Magno Martins

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Política Diária

Perfil:Graduado em Jornalismo pela Unicap e com pós-graduação em Ciências Políticas, possui 30 anos de carreira e já atuou em veículos como O Globo, Correio Braziliense, Jornal de Brasília, Diário de Pernambuco e Folha de Pernambuco. Foi secretário de Imprensa de Pernambuco e presidiu o comitê de Imprensa da Câmara dos Deputados. É fundador e diretor-presidente do Blog do Magno e do Programa Frente a Frente.

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O efeito Lava Jato em 2018

Magno Martins, | seg, 16/10/2017 - 13:55
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Iniciada em março de 2014, a Lava Jato já impacta no cenário eleitoral de 2018 em pelo menos 14 das 27 unidades da Federação, segundo levantamento do Estadão. O efeito mais comum tem sido a revisão dos planos eleitorais de líderes políticos. Citados em delações, alvo de inquéritos ou ações, nomes antes cotados para cargos majoritários no Executivo agora traçam planos mais modestos nas disputas do ano que vem. O mandato garante a prerrogativa de foro no Supremo Tribunal Federal.

Os políticos envolvidos na Lava Jato negam qualquer irregularidade. A mudança de planos acontece principalmente entre os atuais senadores que desejam renovar seus mandatos em outubro do próximo ano. Um deles é o próprio presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE). O peemedebista se movimenta para ser candidato à reeleição em 2018 e não ao governo do Estado, como queria até então. Em 2014, quando ainda tinha mais quatro anos de mandato, ele se candidatou a governador.

Acabou em segundo lugar, derrotado pelo petista Camilo Santana. Agora, Eunício não só quer disputar o Senado novamente, como negocia com Santana, seu antigo adversário e atual governador, para estar na mesma chapa que o grupo dele no pleito do próximo ano. No Amazonas, os dois senadores, Eduardo Braga (PMDB) e Vanessa Graziottin (PC do B), também estão revendo os planos para 2018. “O natural é o Senado”, disse o peemedebista, que inicialmente queria se candidatar a governador.

Vanessa, por sua vez, disse a aliados que deve tentar uma vaga na Câmara dos Deputados – o mesmo plano dos senadores Gleisi Hoffmann (PR) e Humberto Costa (PE), ambos do PT. A operação também dificultou o projeto presidencial de alguns políticos. O caso mais emblemático é o de Aécio Neves (MG), presidente licenciado do PSDB. O tucano queria disputar o Palácio do Planalto em 2018, como em 2014. Após ser alvo da delação da J&F, que levou o Supremo Tribunal Federal (STF) a afastá-lo do mandato e determinar recolhimento domiciliar noturno, Aécio deve disputar a reeleição.

Seus aliados não descartam nem mesmo que ele tente uma cadeira de deputado. As mudanças de planos e cenários nos Estados contribuem agora para a união de antigos adversários. Além do Ceará, essa aproximação vem acontecendo em Estados como Tocantins e Mato Grosso do Sul. No Tocantins, o atual governador, Marcelo Miranda (PMDB), negocia com o senador Ataídes Oliveira (PSDB), seu adversário político histórico no Estado. O acordo desenhado entre os dois prevê que Miranda dispute o Senado e o tucano, o Governo do Estado.

A Lava Jato também colocou em dúvida ou até inviabilizou candidaturas, como a dos ex-ministros Henrique Eduardo Alves (RN) e Geddel Vieira Lima (BA), ambos do PMDB e presos preventivamente – por tempo indeterminado. Em Roraima, a Lava Jato tornou incerta a candidatura da prefeita de Boa Vista, Teresa Surita (PMDB), ao Governo do Estado. Ela é ex-mulher do líder do Governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), que é investigado na operação.

Alvo de 12 inquéritos no Supremo, sendo oito na Lava Jato, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), por exemplo, mudou de lado e foi para oposição ao Governo Michel Temer. Em Alagoas, pesquisas internas mostram que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva lidera a corrida presidencial em 2018, quando Renan tentará renovar o mandato. Todos os citados já negaram envolvimento em crimes.

PROPINA PARA O PP– A colaboração premiada do corretor financeiro Lúcio Funaro, já homologada pelo Supremo Tribunal Federal (ST), traz detalhes do suposto esquema de pagamento de propinas ao Partido Progressista (PP), com recursos desviados da Caixa Econômica Federal. Em depoimento ao Ministério Público, Funaro acusou o atual presidente da Caixa, Gilberto Occhi, de desviar recursos para o partido. Na época, ainda no Governo de Dilma Rousseff, Occhi ocupava a vice-presidência de governo do banco estatal. Funaro afirmou no depoimento que foi informado por um empresário que Occhi teria uma meta de repasse de propina para cumprir.

