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O número de adultos que consomem tabaco tem diminuído constantemente nos últimos anos em todo o mundo, informou nesta terça-feira(16) a Organização Mundial da Saúde (OMS), embora tenha alertado que a indústria do tabaco luta para inverter a tendência.

Em 2022, um em cada cinco adultos em todo o mundo era fumante ou consumia outros produtos do tabaco, em comparação com um em cada três em 2000, afirmou a OMS.

Um novo relatório que analisa as tendências do consumo de tabaco entre 2000 e 2030 revelou que 150 países conseguiram reduzir o consumo de tabaco.

Mas embora as taxas de tabagismo estejam diminuindo na maioria dos países, a OMS alertou que as doenças relacionadas ao tabaco poderão permanecer elevadas durante alguns anos.

O tabaco mata atualmente mais de oito milhões de pessoas por ano, incluindo 1,3 milhão de não fumantes que estão expostos ao fumo passivo, segundo a OMS.

"Os países que implementam controles rigorosos do tabaco podem esperar cerca de 30 anos entre a reversão da taxa de prevalência de aumento para queda, e ver uma reversão no número de mortes relacionadas ao tabaco", afirma o relatório.

- Não é hora de relaxar -

Embora o número de fumantes tenha diminuído, a OMS afirmou que o mundo ficará aquém do seu objetivo de uma redução de 30% no consumo de tabaco entre 2010 e 2025.

Há 56 países que podem atingir a meta, incluindo o Brasil, que já reduziu o consumo de tabaco em 35% desde 2010.

Entretanto, seis países registraram um aumento no consumo de tabaco desde 2010: República do Congo, Egito, Indonésia, Jordânia, Moldávia e Omã.

No geral, o mundo está a caminho de reduzir o consumo de tabaco em um quarto nos 15 anos até 2025, de acordo com o documento.

No entanto, a organização alertou que a indústria do tabaco pretende reverter os avanços.

"Houve avanços no controle do tabaco, mas não é hora de relaxar", disse Ruediger Krech, diretor do departamento de promoção da saúde da OMS.

"Surpreende-me até onde chegará a indústria do tabaco na busca de lucros à custa de inúmeras vidas", disse ele.

"Percebemos que assim que um governo acredita que ganhou a luta contra o tabaco, a indústria do tabaco aproveita a oportunidade para manipular as políticas de saúde e vender os seus produtos mortais".

A informação sugere que a indústria procura minar os esforços dos países para desencorajar os jovens de consumirem tabaco.

"É relatado o uso regular dos produtos entre os jovens, facilidade em adquiri-los e pouca preocupação em se tornarem viciados", afirma o relatório.

O aumento dos impostos sobre os derivados de tabaco tem sido uma ferramenta eficaz para reduzir o consumo e pode ser ainda mais, concluíram estudos da universidade federal do Uruguai com financiamento internacional.

Em 2005, com a ratificação da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (CQCT) da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Uruguai se colocou na vanguarda ao implementar medidas para frear o tabagismo, mas ainda há espaço para aumentar a carga tributária, que resultaria em um consumo menor e em um atraso da idade de início.

Assim mostraram pesquisas do Departamento de Economia (Decon) da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade da República, realizadas com a equipe Tabaconomia da Universidade Adolfo Ibáñez do Chile e da Fundação Bloomberg dos Estados Unidos.

"O Uruguai teve uma campanha integral de políticas contra o tabaco, com uma aceitação rápida da população", destaca Patricia Triunfo, economista do Decon.

Os espaços públicos livres de fumo atingem 100% desde 2006, a propaganda de derivados de tabaco está proibida desde 2014 e as embalagens neutras têm uma apresentação única desde 2019.

Em 2006, 32% da população entre 15 e 64 anos fumava, percentual que caiu para 28% em 2018. Hoje, a prevalência nessa faixa etária é estimada em 24%, o que equivale a cerca de 560 mil fumantes.

A queda no consumo de tabaco foi especialmente pronunciada entre os jovens de 13 a 17 anos: passou de 27% em 2003 para 8% em 2021. Ainda assim, 15% das mortes que ocorrem no Uruguai ainda se devem ao consumo de tabaco, e o tratamento de doenças ligadas ao tabagismo representa 17% do gasto total com saúde (1,5% do PIB). Apenas 26% dessa despesa é coberta pela arrecadação de impostos sobre o tabaco.

- Aumento de imposto -

O Uruguai aplicou em 2007 o Imposto sobre o Valor Agregado (IVA) aos derivados de tabaco, até então tributados apenas com o Imposto Específico Interno (Imesi). Com isso, a carga tributária em relação ao preço do maço de cigarros da marca mais vendida passou de 39% em dezembro de 2005 para 65% em julho de 2007.

"No entanto, hoje temos o mesmo percentual de quando o IVA foi incorporado. O que propomos é atingir a recomendação mínima da OMS, de 75%, nos próximos cinco anos", diz Patricia.

Segundo os estudos, se o Imesi fosse aumentado 56% em termos reais entre 2024 e 2028, a população fumante cairia quase 21%, ou seja, haveria cerca de 70 mil fumantes a menos, e a arrecadação cresceria 5%.

Segundo Patricia, um aumento de 10% no preço do maço reduziria o consumo entre 6 e 7%. O maço de 20 cigarros custa hoje no Uruguai cerca de US$ 5 (R$ 24).

A pesquisadora do Decon Mariana Gerstenblüth destaca os benefícios de um aumento da carga tributária para 75%: o número de fumantes cairia, as pessoas adoeceriam menos, a arrecadação aumentaria e mais recursos seriam disponibilizados para políticas de saúde.

Os especialistas não ignoram a realidade do comércio ilegal, mas negam que um aumento de impostos levará fumantes para o mercado negro, como costuma alegar a indústria do tabaco.

"Há provas, dentro e fora da região, de que, mesmo com a presença do comércio ilegal, a redução do consumo acontece, assim como o aumento da arrecadação", disse ontem Wilson Benia, consultor da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) no Uruguai, durante a apresentação das pesquisas.

O consumo excessivo de antibióticos reduz sua eficácia e aumenta a resistência a estes medicamentos, um fenômeno que pode ser responsável por 10 milhões de mortes anuais no mundo até 2050, advertiu nesta quinta-feira o braço europeu da Organização Mundial da Saúde (OMS).

"Embora a RAM, a resistência aos antimicrobianos [uma categoria que inclui os antibióticos], seja um fenômeno natural, o desenvolvimento e a propagação das superbactérias são acelerados pelo uso abusivo de antimicrobianos, o que complica o tratamento eficaz das infecções", indica a OMS Europa, que engloba 53 países e se estende até a Ásia Central.

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"Todos os países de nossa região tramitam normativas para prevenir o uso abusivo de antibióticos (...) A aplicação destas normas permitiria resolver a maioria dos problemas relacionados ao consumo abusivo de antibióticos", destacou Robb Butler, responsável pela divisão de doenças contagiosas.

A agência de saúde da ONU, com sede em Genebra, estima que se não houver uma intervenção imediata contra a resistência aos antimicrobianos poderá haver até 10 milhões de mortes por ano até 2050.

A principal preocupação das autoridades são as más práticas na hora de receitar antibióticos.

Um estudo realizado em 14 países da região, situados no leste da Europa e Ásia Central, mostra que as razões invocadas para o uso de antibióticos correspondem em 24% a casos de resfriado, seguidos de sintomas gripais (16%), dor de garganta (21%) e tosse (18%).

"Esta situação é preocupante, porque estes sintomas frequentemente são relacionados a vírus contra os quais os antibióticos não são eficazes", destaca o comunicado da OMS Europa.

O estudo foi realizado na Albânia, Armênia, Azerbaijão, Belarus, Bósnia e Herzegovina, Geórgia, Cazaquistão, Quirguistão, Montenegro, Macedônia do Norte, Moldávia, Tajiquistão, Turquia e Uzbequistão.

Um terço das cerca de 8.200 pessoas entrevistadas disse ter usado antibióticos sem receita médica, de acordo com outra sondagem.

As altas temperaturas que têm afetado diversas regiões brasileiras terão efeito direto no consumo de energia elétrica no País, conforme estima o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). A projeção para o mês de setembro é de crescimento de 5,8%, com altas em todas as regiões, de acordo com um boletim divulgado pelo órgão.

A perspectiva de crescimento nos submercados é mais expressiva no Norte, com 10,6%. A área entre Sudeste e Centro-Oeste deve registrar avanço de 6,1%, seguido pelo Nordeste, com 4,2%. O Sul, que vem enfrentando um período de fortes chuvas, fica em último lugar, com 3,8%. Os percentuais comparam os resultados para o final de setembro de 2023, ante o mesmo período do ano passado.

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"A previsão de crescimento da carga para setembro é a maior dos últimos meses, reflexo do calor mais intenso e também de uma economia mais aquecida", afirma Luiz Carlos Ciocchi, diretor-geral do ONS.

A cidade de São Paulo registrou neste sábado, 23, novo recorde de temperatura máxima em 2023. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), os termômetros marcaram 34,8ºC às 16h, que superou os 34,7ºC registrados na última sexta-feira, 22, na capital paulista.

Essa foi a quarta quebra de recordes de calor em apenas dez dias. Nove Estados estão, até as 18h deste domingo, 24, sob alerta vermelho de grande perigo com riscos à saúde.

O boletim ainda traz análises sobre a Energia Armazenada (EAR), indicando a estimativa de que continue acima de 70% em três submercados para o fim deste mês. O dado é significativo visto que o período tipicamente seco está próximo do encerramento. A EAR mais elevada deve ser verificada no Sul (85,2%), seguida de Norte (73,7%), Sudeste/Centro-Oeste (72,6%) e Nordeste (67,2%).

O uso de lenha residencial no País cresceu em 225 mil toneladas em 2022, ou 1% contra 2021, levando o consumo ao maior volume desde 2009. Segundo o Observatório Social do Petróleo (OSP), as famílias brasileiras consumiram 24,2 milhões de toneladas de lenha, resultado que está diretamente ligado à queda na demanda por gás de cozinha, cujas vendas caíram 1,8% no ano passado, o equivalente a 188 mil metros cúbicos.

A análise do OSP se baseia no Balanço Energético Nacional 2023, divulgado na quarta-feira, 28, pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE). De acordo com os dados, o uso de lenha nas residências regrediu entre 2007 e 2013, mas voltou a crescer nos anos seguintes, atingindo seu maior patamar no ano passado.

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"O consumo de lenha em 2022 é o maior desde 2009 e a demanda de GLP é a menor da década", afirma Eric Gil Dantas, economista do OSP e do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais.

O estudo da EPE aponta que desde 2018 a lenha é a segunda fonte de consumo de energia nos lares no Brasil. Em 2022, representou 26% da matriz energética residencial. A eletricidade é a fonte mais utilizada, presente em 46% das residências do país. A terceira fonte de consumo é o gás de cozinha, que responde por 22% da matriz energética residencial.

Segundo ele, o principal responsável pela alta do botijão de gás liquefeito de petróleo de 13 quilos e sua substituição pela lenha residencial foi o aumento dos preços causado pelo PPI (Preço de Paridade de Importação), a política de cálculo dos combustíveis adotada pela Petrobras em 2016 e que chegou ao fim no mês passado.

"Desde o início do PPI, o uso de lenha pelos brasileiros aumentou 24%", informa Dantas.

O preço médio anual do botijão de gás de 13kg subiu 50% em termos reais desde 2016, chegando a R$ 112 na média real para o ano de 2022. Em 2016, o preço médio anual real era de R$ 74.

Segundo levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) o preço médio na semana de 18 a 24 de junho era de R$ 103,29 por botijão.

Pesquisa realizada pela plataforma online Kantar, no primeiro trimestre deste ano com 3.800 pessoas, revela que o consumo de proteínas tem caído na mesa dos brasileiros, à exceção da carne de porco. Em consequência da inflação, o consumo de proteínas caiu 9% no período, contra -6% do segmento de alimentos e bebidas.

“As proteínas, de forma geral, vêm caindo, algumas com mais intensidade, caso da carne bovina. Mas a gente vê, desde o início do cenário inflacionário mais alto, que o consumo de proteínas é menor desde o ano passado”, disse nesta segunda-feira (12) à Agência Brasil a diretora do Painel de Uso da Kantar, Divisão Worldpanel, Aurelia Vicente.

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A carne bovina, que tinha participação de 43,1% no primeiro trimestre de 2021, agora está com 39%. A trajetória de queda já era sinalizada em igual período de 2022, quando o consumo caiu para 40,5%. Já a carne suína fez o caminho inverso, subindo de 4,6%, entre janeiro e março de 2021, para 7,6%, no mesmo período de 2022 e, neste ano, para 9,1%.

Aurelia Vicente destacou que mesmo as proteínas mais baratas, como salsichas e linguiças, que se destacaram em 2022, perderam importância na mesa dos brasileiros na comparação com o primeiro trimestre do ano passado. O consumo de linguiças caiu de 15,4% para 14,9% e o de salsichas, de 4,8% para 3,8%. No curto prazo, o consumo de carne de aves também apresenta recuperação e, após alta de preços em 2022, a participação passa de 25,9% para 28,6% no primeiro trimestre de 2023.

Peixes e frutos do mar demonstraram estabilidade nos três primeiros meses deste ano, comparativamente ao mesmo período de 2022, com 4,3% de share, embora apresentando retração em relação a 2021 (6%).

Cenário futuro

Segundo Aurelia Vicente, até pelo início do cenário de queda da inflação mais recente, já se começa a ver uma retomada do consumo de carne de frango, por exemplo. “É um cenário que vem muito pela necessidade de equilíbrio do bolso [do consumidor] mesmo. As pessoas querem continuar com alguma proteína no prato e acabam indo para algo que caiba dentro do bolso. A gente vê o movimento dessas proteínas mais baratas (salsichas e linguiças) ganhando esse espaço, não só em classes mais baixas, mas principalmente nessas classes, virando justamente a principal proteína. Ou seja, ganhando esse espaço que antes era muito forte de bovinos e aves.”

Para a diretora da Kantar, no curto e no médio prazos, a questão vai depender do comportamento dos preços. “O Brasil tem preferência pelas carnes bovina e de frango e, quando as pessoas tiverem possibilidade, vão voltar a comprar com mais intensidade”, disse Aurelia. Ela ressaltou que isso será um reflexo do comportamento de preços, não só da carne, mas de outras categorias que são commodities (produtos agrícolas e minerais comercializados no mercado externo), como arroz e feijão”. O brasileiro tem intenção de consumir, mas existe o impeditivo dos preços altos hoje em dia, ressaltou. 

Desde 2020, a plataforma Kantar realiza semanalmente pesquisas semelhantes, ouvindo 3.800 pessoas.

Hoje (1) é comemorado o Dia Mundial do Leite, reconhecido como um dos alimentos mais nutritivos disponíveis. É uma fonte rica em proteínas de alta qualidade, vitaminas essenciais como a vitamina D, B12 e minerais importantes, incluindo cálcio, fósforo e potássio. Esses nutrientes são cruciais para o desenvolvimento e manutenção de ossos fortes, função muscular adequada e saúde geral.  

Além disso, o leite contém uma gordura chamada ácido linoleico conjugado (CLA), que tem sido associada a benefícios para a saúde, como a redução do risco de doenças cardíacas e certos tipos de câncer. Também é uma fonte natural de lactose, um carboidrato que fornece energia de forma rápida. O objetivo da data, estabelecida pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), é destacar e promover a indústria leiteira em todo o mundo. Segundo especialistas, o consumo regular de leite e produtos lácteos pode trazer benefícios à saúde. Confira a seguir: 

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Fortalecimento ósseo: o cálcio presente no leite desempenha um papel fundamental na formação e manutenção de ossos fortes e saudáveis, ajudando a prevenir doenças como a osteoporose. 

Crescimento e desenvolvimento: o leite é uma fonte de nutrientes para crianças e adolescentes em fase de crescimento, fornecendo proteínas e minerais necessários para o desenvolvimento adequado. 

Saúde cardiovascular: estudos sugerem que o consumo moderado de laticínios pode estar associado a um menor risco de doenças cardíacas e acidente vascular cerebral (AVC), devido aos efeitos benéficos dos nutrientes encontrados no leite. 

Controle de peso: o leite é uma opção de lanche saudável, pois sua proteína de alta qualidade ajuda a aumentar a saciedade e controlar o apetite. 

Hidratação: o leite é composto principalmente por água e, portanto, pode ajudar na hidratação do corpo, especialmente em climas quentes. 

O encarecimento da carne nos últimos anos deixou consequências na alimentação dos brasileiros. No ano passado, o consumo de carne bovina atingiu 24,2 quilogramas (kg) por habitante, o menor nível desde 2004.

O relatório foi divulgado pela Consultoria Agro do Banco Itaú BBA. Segundo o documento, foi o quarto ano seguido de queda no consumo per capita (por habitante).

Segundo o relatório, o consumo caiu mesmo com a produção de carne bovina tendo subido 6,5% no ano passado. Em 2022, foram abatidas 29,8 milhões de cabeças, alta de 7,5% em relação a 2021, mas o peso médio menor das carcaças fez a produção de carne aumentar em ritmo menor.

A alta da produção, no entanto, não se refletiu em preços mais baixos ao consumidor, com o excedente sendo exportado. Do total de 7,9 milhões de toneladas de carne bovina produzida, 65% (5,2 milhões de toneladas) foram consumidas no mercado interno e 35% (2,85 milhões de toneladas) foram vendidas ao exterior. As exportações cresceram 23,8% sobre 2021.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a carne fica mais cara desde 2020. Naquele ano, o preço médio subiu 18%, impulsionado pelas compras da China. A alta desacelerou para 7% em 2021 e 1,84% em 2022.

Conab

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Para este ano, o relatório prevê aumento na produção de carnes e na demanda por exportações, mas não faz projeções sobre o consumo. Os dados de 2022 estão em linha com os números oficiais da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Conforme a edição mais recente do relatório Quadro de Suprimentos de Carnes, divulgada pela Conab em fevereiro, a disponibilidade per capita de carne bovina no Brasil somou 25,9 kg por habitante no ano passado, o menor nível desde o início da série histórica, em 1996. O indicador não mede o consumo, mas a oferta de carne no mercado interno dividido pela população.

Para 2023, a Conab projeta disponibilidade per capita de 26,3 kg, alta de 1,8% em relação ao ano passado. A produção de carne bovina, pelas estimativas, subirá de 8,49 milhões para 8,75 milhões de toneladas (+3%), com as exportações aumentando 4%, de 3,02 milhões para 3,14 milhões de toneladas.

Nos últimos dez anos, o consumo de alimentos ultraprocessados pelos brasileiros teve aumento médio de 5,5%. É o que aponta estudo sobre o perfil de consumidores, divulgado pela Revista de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP), feito pelo Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde (Nupens/USP). O núcleo é responsável pelo Guia Alimentar para a População Brasileira. 

“O aumento do consumo de alimentos ultraprocessados entre 2008 e 2017, embora não tenha sido muito grande, foi significativo. Esse aumento corrobora outras pesquisas que avaliaram compras das famílias brasileiras desde a década de 1980, mostrando que o aumento vem ocorrendo há décadas”, explicou a vice-coordenadora do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo (Nupens/USP), Maria Laura Louzada. A pesquisa avaliou os fatores sociodemográficos associados ao consumo desse tipo de alimento e a evolução temporal do consumo no Brasil entre 2008 e 2018.

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Os alimentos ultraprocessados são formulações industriais prontas para consumo, feitas com inúmeros ingredientes frequentemente obtidos a partir de colheitas de alto rendimento, como açúcares e xaropes, amidos refinados, gorduras, isolados proteicos, além de restos de animais de criação intensiva. Usualmente, esses alimentos contêm pouco ou nenhum alimento inteiro em sua composição, além de serem fartos em açúcar e gorduras e carentes de fibras e micronutrientes. Entre eles, estão refrigerantes, biscoitos de pacote, doces e salgados, macarrão instantâneo, alimentos prontos para aquecer, doces, balas, chocolates e embutidos como presunto, mortadela e outros.

Perfil

O estudo apontou ainda que pessoas do sexo feminino, adolescentes, pessoas brancas, com maior renda e escolaridade e moradores de áreas urbanas e das regiões Sul e Sudeste são as que mais consomem ultraprocessados. Outro dado mostrou que cerca de 20% das calorias consumidas pelos brasileiros vêm de ultraprocessados.

No entanto, nos últimos dez anos, os maiores aumentos no consumo foram vistos justamente entre aqueles que menos consomem: pessoas negras e indígenas, moradores da área rural e das regiões Norte e Nordeste, assim como grupos populacionais com menores níveis de escolaridade e renda.

A explicação para esse crescimento são as mudanças do sistema alimentar globalizado, caracterizadas principalmente pela crescente penetração das empresas desses alimentos no país, segundo a a pesquisadora. 

“Os alimentos ultraprocessados ​​sempre foram promovidos e divulgados incessantemente com mensagens sedutoras que podem levar as pessoas a acreditar que são superiores aos pratos tradicionais como arroz e feijão e que farão as pessoas  mais felizes. O aumento do seu consumo se dá por um conjunção de fatores, sendo eles, principalmente, redução dos preços relativos, ampliação de oferta nos mais diversos locais de compras, principalmente pela expansão das redes varejistas, deslocando a população dos locais de vendas de alimentos mais tradicionais, como sacolões e as feiras e a crescente penetração das indústrias transnacionais em áreas mais remotas do país.”

Riscos

A conclusão do estudo mostrou que o Brasil vive uma tendência de padronização nacional e elevado no consumo de ultraprocessados, com consequente aumento de riscos à saúde da população.

“Pesquisas consistentes têm evidenciado a associação entre o alto consumo desses alimentos e o risco de obesidade e de diversas doenças crônicas não transmissíveis como diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares e doenças gastrointestinais. Além disso, publicações recentes mostram que estão relacionados a danos ambientais sem precedentes, contribuindo com grande parte das emissões de gases de efeito estufa e causando desmatamento, degradação do solo e perda massiva de biodiversidade”, alertou Maria Laura.

Na visão da pesquisadora, para reverter a tendência, basta manter a alimentação tradicional brasileira. “Com sorte, ainda temos grande parte da nossa alimentação baseada em alimentos in natura ou minimamente processados e suas preparações culinárias. Ou seja, mesmo com o crescimento dos alimentos ultraprocessados, nosso arroz com feijão ainda os supera largamente”, destacou.

