Em vistoria extraordinária realizada nesta terça-feira (10), liderada pelo promotor de justiça Marcellus Ugiette, nas penitenciárias Agroindustrial São João (PAISJ) e Barreto Campelo, em Itamaracá, Região Metropolitana do Recife (RMR), foi encontrada uma enorme quantidade de lixo, superando 200 toneladas ao todo nas duas unidades.
Somente na Barreto Campelo foi constatada a quantidade de 130 toneladas de lixo; na PAISJ somam-se 80, além de esgoto a céu aberto. “Está uma coisa absurda! Há uma grande proliferação de baratas, ratos, mosquitos e tapurus que, inclusive, já estavam entrando nas celas dos presos”, declarou o promotor.
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De acordo com Ugiette, foi recomendada a retirada imediata do lixo do local, sendo estabelecido um prazo de 72h para o recolhimento. “Foi feito um ofício requisitando um inquérito para apurar a responsabilidade pelo lixo do local, sob a alegação dos crimes de risco à saúde pública, dano ao patrimônio público e dano ao meio ambiente, afinal, a saúde e até mesmo o lençol freático da cidade estão sob risco”, esclarece. O promotor ainda acrescenta que uma ação civil pública também está em andamento.
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Fugas
O promotor afirmou que a inspeção também identificou falhas na segurança das penitenciárias, o que tem levado a facilidade na fuga dos presos. De acordo com Ugiette, na Barreto Campelo há nove guaritas, no entanto, apenas quatro estão ativadas. Além disso, há uma grande deficiência na iluminação do presídio. “Foi realizado um estudo que constatou que o funcionamento de sete guaritas é o suficiente para garantir a segurança na penitenciária. Por conta disso foi pedida a ativação imediata de mais três pontos de vigilância e a instalação de refletores na área interna e externa do local”, ressalta o promotor que acredita que as medidas podem evitar fugas.