O relator da CPI da Pandemia, senador Renan Calheiros (MDB-AL), informou durante sessão desta quinta-feira (26) que acrescentará outros nomes à lista de investigados pela Comissão, entre eles o do empresário José Alves, da Vitamedic, que seria, segundo Renan, o "maior produtor de ivermectina". O parlamentar classificou o tratamento precoce como um "tratamento medieval".
“Hoje nós acrescentaremos outros nomes [à lista de investigados]. Um dos nomes que vamos acrescentar é o do empresário José Alves, que tem a ver com o tratamento precoce, com esse tratamento medieval que o governo utilizava como política pública através dessas pessoas. Esse empresário foi o maior produtor de ivermectina, um remédio para curar cavalo, curar vaca”, disse Calheiros.
##RECOMENDA##Na segunda semana de agosto, o representante da Vitamedic, Jailton Batista, admitiu à CPI que a empresa patrocinou a publicação de um manifesto a favor do tratamento precoce contra a Covid-19, estimada em R$ 717 mil. A farmacêutica é fabricante da ivermectina e aumentou o lucro com a venda do medicamento. O remédio não tem eficácia comprovada para a doença e teve o consumo incentivado pelo presidente Jair Bolsonaro.
De acordo com o diretor, em depoimento à CPI da Covid, a empresa patrocinou a publicação, veiculada no dia 16 de fevereiro, após um pedido da Associação Médicos pela Vida. Questionado sobre as controvérsias ética e criminal do patrocínio com um anúncio que geraria lucros para a farmacêutica, o empresário declarou que o manifesto não citava especificamente a ivermectina.
O faturamento da Vitamedic com a ivermectina aumentou de R$ 15,7 milhões em 2019, antes da pandemia de Covid-19, para R$ 470 milhões em 2020, já durante a crise do novo coronavírus no Brasil.