Tópicos | ALEAM

O projeto de lei que pretendia proibir “sátiras, ridicularização e menosprezo às religiões cristãs" em todo o território do Amazonas foi vetado pelo governador Wilson Lima (União Brasil-AM). O gestor alega que o PL fere a laicidade do Estado brasileiro.

A deputada estadual Débora Menezes (PL-AM), autora do projeto, disse na justificativa do documento que "nos últimos anos" a população vem acompanhado "inúmeras situações de ridicularização à fé cristã, geralmente sob a alegação de expressão artística, principalmente, em festividades como o Carnaval”.

##RECOMENDA##

Menezes, que é presidente estadual do PL Mulher, é conhecida no estado por defender pautas conservadoras, por apoiar assiduamente o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e por utilizar as suas redes sociais para fazer duras críticas à gestão do presidente Lula (PT). 

Antes do recesso parlamentar da Assembleia Legislativa do Amazonas (ALEAM), a proposta foi aprovada na Casa, no entanto, deputados contrários ao PL alegaram que a proposta era “discriminatória” por beneficiar apenas as religiões cristãs.

Durante a discussão na ALEAM, a parlamentar bolsonarista, ao ser questionada pelos outros deputados sobre o motivo de não incluir outras religiões no projeto, afirmou que estava “defendendo a religião dela e quem tivesse incomodado que fizesse o mesmo pela sua”.

O governador amazonense, ao barrar a aprovação do projeto de lei, destacou que o Estado brasileiro é laico e preza pela neutralidade religiosa e respeito a todas as crenças. Além disso, afirmou que o veto tem o objetivo de "evitar a discriminação religiosa".

“Deve-se ainda esclarecer que tal PL vem de encontro a um fundamento basilar da República Federativa do Brasil, a laicidade do Estado, ou seja, umas medidas de evitar à discriminação religiosa, visando cumprir os objetos fundamentais da República, diz parte do documento.

Wilson Lima ainda enfatizou a necessidade de garantir as relações respeitosas entre as diferentes crenças, prezando pela harmonia e tolerância na sociedade do Amazonas.

Vale ressaltar que, o documento ainda destaca que o projeto de lei “já se encontra positivado no ordenamento jurídico brasileiro, na forma do artigo nº. 208 do Código Penal Brasileiro”.

Por um placar de 16 votos a oito, o deputado Roberto Cidade (PV) foi eleito nesta quinta-feira, 3, para presidir a Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) pelos próximos dois anos. A votação aconteceu após a aprovação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que alterou as regras para eleição da Mesa Diretora da Casa e permitiu adiantar a escolha - até então pautada para a última reunião ordinária do ano.

Os deputados Abdala Fraxe (Podemos), Alessandra Campelo (MDB), Joana Darc (PL) e Saullo Vianna (PTB) votaram contra a PEC sob alegação de que a proposta tramitou na Comissão de Constituição minutos antes de ser aprovada e de que o presidente eleito tentou comprar votos dos colegas.

##RECOMENDA##

"O deputado Roberto Cidade foi atrás de comprar votos dos colegas deputados estaduais. E eu digo o valor, porque ele não chegou a falar comigo, mas aqui todo mundo fica sabendo das coisas. O voto era R$ 200 mil", acusou na tribuna a deputada estadual Joana Darc.

Nos bastidores, a avaliação de uma parcela da base governista é a de que a PEC foi aprovada e a votação adiantada para dar início ao processo de impeachment do governador Wilson Lima (PSC), investigado sob suspeita de fraude na compra de R$ 2,9 milhões em respiradores no contexto da pandemia de covid-19. Em agosto, um pedido para cassar o mandato do governador foi arquivado pelos deputados.

O grupo que comandará o Poder Legislativo do Amazonas nos próximos dois anos é composto pelos deputados Roberto Cidade (PV) (presidente); Josué Neto (PRTB) 1° vice-presidente; Mayara Pinheiro Reis (PP) 2° vice-presidente; Adjuto Afonso (PDT) 3° vice-presidente; Delegado Péricles (PSL) secretário-geral; Álvaro Campelo (PP) 1° secretário; Sinesio Campos (PT 2° vice-secretário; Fausto Júnior (PRTB) 3° vice-secretário; Felipe Souza (Patriota), ouvidor; e Therezinha Ruiz (PSDB), corregedora.

COM A PALAVRA, O DEPUTADO ROBERTO CIDADE

A reportagem entrou em contato com o deputado Roberto Cidade e aguada resposta. O espaço está aberto para manifestação.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando