Cerca de 200 pessoas empunharam varinhas em um protesto contra a monarquia tailandesa e compararam o rei Maha Vajiralongkorn, Rama 10º, ao Lorde Voldemort, vilão da saga Harry Potter. Vestidos como estudantes da Escola de magia de Hogwarts, o principal alvo foi a lei de lesa majestade, que estipula a prisão de 3 a 15 anos para quem falar mal do monarca.
A temática envolvendo o universo bruxo dominou o ato, que usou as referências da saga de J.K. Rowlling para criticar - indiretamente - o rei nessa segunda-feira (3). Perguntados sobre a motivação para o protesto, alguns integrantes responderam que o objetivo era "proteger a democracia contra Você-Sabe-Quem". No conto britânico, a crueldade imposta por Voldemort fez com que seu nome fosse proibido de ser proferido.
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"Falar sobre isso não é um ato para derrubar a monarquia, mas, sim, permitir que a monarquia exista na sociedade tailandesa da maneira correta e legítima, em uma monarquia constitucional democrática", afirmou o advogado Anon Nampa ao Reuters.
A polícia não impediu a manifestação, mas garantiu que qualquer suspeita de delito seria investigada. Nessa terça- (4), o primeiro-ministro Prayuth Chan-ocha adotou um discurso apaziguador e pediu que os jovens "não criem caos".
Ele garantiu que o parlamento vai considerar a pauta dos manifestantes e que todos resolverão "os problemas juntos", ao lembrar que uma comissão foi criada para debater modificações na Constituição de 2017, instituída em regime militar, no qual foi um dos líderes.
Desde fevereiro protestos são convocados na Tailândia, após a Justiça excluir um partido da oposição. Além da reforma na monarquia, os protestantes querem uma nova Constituição e que Chan-ocha renuncie.