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O plenário do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aposentou compulsoriamente o desembargador do Tribunal de Justiça do Tocantins (TJ-TO) Ronaldo Eurípedes de Souza, acusado de vender decisões judiciais. A pena administrativa - a mais severa imposta à toga prevista na Lei Orgânica da Magistratura (Loman) - implica o recebimento, pelo magistrado, de vencimentos proporcionais ao tempo de serviço.

Mesmo afastado das funções há cerca de três anos, Souza continuou recebendo seu contracheque. Em maio, por exemplo, de acordo com o Portal da Transparência do TJ do Tocantins, ele recebeu subsídios de R$ 39.711,96 - ou R$ 26.600,72 líquidos.

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Denunciado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, o desembargador está fora de atividade desde 2020 por ordem do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

DESVIRTUAMENTO

Anteontem, o CNJ julgou o processo administrativo disciplinar contra o desembargador, o qual tramitou sob relatoria do conselheiro Sidney Madruga. Segundo o conselheiro, o magistrado "beneficiava um grupo de advogados".

Madruga afirmou que o desembargador "fazia parte de um esquema criminoso de obtenção de vantagens financeiras por meio de intermediação de sentenças, demonstrando desvirtuamento da atividade judicante, em prol de interesses privados ilícitos".

"Demonstrou-se incontroversa a violação aos princípios éticos da independência, da imparcialidade, da transparência, da integridade profissional e pessoal, da dignidade, da honra e do decoro, imprescindíveis ao exercício da atividade jurisdicional", destacou o relator no julgamento.

Ronaldo Eurípedes de Souza foi denunciado perante o STJ pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em 2021. A acusação afirma que o desembargador atuou de forma favorável em processos do Loteamento Costa Esmeralda e da Empresa Sul Americana de Montagens (EMSA), em troca de R$ 1,3 milhão em propinas. O valor, ainda de acordo com a denúncia, teria sido lavado por meio de contratos simulados.

Na ocasião, a subprocuradora-geral Lindôra Araújo também solicitou a manutenção do afastamento do desembargador do cargo. Conforme Lindôra, o magistrado "comerciava sua função pública, proferindo decisões mediante o pagamento de vantagens indevidas, fazendo-o em parceria com certos advogados". À época da denúncia, a defesa de Souza classificou as acusações como inconsistentes.

A reportagem procurou o desembargador e representantes do Loteamento Costa Esmeralda e da Empresa Sul Americana de Montagens (EMSA), mas não houve resposta até as 21h de ontem.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A ex-presidente do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), desembargadora Maria do Socorro Barreto Santiago, foi presa preventivamente pela Polícia Federal nesta sexta-feira (29).  A ordem foi expedida pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Og Fernandes, como parte da nova fase da Operação Faroeste, que apura um esquema de corrupção no órgão.

O pedido de prisão partiu da Procuradoria-Geral da República. Maria do Socorro é suspeita de integrar um esquema que vendia sentenças judiciais no TJ baiano. A desembargadora já havia sido afastada do cargo por 90 dias. 

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Segundo o jornal O Globo, as investigações apontam que Maria do Socorro Barreto Santiago teria movimentado R$ 17 milhões em suas contas entre 2013 e 2019 e parte do valor não tem origem comprovada.

Ao jornal Folha de São Paulo, a defesa da ex-presidente do TJ-BA disse que foi surpreendida com a prisão. "Acreditamos que esta prisão seja revogada assim que ela prestar o seu depoimento. Ela irá explicar todos os pontos que estão sendo questionados", disse o advogado João Daniel Jacobina Brandão.

Investigação do Ministério Público Federal no Tribunal de Justiça de Tocantins encontrou um esquema familiar de venda de sentenças. O desembargador Amado Cilton Rosa e sua mulher, Liamar de Fátima, foram denunciados por corrupção passiva e concussão por suposta venda de decisões judiciais. A investigação começou pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) a partir da denúncia de quem teria intermediado a decisão negociada.

Conforme denúncia do MP obtida pelo jornal O Estado de S. Paulo, o desembargador negociou uma liminar em favor de Fábio Pisoni, acusado de matar um jovem de 21 anos e que estava com a prisão preventiva decretada. A negociação foi intermediada, de acordo com o MP, por Egon Just, que prestava consultoria para a empresa de Itelvino Pisoni, pai do acusado.

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Na terça-feira, o jornal revelou que a investigação mostrou a existência de um amplo esquema de corrupção em Tocantins, com cobranças de propinas, envolvendo 4 dos 12 desembargadores.

Para garantir que o desembargador daria a sentença favorável, a mulher do magistrado teria dado um cheque em branco assinado para Itelvino Pisoni, que serviria como prova de que a sentença seria concedida. Amado Cilton Rosa, como estaria acertado, concedeu a liminar e Fábio Pisoni, solto, fugiu e não foi mais encontrado pela polícia.

Em sua defesa, o desembargador atribuiu as denúncias de Just ao "estardalhaço" que teriam feito o CNJ e a Polícia Federal com esta investigação. E negou que sua mulher tenha negociado a venda de suas decisões. "Até hoje estou totalmente surpreso. É uma mentira, minha mulher nunca procurou esse cidadão para isso, com essa finalidade, juntamente com outro advogado. Isso não existiu", afirmou em depoimento.

Liamar contou outra versão sobre o caso. Disse que deu o cheque em branco para Just porque ele teria um familiar no hospital que precisava dar um cheque caução. No entanto, não soube precisar quem estava doente. "Eu não sei precisar se era o filho ou a esposa dele que estava internada", afirmou em depoimento ao relator do caso no STJ, ministro João Otávio de Noronha. Liamar também negou que tenha intermediado a venda de decisões de seu marido. "Eu jamais fui a Gurupi com o Antônio Calçado. Jamais", afirmou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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