Tópicos | 2ª prévia fevereiro

Os preços no atacado devem ter mais algumas semanas de queda, afirmou na tarde desta quinta-feira (19), o superintendente adjunto de inflação da Fundação Getulio Vargas (FGV), Salomão Quadros. Mais cedo, a instituição anunciou que o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) recuou 0,22% na segunda prévia de fevereiro do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), puxado principalmente por soja, milho e derivados do petróleo.

"Acho que tem elementos que ainda vão no sentido de reforçar essa queda. A deflação que o IPA está mostrando tem um certo fôlego", disse Quadros. "Isso mesmo num cenário de câmbio em desvalorização. O dólar vem subindo há uns seis meses, já era tempo de se esperar movimento de alguma magnitude de repasse."

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Entre os elementos que vão exercer pressão negativa, Quadros citou a redução de 7,71% no preço da soja verificada na leitura divulgada nesta quinta. "É provável que o óleo de soja dê uma recuada", disse.

Segundo o superintendente, o IPA deve começar o mês de março ainda negativo, mas não há certeza se encerrará o próximo mês em queda. "Mas também não tem razão para uma virada brusca", comentou.

No varejo, porém, a inflação deve continuar pressionada. Após registrar alta de 1,02% na segunda prévia anunciada nesta quinta, o índice deve permanecer em torno de 1% nas próximas leituras, afirmou Quadros.

A inflação varejista teve uma desaceleração tímida em fevereiro. Embora alimentos e tarifas de eletricidade residencial tenham dado uma trégua, o aumento de impostos que incidem sobre a gasolina impediu que o alívio fosse maior no bolso dos consumidores. Na segunda prévia do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) referente a fevereiro, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 1,02%, contra alta de 1,06% em igual índice do mês passado.

Segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV), as hortaliças e legumes, bastante pressionadas em janeiro, com alta de 11,74%, desaceleram a um avanço de 2,93% neste mês. Com isso, a inflação do grupo Alimentação caiu a menos da metade, de 1,49% para 0,72% no período.

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Além disso, outros três grupos perderam força na passagem do mês: Habitação (1,37% para 1,13%), Vestuário (0,05% para -0,12%) e Comunicação (0,50% para 0,33%). As maiores contribuições para estes movimentos partiram dos itens tarifa de eletricidade residencial (6,86% para 3,37%), roupas (-0,03% para -0,51%) e pacotes de telefonia fixa e internet (1,51% para -0,05%), respectivamente.

No sentido contrário, o aumento da alíquota de PIS/Cofins que incide sobre os combustíveis impulsionou o preço da gasolina. O item registrou alta de 2,52% apenas na segunda prévia de fevereiro. As tarifas de ônibus urbano também contribuíram, acelerando de 3,34% para 4,64%. Com isso, o grupo Transportes saiu de um avanço de 1,04% no mês passado e subiu 2,22% na leitura anunciada hoje.

Os três grupos restantes também aceleraram no período: Despesas Diversas (0,76% para 1,37%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,31% para 0,40%) e Educação, Leitura e Recreação (1,04% para 1,07%). Nestas classes de despesa, os destaques partiram dos itens cigarros (1,27% para 2,23%), salão de beleza (0,91% para 1,35%) e cursos formais (2,83% para 2,96%), respectivamente.

No caso de Educação, Leitura e Recreação, a aceleração veio a despeito do recuo de 19,12% nos preços de passagens aéreas neste mês.

Construção

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) subiu 0,61% na segunda prévia do IGP-M de fevereiro, contra alta de 0,46% no mês passado. O resultado foi influenciado pelo índice relativo a Materiais, Equipamentos e Serviços (0,47% para 0,87%), já que o custo da mão de obra desacelerou de 0,46% para 0,37% no período.

O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) subiu 0,16% na segunda prévia de fevereiro, ante avanço de 0,55% na segunda prévia de janeiro, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV), nesta quinta-feira (19). O resultado ficou no piso das estimativas dos analistas do mercado financeiro ouvidos pelo AE-Projeções, que esperavam taxa entre 0,16% a 0,33%, com mediana das expectativas em 0,20%. Na primeira prévia deste mês, o índice havia subido 0,09%.

A FGV informou ainda os resultados dos três indicadores que compõem a segunda prévia do IGP-M de fevereiro. O IPA-M, que representa os preços no atacado, caiu 0,22% neste mês, em comparação com a alta de 0,37% na segunda prévia de janeiro. O IPC-M, que corresponde à inflação no varejo, apresentou alta de 1,02% na leitura anunciada hoje, após subir 1,06% no mês passado. Já o INCC-M, que mensura o custo da construção, teve elevação de 0,61%, após registrar aumento de 0,46% na mesma base de comparação.

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O IGP-M é muito usado para reajuste no preço do aluguel. Até a segunda prévia de fevereiro, o índice acumula aumentos de 0,93% no ano e de 3,75% em 12 meses. O período de coleta de preços para cálculo do índice mensal foi de 21 de janeiro a 10 de fevereiro.

A inflação medida pelo Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) deverá manter em fevereiro resultado semelhante à segunda apuração prévia do mês: 0,34%, exatamente o mesmo registrado na segunda prévia de janeiro. "Daqui para o fim do mês não devemos nos distanciar muito do que foi captado até agora", projetou o economista responsável pela pesquisa da Fundação Getulio Vargas, Salomão Quadros.

