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Por maioria de votos, a Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) aprovou, na quarta-feira (27), um projeto que regulamenta o ensino domiciliar no Estado, conhecido como "homeschooling". A matéria foi aprovada em dois turnos: no primeiro, recebeu 25 votos a favor, de um total 40; e 21 no segundo, número mínimo necessário para ser aprovada no plenário.

A aprovação do projeto foi acompanhada por vários pais que defendiam a proposta. O texto agora segue para sanção ou veto do governador de Santa Catarina, Carlos Moisés (sem partido), que tem prazo de 15 dias para publicar a decisão. Na manhã desta quinta-feira (28), a vice-governadora do Estado, Daniela Reinehr (sem partido), comemorou a votação. "Vitória! Aprovado o homeschooling em Santa Catarina. Parabéns aos parlamentares que ouviram o anseio dos catarinenses", publicou, no Twitter.

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O Projeto de Lei Complementar (PLC) 3/2019 é de autoria do deputado Bruno Souza (Novo). Em junho deste ano, a matéria foi reprovada pela Comissão de Educação da Alesc. No entanto, ela voltou a ser discutida após passar pela Comissão de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente.

O texto recebeu emenda substitutiva global que, entre outras mudanças, com o objetivo de aprimorar a proteção aos educandos, determina a garantia de tutela do Estado, a conceituação de aptidão técnica e a proibição do ensino domiciliar aos pais com medidas protetivas. No final da votação, o deputado Ivan Naatz (PL), que assegurou voto favorável, manifestou preocupação com a possibilidade do Supremo Tribunal Federal (STF) de cassar a aprovação da lei.

O presidente da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, Júlio Garcia (PSD), foi preso na manhã desta terça-feira, 19, na segunda fase da Operação Alcatraz. A informação foi confirmada pelo advogado do deputado, Cesar Abreu, que informou que o político vai cumprir prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica.

A segunda fase da Alcatraz cumpre 34 mandados de busca e apreensão, 11 mandados de prisão preventiva e nove de prisão temporária em Florianópolis, Joinville e Xanxerê. Além do deputado, o empresário Jefferson Colombo, dono da Apporti Soluções e genro da ex-mulher de Garcia, também foi preso preventivamente. Já o ex-governador de Santa Catarina, Eduardo Pinho Moreira (MDB), foi um dos alvos de busca e apreensão. A Justiça ainda autorizou o bloqueio de patrimônio dos investigados em valores que variam entre R$ 928 mil e R$ 37 milhões.

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A investigação, aberta em julho de 2018, apura a suspeita de fraudes que ultrapassam R$ 500 milhões. O ponto de partida foi uma representação fiscal produzida pela Receita Federal em Florianópolis e encaminhada à Polícia Federal pelo Ministério Público de Contas de Santa Catarina. O documento aponta indícios de desvios de recursos das Secretarias de Estado da Administração e Saúde.

A segunda fase da Operação Alcatraz, batizada de 'Hemorragia', tem como alvo uma suposta organização criminosa suspeita de corrupção, fraude em procedimentos licitatórios e lavagem de dinheiro. Estão sob suspeita contratos firmados pelas secretarias estaduais, empresários do ramo de tecnologia e saúde e servidores públicos. Segundo a Polícia Federal, as contratações de serviços, feitas sem cotação prévia de preços, eram direcionadas em favor de empresas beneficiadas no suposto esquema. Para dar aparência de legalidade ao processo, seriam apresentados diversos orçamentos - que, na verdade, segundo a PF, eram produzidos por empresas relacionadas entre si.

De acordo com a Polícia Federal, o suposto esquema tinha participação de integrantes de primeiro escalão do governo. "As provas colhidas indicam a atuação de organização criminosa que estaria incrustada no Governo do Estado de Santa Catarina por pelo menos dez anos (2008 a 2018), a qual seria comandada por ocupantes de cargos elevados em instituições públicas e detentores de forte influência política", informou a PF.

Os investigadores estimam que, no período analisado, ao menos R$ 50 milhões foram repassados mediante contratos simulados com empresas controladas por operadores financeiros integrantes da organização. A Polícia Federal suspeita ainda de pagamentos 'expressivos' em espécie.

VEJA COMO FUNCIONARIA O ESQUEMA:

Entre 2009 e 2012, empresas de tecnologia da informação contratadas pelo Estado teriam transferido aproximadamente R$ 10 milhões para uma empresa de fachada, via simulação de distribuição de lucros.

Entre 2012 e 2015, contratos transferiram R$ 163 milhões para uma empresa privada de saúde. Dos valores recebidos, a empresa teria repassado R$ 16,2 milhões para uma 'consultoria fantasma', mediante simulação de prestação de serviços. A empresa de consultoria então sacou 12,5 milhões de reais em espécie para repasse aos verdadeiros operadores do esquema.

Relatórios da Receita Federal e do antigo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), quebras de sigilo bancário e fiscal dos envolvidos, perícias do Ministério Público de Contas em contratos e licitações, informações colhidas pela equipe de investigação da Polícia Federal, inclusive na Operação Alcatraz, e um acordo de colaboração premiada firmado entre o Ministério Público Federal e um dos investigados subsidiaram a nova fase da investigações, informou a PF.

Em setembro, o Ministério Público Federal denunciou Julio Garcia pela lavagem de mais de R$ 2 milhões em propinas supostamente recebidas em licitações e contratações investigadas na Operação Alcatraz.

COM A PALAVRA, O DEPUTADO JULIO GARCIA

A reportagem entrou em contato com a assessoria do deputado, que informou que, por enquanto, não vai se manifestar sobre a operação.

COM A PALAVRA, A ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DE SANTA CATARINA

"A Assembleia catarinense não vai comentar a operação."

COM A PALAVRA, O EX-GOVERNADOR EDUARDO PINHO

"Entendo que como vice-governador e governador no período da investigação, trata-se de um encaminhamento natural. Vamos colaborar para que os fatos sejam esclarecidos. Minha vida publica sempre foi pautada por honestidade, transparência, diálogo e trabalho."

Em um ano e nove meses, o governador de Santa Catarina, Carlos Moisés (PSL), foi do céu ao inferno. Novato na política, o ex-bombeiro militar surfou na onda da negação da política e se elegeu com 71% dos votos no segundo turno de 2018. Rompeu um ciclo político de décadas no Estado e seu partido, o mesmo que elegeu o presidente Jair Bolsonaro, fez seis cadeiras na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc).

Com a segunda maior bancada no primeiro ano de governo, conquistou maioria no Parlamento e chegou a ter apoio de 28 dos 40 deputados. Mas o rompimento com o bolsonarismo, uma queda de braço com a Assembleia por causa de impostos a agrotóxicos, falta de articulação e denúncias de fraudes no combate à pandemia do novo coronavírus levaram ele a um processo de impeachment. Nesta quarta-feira (23), a Assembleia e o Tribunal de Justiça do Estado vão definir os cinco representantes de cada Casa que farão parte da comissão que vai julgar o processo de Moisés.

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Após estabelecida, a comissão de deputados e desembargadores tem até 10 dias para analisar a denúncia contra o governador e vice, Daniela Reinehr. Se a acusação for aceita, os dois serão afastados por 180 dias. Este tribunal tem até seis meses para julgar a denúncia de crime de responsabilidade. O processo foi aberto em 22 de julho, e nele o governador e a vice são denunciados por terem reajustado o salário dos procuradores do Estado sem aprovação dos deputados.

A líder do governo na Alesc, Paulinha (PDT), reconhece que faltou diálogo com deputados. "Quando assumi a liderança do governo (em fevereiro deste ano), essa situação já estava bastante desgastada, muitos deputados sequer tinham contato com o governador."

O rompimento com o bolsonarismo começou ainda no primeiro ano de governo. Em junho de 2019, em entrevista ao Estadão, Moisés alfinetou Bolsonaro e disse que o presidente deveria "se preocupar com coisas mais importantes". Àquela altura, a sigla enfrentava um racha nacional com a polarização entre Bolsonaro e Luciano Bivar, presidente nacional do partido.

Moisés tentou se descolar do presidente. A atitude não só o distanciou de Brasília como também da sua própria base local, vendo, aos poucos, seus correligionários do PSL na Assembleia se tornarem os mais aguerridos opositores de sua gestão. Em março, já em meio à pandemia, Moisés gravou vídeo e criticou o posicionamento do presidente, contrário ao isolamento social. Em resposta, Bolsonaro declarou, também em vídeo: "Esse Carlos Moisés se elegeu com meu nome".

