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A ivermectina não se mostrou eficaz para evitar que pacientes com covid-19 fossem internados, de acordo com o resultado de um grande ensaio clínico publicado nesta quarta-feira, 30. A pesquisa envolveu 1.358 pessoas infectadas pelo novo coronavírus de 12 cidades de Minas Gerais. Os resultados foram publicadas no The New England Journal of Medicine.

Pesquisadores realizaram um estudo duplo-cego, com pacientes que tiveram sintomas de covid-19 por até sete dias entre 23 de março de 2021 e 6 de agosto de 2021, principal pico de mortes da pandemia no Brasil. Metade foi aleatoriamente designada para ser medicada com ivermectina (679 pacientes) e outra metade recebeu placebo (679 pacientes).

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"O resultado demonstrou que nós não tivemos nenhuma sinalização de benefício da medicação para tratar a covid", diz em entrevista ao Estadão o pesquisador e professor da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-Minas) Gilmar Reis, que liderou o estudo.

Voluntários que tomaram ivermectina nos primeiros três dias após um teste positivo de coronavírus, inclusive, tiveram resultados piores do que os do grupo placebo. O estudo foi revisado por pares antes de ser publicado no periódico científico.

A ivermectina normalmente é usada como medicamento antiparasitário e demonstrou ter eficácia clínica no tratamento contra oncocercose (infecção por verme), estrongiloidíase (infecção intestinal) e sarna. No início da pandemia, pesquisadores passaram a testar vários medicamentos contra o covid-19 e surgiu a hipótese de que a ivermectina poderia bloquear o coronavírus, o que não se confirmou.

Ideologização

"Vimos grande ideologização da ivermectina no nosso país, e também nos Estados Unidos. Hoje, no Brasil, isso reduziu muito, mas nos Estados Unidos continua muito intensa", diz o pesquisador. "Então, nós julgamos que tínhamos todos os pressupostos para estudar o medicamento."

A motivação para ir atrás desses resultados, explica Reis, partiu também de uma inquietação por um remédio para combater a doença. "O mundo está numa corrida contra o tempo na tentativa de encontrar terapêuticas para a covid. Nós entendemos que diante da pandemia, a gente precisava dar respostas rápidas, consistentes e robustas", explica.

"Para isso, desenvolvemos uma rede de colaboração. Fiz o desenho do protocolo de pesquisa e recebemos as aprovações regulatórias", acrescenta Reis. Conduzido em pacientes da rede pública, o estudo contou com o auxílio de prefeitos e secretários de Saúde. Para dar consistência à parte metodológico, teve apoio ainda de pesquisadores de universidades como a McMaster, do Canadá, e a de Stanford, nos Estados Unidos.

Segundo o pesquisador, a expectativa agora é que os resultados obtidos pelo estudo gerem efeitos no tratamento da covid. "Com certeza, em diversas partes do mundo, vão parar de consumir ivermectina", aponta Reis.

"Agora que as pessoas podem mergulhar nos detalhes e nos dados, esperamos que isso desvie a maioria dos médicos da ivermectina para outras terapias", disse David Boulware, especialista em doenças infecciosas da Universidade de Minnesota, ao jornal The New York Times.

A Comissão de Direitos Humanos (CDH) marcou para a terça-feira (29) reunião para que Marcelo Queiroga, ministro da Saúde, explique a nota técnica, elaborada pelo ministério, que não aprovou as Diretrizes Brasileiras para Tratamento Hospitalar do Paciente com Covid-19, recomendada pela Conitec. A reunião está marcada para às 14h e será realizada de forma semipresencial. O ministro confirmou presença. 

O requerimento para a realização da reunião é do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) que, na justificativa, declarou que a nota elaborada por técnicos do Ministério da Saúde (nº 2/2022-SCTIE/MS), vai contra as diretrizes da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), publicada em 2021. A audiência de Queiroga havia sido marcada inicialmente para o dia 9 de março, mas já foi adiada por duas vezes. 

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A diretriz citada é sobre o tratamento medicamentoso dos pacientes hospitalizados com Covid-19, em que a Conitec não recomenda o uso de hidroxicloroquina, azitromicina e ivermectina.  Além disso, Randolfe também pede esclarecimento ao Ministro da Saúde sobre a afirmação de que as vacinas tinham menos eficácia que a hidroxicloroquina no tratamento da Covid, contrariando evidências científicas. 

 “A decisão de rejeitar a Conitec parece uma tentativa de esconder as provas dos desvios de conduta dos agentes públicos negacionistas, protegendo-os da devida responsabilização cível, criminal e de improbidade administrativa. Por isso, é importante que esta Comissão convoque Marcelo Queiroga, para que, perante o Congresso e a sociedade brasileira, explique as responsabilidades e consequências administrativas e criminais decorrentes da emissão da Nota Técnica negacionista e anticonstitucional”, justificou Randolfe. 

O Ministro da Saúde, segundo Randolfe, também deve prestar esclarecimentos sobre o atraso da vacinação infantil contra Covid no país, mesmo depois da  aprovação da Anvisa.  Por Ana Paula Marques, com supervisão de Patrícia Oliveira. 

