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O presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Junior, renunciou ao cargo, alegando motivos pessoais. A informação foi prestada pela empresa em fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) neste domingo (24). Segundo o ofício, o executivo vai deixar a presidência da empresa no dia 5 de março. Ainda não há um sucessor indicado.

A renúncia do executivo aconteceu menos de uma semana depois de um novo revés à desestatização da empresa. Na quinta-feira (21), as ações da Eletrobras caíram 6,15% (PNB) e 5,15% (ON) depois de o candidato apoiado pelo governo Bolsonaro para a presidência do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), declarar que a privatização da estatal não seria um foco da sua gestão.

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Analistas do mercado financeiro passaram a colocar em dúvida a privatização da empresa ainda durante o governo de Jair Bolsonaro. O Bradesco BBI cortou a recomendação da Eletrobras para neutro até o fim das eleições no Congresso, em 1º de fevereiro.

A companhia convidou os investidores para uma teleconferência às 15h desta segunda-feira, 25, com a presença do executivo.

Histórico

Wilson Ferreira Junior estava à frente da Eletrobras desde 2017, quando foi nomeado pelo então presidente Michel Temer. O executivo é um dos principais defensores do plano de privatização da estatal, que enfrentou reveses ao longo dos anos e acabou não se concretizando.

No fato relevante, a Eletrobras reconheceu méritos do executivo, como a redução de alavancagem da empresa e a diminuição de custos operacionais com privatizações de distribuidoras e programas de eficiência.

O executivo chegou a se envolver em polêmicas no início da sua gestão. Em junho de 2017, a divulgação de uma conversa de Ferreira Júnior com sindicalistas gerou mal-estar na empresa, depois de o então presidente da companhia se referir a funcionários com adjetivos como "safados" e "vagabundos."

O presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Júnior, disse nesta terça-feira, 10, confiar que o Congresso Nacional vai aprovar a privatização da Eletrobras no primeiro semestre do ano e a operação de capitalização na B3 será feita no segundo semestre de 2020.

"Levaram sete meses para aprovar a Previdência, que é mais difícil. A discussão termina no primeiro semestre e no segundo semestre fazemos a venda. É a primeira vez que o Brasil vai fazer uma operação desse tamanho, temos que ir com calma", disse durante palestra na Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ).

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Segundo Ferreira, a privatização vai permitir à Eletrobras investir mais e arrecadar recursos para o governo.

Em evento no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) na última sexta-feira, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que a Eletrobras "está condenada à morte" se não for privatizada.

Cautela de Maia

De acordo com Ferreira, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, ainda não escolheu o relator que irá instalar a comissão para estudar a privatização da Eletrobras porque está sendo cauteloso. Segundo ele, Maia procura alguém que consiga fazer andar o projeto na Câmara.

"Ele está tomando o cuidado necessário para colocar o relator que faça de fato deslanchar o projeto. Nós tivemos como parte do processo várias interações com ele (Maia), ele só está sendo cauteloso", disse Ferreira, já depois da palestra na ACRJ.

De acordo com o executivo, a expectativa é de que o relator seja escolhido por Maia ainda este ano.

Ele descartou obstáculos para aprovação da privatização por se tratar de um ano eleitoral, afirmando que a venda da estatal e a eleição para prefeitos "não vão se misturar", disse, alegando que a aprovação no Congresso deverá ocorrer no primeiro semestre e a venda no segundo semestre.

Participação do governo na capitalização

O governo deverá ficar com cerca de 45% das ações da Eletrobras no processo de capitalização da companhia na B3, e posteriormente poderá vender mais algum lote, como ocorreu na BR Distribuidora, disse Ferreira Júnior.

Segundo ele, a tendência é de que as ações que ficarão com o governo valham o dobro do valor atual em uma eventual nova oferta de ações. "Vamos fazer um aumento de capital de R$ 15 bilhões e o governo será diluído, mas ficará com 45% do capital e esperamos que com o tempo isso valha o dobro", afirmou.

Ebitda

O presidente da Eletrobras informou ainda que a empresa vai registrar este ano Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de mais de R$ 10 bilhões, cinco vezes a mais do que a estatal fazia há três anos, quando o executivo entrou na companhia. "Passados esses três anos a companhia vem tendo lucro, era uma média de R$ 2 bilhões de Ebtida e vamos bater R$ 10 bilhões este ano", disse.

Em pleno processo de privatização, que encontra resistência no Congresso Nacional, a Eletrobras enxugou seu quadro de pessoal, de 26 mil para 12,5 mil na gestão de Ferreira.

Ele anunciou ainda, que irão entrar em operação 250 megawatts provenientes de parques eólicos que serão inaugurados por Furnas e Chesf, subsidiárias da Eletrobras entre dezembro deste ano e janeiro 2020. "Não conseguimos reverter o passado, mas as perspectivas são muito boas", disse aos empresários.

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