Tópicos | vírus ebola

O surto de ebola já matou mais de 4 mil pessoas no mundo. A doença deixou as fronteiras da África Ocidental, região mais afetada, e já se espalhou para outros países. Porém, os aeroportos do Brasil ainda não estão preparados para fiscalizar. Pelo menos, é o que relatam os passageiros que desembarcam no País. 

Como é o caso da administradora Eduarda Prado*, de 31 anos. Ela veio ao Recife de Angola, na África, para passar 15 dias de férias na capital pernambucana. Com o surto do vírus ebola na região onde Prado trabalha desde o início de 2014, a brasileira imaginou que, ao descer em solo pernambucano, fosse passar por uma espécie de fiscalização a fim de detectar se os passageiros estivessem com suspeita da doença, mas o pensamento da empresária foi frustrado.

##RECOMENDA##

Tanto no embarque quanto no desembarque, a pernambucana não passou por nenhuma vistoria no aeroporto. “Não passei por nenhuma fiscalização nos aeroportos do Brasil. Confesso que achei isso muito estranho e até perigoso. Esperei, ao menos, que passassem algum sensor de temperatura em mim, para verificar se eu estava com febre, ou pelo menos um questionamento para saber de onde eu vim, mas isso também não aconteceu”, disse.

Neste mês de outubro, amigos da administradora também vieram da África para o Brasil e passaram pela mesma situação. “Temos um grupo no WhatsApp (aplicativo de troca de mensagens) no qual diversas pessoas relataram que também não passaram por nenhuma vistoria nos aeroportos do Brasil e também no do Recife”, comentou a empresária. 

Diante dos relatos, a reportagem do Portal LeiaJá procurou a Infraero a fim de saber como está sendo realizada as fiscalizações no Aeroporto. A resposta obtida foi de que a responsabilidade é de competência da Secretária de Saúde do Estado (SES). O órgão, no entanto, jogou o encargo para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). 

Em resposta, a Anvisa disse que segue as diretrizes da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde para o controle de doenças em todo País. A fiscalização do vírus ebola, segundo a Agência, não fica de fora dos parâmetros. 

“A área de Portos, Aeroportos e Fronteiras da Anvisa adota protocolo internacional para detecção e isolamento de casos suspeitos. A fiscalização de passageiros e cargas não é um fato novo”, esclareceu a assessora de imprensa da Agência, Lílian de Macedo. 

Com a suspeita do vírus no Brasil, a Anvisa adotou medidas ainda mais sérias. “Estamos enviando comunicados aos capitães de aeronaves e embarcações para que relatem casos suspeitos. Os casos incluem isolamento a bordo e o desembarque é realizado o mais rápido possível para um hospital de referência. Esse transporte é feito por ambulâncias específicas do SAMU, por meio de equipes com treinamento neste tipo específico de atendimento”, acrescentou a assessora.

Ainda de acordo com Macedo, os casos suspeitos são de pessoas que tenham circulado nos últimos 21 dias por Serra Leoa, Libéria ou Guiné e apresentaram os sintomas da doença. “Estes sintomas podem ser febre de início súbito, podendo ser acompanhada de sinais de hemorragia, como diarréia sanguinolenta, gengivorragia, enterorregia, hemorragias internas, sinais purpúricos e hematúria”, finalizou. 

*Nome fictício 

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando