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Uma multidão enfurecida ateou fogo no escritório geral da campanha eleitoral de Ahmed Shafiq, ex-primeiro-ministro do Egito na era Mubarak e que agora disputa a presidência como um dos dois candidatos que passaram para o segundo turno das eleições, marcado para 16 e 17 de junho. O fogo foi controlado e a multidão se dispersou com a chegada da polícia.

"Nós estávamos dentro quando fomos atacados", disse um cabo eleitoral de Shafiq, que não se identificou. "Eles botaram fogo na garagem que tinha material de campanha do general", disse a fonte, lembrando inadvertidamente que Shafiq comandou a Força Aérea Egípcia.

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As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

Resultados parciais da eleição presidencial no Egito indicavam nesta sexta-feira a realização de um segundo turno entre o candidato da Irmandade Muçulmana, Mohammed Morsi, e um dos dois candidatos seculares: ou o ex-premiê Ahmed Shafiq ou o candidato populista da esquerda, Hamedden Sabahi. Contagens parciais divulgadas pelo jornal Al-Masry Al-Youm, que monitora a contagem dos sufrágios em 25 das 27 províncias egípcias, indicam que Morsi está com 26% dos votos, enquanto Shafiq está com 23% e Sabahi está com 20%.

As cidades do Cairo e de Gizé, que contam juntas por 20% do eleitorado total do país, deverão definir quais serão os dois candidatos que passarão ao segundo turno. A contagem dos votos no Cairo e em Gizé deverá ser finalizada na manhã do sábado. "Os resultados dizem que as pessoas estão procurando uma terceira alternativa, elas temem um Estado religioso e também as figuras do antigo regime", disse Hossam Mounis, porta-voz da campanha de Sabahi, que concorre como um nacionalsita inspirado nas ideias seculares e pan-arabistas de Gamal Abdel Nasser, líder egípcio que governou o país de 1956 até sua morte em 1970. Sabahi diz que se Nasser estviesse vivo hoje grande parte das suas ideias não seriam aplicáveis no Egito, mas que se inspira no discurso de secularismo e igualdade social do líder.

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Os resultados oficiais, contudo, ainda não foram divulgados e só deverão ser conhecido no começo da próxima semana.

A minoria cristã do Egito, cerca de 10% dso 82 milhões de habitantes, votou em massa em Shafiq, que se apresenta como um candidato que impedirá que os islamitas cheguem ao poder. Em um vilarejo no sul do Egito, Aziziya, a população inteira de quatro mil pessoas votou em Shafiq, informou a televisão privada Al-Nahar.

"Haverá um segundo turno entre Mohammed Morsi e Ahmed Shafiq," disse mais cedo a Irmandade em seu site, afirmando que 90% dos votos já foram contados em todo o país. O segundo turno está marcado para os dias 16 e 17 de junho.

Cinquenta milhões de eleitores estavam capacitados para votar nos 12 candidatos presidenciais inscritos. Segundo a comissão eleitoral, 50% desses eleitores compareceram às urnas na quarta e quinta-feira.

O segundo turno será realizado apenas duas semanas antes do prazo estabelecido pelo governo militar interino para a transferência de poder para um governo civil. A segunda fase da eleição presidencial vai representar um grande teste para a emergente democracia do Egito. O resultado vai mostrar se a revolução ocorrida no ano passado se transformou num golpe de Estado islâmico ou num mero levante cujos resultados foram frustrados por membros do antigo regime.

As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

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