O descolamento do bolsonarismo também afastou o governador da vice Daniela Reinehr, que deixou o PSL para se tornar uma espécie de embaixadora do Aliança pelo Brasil - partido que os Bolsonaro tentam tirar do papel - em Santa Catarina. Os dois trocaram críticas pelas redes sociais e Daniela reclamou que seus posicionamentos não estavam sendo levados em consideração no combate à pandemia.

Rompida com Moisés, a vice-governadora foi buscar em Brasília apoio para sustentar sua defesa no impeachment. Desde então, conta com apoio da advogada Karina Kufa, que já atuou na defesa do presidente, para tentar se desvencilhar do caso envolvendo ela no reajuste dos procuradores. Segundo a denúncia, no curto período em que esteve como governadora interina, entre 6 e 17 de janeiro, Daniela deu encaminhamento ao procedimento administrativo que garantiu aumento no salário dos procuradores.

Outro atrito com os parlamentares foi o anúncio do fim dos incentivos fiscais para o setor de defensivos agrícolas, também em 2019. A pauta se arrastou até que, em 11 de março, os deputados lotaram as dependências da Assembleia com agricultores vindos de todas as regiões, contrários ao governo. Nenhum parlamentar, agricultor ou liderança saiu em defesa de Moisés. A audiência foi noticiada pela Agência Alesc como a maior já realizada no Parlamento.

"Eu acredito que esse foi um ponto que pesou. Acho que fui uma das primeiras a falar que ele não poderia se denominar um czar: 'Eu decido tudo, só por decreto'", disse Luciane Carminatti (PT), que logo após a aprovação do impeachment aderiu à campanha do PT que pede eleições diretas independentemente do prazo de cassação do governador e vice.

O projeto de autoria do deputado Sargento Lima (PSL), que revoga o título de cidadão honorário de Santa Catarina ao ex-presidente Lula, foi aprovado nesta terça-feira (11), pela Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc). 

O deputado Fabiano da Luz (PT) propôs um substitutivo global, no sentido de cancelamento do título para todos os beneficiários que tivesse condenação com trânsito em julgado. Como essa proposta foi tratada em projeto de outro deputado, a Comissão decidiu votar a revogação apenas do título concedido ao ex-presidente Lula pela Alesc em 2008. O projeto agora segue para o plenário, onde acontecerá a votação final. 

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O deputado Sargento Lima comemorou a aprovação pela CCJ. "Quando o título foi dado, os escândalos de corrupção do ex-presidente ainda não haviam estourado. Eles contradizem a lei que dá base à honraria. O agraciado deve possuir virtudes éticas e idoneidade moral", disse o parlamentar.

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Faleceu neste domingo, 19, em Balneário Camboriú, o deputado estadual Aldo Schneider (MDB), presidente da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc).

Schneider tinha 57 anos e lutava contra o câncer desde o ano passado, quando foi diagnosticado com um tumor na coluna e outro no pescoço. Passou por uma série de tratamentos de saúde em Santa Catarina e em São Paulo, por uma cirurgia e uma traqueostomia em maio deste ano para aliviar o sistema respiratório, inchado pelas sessões de radioterapia. O custo do tratamento, orçado em R$ 3 milhões, foi pago pela Alesc, o que foi questionado pela sociedade civil.

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Schneider foi vereador em Ibirama, no Vale do Itajaí, tendo como bandeira a emancipação do atual município de Vitor Meireles, onde foi o primeiro prefeito, cargo que voltou a ocupar por mais duas vezes. Foi eleito deputado estadual de Santa Catarina com 36.449 votos, em 2010, e reeleito com 58.646 votos em 2014. Tomou posse da presidência da Alesc em fevereiro deste ano, após formalização de um acordo entre o MDB e o PP.

O político deixou a esposa Marita e os filhos Nathali Aline e Bruno Gustavo. O velório estava previsto para começar às 21h na Igreja Matriz Santo Huberto em Ibirama. O corpo será cremado na segunda-feira, 20, em Balneário Camboriú, em ato privado para a família. A Alesc decretou luto por três dias e o Governo do Estado por sete dias.

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