ao consumo domiciliar tende a ser mais vendido. Como essa mudança de consumo foi muito abrupta, isso acaba transbordando para um efeito sobre os preços", explicou o economista Fabio Bentes, da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Os tijolos já ficaram 22,32% mais caros nos primeiros nove meses do ano. O cimento aumentou 13,19%. Roupas de cama, mesa e banho subiram 5,11% de janeiro a setembro. Computadores estão 20,58% mais caros, videogames aumentaram 13,69%, e os aparelhos de TV, 12,90%.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Com a flexibilização das atividades econômicas, o barulho de obras voltou a ressoar pelo Recife junto com a reclamação de donos de armazém e consumidores. A instabilidade do preço dos materiais de construção interfere em todo setor, que ainda sofre com desabastecimento e aumentos semanais.

"Os preços subiram após a pandemia. Por causa do alto consumo, os preços dispararam e não foi só dos materiais mais usados. Quando você ia no armazém no mês de março estava um preço, agora todos eles sofreram uma elevação", relata o pedreiro Wilson da Silva.

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Wilson percebeu as maiores altas foram no tijolo e no cimento, e sugere que a variação é resultado da retomada de obras paradas durante o isolamento rígido em Pernambuco. O Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon) explica que "o crescimento da demanda provocada pelo consumidor “formiguinha”, provocada pela injeção dos recursos com o auxílio emergencial" pode ser considerado como um dos motivos para a elevação.

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A última pesquisa Custo Unitário Básico (CUB-PE), desenvolvida em agosto pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon-PE), lista 25 materiais básicos e indicou aumento em cinco, comparados ao mês anterior. Apenas a telha de fibrocimento ondulada foi o item que reduziu, com -3,25%.

O vergalhão de aço de 10 mm sofreu o maior acréscimo com 39,27% no acumulado do ano. Segundo o levantamento que compõe o Índice Nacional da Construção Civil (INCC), o tijolo subiu 34,29% e o cimento, 23,28% em 2020. 

De acordo com o pedreiro, antes o saco de cimento era comprado por R$ 25 e hoje é comercializado por até R$ 36. Já o milheiro do tijolo custava em média R$ 450 e pode ser encontrado por até R$ 700. "Eu tô trabalhando para uma mulher que não comprou ainda certos materiais que pedi por que achou muito alto", lamenta

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O presidente da Associação dos Comerciantes de Materiais de Construção (Acomac-PE), Alberto Lucena, elencou alguns fatores que representam a alta. "Uma das causas foi o aumento do dólar, outra foi que muitas empresas reduziram o quadro de funcionários. Reduzindo o quadro, reduz a produção", indica.

Na visão do representante, as indústrias nacionais aproveitaram o aumento da moeda norte-americana e "deixaram para exportar, do que atender ao próprio mercado". Ele ainda conclui que a pandemia obrigou alguns produtores a aumentar os preços para sobreviver à crise, e os reajustes consecutivos foram incentivados pela regularidade nas vendas.

Sem o abastecimento necessário, lojistas lamentam ter que deixar clientes na mão e perder vendas diante de um período econômico tão complicado. "Quando a indústria paralisa, vai dar uma pequena defasagem de produto no mercado", aponta Alberto, que destacou a escassez do clínquer, usado para a produção de cimento, e do cobre como exemplos.

Lucena esclarece que os reajustes foram necessários para controlar a defasagem de preços. "No tijolo mesmo houve muito problema por que [os fabricantes] passaram muitos anos sem aumento por conta da briga deles mesmo, com uma oferta grande e procura pouca", comenta.

"Essa semana agora vai ter mais um aumento de 10%, era R$ 500 e passou para R$ 550. Eu comprava antes da pandemia por R$ 240 [...] A normalização só vai acontecer quando as indústrias estiverem a todo vapor”, projeta.

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