*Da Agência Senado

Com sintomas muito parecidos aos da sarna, o surto que se alastra na Região Metropolitana do Recife (RMR) pode ter sido motivado pelo uso indiscriminado de Ivermectina durante a pandemia. Pelo menos 264 moradores de seis cidades já apresentam lesões cutâneas, que ainda estão sendo investigadas pelas secretarias de saúde municipais.

Espalhados em Olinda, Jaboatão, São Lourenço, Camaragibe, Paulista e Recife, os pacientes se queixam de uma forte coceira que se intensifica à noite e evolui para feridas, mesmo com o uso de antialérgicos. 

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A Ivermectina, medicamento antiparasitário, foi incluso no polêmico "kit covid" defendido pelo Governo Federal, junto com outras substâncias sem nenhuma evidência científica que indicasse seu uso contra a Covid.

Alguns profissionais continuaram prescrevendo a substância, mesmo após o próprio fabricante reprovar essa indicação. Pessoas também tomaram o remédio por conta própria, confiando na suposta eficácia propagada por alguns planos de saúde e também por integrantes do "gabinete paralelo", que teria sido formado para aconselhar o presidente Jair Bolsonaro

Pesquisa alertou para possível surto em agosto

Um estudo publicado no dia 15 de agosto deste ano, por pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), deu sinais de que o uso indiscriminado do remédio pode ter desenvolvido a super resistência do Sarcoptes scabiei, ácaro responsável escabiose, também conhecida como sarna humana. 

Além de questões de climáticas e socioeconômicas, os fatores que podem ter contribuído para a evolução do parasita se relacionam ao aumento da dosagem e uso repetitivo da Ivermectina em um curto intervalo. Por isso, também não está descartado o aumento da resistência de outros parasitas, como piolhos.

“Fatores como evidências de resistência do Sarcoptes scabiei à ivermectina e intensificação de fatores relacionados à incidência de escabiose como pobreza, baixa escolarização, confinamento familiar e aumento de compartilhamento de artigos domésticos podem levar à manifestação de surtos de escabiose. Este aumento pode ser especialmente danoso para pacientes pediátricos de baixa renda, além dos riscos à saúde da população em geral", apontou o estudo liderado pelo professor Alfredo Dias, que já alertava sobre a possibilidade do surto antes do primeiro registro em Pernambuco.

O estudo também citou que a partir de junho de 2020, as vendas de ivermectina no Brasil aumentaram consideravelmente, passando de R$ 44 milhões em 2019 para R$ 409 milhões, uma alta de 829%. Há quem diga que foi mais.

Pode ser ainda mais grave

Comprovada ou não a relação entre o surto e o uso indiscriminado de Ivermectina, o fato é que a doença causa preocupações ainda maiores do que uma coceira ou danos à pele.

"A persistência e difusão da escabiose pode causar aumento de mortalidade em crianças devido a infecções secundárias, e prejudicar seu desenvolvimento pois leva a distúrbios do sono, reduzindo a sua capacidade de concentração e produtividade, além dos riscos à saúde da população em geral", conclui o estudo conduzido na UFAL.

Sem prazo para a confirmação

Ainda classificada como "lesão cutânea a esclarecer", outra linha de investigação aponta a possibilidade da doença ser causada por mosquitos. 

A Secretaria de Saúde do Recife, primeira a registrar o surto, acompanha os casos desde o início de outubro e emitiu alerta epidemiológico para controlar as ocorrências junto ao Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs). A pasta não deu prazo para confirmar a causa da doença.

A Secretaria Estadual de Pernambuco destacou que as secretarias municipais ficam responsáveis pelas investigações.

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Nesta quarta-feira (20), em evento na cidade de Russas, no Ceará, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a falar de medicamentos sem eficácia contra a Covid-19 comprovada e fez uma "enquete" ao vivo para saber quem fez uso da cloroquina e da ivermectina.

"Eu quero que levantasse a mão quem aqui foi acometido de Covid. Baixe o braço. Quem tomou cloroquina ou ivermectina levanta o braço. Obviamente vocês foram orientados por médicos", disse.

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Bolsonaro também aproveitou para atacar as recomendações dadas pelo ex-ministro da Saúde Mandetta, quando liderava a pasta no seu governo. "Alguns achavam, como meu ex-ministro Mandetta, que você deveria ir para casa e, quando sentisse falta de ar, procurasse um hospital. Procurar um hospital para que? Já está quase morrendo", pontuou o presidente.

A Justiça do Trabalho determinou que uma empresa de Santa Catarina não forneça ivermectina aos seus funcionários como forma de tratamento da Covid-19. Em março, a BBC Brasil identificou que a Zanotti Elásticos estava dando aos trabalhadores medicamentos sem eficácia para combater a doença. Após a descoberta, o Ministério Público do Trabalho acabou iniciando uma investigação para apurar o caso.

Assim como a Zanotti, que não se manifestou sobre o assunto, mais três empresas também faziam prática da distribuição do remédio. No ato do recebimento do "Kit Covid", colaboradores assinavam um termo dizendo que sabiam da ação, que ela era "experimental por ausência de estudos científicos de alta qualidade".

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O MPT chegou a ouvir ex-funcionários e o médico da Zanotti, revelando a entrega da ivermectina. A empresa também teria recusado do órgão um pedido de não mais fornecer a medicação, sob a orientação de que a prática não era comprovada e reconhecida pela OMS e nem pela Anvisa, dentro do TAC (Termo de Ajustamento de Conduta).