No segmento produtor, a aceleração de 0,23% em janeiro para 0,27% em fevereiro, segundo o Índice de Preços ao Atacado (IPA), foi resultado do aumento de preços dos produtos industriais. As principais influências foram os reajustes de preços dos combustíveis e lubrificantes (de -0,31% para 4,37%), especialmente óleo diesel (de 0% para 5,40%), óleo combustível (de -0,07% para 3,78%) e gasolina (de 0% para 6,60%).

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Em contrapartida, as principais contribuições negativas na inflação, atualmente, partem dos produtos agropecuários, que apresentaram quedas ainda mais intensas neste mês. O indicador registrou para este grupo uma deflação de 2,15%, ante a taxa negativa de 1,11% na segunda prévia do mês anterior.

Neste caso, o principal exemplo é a soja, que no atacado apresentou variação negativa de preço, de -6,03% para -9,78%, e em 2013 acumula queda de 17,9%. Também estão em queda os preços das aves (de 2,80% para -2,28%) e do milho (de -0,83% para -2,40%). A inflação do trigo continua no campo positivo, mas já demonstra desaceleração, tendo passado de 7,96% para 2,25%.

Para o economista-chefe do Banco ABC Brasil, Luis Otávio Leal, entretanto, a queda dos preços dos produtos agropecuários tende a perder força daqui para frente. Ele analisa que os estoques estão baixos, com pouca folga entre demanda e oferta. Assim, "qualquer notícia ruim em um país produtor vai gerar oscilação de preços", argumenta.

No varejo, o que se observa é o barateamento dos preços dos alimentos processados, fruto de quedas registradas no atacado. A alimentação para o consumidor final variou 1,43% ante 1,58% no mesmo período de janeiro. Esse é o caso, por exemplo, dos laticínios (de 1,05% para 0,48%) e do arroz e feijão (de 1,66% para 0,42%). A energia elétrica é o principal item a sergurar o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que passou de 0,70% para 0,28%. A tarifa ficou 15,27% mais barata para o consumidor final desde o fim de janeiro.

Na segunda prévia do IGP-M de fevereiro a inflação subiu 0,34%, a mesma variação da taxa na segunda prévia de janeiro. O resultado, divulgado nesta terça-feira pela Fundação Getulio Vargas (FGV), ficou dentro das estimativas dos analistas do mercado financeiro ouvidos pelo AE-Projeções, que esperavam uma elevação entre 0,21% e 0,53%, e se posicionou abaixo da mediana das expectativas (0,38%).

A FGV informou ainda os resultados dos três indicadores que compõem a segunda prévia do IGP-M de fevereiro. O IPA-M subiu 0,27% na prévia, após subir 0,23% em igual prévia do mesmo índice em janeiro. Por sua vez, o IPC-M teve alta de 0,28% na segunda prévia deste mês, em comparação com o aumento de 0,70% na segunda prévia do mês passado. Já o INCC registrou taxa positiva de 0,98% na segunda prévia do indicador deste mês, depois de registrar elevação de 0,19% na segunda prévia de janeiro.

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O resultado acumulado do IGP-M é usado no cálculo de reajuste nos preços dos aluguéis. Até a segunda prévia de fevereiro, o IGP-M acumula aumentos de 0,68% no ano e de 8,35% em 12 meses. O período de coleta de preços para cálculo da segunda prévia do IGP-M deste mês ano foi do dia 21 de janeiro a 10 de fevereiro.

IPA agrícola

A inflação agropecuária continua perdendo força no atacado. Os preços dos produtos agrícolas no atacado caíram 1,30% na segunda prévia do IGP-M deste mês, em comparação com a queda de 0,11% apurada na segunda prévia do mesmo índice em janeiro.

De acordo com a FGV, os preços dos produtos industriais no atacado tiveram aumento de 0,90% na segunda prévia anunciada nesta terça-feira, em comparação à alta de 0,37% na segunda prévia de janeiro. No âmbito do Índice de Preços por Atacado segundo Estágios de Processamento (IPA-EP), que permite visualizar a transmissão de preços ao longo da cadeia produtiva, os preços dos bens finais subiram 1,10% na segunda prévia de fevereiro, após subirem 0,93% na segunda prévia de janeiro.

Já os preços dos bens intermediários apresentaram aumento de 0,83% na prévia, em comparação com a elevação de 0,40% na segunda prévia do IGP-M de janeiro. Por fim, os preços das matérias-primas brutas tiveram taxa negativa de 1,31% na segunda prévia de fevereiro, em comparação com a queda de 0,73% na segunda prévia de janeiro.

Capitais

A inflação pelo IPC-S desacelerou nas sete capitais analisadas pela FGV na segunda quadrissemana de fevereiro. Da primeira prévia do mês para a segunda, o IPC-S recuou de 0,88% para 0,55%.

A capital paulista registrou variação de 0,47% na segunda quadrissemana ante 0,86% na anterior. As demais capitais também apresentaram decréscimo em suas taxas de variação, na passagem da primeira leitura de fevereiro para a segunda.

Salvador saiu de 0,87% para 0,82%, Brasília passou de 1,03% para 0,83%, Belo Horizonte foi de 1,01% para 0,61%, Recife foi de 0,92% para 0,73%, Rio de Janeiro passou de 0,75% para 0,28% e Porto Alegre saiu de 0,93% para 0,64%.

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