A última pesquisa eleitoral do Instituto Maurício de Nassau (IPMN) apresentou dados alarmantes sobre o número de eleitores que declararam que pretendem votar em branco, nulo ou alegaram não saber responder em qual candidato pretende votar. De acordo com os dados da pesquisa estimulada, 28% dos pernambucanos afirmaram que votarão em branco ou nulo para governador e outros 21% não souberam responder.
Na disputa pelo Senado o percentual de indecisos é ainda maior, pois os votos brancos e nulos podem chegar a 31%, enquanto 23% ainda não soube responder. Apesar dos eleitores entrevistados apresentarem mais convicção sobre a escolha do presidente, 14% informaram que o voto será branco ou nulo e 12% não responderam a amostra.
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Para o economista e analista político Maurício Romão, tal resultado é reflexo da insatisfação popular. Segundo Romão, os protestos que movimentaram as cidades brasileiras saíram das ruas, mas ganharam força nas redes sociais. “A população brasileira, em especial os jovens, tem desenvolvido um sentimento apolítico, o que a leva a protestar. Uma das formas de reivindicação poderá ser vista nas urnas, durante o pleito deste ano. Em 2013 vivenciamos muitos protestos, assim como os que antecederam a Copa, pois o povo deseja, entre outras coisas, o fim da corrupção e a melhoria dos serviços oferecidos. As lutas saíram das ruas, porém continua no campo virtual”, ressaltou.
Apesar dos altos números, o analista político acredita que essa estatística deve mudar com a proximidade das eleições e o início do guia eleitoral. De acordo com Romão, o sentimento apolítico despertado nos eleitores, pode começar a amenizar ou concentrar os votos nos candidatos que não estão relacionados aos atuais governantes.
O analista esclareceu que a soma dos votos brancos, nulos e abstenção é conhecida como alienação eleitoral. Em 2010, 27% do eleitorado brasileiro condensaram essa estatística na disputa presidencial.
De acordo com o cientista político Adriano Oliveira, essa alienação eleitoral não traz prejuízo para o processo democrático, mas sim pode ser benéfica. “Quando os eleitores votam em branco, nulo ou se abstém no dia da eleição, representa uma crítica ao processo. Não existe prejuízo para o processo democrático. Acaba sendo uma forma de protesto benéfica, pois isso contribui para que os governantes possam se adequar e exercer o mandato com responsabilidade, para conquistar a confiança do eleitor”, concluiu Adriano.