Na decisão, segundo informações do Uol, o juiz Carlos Aparecido Zardo disse: "As redes sociais foram abarrotadas de fake news sobre os tratamentos precoces, sem qualquer comprovação científica. Todavia, é público e notório que a OMS (Organização Mundial da Saúde), até o presente momento, não recomenda a utilização de ivermectina como tratamento precoce para a infecção causada pelo coronavírus".

A sentença, de caráter liminar, corre na 2ª vara do trabalho de Jaraguá do Sul. De acordo com o magistrado, a medicação foi dada para os funcionários "sem avaliação e indicação médica prévia e sem os devidos esclarecimentos acerca dos efeitos colaterais, o que revela a possibilidade de ocasionar prejuízos à saúde dos trabalhadores".

Caso a empresa interfira na relação de funcionários e médico, além de também de tentar desenvolver uma campanha de incentivo de medicamentos que não sigam indicações, a multa será de R$ 50 mil.

O relator da CPI da Pandemia, senador Renan Calheiros (MDB-AL), informou durante sessão desta quinta-feira (26) que acrescentará outros nomes à lista de investigados pela Comissão, entre eles o do empresário José Alves, da Vitamedic, que seria, segundo Renan, o "maior produtor de ivermectina". O parlamentar classificou o tratamento precoce como um "tratamento medieval".

“Hoje nós acrescentaremos outros nomes [à lista de investigados]. Um dos nomes que vamos acrescentar é o do empresário José Alves, que tem a ver com o tratamento precoce, com esse tratamento medieval que o governo utilizava como política pública através dessas pessoas. Esse empresário foi o maior produtor de ivermectina, um remédio para curar cavalo, curar vaca”, disse Calheiros.

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Na segunda semana de agosto, o representante da Vitamedic, Jailton Batista, admitiu à CPI que a empresa patrocinou a publicação de um manifesto a favor do tratamento precoce contra a Covid-19, estimada em R$ 717 mil. A farmacêutica é fabricante da ivermectina e aumentou o lucro com a venda do medicamento. O remédio não tem eficácia comprovada para a doença e teve o consumo incentivado pelo presidente Jair Bolsonaro.

De acordo com o diretor, em depoimento à CPI da Covid, a empresa patrocinou a publicação, veiculada no dia 16 de fevereiro, após um pedido da Associação Médicos pela Vida. Questionado sobre as controvérsias ética e criminal do patrocínio com um anúncio que geraria lucros para a farmacêutica, o empresário declarou que o manifesto não citava especificamente a ivermectina.

O faturamento da Vitamedic com a ivermectina aumentou de R$ 15,7 milhões em 2019, antes da pandemia de Covid-19, para R$ 470 milhões em 2020, já durante a crise do novo coronavírus no Brasil.

O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) localizou operações financeiras suspeitas praticadas pela empresária Ildelita Alves Jorge Warde, sócia e irmã de José Alves Filho, dono do laboratório Vitamedic Indústria Farmacêutica, que lucrou 29 vezes mais com a venda de ivermectina durante a pandemia da Covid-19. As informações são do UOL.

Segundo o Coaf, Ildelita fez 274 saques em espécie de abril de 2019 até o mesmo mês deste ano, o que indica uma retirada de dinheiro a cada três dias, resultando em um montante de R$ 937 mil em espécie. O órgão sugere que os saques feitos pela empresária foram uma tentativa de burlar a identificação das pessoas que receberiam os valores retirados da conta.

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Os saques em espécie são os principais indicadores apontados por agentes da Polícia Federal e da Procuradoria, e também pelo Coaf, de que as movimentações precisam ser analisadas. Procurada para explicar o motivo das retiradas, Ildelita afirmou aos investigadores que usava os recursos apenas para pagar funcionários.

No relatório do Coaf, entregue à CPI da Covid-19 no Senado, que também investiga as movimentações do laboratório Vitamedic, consta que a irmã de José Alves Filho “alegou que os saques em espécie se destinam aos pagamentos dos funcionários de sua residência”. O documento ainda pontua que não pode “desconsiderar a movimentação havida em conta incompatível com a renda declarada, realização de saques em espécie com características de burla, dificultando a indicação quanto à destinação dos recursos".

Conforme o UOL, outros dados do Coaf em posse da CPI mostram que a Vitamedic, Alves Filho e outras cinco empresas ligadas a ele, repassaram R$ 9,9 milhões a Ildelita. O valor foi dividido em parcelas, com R$ 3 milhões de abril de 2019 a julho do ano passado e o restante realizado depois disso, até abril deste ano.

 

O diretor executivo da Vitamedic, Jailton Batista, afirmou, nesta quarta-feira (11), que patrocinou a publicação de um manifesto a favor do tratamento precoce contra a Covid-19. A empresa é fabricante da ivermectina e aumentou o lucrou com a venda do medicamento. O remédio não tem eficácia comprovada para a doença e teve o consumo incentivado pelo presidente Jair Bolsonaro.

De acordo com o diretor, em depoimento à CPI da Covid, a empresa patrocinou a publicação, veiculada no dia 16 de fevereiro em veículos de comunicação, após um pedido da Associação Médicos pela Vida. Questionado sobre as controvérsias ética e criminal do patrocínio com um anúncio que geraria lucros para a farmacêutica, o empresário declarou que o manifesto não citava especificamente a ivermectina.

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"Já tínhamos registrado forte demanda no mercado independente da opinião dos médicos, independente da publicação desse manifesto", disse o diretor. A atuação da empresa ao ignorar as evidências científicas nas vendas foi criticada na CPI. "Se omitiram e patrocinaram", disse o presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM).

Jailton Batista afirmou que a empresa gastou R$ 717 mil para patrocinar uma publicação a favor do tratamento precoce contra a Covid-19. A empresa patrocinou a publicação após um pedido da Associação Médicos pela Vida, que assinou o manifesto contrariando evidências científicas. Durante depoimento na CPI da Covid, o diretor da companhia negou que houve lobby com o governo federal para impulsionar as vendas do medicamento.

O faturamento da Vitamedic com a Ivermectina aumentou de R$ 15,7 milhões em 2019, antes da pandemia de Covid-19, para R$ 470 milhões em 2020, já durante a crise do novo coronavírus no Brasil. A CPI da Covid avalia acionar a Justiça Federal para bloquear os bens da farmacêutica e exigir a devolução dos ganhos com a venda do medicamento. "Estamos diante de um dos mais tristes depoimento dessa Comissão Parlamentar de Inquérito", disse o relator do colegiado, Renan Calheiros (MDB-AL).

Desde a última terça-feira (3), o vídeo de uma idosa repreendendo a sua neta, Ana, viralizou nas redes sociais. Publicadas originalmente no TikTok, as imagens mostram dona Rita e sua neta Ana Carolina Bonfim, de Araruama, na Região dos Lagos do Rio de Janeiro, tendo uma conversa sobre a vacina contra a Covid-19.

À avó, Ana diz que não irá se vacinar, pois leu em um estudo que o fármaco ivermectina possui 56% de eficácia contra a doença e que, por isso, a vacina é indispensável. No entanto, o estudo que a jovem menciona para justificar a recusa da vacina, não é aceito pela maior parte das instituições de pesquisa por se tratar de uma metanálise inconsistente.

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Indignada, a avó inicia um longo sermão questionando as informações da neta. Ana explica que as declarações foram só em provocação e que pretende se vacinar. O vídeo original já acumula quase 500 mil visualizações no TikTok e está sendo reproduzido nas redes vizinhas.

"Vai tomar essa [vacina] pelo amor de Deus, Ana. Isso aqui (ivermectina) é para lúpus. [Não é] de hoje que existe esse remédio, mas é para lúpus, não é para isso (covid) não. Não tem nada a ver. Eu que estou com vocês duas venenosas aqui do meu lado. Todo mundo está vacinado, só vocês que não. Vocês querem é me levar primeiro", iniciou a idosa. A neta rebate: “não preciso de vacina, estou protegida” e a avó dá mais uma lição de moral. “Está protegida nada, Ana. Essa vacina é coisa que os caras estudaram agora, se viraram, você viu que melhorou a carnificina, tá morrendo menos gente. Não tem aquela correria. Vai usar isso aí por causa daquele débil mental, daquele retardado?”, questiona Rita, se referindo ao presidente Jair Bolsonaro.

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Após o vídeo viralizar, a vovó não acreditou na repercussão e se mostrou desgostosa sobre as mensagens que recebeu nas redes, com a mesma personalidade irreverente que mostra no vídeo original. Ana Carolina também explicou que desde a pandemia, a idosa ficou bem aflita e não sai mais de casa para viajar, como fazia antes. "Para que a vida volte ao normal, todos precisam se vacinar. O vírus não tem distinção de pessoa, ele não escolhe quem ele vai atacar", defendeu.

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Usuários que tentarem acessar o conteúdo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no YouTube poderão dar de cara com a seguinte mensagem: "este vídeo foi removido por violar as diretrizes da comunidade do YouTube". Isso acontece pois a plataforma removeu nessa quarta-feira (21) vídeos publicados no canal do presidente neste ano e no ano passado, nos quais ele defendeu o uso da ivermectina e da cloroquina no tratamento da Covid-19. Os dois medicamentos, além de outros compostos cotados para o “kit Covid”, são comprovadamente ineficazes contra a doença.

Segundo a rede, os vídeos ferem as normas da comunidade virtual e científica, por difusão de informações falsas sobre a saúde e a pandemia. Pela terceira vez, o chefe do Planalto sofre com intervenções em seu canal, por causa da agenda negacionista. O canal agora corre risco de ser excluído sem aviso prévio. A exclusão do conteúdo não remove a advertência.

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"Após análise cuidadosa, removemos vídeos do canal Jair Bolsonaro por violar nossas políticas de informações médicas incorretas sobre a Covid-19. Nossas regras não permitem conteúdo que afirma que hidroxicloroquina e/ou ivermectina são eficazes para tratar ou prevenir Covid-19; garante que há uma cura para a doença; ou assegura que as máscaras não funcionam para evitar a propagação do vírus", diz um comunicado do YouTube.

A plataforma de vídeos mudou suas políticas de uso em abril deste ano para incluir a proibição a conteúdos que incentivem o uso da hidroxicloroquina e da ivermectina no tratamento ou prevenção da Covid-19. Conteúdos que estimulam o uso deliberado de outras substâncias ou que “garantem cura” para a Covid também estão proibidos.