“É uma grande janela de oportunidade para revertemos a tendência negativa. Ou seja, não precisamos reinventar a roda, mas sim, fortalecer e resgatar o que fazemos há muitas gerações: uma alimentação tradicional baseada em alimentos in natura ou minimamente processados. Mas, para isso, as políticas públicas são urgentes.”

Segundo Maria Laura, que se dedica a estudar os efeitos do ultraprocessamento de alimentos nas condições de vida e saúde das populações, determinadas ações poderiam colaborar para diminuir o consumo elevado desse tipo de alimento.  

“Para lidar com esse cenário, são necessárias ações sistêmicas e interconectadas para que as pessoas tenham acesso a uma alimentação saudável: sobretaxação dos ultraprocessados, combinada com subsídios para alimentos in natura ou minimamente processados, restrição rigorosa da publicidade - especialmente, mas não só, para crianças - rotulagem frontal de alertas em alimentos; proibição da oferta desses alimentos em locais de interesse público como escolas e hospitais, além de campanhas educativas em massa para pleitear o apoio das pessoas para implementação das ações”, defendeu a pesquisadora. 

Metodologia

Para realizar o estudo, os pesquisadores utilizaram dados do consumo alimentar de brasileiros e brasileiras maiores de 10 anos de idade das Pesquisas de Orçamentos Familiares (POF) realizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) entre maio de 2008 e maio de 2009 e entre julho de 2017 e julho de 2018.

Os brasileiros ficaram mais propensos às compras em março, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O indicador Intenção de Consumo das Famílias (ICF) avançou 0,8% em relação a fevereiro, já descontados os efeitos sazonais, para o patamar de 96,7 pontos, maior nível desde março de 2020.

"Embora tenha mantido tendência de alta, o avanço foi o menos expressivo em um ano, e a intenção de consumo segue abaixo da zona de avaliação positiva (100 pontos) desde 2015", ponderou a CNC, em nota oficial. Na comparação com março de 2022, o ICF subiu 23,7%.

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Na passagem de fevereiro para março, seis dos sete componentes do ICF registraram expansão: Emprego atual (alta de 0,6%, para 120,5 pontos), Renda atual (1,7%, para 112,5 pontos), Nível de consumo atual (2,3%, para 80,3 pontos), Perspectiva profissional (0,7%, para 113,3 pontos), Perspectiva de consumo (3,2%, para 103,6 pontos) e Momento para consumo de bens duráveis (3,1%, para 56,0 pontos).

O único componente com retração no mês foi o de Acesso ao crédito, recuo de 0,8%, para 90,5 pontos. Em março, 37% das famílias declararam que o acesso ao crédito estava mais difícil. Além disso, três em cada quatro consumidores consideraram que o momento não é favorável para aquisição de bens duráveis.

"O crédito está mais caro e seleto, principalmente para os consumidores de menor renda, e tem levado cada vez mais famílias a repensar compras de longo prazo", avaliou a economista Izis Ferreira, responsável pelo estudo da CNC, em nota oficial.

A entidade ressaltou que a perspectiva de consumo se destacou com o maior crescimento mensal pelo terceiro mês consecutivo.

Desde outubro do ano passado, a perspectiva de consumo tem avançado mais que o nível de consumo atual. Segundo a CNC, o movimento revela que "as famílias anseiam por condições de consumo melhores no futuro".

No mês de março, a intenção de consumo cresceu mais entre os mais ricos: na faixa de renda acima de 10 salários mínimos mensais, houve elevação de 2,2%, ante um aumento de apenas 0,7% no grupo com renda mensal de até 10 salários mínimos.

"Já em relação à satisfação com o emprego atual, o índice avançou mais entre consumidores de rendas média e baixa no primeiro trimestre, enquanto acumulou queda no mesmo período entre os de renda elevada", apontou a nota da CNC. "Ou seja, cresce mais entre os consumidores com maior renda a frustração em relação ao emprego. O mercado de trabalho tem contratado pessoas com menor nível de escolaridade e menores salários, consumidores nas faixas de menor renda."

Quanto ao recorte de gênero, a intenção de consumo das mulheres cresceu 1,5% em março, para o patamar de 95,2 pontos, resultado ainda aquém dos 97,9 pontos verificados entre os homens, embora o aumento no apetite às compras deles em março tenha sido mais brando, 0,6%.

A quase centenária marca Modess, sinônimo de absorvente higiênico e primeiro descartável do item produzido no País, está de volta. A Ever Green, fabricante nacional de produtos descartáveis de cuidados pessoais, relançou a marca em todo o território nacional. Modess vai batizar a linha de absorventes premium da companhia, que já tem produtos de linha econômica e preço intermediário, com as marcas Definity e Naturalmente, respectivamente.

A marca Modess volta depois de 15 anos fora do mercado. Originalmente, o nome era da multinacional Johnson & Johnson. A Ever Green não detalha como passou a ter domínio da marca. A área jurídica da companhia limita-se a informar que, em 2019, solicitou o registro ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). No ano passado, Modess foi concedida à empresa, que passou a ter o direito de uso exclusivo no País.

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Na prática, o retorno de Modess ocorre pela via jurídica da caducidade, usada também por outras empresas para obter o domínio de marcas icônicas. No ano passado, esse movimento aconteceu, por exemplo, com o sabonete Gessy. A marca era da multinacional Unilever e voltou ao mercado, após um período inativa, pelas mãos da brasileira Clariq.

De acordo com a Lei de Propriedade Industrial (9279/1996), depois de registrada, a marca tem até cinco anos para ser colocada em uso. Passado esse período, precisa ser usada ininterruptamente. Se a marca não for usada por cinco anos, poderá ser alvo de processo de caducidade.

Segundo advogados especializados em propriedade intelectual e patentes, qualquer pessoa pode requisitar a caducidade de uma marca ao INPI, mediante processo, desde que comprove que ela não está ativa. E, com isso, obter o registro de domínio da marca.

Procurada, a Johnson & Johnson informa, por meio de nota que "não possui a marca Modess em seu portfólio e, atualmente, atua no mercado com a marca Sempre Livre". Segundo a empresa, desde a chegada de Sempre Livre no Brasil, em setembro de 1974, a marca é pioneira em diversos lançamentos que consolidaram a sua importância e tradição no País, como na introdução dos absorventes com abas, absorventes noturnos, na tecnologia neutralizadora de odores e no formato anatômico. A companhia diz que a marca trouxe para a sociedade discussões relevantes, como a importância da dignidade menstrual.

Modess tem forte lembrança

Apesar de estar desde 2008 fora do mercado, Modess resiste na memória das brasileiras. Pesquisa feita pela Ever Green mostrou que Modess ocupa a quarta posição na lembrança das consumidoras, atrás de marcas de multinacionais Sempre Livre, da Johnson & Johnson; Always, da Procter & Gamble, e Intimus, da Kimberly-Clark.

"O recall de Modess é impressionante, existe uma lembrança afetiva muito forte entre as mulheres com mais de 30 anos", diz o CEO da Ever Green, Amauri Hong. Ele conta que a meta da companhia é, em dois anos, ter 10% do mercado de absorventes higiênicos com Modess e as duas marcas da empresa que estão no mercado, e que a Modess seja a número um entre as marcas de fabricantes nacionais. A venda de absorventes gira R$ 4 bilhões por ano.

Para concretizar o plano, a empresa, que também fabrica fralda infantil e geriátrica e lenço umedecido, vai investir, até 2025, R$ 35 milhões na ampliação da capacidade de produção e capacitação. A marca Modess vai absorver um terço dos recursos.

