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No próximo domingo (15) faz 75 anos que o filme “Interlúdio” (1946) chegou aos cinemas de todo o mundo. A obra foi dirigida pelo mestre do suspense Alfred Hitchcock (1899 – 1980) e traz a história sobre uma jovem norte-americana (Ingrid Bergman) que se torna espiã, se infiltra no meio nazista e até chega a casar com um dos seguidores de Adolf Hitler (1889 – 1945), mas acaba se apaixonando por um agente no governo (Cary Grant).

O filme teve cenas ambientadas no Rio de Janeiro e repercutiu em grande escala na época. Prova disso é que o longa-metragem foi indicado ao Oscar, na premiação de 1947, na modalidade Melhor Ator Coadjuvante (Claude Rains) e Melhor Roteiro Original. Além do mais, “Interlúdio” também esteve presente no Festival de Cannes, concorrendo ao Grande Prêmio do Festival.

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De acordo com o crítico de cinema, Sérgio Rizzo, “Interlúdio” é mais um dos casos em que o mestre do suspense mostra sua habilidade em manipular e seduzir o público. “Hitchcock cria o medo e suspense pela capacidade de ‘plantar’ em todos nós uma expectativa em relação ao que pode vir a acontecer, como se nos dissesse, com o uso de imagem e som: ‘preste atenção, algo terrível está se desenvolvendo’. Não está na minha lista dos favoritos, mas sempre tive prazer ao ver o filme”, explica o crítico.

Dentro do modelo artístico de Hitchcock, existem certas estratégias narrativas e estéticas, segundo Sérgio. “Como o encontro da linha do olhar dos personagens, construída pela montagem a partir de enquadramentos que seduzem e orientam o olhar do espectador”. O crítico de cinema ressalta que outros cineastas usam a mesma técnica, como Pedro Almodóvar, que já falou a respeito de como “roubou” de Hitchcock soluções para problemas, como por exemplo, onde colocar a câmera numa determinada tomada, e como estruturar o ponto de vista narrativo em um filme ou sequência.

Curiosidades

Apesar de “Interlúdio” não ter repercutido tanto quanto outros filmes de Hitchcock, como “Um Corpo Que Cai” (1958), “Psicose” (1960) e “Os Pássaros” (1963), o longa de 1946 já trazia os elementos característicos do autor e chegou a impressionar diversos cineastas famosos, como o francês François Truffaut (1932 – 1984), que chegou a confirmar que o filme protagonizado por Ingrid Bergman é o melhor de Hitchcock.

Vale lembrar que a atriz principal não estava sendo cotada como a favorita pelo produtor do filme, já que Vivien Leigh (1913 – 1917), protagonista do clássico “... e o Vento Levou” (1939), estava no topo da lista entre as preferidas. Mas ao final, Ingrid conseguiu o papel, e assim, realizou sua segunda participação em filmes com o diretor Hitchcock. A primeira ocasião foi em “Quando Fala ao Coração” (1945), e a terceira em “Sob o Signo de Capricórnio” (1949).

 

 

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