O desrespeito às regras vai levar à exclusão do conteúdo e a uma advertência para o usuário. A reincidência pode fazer com que o canal seja excluído do YouTube.

Em maio, a rede social já havia deletado 12 publicações do canal do presidente Jair Bolsonaro pelo mesmo motivo. Antes disso, outros cinco vídeos também foram removidos.

Entenda a atualização na política do YouTube (íntegra)

O YouTube não permite conteúdo sobre a Covid-19 que apresente sérios riscos de danos significativos. Na plataforma, também não é permitido o envio de conteúdo que dissemine informações médicas incorretas que contrariem as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) ou das autoridades locais de saúde sobre a Covid-19. Isso se aplica apenas a conteúdo que contradiz as orientações da OMS ou das autoridades locais de saúde sobre os seguintes temas:

- Tratamento;

- Prevenção;

- Diagnóstico;

- Transmissão;

- Diretrizes sobre distanciamento social e autoisolamento;

- A existência da Covid-19.

Exemplos

- Negação da existência da Covid-19;

- Afirmações de que as pessoas não morreram em decorrência da Covid-19;

- Afirmações de que qualquer vacina é um método de prevenção garantido contra a  Covid-19;

- Afirmações de que um tratamento ou remédio específico é uma cura garantida para a Covid-19;

- Afirmações de que a Hidroxicloroquina salva as pessoas da COVID-19;

- Promoção de soluções minerais milagrosas (MMS, na sigla em inglês) para tratamento da Covid-19;

- Afirmações de que determinadas pessoas têm imunidade à Covid-19 devido à raça ou nacionalidade;

- Incentivos para que as pessoas tomem remédios caseiros em vez de procurar tratamento médico quando estiverem doentes;

- Conteúdo que recomenda o uso de Ivermectina ou Hidroxicloroquina para o tratamento da Covid-19.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a fazer comentários de cunho homofóbico nesta quarta-feira (21), durante entrevista à rádio Jovem Pan de Itapetininga, em São Paulo.

Ao opinar sobre o uso do medicamento ivermectina, usado no tratamento de infestações por parasitas e defendido pelo presidente para o tratamento da Covid-19, o mandatário recomendou “cuidado” a um dos entrevistadores, pois “ivermectina mata bichas”. O comentário foi feito sob risadas, em resposta a Milton Júnior, que relatou ter usado ivermectina ao ser diagnosticado com o vírus: “se serve de demonstração, aqui na rádio, todos nós tomamos a ivermectina e ninguém pegou Covid-19".

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Nesse caso, tanto o jornalista, como o presidente, opinam erroneamente sobre o fármaco, que tem ineficácia comprovada contra o coronavírus. Nos estudos mais positivos sobre o seu uso, a ivermectina se saiu como um possível agente terapêutico contra a doença, mas que não exibiu, porém, efeito sobre a replicação viral do SARS-CoV-2.

Além de mencionar que funcionários do Planalto tomaram ivermectina para tratar ou prevenir a Covid-19, o chefe do Executivo foi além e voltou a defender a cloroquina, que é mais um medicamento comprovadamente ineficaz contra o novo vírus. "Eu tomei a cloroquina, mais de 200 tomaram, aqui na Presidência e ninguém foi a óbito", alegou.

Na entrevista, temas quentes como o fundo partidário e a reforma ministerial também foram abordados. Na polêmica do fundão, tornou a dizer que deve vetar a proposta. A proposta, que está incluída na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), aprovada pelo Congresso Nacional na semana passada, propõe a destinação de R$ 5,7 bilhões para as campanhas eleitorais de 2022. Durante a entrevista, Bolsonaro disse acreditar que seu veto não irá resultar em complicações políticas para o governo e defendeu que a verba seria melhor aplicada em outras áreas.

“Eu vou vetar e fica na mão do parlamento derrubar o veto ou não. Eu mandei para o parlamento a reforma fundiária e o Rodrigo Maia deixou caducar a MP. Paciência. Quando eles aprovam uma coisa lá e vem para cá, eu não tenho obrigação de sancionar, eu posso vetar também. Da minha parte não é retaliação, é questão de governabilidade. Espero que não tenha nenhum problema. Acho que não vai ter”, afirmou o presidente.

Já a reforma ministerial deve começar tímida, a partir da próxima segunda-feira (26). Bolsonaro informou que, após a sua alta do hospital Vila Nova Star, está focado em realizar “pequenas” mudanças no comando das pastas. “Estamos trabalhando, inclusive, uma pequena mudança ministerial, que deve ocorrer na segunda-feira, para ser mais preciso, para a gente continuar aqui administrando o Brasil”, anunciou o presidente durante entrevista. Bolsonaro ainda voltou a defender que todo o seu governo foi formado por critérios técnicos, sem indicações por parte de partidos.

Durante a entrega de 102 km de pavimentação da BR-230, no Pará, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) atacou a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que investiga as ações do governo na pandemia, e afirmou que a comissão "se ilude achando que vai derrubar o governo federal". Além disso, Bolsonaro disse que era uma "CPI da mentira, que não busca a verdade".

Contrariando as recomendações de especialistas, o presidente voltou a recomendar que seus apoiadores se consultassem com os médicos para conseguir o tratamento precoce, que já foi comprovado por especialistas não ter nenhuma eficácia contra o novo coronavírus.