Hong não revela o faturamento atual da empresa familiar, que está há 36 anos no mercado. As três fábricas da companhia - duas instaladas em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, e uma em Maracanaú (CE) - têm capacidade total de produção de 200 milhões de tiras por mês, de todos os itens que a empresa produz. Segundo o executivo, a meta é que a receita da companhia atinja R$ 500 milhões até 2025 e que a marca Modess responda por 20% dessa cifra. "Nosso plano é ambicioso."

A médio prazo, a companhia também pretende expandir a marca Modess para outras categorias de descartáveis, como fraldas para incontinência urinária, protetores de seios, sabonete íntimo, por exemplo. "Mas, neste ano, vamos fincar bandeira em menstruação", diz Hong.

Ele destaca a preocupação da marca Modess com a sustentabilidade e o meio ambiente. Por isso, criou uma calcinha absorvente reutilizável, mais barata e sem uso de plástico. "As pessoas não querem usar um produto descartável." Além disso, todo o time que trabalha na reconstrução da marca é formado por mulheres, para estar mais próximo das suas demandas.

Recall da marca não é tudo

Cecília Russo Troiano, sócia da consultoria especializada em marcas TroianoBranding, diz que a empresa terá grandes desafios para recolocar a marca no mercado e ser bem-sucedida. "Pelas iniciativas tomadas pela outras marcas - Intimus, Sempre Livre e Always -, hoje o mercado de absorventes é bem diferente da época em que a marca Modess existia, porque as mulheres são diferentes", observa.

Segundo a especialista, as marcas hoje falam de pobreza menstrual e da questão do empoderamento feminino, além das evoluções tecnológicas do próprio produto. "Tenho uma visão que recall não é tudo", diz Cecília.

Na sua avaliação, a memória da marca é apenas uma das dimensões. Ela pondera que, embora não tenha uma pesquisa, acredita que a empresa terá de reverter a imagem de uma marca mais antiga, apesar de ser também uma marca de confiança. E o investimento nesse sentido deverá ser grande, porque os concorrentes são multinacionais de peso.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O consumo frequente de alimentos com corante vermelho sintético pode aumentar o risco de a pessoa desenvolver doenças inflamatórias no intestino. É o que mostra um estudo publicado no último dia 20 na revista científica Nature Communications. Embora sejam amplamente usados na indústria alimentícia, os produtos químicos podem ter impactos no organismo.

Presente em doces, cereais matinais, bebidas e salgadinhos industrializados, o aditivo conhecido como Allura Red AC (FD&C Red 40 ou E129) é usado para dar cor e textura. As dietas ocidentais, por exemplo, são especialmente ricas em corantes sintéticos que melhoram a aparência dos alimentos para atrair os consumidores, principalmente as crianças.

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Durante o estudo liderado por pesquisadores da Universidade McMaster, no Canadá, camundongos foram alimentados todos os dias com altas doses de Allura Red AC por um período de doze semanas. Conforme a publicação, níveis mais altos de serotonina foram observados em roedores que consumiram o corante em maior quantidade.

Também conhecido como hormônio da felicidade, grandes quantidades do neurotransmissor, que ajuda a estimular os movimentos musculares intestinais, podem ser nocivas ao organismo, pois alteram a composição microbiótica intestinal. Desta forma, os mesmos roedores desenvolveram colite ulcerativa, doença crônica caracterizada por inflamação do intestino grosso e com manifestações extra intestinais.

No caso dos humanos, o estudo sugere que o consumo do corante pode comprometer a imunidade da pessoa. As consequências são doenças inflamatórias intestinais e colite ulcerativa, por exemplo, que são enfermidades do trato gastrointestinal que afetam milhões de pessoas em todo o mundo.

Os pesquisadores afirmam ainda que o uso de corantes sintéticos em produtos alimentícios aumentou significativamente nos últimos 50 anos. A quantidade de trabalhos científicos sobre esses produtos, no entanto, ainda é limitada, por isso a importante de mais experimentos para entender os efeitos dos corantes no organismo.

O papa Francisco celebrou na noite deste sábado (24), na Basílica de São Pedro, Vaticano, a missa do Natal do Senhor e denunciou uma "humanidade insaciável por dinheiro, poder e prazer".

"Penso sobretudo nas crianças devoradas pelas guerras, pela pobreza e pela injustiça", disse o líder da Igreja Católica para um público de 7 mil pessoas, sem contar os 3 mil fiéis que acompanhavam do lado de fora da basílica por meio de telões.

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Esse foi o maior público da missa de Natal desde o início da pandemia de Covid-19, que nos últimos anos havia obrigado o Vaticano a limitar a capacidade na basílica para evitar aglomerações.

Por outro lado, ficou consolidada a nova tradição de realizar a celebração às 19h30 (horário local), e não mais às 21h30, como era de costume antes da pandemia.

"Também neste Natal, uma humanidade insaciável por dinheiro, poder e prazer não deixa lugar, assim como foi com Jesus, aos menores, aos muitos não nascidos, aos pobres e esquecidos. Mas Jesus chega justamente ali, menino na manjedoura do descarte", afirmou Francisco em sua homilia.

O pontífice ainda aproveitou a ocasião para criticar a "voracidade do consumo". "Os homens do mundo, esfomeados por poder e dinheiro, consomem até seus vizinhos, seus irmãos. Quantas guerras! E em quantos lugares, ainda hoje, a dignidade e a liberdade são pisoteadas! E as principais vítimas da voracidade humana são sempre os frágeis", acrescentou.

O Papa também pediu que as pessoas deponham aos pés da manjedoura as "desculpas, justificativas e hipocrisias". "Não deixemos passar este Natal sem fazer alguma coisa de bom. A verdadeira riqueza não está nas coisas, está nas pessoas, sobretudo as mais pobres", disse.

Às 8h (horário de Brasília) desta sexta-feira (25), Francisco dá continuidade às celebrações natalinas com a bênção "Urbi et Orbi" ("À cidade e ao mundo"), na qual ele aborda os principais temas da atualidade. 

*Da Ansa

Os brasileiros ficaram mais propensos às compras em outubro, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) avançou 2,1% em relação a setembro, o nono crescimento consecutivo, na série com ajuste sazonal.

Como resultado, o ICF alcançou 87,0 pontos, permanecendo assim na zona de insatisfação, abaixo dos 100 pontos. Na comparação com outubro de 2021, a intenção de consumo cresceu 18,9% em outubro de 2022.

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Segundo a CNC, a melhora ao longo de 2022 é consequência da trégua da inflação, do crescimento do emprego formal, das medidas de transferências de renda do governo e maior facilidade de acesso ao crédito.

Na passagem de setembro para outubro, todos os sete componentes do ICF registraram avanços: emprego atual (alta de 1,5%, para 114,3 pontos), renda atual (2,1%, para 102,0 pontos), nível de consumo atual (4,1%, para 70,9 pontos), perspectiva profissional (1,2%, para 105,4 pontos), perspectiva de consumo (2,5%, para 84,5 pontos), acesso ao crédito (1,9%, para 87,7 pontos) e momento para bens duráveis (2,1%, para 44,2 pontos).

A intenção de consumo cresceu 2,2% em outubro ante setembro entre as famílias com renda de até dez salários mínimos, mas permanece na zona de insatisfação, aos 83,5 pontos, 12,6 pontos abaixo do nível anterior à pandemia. No grupo de famílias que ganham mais de 10 salários mínimos mensais, o ICF subiu 1,7%, para 104,0 pontos.