Vaiados na Rússia– A senadora Gleisi Hoffmann, presidente do PT, e o ex-ministro Paulo Bernardo, seu esposo, foram vaiados, ontem, durante visita ao Museu Hermitage, na cidade russa de São Petersburgo. Ambos réus na Lava Jato, o casal foi verbalmente hostilizado por grupo de brasileiros que também visitava o local. Preso dia 23 de junho de 2016, na Operação Custo Brasil, Paulo Bernardo foi libertado uma semana depois, por decisão do ministro do STF Dias Toffoli.

Queda em crimes– A Secretaria de Defesa registrou 8.935 Crimes Violentos Contra o Patrimônio (CVPs) em setembro deste ano. Isso significa uma média de mais de 297 casos por dia. De acordo com as estatísticas do Governo do estado, são computadas diversas modalidades de ações, como roubos e assaltos a ônibus. Os números foram apresentados na última sexta-feira. Segundo a SDS, em setembro de 2017 houve uma redução na criminalidade, na comparação com o mês anterior. Em agosto, ocorreram 10.636 crimes contra o patrimônio. O Governo ressalta a queda de 16% entre os dois períodos pesquisados.

Marcha contra violência – Centenas de pessoas se reuniram na manhã de ontem 0na orla de Boa Viagem, para a 11ª edição da caminhada batizada de “Sim à Vida”. Realizada pela Arquidiocese de Olinda e Recife, a marcha foi criada para lembrar a Semana Nacional da Família e o Dia do Nascituro ou do Direito de Nascer, comemorado no dia oito de outubro. No entanto, as demandas sociais urgentes vêm tomando à frente das discussões que envolvem o ato. "Defendemos a vida com foco no combate ao aborto, mas também de uma forma abrangente. A vida está muito ameaçada pela crescente violência. Nunca se matou tantos jovens, muitos envolvidos pelas drogas”, disse o arcebispo metropolitano Dom Fernando Saburido, também preocupado com a marca de 4.145 homicídios registrados em Pernambuco de janeiro a setembro deste ano.

Audiência pública – A pedido da bancada de da oposição na Assembleia Legislativa, a Comissão de Administração Pública da Assembleia Legislativa de Pernambuco realizará audiência pública sobre o Pacto pela Vida. O grupo se diz preocupado com os dados da violência no Estado. Pelos números, em nove meses, Pernambuco já tem o ano mais violento do Pacto pela Vida, com o registro do maior número de homicídios para o período desde 2007. Naquele ano, foram contabilizados 3.479 assassinatos entre os meses de janeiro e setembro, ante os 4.145 cometidos este ano. Em relação aos 3.149 casos de 2016, o crescimento no registro de homicídios no período chega à marca de 32%.  Apenas no governo Paulo Câmara, acrescenta a oposição, já foram cometidos mais de 12.500 assassinatos.

CURTAS

FENAGRESTE– Uma maratona de lançamentos de livros, palestras, mesas-redondas, oficinas, narrações de histórias, espetáculos de teatro e shows. A segunda Feira Nacional do Livro do Agreste (Fenagreste) consolidou-se como evento de sucesso do calendário cultural de Caruaru, com recorde de público, estandes e movimentação financeira. O evento encerrou-se, ontem, com show do forrozeiro Maciel Melo. Antes dele, o jornalista Francisco José bateu um papo descontraído com a plateia sobre sua vasta experiência como repórter especial premiado, autor de matérias televisivas que marcaram a história da televisão brasileira.

ARARIPINA– Sobre o aumento do seu salário e do vice-prefeito, o prefeito de Araripina, Raimundo Pimentel, diz que que a Lei Municipal nº 2.812 de 16 de novembro de 2016 – que trata sobre os salários do prefeito e vice-prefeito – foi aprovada pelo ex-prefeito Alexandre Arraes. “Devido à grave crise financeira que todos os municípios brasileiros têm sofrido, a Prefeitura de Araripina adota medidas para o equilíbrio dos gastos com pessoal reduzindo em 20% a sua estrutura de cargos comissionados bem como, no mesmo percentual, os salários do prefeito e do vice-prefeito”, informa.

Perguntar não ofende: Aécio se salva?

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