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"Quero dizer a vocês que eu tomei hidroxicloroquina, assim como muitos também tomaram ivermectina - isso não mata ninguém. Vocês aqui desta região sabem o que é malária e tomam esse medicamento e ninguém morreu por causa disso", exclamou Bolsonaro.

No dia 11 de junho deste ano, a cientista Natalia Pasternak, microbiologista da Universidade de São Paulo (USP) disse durante depoimento na CPI que os medicamentos do 'tratamento precoce' não funcionam contra a Covid-19. 

“A cloroquina, infelizmente, nunca teve plausibilidade biológica para funcionar. O caminho pelo qual ela bloqueia a entrada do vírus na célula só funciona in vitro, em tubo de ensaio, porque nas células do trato respiratório, o caminho é outro. Então ela já nunca poderia ter funcionado. Ela nunca funcionou para viroses. A cloroquina já foi testada e falhou pra várias doenças provocadas por vírus, como zika, dengue, chikungunya, o próprio Sars, Aids, ebola... Nunca funcionou”, asseverou a cientista. 

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) denunciou que a Petrobras está receitando ivermectina para tratamento da covid-19 a seus empregados, segundo receita fornecida a trabalhadores da empresa contaminados ou com suspeita de contaminação pela doença.

O remédio é condenado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no tratamento do covid-19, porque além de ser ineficaz, pode produzir efeitos colaterais.

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"A insistência neste tratamento contraria não só os protocolos dos órgãos de saúde mundial: a própria farmacêutica Merck, que fabrica o medicamento, declarou em comunicado oficial que, na análise de seus cientistas, não há eficácia no uso do medicamento para a covid", alerta a FUP em nota.

Os médicos da estatal seguem o mesmo comportamento do governo federal, que liderado pelo presidente Jair Bolsonaro, defende o tratamento precoce do covid-19 via medicamentos não aceitos pela OMS. A ivermectina, por exemplo, é utilizada no tratamento de parasitas, como piolhos e sarnas.

A federação criticou também a qualidade das máscaras que vêm sendo distribuídas pela Petrobras.

"Além de receitar remédios sem eficácia comprovada, a empresa resiste em fornecer máscaras de proteção PFF2 para todos os empregados, contrariando recomendações do Ministério Público do Trabalho e da Fiocruz", informou.

A entidade ressalta ainda que a Petrobras também tem se recusado a fazer testagem para covid-19 na metade do período do embarque nas plataformas (a testagem só é feita no início do embarque), e que não respeita o distanciamento social em suas atividades.

Segundo o 61º Boletim Covid-19 divulgado ontem, 14, pelo Ministério de Minas e Energia (MME), o número de óbitos na Petrobras por covid-19 mais que dobrou nos últimos dois meses e meio, para 45 trabalhadores, e 7.205 foram infectados pela doença, sendo que 6.949 já estão recuperados.

Outro lado

Segundo a Petrobras, "não há qualquer orientação corporativa quanto aos medicamentos a serem prescritos em caso de covid-19, ou qualquer outra doença. A prescrição de medicamentos para qualquer enfermidade é de escolha e responsabilidade do profissional médico e esta autonomia é assegurada pelo Código de Ética Médica".

Ainda de acordo com a estatal, os médicos da Petrobras têm como atribuição principal a saúde ocupacional e, durante a pandemia de covid-19, atuam na construção e acompanhamento de medidas de prevenção.

"A prescrição de medicamentos para tratamento de covid-19 é realizada apenas em situações pontuais. É sempre reforçada a recomendação de buscar o médico assistente para acompanhamento do tratamento, seja na rede pública ou particular conveniada", explicou.

Sobre o aumento das mortes e infecções pela pandemia, a empresa afirmou que os casos de contágio registrados seguem tendência semelhante às médias nacionais, sendo que o diagnóstico na Petrobras é mais preciso, pois os colaboradores são testados com maior frequência que a população em geral.

Também informou que a Petrobras fornece diferentes tipos de máscaras a depender do tipo de atividade desempenhada e natureza das atividades. "São usadas máscaras de tecido ou descartáveis com múltiplas camadas, máscaras cirúrgicas e máscaras do tipo PFF-2", disse em nota, reforçando que tem adotado todas as medidas de proteção aos trabalhadores para evitar a contaminação.

A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), ligada ao Ministério da Saúde, passou a contraindicar o uso da cloroquina, hidroxicloroquina, azitromicina e outros medicamentos, defendidos pelo presidente Jair Bolsonaro, contra a Covid-19.

Essa contraindicação é para pacientes que estejam internados com o novo coronavírus. O texto ficará disponível durante 10 dias para a consulta pública no site da Conitec e, se aprovado, passará a ter efetividade no atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS).

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No relatório de 101 páginas, a Comissão aponta que "alguns medicamentos foram testados e não mostraram benefícios clínicos na população de pacientes hospitalizados, não devendo ser utilizados, sendo eles: hidroxicloroquina ou cloroquina, azitromicina, lopinavir/ritonavir, colchicina e plasma convalescente".

Além disso, a Conitec indica que a " ivermectina e a associação de casirivimabe + imdevimabe não possuem evidência que justifiquem seu uso em pacientes hospitalizados, não devendo ser utilizados nessa população". 

