Edmar Lyra

Edmar Lyra

Coluna Diária

Perfil:Bacharel em Administração de Empresas e Jornalista profissional, é colunista do jornal Gazeta Nossa da Região Metropolitana do Recife e do jornal Folha do Pajeú do Sertão do Pajeú

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A diferença substancial entre Dilma e Temer

Edmar Lyra, | qui, 03/08/2017 - 09:19
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Os presidentes Michel Temer e Dilma Rousseff vivenciaram o mesmo dilema num período de pouco mais de um ano. Dilma teve um impeachment pela frente, enquanto Temer precisou enfrentar uma denúncia que poderia afastá-lo do cargo.

Tanto Dilma quanto Temer possuíam rejeição que suplantava os 90%, também precisavam dos mesmos 172 votos para barrar, no caso dela o impeachment, no caso dele, a abertura de investigação. Ambos tinham a caneta do Palácio do Planalto para ofertar cargos e emendas e convencer 1/3 da Câmara a não atrapalhar seus respectivos mandatos.

Ninguém venha dizer que Dilma não usou dos mesmos mecanismos de Temer para se manter no cargo, uma vez que emendas e cargos foram ofertados em luxuosos hotéis de Brasília pelo ex-presidente Lula, que assumiu pessoalmente as articulações.

O que fez um deputado ser seduzido por Temer e não ser por Dilma em ocasiões parecidas num curto espaço de tempo? A política. Eis o grande diferencial de Michel Temer em relação à sua antecessora e companheira de chapa desde 2010. Enquanto Dilma tratava ministros,  deputados e senadores com patadas, Temer soube como poucos fazer o meio-campo com o Congresso, chegando a articular pessoalmente os apoios de deputados e senadores.

Atingir 263 votos de uma Câmara composta por 513 deputados numa sessão transmitida para todo o Brasil em horário nobre não é coisa de amador. É coisa de quem entende do riscado da política. Temer soube encarnar os ensinamentos de Maquiavel e tantos outros pensadores da política, deu uma aula de como se faz articulação política e garantiu seu mandato até 31 de dezembro de 2018.

Até aqui praticamente 100% de aproveitamento em votações no Congresso. Se para um presidente popular isso já era muito, para alguém que tem acima de 90% de rejeição da população é algo a ser louvado e reconhecido. Temer ficou porque é do ramo, mostrou com quantos votos se faz uma base sólida no Congresso Nacional e agora mesmo com as dificuldades, ganha uma sobrevida gigantesca para tocar o seu governo e aprovar as reformas que tirem o país da crise econômica.

Motivo - O deputado federal Jarbas Vasconcelos preferiu ficar com a coerência e manteve o voto pela abertura da denúncia contra Michel Temer. Ele sabia do risco de perder o PMDB no estado, mesmo assim votou contra Temer. O senador Romero Jucá, que há muito tempo já queria defenestrá-lo do comando em Pernambuco, agora tem o motivo materializado para entregar o partido ao senador Fernando Bezerra Coelho.

André de Paula - Mesmo sabendo dos riscos que corria votando contra Michel Temer de perder o PSD no estado, André primou pela mesma coerência de Jarbas e votou conforme sua consciência. Há quem afirme que ele perderá o comando do partido em Pernambuco, mas ganhou o respeito de milhares de pernambucanos pela sua firmeza durante a votação.

Fatura - O centrão composto por partidos de médio porte como PSD, PR, PTB, PP, PRB e PSC votou praticamente fechado com Michel Temer e cobrará a fatura a partir de hoje. Trata-se do cobiçado ministério das Cidades, atualmente ocupado por Bruno Araújo, do PSDB que não entregou os votos que tinha ao presidente. Para o lugar de Bruno se fala em Rogério Rosso, Jovair Arantes ou Beto Mansur.

Afinados - De passagem por Brasília, o prefeito de Jaboatão dos Guararapes Anderson Ferreira (PR) visitou o senador Fernando Bezerra Coelho e o ministro de Minas e Energia Fernando Filho. Na conversa, eles articularam ações para o município de Jaboatão dos Guararapes. A visita é uma prova inequívoca do afinamento dos Ferreira com os Coelho.

RÁPIDAS

Ipojuca - A prefeita de Ipojuca Célia Sales (PTB) e o secretário de Educação Romero Sales estiveram reunidos em Brasília com o senador Armando Monteiro onde discutiram uma série de ações para o município, dentre elas recursos e projetos para obras e serviços essenciais.

Implacável - O Ministério Público de Contas e o Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco têm sido implacáveis com medidas que causem dano ao erário, como por exemplo gastar milhões de reais com festividades quando os servidores estão penando com o atraso de salários tal como muitos prefeitos vêm fazendo.

Inocente quer saber - Ainda há dúvidas de que Michel Temer ficará até 31 de dezembro de 2018?

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