Entre as famílias de rendas média e baixa, a satisfação com a renda atual avançou 2,4% em outubro ante setembro, enquanto entre as famílias mais ricas houve alta de 1,2%. Segundo a economista Izis Ferreira, responsável pela pesquisa da CNC, a melhora na avaliação da renda é resultado do recuo recente na inflação, que pesa mais sobre as famílias mais pobres.

A inflação desagregada por faixa de renda, calculada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mostrou em setembro o terceiro mês seguido de redução de preços (-0,29%) para os consumidores nos grupos de rendas média e baixa, com maiores quedas em alimentos e bebidas (-0,11%) e transportes (-0,41%).

"Apesar dessas reduções, a maior contribuição para a alta do IPCA no ano foi do grupo de alimentos e bebidas, um dos itens mais representativos nos orçamentos das famílias de renda baixa", ponderou Izis Ferreira, em nota.

Ferreira alerta que os consumidores de mais baixa renda se mantêm cautelosos, "com idas mais frequentes aos supermercados e ampliação da busca por ofertas".

A perspectiva de consumo nos próximos meses subiu 3,5% entre as famílias mais ricas. O aumento foi de 2,2% para o grupo de menor renda. A CNC ressalta que, embora o componente tenha crescido para os dois grupos, ambos permanecem na zona de insatisfação.

"A inflação, mesmo em queda, ainda dificulta o consumo, e o maior nível de endividamento das famílias também reduz a capacidade futura de compras, especialmente das famílias de rendas média e baixa", justificou Ferreira.

A confiança do consumidor brasileiro está cada vez mais próxima do campo otimista (acima de 100 pontos). De acordo com o Índice Nacional de Confiança (INC), elaborado pelo Instituto de Economia Gastão Vidigal da Associação Comercial de São Paulo (IEGV/ACSP) e pela PiniOn, em setembro, o indicador para o Brasil registrou 94 pontos. Houve uma alta de 3,3% em relação a agosto, e 10,6% na comparação com o mesmo mês de 2021.  

A confiança no consumo brasileiro é uma tendência de recuperação da confiança do consumidor que está baseada na melhora das expectativas sobre a situação financeira futura e percepção menos negativa da situação atual. A análise feita pelos economistas do IEGV é de que o resultado reforça a tendência crescente do indicador observada desde maio do ano passado.

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“O aumento da confiança ocorreu em todas as regiões do país, sendo mais pronunciado no Sul e no Nordeste, à exceção do Sudeste, onde o INC se manteve estável na margem de erro”, pontuou o economista da entidade, Ulisses Ruiz de Gamboa. Os dados mostram que, na abertura por classes socioeconômicas, houve elevação geral do índice, em especial para as famílias das classes D e E.  

Quando questionadas sobre a situação financeira, a percepção negativa das famílias ainda se mostra elevada. “Foi possível notar uma melhora relativa mais intensa do que ocorreu na leitura anterior, por causa da segurança no emprego”, esclareceu Ruiz de Gamboa. As expectativas positivas sobre a situação financeira futura das famílias e a evolução do país apresentam aumento mais intenso do que em agosto. O Índice Nacional de Confiança apontou melhora, também, na percepção sobre a situação atual e maior otimismo em relação ao futuro. O reflexo disso é a maior proporção de entrevistados dispostos a comprar itens de maior valor, como carro e casa e também bens duráveis, como geladeira e fogão.  

De acordo com os economistas da entidade, a recuperação da confiança se explica pelo ritmo de atividade maior do que se esperava, que impulsiona a geração de postos de trabalho, pelas diversas transferências de renda concedidas pelo Governo Federal, dos reajustes dados aos servidores estaduais e municipais e da ampliação da margem de crédito registrado.  

Sobre a ACSP 

A Associação Comercial de São Paulo (ACSP), em seus 127 anos de história, é considerada a voz do empreendedor paulistano. A instituição atua diretamente na defesa da livre iniciativa e, ao longo de sua trajetória, esteve sempre ao lado da pequena e média empresa e dos profissionais liberais, contribuindo para o desenvolvimento do comércio, da indústria e da prestação de serviços. Além do seu prédio central, a ACSP dispõe de 15 Sedes Distritais, que mantêm os associados informados sobre assuntos do seu interesse, promovem palestras e buscam soluções para os problemas de cada região. 

 

 

Palavras-chave: Dia das Crianças, Exposições, São Paulo, Eventos, Programação

SP: Confira exposições para visitar no Dia das Crianças

Mundo Pixar 

Até o dia 23 de outubro, é possível conferir uma exposição imersiva que traz os personagens e os cenários do estúdio de animação da Disney Pixar. Localizado no Shopping Eldorado em São Paulo, o Mundo Pixar possui salas temáticas, por exemplo: a central de emoções de "Divertida Mente" (2015); o quarto do menino Andy de “Toy Story” (1995); a fábrica de sustos de “Monstros S.A” (2001); a casa de Carl de “Up - Altas Aventuras” (2009); entre outros.

Local: Estacionamento do Shopping Eldorado

Endereço: Avenida Rebouças, número 3970 – Pinheiros - São Paulo/SP

Horário: Terça à quinta-feira: 10h às 20:50; 

Sextas, sábados, domingos e feriados: 10h às 22h50 

Classificação Etária: Livre. Menores de 12 anos somente acompanhados de responsáveis.

Ingressos: https://www.eventim.com.br/eventseries/mundo-pixar-3133394/?affiliate=BCO

DINOSSAUROS – Patagotitan, o Maior do Mundo

Até 4 de dezembro, fica em cartaz no Parque Ibirapuera a exibição que traz a réplica do maior dinossauro do mundo, o “Patagotitan Mayorum” e cerca de 20 fósseis originais da Patagônia. A mostra é dividida em três partes das linhagens de dinossauros: Carnívoros, que conta com o Eoraptor, o mais antigo e primitivo do grupo; Gigantes, que fala da evolução, como o alongamento do pescoço; e último foca nas espécies menores e semelhantes a aves. 

Local: Pavilhão das Culturas Brasileiras (Pacubra) - Parque Ibirapuera

Horário: Terça à sexta das10h às 19h40; sábado e domingo das 9h às 19h40

Endereço: Av. Pedro Álvares Cabral, s/n - Vila Mariana - São Paulo/SP - PORTÃO 10

Classificação Etária: Livre. Menores de 12 anos somente acompanhados de responsáveis

Ingressos: https://www.livepass.com.br/artist/dinossauros-patagotitan/

Museu Mais Doce do Mundo

Até o dia 30 de outubro, o “Museu Mais Doce do Mundo” está de volta à São Paulo no Shopping Vila Olímpia. O museu é composto por cenários inspirados em guloseimas de açúcar, com espaços instagramáveis, piscina de bolinhas, degustação de doces e ativações digitais, como realidade aumentada. 

Local: Shopping Vila Olímpia

Horários: Terça à sexta: 12h às 21h; sábados: 10h às 22h; domingos e feriados: 11h às 21h

Endereço: Rua Olimpíadas, número 360 - 2º piso - Vila Olímpia, São Paulo - SP

Classificação Etária: Livre. Menores de 14 anos somente acompanhados de responsáveis

Ingressos:https://www.eventim.com.br/event/o-museu-mais-doce-do-mundo-2022-shopping-vila-olimpia-15782168/

Os brasileiros ficaram mais propensos às compras em setembro, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) subiu 1,4% em relação a agosto, para o nível de 84,4 pontos. Na comparação com setembro de 2021, houve elevação de 16,5%.

