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O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) fará uma nova revisão dos parâmetros de ajuste sazonal da Pesquisa Mensal de Comércio no ano que vem. O procedimento ocorre periodicamente e já estava previsto antes da pandemia de Covid-19, mas assimilará tendências captadas ao longo da crise sanitária, explicou Cristiano Santos, gerente da pesquisa do IBGE.

"A gente faz esse tipo de revisão geralmente a cada quatro anos. É um detalhe dentre todos os procedimentos que a gente faz para ajustar todo o cálculo", afirmou Santos, lembrando que o acerto ocorrerá na divulgação dos dados referentes a janeiro de 2022.

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O IBGE revisou o resultado das vendas no varejo em junho ante maio, de uma queda de 1,7% para uma alta de 0,7%. Segundo Cristiano Santos, a revisão acentuada é decorrente do próprio modelo de ajuste sazonal, sem influência de mudança em dados primários enviados pelos informantes da pesquisa.

"A estrutura do padrão do consumo está muito distinta por conta da pandemia", lembrou Santos, reconhecendo que esse período atípico afeta o modelo de ajuste sazonal.

O pesquisador ressalta, porém, que a leitura mais correta da trajetória do varejo é a do último dado divulgado. Com a revisão da informação referente a junho, o varejo passou a acumular um ganho de 8,1% no volume vendido em quatro meses consecutivos de avanços.

Santos explica que a Pesquisa Mensal de Comércio coleta a receita bruta de revenda de mercadorias, que é ajustada para retirar os efeitos da inflação e para neutralizar influências sazonais, como Natal e Páscoa, por exemplo.

"A pandemia desorganizou a estrutura tanto de demanda quanto de receita, demanda das famílias e a demanda de empresas também por bens produzidos. Essa desorganização faz com que hoje não exista um modelo que possa ser colocado no que seria o momento", justificou Santos sobre a volatilidade da série histórica com ajuste sazonal. "Tem a ver com o fato ainda de serem meses muito atípicos. Neste ano já tinha oferta de ovo de Páscoa em janeiro", completou.

Santos disse não acreditar que haja uma nova estrutura de consumo e sazonalidade no Brasil e no mundo, mas que o IBGE estuda continuamente para identificar se eventuais mudanças são apenas transitórias ou permanentes.

"Num primeiro momento não haverá reformulação de modelo (de ajuste sazonal). O que há é um estudo sob a luz dos dados. É um estudo contínuo", disse ele. "O modelo (de ajuste) está definido, ele continuará sendo o mesmo, o que haverá será uma atualização dele", acrescentou.

A Pesquisa Mensal de Comércio trará também em breve uma nova atividade varejista, além das 10 já investigadas: o setor de atacado de supermercados. A mudança ainda não tem previsão de ser implementada, mas Santos revela que o objetivo é "entender o atacarejo".

O setor de serviços encerrou fevereiro com ligeiro crescimento de 0,1% em relação a janeiro no índice livre de ajustes sazonais. A alta surgiu após queda de 1,9% em janeiro, se comparado a dezembro. Com o resultado, o indicador registra recuo de 1,8% nos dois primeiros meses. Já a receita nominal do setor apresentou queda 0,2% em fevereiro, se comparado a janeiro.

Os dados fazem parte da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) divulgada hoje (13) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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A pesquisa mostra que, na série sem ajuste sazonal, o setor de serviços teve queda de 2,2% quando a comparação se dá com fevereiro de 2017. Além disso, o acumulado dos últimos doze meses fechou fevereiro negativo em 2,4%.

Apesar da ligeira alta de janeiro para fevereiro, houve expansão apenas no item serviços profissionais, administrativos e complementares (1,7%).

Já as quatro outras atividades pesquisadas mostraram recuo em relação a janeiro. Os serviços prestados às famílias teve a maior retração (-0,8%), seguido de serviços de informação e comunicação (-0,6%) e transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (-0,3%)

O índice de atividades turísticas caiu 3,4% em relação a janeiro e 5,2% na comparação com fevereiro de 2017.

Números por estados

Quando a análise do comportamento do setor de serviços é feita por região, o indicador mostra avanços em 15 dos 27 estados na série com ajuste sazonal do período.

Responsável por 43% de todo o volume de serviços gerado no Brasil, São Paulo fechou o mês com variação nula (0,0%) em fevereiro, contribuindo para que o índice nacional também ficasse perto da estabilidade.

Em apenas cinco dos locais pesquisados houve expansão da atividade em fevereiro frente a janeiro: Paraná (2%), Rio de Janeiro (0,5%), Santa Catarina (0,5%), Pará (1,4%) e Mato Grosso do Sul (1,5%). Já as principais influências negativas surgiram na Bahia (-9%), Ceará (-16,8%), Rio Grande do Sul (-2,2%) e Minas Gerais (-0,8%).

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