O oftalmologista e deputado estadual no Rio Grande do Norte, Albert Dickson (Pros), vem oferecendo 'tratamento precoce' para a Covid-19 em troca seguidores no YouTube e nas redes sociais. Embora a plataforma de vídeos tenha excluído 12 publicações do seu canal por fake news, ele segue multiplicando o público virtual e se diz "acima de tudo que é médico".

"Como que vocês vão ter direito à consulta? Vocês vão se inscrever no nosso canal, ganhando uma etapa no atendimento. Vocês vão printar e mandar para o meu WhatsApp. Quando você mandar, você já vai começar a ter o acesso à consulta comigo [...] o segredo é mandar o print", orientou o deputado em um vídeo publicado no Facebook no dia 7 de março.

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Já no dia 15, em sua conta no Instagram, reiterou que o envio do print "é a chave, vamos dizer assim, para entrar no nosso atendimento". Conhecido em grupos bolsonaristas no Telegram, o mesmo contato que divulga em seus vídeos é repassado pelos fóruns. Após a mensagem chegar ao médico evangélico, uma resposta automática confirma o atendimento em troca dos prints.

Em outro registro, Dickson aponta que "atende 500 pessoas por dia, de domingo a domingo, de 7h da manhã até 3h da manhã, todos os dias". No Instagram, alguns seguidores reclamaram que não foram sequer respondidos, mesmo com o print para comprar a inscrição no Youtube. "Acho que o senhor só tá querendo audiência porque a gente morre de mandar mensagem no seu zap e nunca responde", escreveu um deles.

Pacientes que chegaram a ser respondidos disseram à BBC que, após repassar dados pessoais e sintomas, receberam apenas um receituário, sem uma consulta médica de fato. Em três receituários supostamente encaminhados pelo oftalmologista, a única diferença aparente é o nome do paciente e a data.

Em resposta por e-mail, o deputado disse que “antes de enviar a receita com nome e data direcionado ao paciente, o paciente passa sintomas solicitados e após isso enviamos a receita”. Ele destacou que a inscrição em seus perfis não é obrigatória para o ‘atendimento’.

Questionado sobre a postura negacionista, já que nenhuma das substâncias que defende possui eficácia contra a Covid-19, Dickson afirmou que apenas sugere que acompanhem seus canais porque costuma publicar "pesquisas atualizadas" e "explica a doença de forma detalhada e nossa experiência com a mesma, além de tirar dúvidas ao vivo".

O deputado também disse ser "acima de tudo médico, e o tratado internacional e o Conselho Federal de Medicina na resolução 04/20 nos dá direito médico de medicar contra a covid e nele prevalece a autonomia médica".

Ainda no e-mail, confirmou que defende o tratamento precoce desde o início da pandemia e garantiu que vai continuar apresentando os medicamentos como solução à infecção, pois afirma que existem "várias pesquisas já preconizadas e publicadas".

Com seus vídeos semanais, Dickson conseguiu multiplicar os seguidores na pandemia. No Youtube, o canal bateu 100 mil inscritos e depois saltou para 202 mil seguidores. A plataforma informou que já removeu 12 conteúdos com informações médicas incorretas com recomendações de uso de ivermectina e hidroxicloroquina.

Embora não tenha apagado publicações dessa natureza, um porta-voz do Facebook, empresa dona do Instagram, aponta que "remove alegações comprovadamente falsas sobre a doença". A empresa disse ter anunciado um novo rótulo para publicações que informa que "alguns tratamentos não aprovados podem causar danos graves".

Uma análise internacional de estudos divulgados pela revista científica Nature aponta que o tratamento com hidroxicloroquina aumenta a mortalidade de pacientes com Covid-19. Além disso, o medicamento é associado como causador da hospitalização por mais tempo e maior risco de progressão para a ventilação mecânica invasiva.

O remédio faz parte do "kit covid", que é defendido pelo presidente Jair Bolsonaro como "tratamento precoce" da doença - algo que não tem comprovação científica. Os estudos apontam que o uso da Cloroquina, que também integra esse kit, não traz benefício no seu uso no tratamento do novo coronavírus. 

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Cerca de 10.319 pacientes, em 28 ensaios clínicos, foram analisados. Centenas de milhares de pacientes receberam hidroxicloroquina e cloroquina fora dos ensaios clínicos, sem evidências de seus efeitos benéficos. O interesse público é sem precedentes, com evidências fracas que apoiam os méritos da hidroxicloroquina sendo amplamente discutidas em mídias e redes sociais, apesar dos resultados desfavoráveis”, diz a pesquisa.

O Youtube atualizou suas diretrizes políticas para impedir vídeos recomendando o uso de hidroxicloroquina ou ivermectina para o tratamento ou prevenção da Covid-19. A partir de agora, canais que publicarem vídeos desrespeitando a regra terão o material removido e receberão notificação por e-mail.

Caso venha a se repetir, o envio de material para a plataforma fica suspenso por uma semana e com o excesso de punições, a conta pode vir a ser excluída.

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Segundo o G1, a companhia disse que já removeu 850 mil vídeos que violaram essa nova política de conteúdo, desde o início da pandemia e a atualização na plataforma está alinhada as orientações atuais das autoridades de saúde globais sobre a eficácia dos medicamentos.

Em março, a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou uma diretriz que pede para que a hidroxicloroquina não seja usada como tratamento para a Covid-19, pois pode causar sérias sequelas. A própria Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o fabricante do remédio já alertaram que não funciona contra a doença.