Segundo a CNC, o avanço foi puxado por uma melhora no mercado de trabalho, mas também pelo aumento no valor do Auxílio Brasil, pago pelo governo às famílias mais vulneráveis. Apesar do crescimento em setembro, o ICF permanece na zona de insatisfação, abaixo dos 100 pontos.

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Na passagem de agosto para setembro, todos os sete componentes do indicador registraram avanços, embora apenas dois deles estejam na zona favorável, acima dos 100 pontos: Emprego Atual (alta de 1,2%, para 112,2 pontos) e Perspectiva Profissional (aumento de 1,4%, para 103,4 pontos).

"As pessoas estão sendo mais empregadas e esperam que essa situação permaneça nos próximos meses", avaliou a economista Catarina Carneiro, responsável pela pesquisa da CNC.

Quanto aos demais componentes, os destaques foram as altas na Renda Atual, 2,1% em setembro ante agosto, para 99,1 pontos, e Acesso ao Crédito, 1,9%, para 85,5 pontos. Houve expansão ainda no Nível de Consumo Atual (1,5%, para 67,4 pontos), Perspectiva de Consumo (1,2%, para 80,6 pontos) e Momento para Bens Duráveis (0,6%, para 42,9 pontos).

O consumo de maconha por jovens americanos alcançou níveis recordes no ano passado e o uso de alucinógenos também está aumentando, destaca um novo estudo.

De acordo com o relatório "Monitoring the Future" (monitorando o futuro), da Universidade de Michigan, dos 5.000 jovens pesquisados com entre 19 e 30 anos, 43% disseram ter usado cannabis em 2021, em contraste com 34% em 2016 e 29% em 2011.

Além disso, em 2021, 29% relataram ter usado maconha no mês anterior, na frente dos 21% registrados em 2016 e 17% em 2011. O consumo diário aumentou de 6% em 2011 para 8% em 2016, chegando a 11% no ano passado.

O estudo foi financiado pelo Instituto Nacional de Saúde (NIH), a principal agência de pesquisa médica do governo dos Estados Unidos.

Os autores disseram que os números de consumo de maconha em 2021 foram os "níveis mais altos registrados desde que essas tendências foram monitoradas pela primeira vez em 1988".

Já para alucinógenos, 8% dos jovens adultos disseram ter consumido LSD, MDMA, mescalina, "cogumelos" ou PCP (fenciclidina) no último ano, acima de 5% em 2016 e 3% em 2011.

Quase 82% dos entrevistados relataram ter consumido álcool nos 12 meses anteriores, um pouco abaixo dos 83,5% em 2016 e 83,8% em 2011.

O estudo não mencionou nenhum motivo para o aumento no consumo de maconha entre os jovens adultos, mas a cannabis recreativa agora é legal em quase 20 dos 50 estados americanos.

Com uma população envelhecida, a taxa de natalidade em queda e as mudanças no estilo de vida provocadas pela pandemia da Covid-19, as pessoas estão consumindo cada vez menos álcool no Japão e isso atingiu em cheio a receita tributária do país. Na tentativa de reverter esse quadro, o governo asiático lançou a campanha "Sake Viva!". 

A Agência Nacional de Impostos do Japão é responsável pelo supervisionamento da campanha. Grupos de até três pessoas com idades entre 20 e 39 anos estão sendo buscados para apresentarem propostas que incentivem os jovens a beber. A inscrição é gratuita e serão aceitas até o dia 9 de setembro. 

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Os jovens de qualquer país podem apresentar ideias, no entanto, documentos de inscrição e documentos de referência só podem ser enviados em japonês. Além disso, se você participar da rodada final, deverá fazer uma apresentação em japonês e responder a perguntas e respostas também na língua local.

As melhores serão apresentadas em Tóquio no mês de novembro deste ano, com os finalistas recebendo uma viagem gratuita à capital japonesa.

Segundo o site Fortune, embora o governo esteja querendo estimular o consumo de bebidas alcoólicas, o abuso do álcool ainda é visto no país como um problema pelos profissionais de saúde. Em 2021, o Ministério da Saúde do Japão alertou sobre as doenças que estão relacionadas com o abuso no consumo do álcool. 

O consumo de tabaco caiu de 28% em 2000 para 16,3% em 2020 nas Américas, e 96% da população está protegida por pelo menos uma medida de luta antitabaco. Contudo, os cigarros eletrônicos são uma ameaça, afirma a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

Segundo o relatório sobre o Controle do Tabaco para a Região das Américas 2022 da Opas, apresentado nesta segunda-feira (15) no Brasil, o consumo de tabaco caiu para 16,3% em 20 anos e espera-se que seja de 14,9% para 2025, com o qual a região cumpriria a meta de reduzi-lo em 30%, estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), até essa data.

O Chile é o país onde os adultos consomem mais tabaco (29,2%), seguido de Argentina, Estados Unidos, Uruguai e Cuba. O Panamá, por sua vez, é o que menos consome (5,0%).

Em termos gerais, a proporção é de 21,3% de homens e 11,3% de mulheres, "o que reafirma a necessidade de que, nas Américas, se fortaleça o aspecto de gênero" nas estratégias de controle, deduz o relatório.

Entre os jovens, Dominica registra o percentual de consumo mais alto, seguido de Argentina, México, Haiti e Guatemala. Os adolescentes de Canadá, Estados Unidos e Brasil são os que menos fumam.

Vinte e seis dos 35 países da região aplicam ao máximo pelo menos uma das seis medidas de controle de tabaco recomendadas pela OMS desde 2008.

Isso significa que 900 milhões de pessoas, ou seja, "96% da população da região, estão protegidos contra os danos do tabaco", 50% mais do que em 2007, segundo a Opas.

"O tabaco causa quase um milhão de mortes anuais na região e é o único produto de consumo legal que mata até metade dos que o consomem", afirma Anselm Hennis, diretor do Departamento de Doenças Não Transmissíveis e Saúde Mental da Opas, citado em nota.

"Diante desta enorme ameaça, a resposta deve ser igualmente agressiva", acrescentou.

No entanto, os progressos não têm sido homogêneos e, segundo a Opas, "nove países ainda não adotaram nenhuma medida", entre os quais se destacam Cuba, Nicarágua, República Dominicana e Haiti.

Segundo o relatório, em 2021, 24 países da região aplicavam medidas para proteger com a exposição passiva à fumaça de tabaco, 22 destacavam de forma importante os perigos do tabaco nos maços de cigarros, dez dispunham de sistemas de vigilância com dados recentes, seis proporcionavam ajuda integral para deixar de fumar e nove proibiam totalmente a publicidade da substância.

No entanto, apenas três - Argentina, Brasil e Chile - aplicam impostos indiretos sobre o tabaco que representam 75% ou mais de seu preço de venda.

A América do Sul se converteu na primeira sub-região sem fumaça de tabaco nas Américas, ou seja, onde está proibido fumar em locais fechados, públicos e de trabalho, e nos transportes públicos.

O consumo de tabaco é o principal fator de risco para doenças cardiovasculares e respiratórias crônicas, diabetes e câncer. "Todas as formas de tabaco são prejudiciais e não existe um nível seguro de exposição", alerta a Opas.

O relatório adverte que os novos produtos, como os cigarros eletrônicos, "estão cada vez mais disponíveis e acessíveis, o que supõe uma ameaça para o controle do tabaco". Além disso, "a indústria do tabaco utiliza afirmações enganosas para ganhar consumidores e novos mercados", acrescenta o texto.

A Opas recomenda aos governos que intervenham para "evitar que os não fumantes comecem a consumir esses produtos, impedir que o consumo de tabaco volte a ser normalizado na sociedade e proteger as gerações futuras".

