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Benedita da Silva, pré-candidata do PT à prefeitura do Rio de Janeiro, é mais uma vítima de fake news espalhadas nas redes sociais. A mensagem, que transparece uma lógica racista, mente ao dizer que Benedita foi ministra da Educação e ao chamá-la de analfabeta. O Facebook retirou a postagem do ar após denúncias e checagens de Lupa e Estadão.

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Com graduação em Serviço Social e em Estudos Sociais pela Faculdade de Serviço Social do Rio de Janeiro, Benedita evidentemente não é analfabeta. Na verdade, é autora de oito livros e assina 12 artigos disponíveis na Rede Virtual de Bibliotecas e na Biblioteca Digital do Senado Federal, como verificou a Agência Lupa.

Benedita da Silva nunca foi ministra da Educação. Atualmente deputada federal, ela foi a primeira governadora negra do Rio de Janeiro e já ocupou os cargos de vereadora, vice-governadora, senadora, secretária de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos do Rio de Janeiro e ministra da Secretaria Especial da Assistência e Promoção Social.

Com informações da Agência PT

A estudante de jornalismo Marcella Martins resolveu homenagear a avó e viralizou nas redes sociais. A jovem do Rio de Janeiro fez uma tatuagem com um bilhete escrito pela idosa de 73 anos, que só agora está aprendendo a escrever.

"Minha neta, eu te amo muito. Vó Gelsa", diz a mensagem de Gelsa Martins, que começou a trabalhar com 12 anos para ajudar na casa e não teve oportunidade de estudar. Atualmente, a idosa está aprendendo a ler e escrever.

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Em sua conta no Instagram, na data da postagem, a estudante escreveu: "minha avó sempre foi uma ótima pessoa que sempre ajudou as pessoas, sem ao menos pedir ou querer nada em troca. Por ter começado a trabalhar muito cedo, ela não teve a oportunidade de estudar e acabou ficando analfabeta, porém mesmo mais velha, ela nunca desistiu de aprender a ler e escrever. Depois de um tempo ela entrou para a escola e ainda está aprendendo a ler e escrever algumas coisas. Ontem ela escreveu em um papel exatamente o que está na foto e me deu, fiquei tão feliz que não consigo nem explicar o quanto!!!!"

Marcella também relatou que Gelsa descobriu um câncer de pulmão recentemente. "Nossa família não esperava isso, ela tinha até parado de fumar, mas infelizmente o câncer já estava ali. Por sorte ele foi descoberto no início... Minha avó falava que ia morrer, que não aguentava mais e isso me deixava muito triste. O momento mais difícil para mim foi quando minha mãe raspou a cabeça dela (ela amava o cabelo dela). Mas graças a Deus nós conseguimos anima-la com o nosso amor e a união da nossa família e hoje minha avó já está com o cabelo lindo e está muito feliz", comentou.

Já Gelsa ficou feliz ao saber da tatuagem da neta. "Fiquei satisfeita de saber que ela gosta de mim, muito satisfeita mesmo. Estou contente, fiquei orgulhosa", comentou a idosa para o jornal Extra.

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Zari Badam, uma dona de casa analfabeta, fez história esta semana ao se tornar a primeira mulher candidata nas eleições em zonas tribais do Paquistão, uma região conservadora, onde o simples direito ao voto ainda representa uma batalha para muitas paquistanesas. Badam, coberta por um longo véu que deixa à mostra apenas os olhos, não tem o carisma de Malala, a menina que milagrosamente sobreviveu a uma tentativa de assassinato pelo Talibã. Mas as duas têm algo em comum: lutam pelo direito à educação das mulheres.

Na esperança de dar um impulso à sua luta, Badam decidiu concorrer como candidata independente nas eleições de 11 de maio em Bajaur, um dos sete distritos tribais semi-autônomos no noroeste do Paquistão, na fronteira com o Afeganistão. Algo nunca visto. As zonas tribais são as regiões menos desenvolvidas do Paquistão e as mais afetadas pela "guerra ao terror", com forte presença de talibãs e alvos constantes de bombardeios de aeronaves não-tripuladas (drones) americanas.

Dos cerca de 1,7 milhão de eleitores nestas áreas remotas, apenas 600 mil são mulheres, ou um terço dos inscritos, a menor taxa do país. Para piorar, as zonas tribais não possuem assento algum dos 60 reservados às mulheres na Assembleia Nacional.

Desta forma, Badam se apresentada como candidata contra os homens com o objetivo fim de dar às meninas a educação que ela não teve. "Não fui instruída, fui para a escola da aldeia por um ou dois anos, mas logo a minha família pressionou para que eu abandonasse os estudos", contou ela à AFP em pashto, a língua dos pashtuns, um povo que vive no norte do Paquistão e sul do Afeganistão.

"Eu não tenho formação e por isso sou candidata às eleições, para promover a educação de meninas, mulheres e homens", explicou Badam, que é casada com um professor. "O distrito de Bajaur não tem escolas para mulheres, hospitais, energia elétrica, estradas", lista.

Na última eleição geral, em 2008, os candidatos tiveram que provar que tinham um diploma universitário,exigência que desencadeou o escândalo dos "falsos diplomas", já que muitos políticos apresentaram certificados falsos.

"Badam sabe escrever seu nome, mas não é capaz de ler os jornais. Entretanto, conversamos muito sobre política (...) Na semana passada me perguntou se poderia participar das eleições e eu disse que sim", conta o marido, Mohamad Sultan.

Como as autoridades deixaram de exigir o diploma, o marido apresentou a candidatura de Badam no último fim de semana à Comissão Eleitoral, que a aprovou, confirmaram as autoridades. Nos últimos meses, islamitas radicais paquistaneses destruíram inúmeras escolas de meninas e mataram professores. Mas Badam não recebeu ameaças.

"Ninguém me ameaçou", assegura Badam, que conduz sua campanha com poucos recursos, mas com o apoio de seu marido e sua família. "Eu não posso realizar comícios, estou concentrada no boca a boca", acrescenta. Sem meios financeiros e sem o apoio de partidos políticos, Badam tem poucas chances de ser eleita. No entanto, já pode declarar vitória.

"Simbolicamente faz estremecer um tabu, mas não o destrói. O fato de que uma mulher tenha se levantado para dizer que pode representar a população melhor do que os homens já é uma grande mudança", acredita Ijaz Janeiro, professor da Universidade de Peshawar, no noroeste do Paquistão, perto das zonas tribais.

E esta mudança parece ser admirada pelos homens de Khar, a capital de Bajaur. "Sua candidatura permitirá dar outra imagem, mais moderada, à nossa região. Durante muitos anos nós fomos equivocadamente associados aos insurgentes, terroristas e aos atentados. Isto vai mostrar ao resto do país que não somos assim", explica Bahadur Khan, de 48 anos.

Em um bazar local, Sultan Zeb, um comerciante, concorda: "Os parlamentares de Bajaur não conseguiram resolver os nossos problemas, quem sabe uma mulher consiga".

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