[@#galeria#@]
A transferência do setor de onco-hematologia da Fundação Hemope para o Hospital de Câncer (HC) provocou um protesto na manhã desta quarta-feira (12). Com faixas e cartazes, funcionários e pacientes do Hemope chamavam a atenção da população para o que eles chamam de privatização do serviço atualmente oferecido pela unidade de saúde.
##RECOMENDA##De acordo com Alita Andrade, médica hematologista do Hemope, a transferência autorizada pelo Governo de Pernambuco já seria realizada no próximo dia seis de março. Com isso, o número de tratamentos oferecidos será reduzido, já que – segundo ela – o setor do Hemope dispõe de 40 leitos, enquanto no HC apenas 30 estão em funcionamento. “Rola um burburinho sobre essa mudança desde 2010. Nesses quatro anos lutamos para descentralizar o atendimento”, afirmou.
Os profissionais também reclamam da transferência de outros setores, que ocorreram ao longo dos últimos anos. Em dezembro a Pediatria Oncológica foi relocada para Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip) e desde então, conforme médicos e pacientes, não estaria funcionando. Já a Unidade de Transplantes de Medula Óssea seguiu para o Hospital Português. “Nós oferecíamos tratamento para todas as doenças do sangue, e agora os setores estão sendo transferidos”, reclamou Alita.
“As pessoas ligam o Hemope apenas a doação de sangue, mas vai muito além. A unidade trata pessoas com doença no sangue. Querem colocar a gente no HC que não tem nada a ver com sangue”, disse Washigton de Moura, paciente do Hemope que trata uma leucemia desde 2009.
Maria Yone Nascimento vem constantemente de Salgueiro, no Sertão de Pernambuco, com a filha de 31 anos, que sofre com leucemia. Ela havia concluído o tratamento em 2009, mas em dezembro de 2013 o câncer voltou. “Não queria sair daqui, pois conhecemos os médicos, gostamos da equipe e não sabemos como será lá. Seria bom transferir também as médicas”, declarou.
O protesto também contou com o apoio da Associação de Transplante de Medula Óssea (Atmo). “Essa é uma decisão arbitrária. Estão tirando o tratamento de doenças malignas e transferindo para o HC, o que seria uma privatização. O Hospital do Câncer é privado, conveniado com o SUS e filantrópico”, afirmou Liliane Peritore, diretora da associação.
Representantes da Associação de Defesa dos Usuários de Seguros Planos e Sistemas de Saúde (Adusespes) também marcaram presença na manifestação. “Vamos entrar com uma ação conta o Hospital de Câncer e a Secretaria de Saúde pela desativação do setor no Hemope. Também queremos o apoio da população. Quem souber de pessoas que estão sem leito precisam realizar denúncia”, concluiu Patrick Peritore.
Com informações de Juliana Isola