A nível mundial, o tabaco causa mais de oito milhões de mortes por ano, das quais por volta de 1,2 milhão de não fumantes, mas que estiveram expostos à fumaça do tabaco.

Cresceu nos últimos meses o número de brasileiros que não conseguem levar para casa toda a comida que escolhe e coloca no carrinho do supermercado. O corte na compra ocorre na boca do caixa, quando o valor da conta passa do previsto. A saída tem sido abandonar desde itens básicos, como óleo de soja, até supérfluos, como refrigerantes.

Impulsionado pela alta de preços dos alimentos, o carrinho que fica nos caixas dos supermercados está cada vez mais cheio. Entre janeiro e junho deste ano, 4,997 milhões de itens foram abandonados. É um volume quase 16,5% maior que o do primeiro semestre de 2021, ou 704,9 mil itens a mais, revela pesquisa inédita feita, a pedido do Estadão, pela Nextop. A empresa atua há 25 anos com tecnologia de segurança do varejo.

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Por meio de inteligência artificial e de um grande banco de dados, foram extraídas informações autorizadas do movimento de caixa de 982 supermercados de médio e pequeno porte do País, que atendem a todas as faixas de renda e que juntos vendem R$ 5 bilhões.

Para chegar ao volume de produtos abandonados, Juliano Camargo, CEO e fundador da empresa, reuniu itens cancelados e produtos que o consumidor consultou o preço e desistiu.

"Um crescimento de 16,42% na quantidade de itens abandonados é altíssimo e reflete que muita gente deve estar tomando susto", afirma Camargo. Apesar de não ter uma série longa de dados, ele acredita que as devoluções não teriam aumentado se a inflação de alimentos estivesse controlada.

Em julho, o IPCA teve deflação de -0,68%, por causa dos corte de impostos de combustíveis e eletricidade. Porém, os preços da comida se aceleraram e aumentaram 1,30%, ante avanço de 0,80% em junho. Em 12 meses, alimento subiu 14,72%, ante IPCA de 10,07%.

O economista Claudio Felisoni de Angelo, presidente do Instituto Brasileiro de Executivos do Varejo (Ibevar), ressalta a clareza desse indicador. "O tamanho da pilha de produtos deixados no caixa é a medida concreta do tamanho da crise." Ele diz que indicadores de inflação, renda e emprego têm dimensão abstrata.

SEM REFERÊNCIA. Além da falta de dinheiro, Felisoni acrescenta que a perda de referência de preços, provocada pela aceleração da inflação, e a pouca clareza da loja para passar a informação aos clientes podem contribuir para desistência da compra.

A Associação Brasileira de Supermercados não tem dados sobre devoluções. Marcio Milan, vice-presidente, diz que o resultado do estudo é um alerta para empresas e que eventualmente isso pode estar acontecendo em maior ou menor escala, dependendo do tipo de loja e da região. •

Um ranking dos dez produtos mais devolvidos pelos consumidores no caixa de supermercado no primeiro semestre deste ano indica que a alta de preços da comida é generalizada: atinge pobres e ricos, com itens básicos e supérfluos.

Quem lidera a lista é o refrigerante, aponta um estudo da Nextop, empresa especializada em tecnologia de segurança. Na sequência vem o leite, seguido pelo óleo de soja, cerveja e açúcar. Dos dez itens que mais sobraram na boca do caixa, quatro são básicos - leite, óleo de soja, açúcar e farinha de trigo - e seis não tão essenciais - refrigerante, cerveja, molhos, biscoitos, hambúrguer e bebida láctea.

Quatro produtos mais abandonados no caixa - leite, óleo, cerveja e biscoito - também constam entre os dez que registraram as maiores quedas nas quantidades vendidas no varejo de autosserviço no primeiro semestre deste ano em relação a igual período do ano passado, segundo um levantamento inédito feito, a pedido do Estadão, pela NielsenIQ, consultoria que monitora as vendas dos produtos nos supermercados.

A cerveja puxa a fila dos itens com maiores quedas de venda em volumes apurada pela consultoria, com -15,6%, seguida pelo leite (-13,7%), cortes de frango (-11,6%), café (8,5%), legumes (-8,2%), óleo (-7%), queijos (-6,5%), biscoitos (-5,1%), industrializados de carne (-2,8%) e cortes bovinos (-2,7%).

Não por acaso, vários desses produtos estão entre os que mais registram altas de preços nos últimos meses, como leite, café, óleo, carne, biscoito, por exemplo, segundo o IPCA, índice oficial de inflação.

A freada brusca do consumidor na reta final das compras provoca um efeito em cascata. O encalhe faz com que os supermercados comprem volumes menores da indústria e esfriem o ritmo de produção e atividade. "Hoje, o nível de estoques dos supermercados é o mais baixo dos últimos anos", afirma Juliano Camargo, CEO da Nextop.

Na opinião de Marcio Milan, vice-presidente da Associação Brasileira de Supermercados, o setor está fazendo compras mais planejadas por conta dos níveis de inflação atingidos. "As negociações estão muito mais intensas, à procura sempre do menor preço." Segundo ele, falta de algum produto é algo momentâneo e não há indicação de desestocagem.

MAIS TRABALHO. O movimento de devolução nas prateleiras de itens deixados pelo consumidor no caixa cresceu desde o mês passado numa loja da capital paulista onde Marcos Paulo da Silva Moura é subgerente. "Antes, eram no máximo dois carrinhos por período e agora são de três para cima." Entre os itens que mais retornam às prateleiras estão carne e os supérfluos, como biscoitos, frios e laticínios. Estes últimos voltam imediatamente para a geladeira para evitar perdas. O maior ritmo de devolução aumenta a carga de trabalho do pessoal de loja.

A aposentada Maria do Carmo Azevedo, de 63 anos, que ganha um salário mínimo e faz bico como diarista, por exemplo, já deixou produto no caixa várias vezes. Com um pacote de pão na mão e outro de mandioquinha e abóbora - ingredientes para preparar a sopa -, na última quarta-feira ela conferia o preço do biscoito, que, segundo ela, subiu de R$ 3 para 6,98, e fazia contas. "Se passar de R$ 30 vou ter de tirar alguma coisa, porque amanhã tem de comprar pão de novo."

Maria do Carmo conta que ficou muito constrangida nas ocasiões em que teve de devolver produtos na boca do caixa. "Já aconteceu isso algumas vezes por eu ter feito conta errada e também por me surpreender com os preços: hoje é um e amanhã é outro."

Já a consumidora Juliana Gomes Rosa, de 35 anos, casada e mãe de dois filhos, que trabalha no mercado financeiro, nunca teve de devolver produto no caixa. Mas a seleção é feita antes. "Tenho deixado de escolher coisas que gostaria de comprar", conta.

De seis meses para cá, Juliana sentiu uma diferença muito grande nos preços e no gasto da compra do mês. Até pouco tempo desembolsava, em média, R$ 1,5 mil. Hoje gasta um pouco mais de R$ 2 mil, mesmo tendo reduzido a compra de itens não essenciais, como chocolates e laticínios, e cortado quantidades de básicos, como açúcar. "O nosso poder de compra não aumentou e os preços estão um absurdo."

Ela explica que o aumento da inflação levou à perda de referência de preços de vários produtos, como leite, café, ovos, óleo, azeite, por exemplo. Juliana diz que ela, como todos os brasileiros, está tentando viver um dia após o outro para não ficar ansiosa e ter reflexos em outras áreas da vida. "Toda essa situação não impacta só as compras: é a viagem, a escola. Tudo isso a gente tira para poder se alimentar."

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