No Brasil, o próprio presidente, Jair Bolsonaro é um apoiador dos medicamentos, tendo recomendado para toda população e ainda quando contaminado por Covid-19, fez propaganda, tomando o comprimido em vídeo e dizendo já estar se sentindo melhor. O governo federal adquiriu a hidroxicloroquina e distribuiu por toda rede de saúde dos Estados e municípios.

A Anvisa divulgou nessa segunda-feira (5) o Comunicado 3/2021, que trata dos riscos à saúde da população causados pelo uso indiscriminado de medicamentos, sem orientação profissional, e também do processo de notificação de eventos adversos.

A automedicação, principalmente neste momento de pandemia, tem preocupado ainda mais as autoridades sanitárias em todo o mundo. É preciso que as pessoas se conscientizem dos riscos reais dessa prática, que pode causar reações graves, inclusive óbitos.

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Todo medicamento apresenta riscos relacionados ao seu consumo, que deve ser baseado na relação benefício-risco. Ou seja, os benefícios para o paciente devem superar os riscos associados ao uso do produto. Essa avaliação é realizada a partir de critérios técnico-científicos, de acordo com o paciente e o conhecimento da doença.

Para se ter uma ideia da dimensão e da gravidade do problema, a Organização Mundial da Saúde, a OMS, calcula que mais de 50% de todos os medicamentos são prescritos, dispensados ou vendidos de forma inadequada. Além disso, metade de todos os pacientes não faz uso dos medicamentos corretamente.

Notificação

É imprescindível que profissionais de saúde e cidadãos notifiquem as suspeitas de eventos adversos, mesmo sem ter certeza da associação entre o evento adverso e o medicamento. A notificação torna possível identificar novos riscos e atualizar o perfil de segurança dos medicamentos.

Os eventos adversos a medicamentos devem ser notificados pelo VigiMed. A qualidade dos dados inseridos no sistema é fundamental para subsidiar a análise pelas equipes especializadas. Importante identificar o produto e informar o fabricante e o número do lote.

Acesse a íntegra do Comunicado 3/2021.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou, nesta quarta-feira (31), uma nota desaconselhando o uso da ivermectina por pacientes com Covid-19. A entidade disse que as evidências sobre o uso do medicamento no tratamento da doença são "inconclusivas" e que o remédio só deve ser usado dentro de estudos clínicos.

A recomendação se aplica a pacientes com Covid-19 em qualquer grau de severidade da doença e agora faz parte das diretrizes da OMS sobre tratamentos para a doença.

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A entidade disse que um painel internacional independente de especialistas foi designado para desenvolver diretrizes acerca do remédio "em resposta ao aumento da atenção internacional sobre a ivermectina como um tratamento potencial para Covid-19."

A nota da OMS informa que o grupo revisou dados de 16 ensaios clínicos randomizados, totalizando 2.407 pacientes com Covid-19 internados ou em cuidados ambulatoriais. A conclusão é que as evidências sobre os benefícios da ivermectina são de "certeza muito baixa" porque os estudos são pequenos e há limitações metodológicas dos dados de ensaios disponíveis.

O painel não analisou o uso de ivermectina como forma de prevenção à Covid-19 e a OMS informou que esse uso não está listado em suas diretrizes de combate ao coronavírus. Na nota, a entidade ainda reforça que há uma "forte recomendação" contra o uso de hidroxicloroquina e cloroquina no tratamento da Covid.

Na semana passada, o Estadão mostrou que pelo menos três pacientes morreram por hepatite medicamentosa causada pelo kit Covid, que inclui ivermectina e cloroquina e não tem eficácia comprovada contra a doença. Outros cinco estão na fila do transplante de fígado. Hemorragias, insuficiência renal e arritmias também estão sendo observadas por profissionais de saúde entre pessoas que fizeram uso desse grupo de drogas.

O Hospital das Clínicas da Unicamp confirmou caso de hepatite medicamentosa relacionada ao uso dos medicamentos do “kit covid”, azitromicina, hidroxicloroquina e ivermectina. O paciente diagnosticado terá que realizar transplante de fígado e mais quatro casos já apareceram em outras cidades desde o início das pesquisas.

O paciente identificado é morador de Indaiatuba, tem cerca de 50 anos e após três meses de contrair Covid-19, apresentou a pele e os olhos amarelados. Ao chegar ao Hospital das Clínicas, disse ter feito uso dos três medicamentes do “kid covid”, zinco e vitamina D.

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Em entrevista a EPTV, Ilka Boin, professora e médica da unidade de transplante hepático do HC, explicou o caso.

"Ele chegou com uma síndrome de doença hepática pós-Covid. Mas quando analisamos, vimos que não se enquadrava muito bem na síndrome. Tinha alterações específicas e analisamos a biópsia. Era, na verdade, uma hepatite medicamentosa que causou a destruição dos dutos biliares, e o paciente tinha usado somente, nos últimos quatro meses, remédios do kit Covid”.

O paciente quase foi submetido a cirurgia de emergência, mas não foi necessário. Porém, terá que passar por um transplante de fígado. Segundo a médica, outras duas pessoas faleceram antes dos estudos clínicos serem concluídos ou transplantes de fígado serem realizados.

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