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Há 70 anos no bairro paulistano da Mooca, numa avenida que leva o seu nome, a Arno, tradicional fabricante de eletroportáteis, está de mudança. A empresa vai fechar as portas da sua unidade na capital paulista e eliminar cerca de 2 mil empregos diretos e indiretos para abrir uma nova fábrica no município de Itatiaia, no Rio de Janeiro.

A companhia alega, por meio de nota, que "não é mais viável manter uma fábrica na região central de São Paulo, com perfil urbano e com dificuldades operacionais e logísticas". Para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Miguel Torres, a mudança é mais um capítulo da guerra fiscal que geralmente se acirra em momento de crise. "Não acredito que seja logística. Estamos pedindo uma audiência com o governador e o prefeito. Não podemos perder esses empregos."

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Decepção

Às vésperas da aposentadoria, a metalúrgica Irisma Maria da Silva Souza, de 48 anos, dos quais 15 trabalhando na Arno, está prestes a engrossar o grupo de 10 milhões de desempregados que existem hoje no País. "Estou decepcionada, com 48 anos onde vou arrumar emprego? Faltam três anos para me aposentar." Ela trabalha na montagem de batedeiras e ganha R$ 1,5 mil.

O operador de linha de montagem Everson Vale da Rocha, de 33 anos, há nove na empresa e que tira R$ 1,2 mil trabalhando na linha de produção, foi surpreendido na quinta-feira da semana passada quando a administração comunicou que a fábrica será fechada. "A oferta da Arno foi absurda: meio salário mínimo para quem tem cinco anos de casa", reclama.

Torres, do sindicato, diz que a proposta foi recusada pelos trabalhadores. "Demos prazo até o fim do mês para receber outra, caso contrário, entraremos em greve a partir do dia 2 de maio."

A Arno informa que a desativação da fábrica deve ocorrer por fases, no período de novembro deste ano a outubro de 2017. A companhia, que antes da invasão chinesa era sinônimo de eletroportátil, foi comprada pelo Groupe SEB, líder mundial do setor, em 1997. Além da Mooca, tem no País fábricas em São Bernardo do Campo (SP) e em Jaboatão dos Guararapes (PE). A empresa é dona das marcas Rochedo, Clock, Tefal e Krups.

Terceirizados

O fechamento da fábrica de eletroportáteis da Arno preocupa também trabalhadores terceirizados como Gerson Silva dos Santos, de 19 anos, solteiro e que há dois anos e meio trabalha com mensageiro na empresa. Ele é contratado pela companhia Poupe Impulse. "Gosto de trabalhar aqui, é o meu primeiro emprego", diz Santos. Mesmo como terceirizado, ele tinha planos de continuar trabalhando numa empresa multinacional. "Agora, não sei como vai ser."

O administrador de empresas Bruno Silva, de 26 anos, e que há seis meses trabalha na Arno como prestador da mesma empresa terceirizada de Santos, também está chateado. "Todo os trabalhadores estão preocupados com o fechamento da fábrica, tem gente para se aposentar, outros pagando aluguel. Quanto tempo vai demora para arranjar outro emprego com essa crise", diz Silva.

Santos conta que há muitos funcionários antigos na empresa, mas, ao longo dos últimos meses, a companhia foi enxugando o quadro de pessoal.

A Arno não informa o número de trabalhadores que tem na fábrica da Mooca nem o faturamento da empresa no País. Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Miguel Torres, são 2 mil empregados na unidade da capital paulista, dos quais 800 diretos e 1,2 mil indiretos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Nesta sexta-feira (28), o Grupo SEB, um dos líderes mundiais da indústria de eletroportáteis, inaugurou uma nova fábrica de sua marca Arno no município de Jaboatão dos Guararapes, Região Metropolitana do Recife (RMR). Com investimento de aproximadamente R$ 25 milhões, a planta vai abastecer com os produtos as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil.

A nova fábrica está instalada em uma área de 12,5 mil m², com linha de produção de lavadoras de roupa semiautomática, liquidificadores e ventiladores. Com a chegada do empreendimento, a expectativa é que sejam gerados aproximadamente 200 empregos diretos.

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Na cerimônia de inauguração, estiveram presentes o secretário do desenvolvimento econômico do Estado, Thiago Norões, o gerente geral do Grupo SEB no Brasil, Carlos Siqueira, o vice-presidente industrial do grupo SEB na América do Sul, Joel Autran, e o prefeito da cidade de Jaboatão, Elias Gomes. 

De acordo com Carlos Siqueira, Jaboatão dos Guararapes foi a cidade escolhida para receber a fábrica porque se encontra em uma posição estratégica, entre o Porto de Supae, principal polo de desenvolvimento de Pernambuco, e Recife. Além disso, é cortada por importantes rodovias e conta com infraestrutura metroviária importante. 

Confira mais detalhes no vídeo:

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Multinacional francesa do setor de eletroportáteis, o Groupe SEB – dono da marca Arno – aporta em Pernambuco com uma nova fábrica no município de Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife (RMR). Nesta quarta-feira (13), a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDEC) assinou o protocolo de intenções, com a presença de representantes da empresa europeia. 

De acordo com a SEB, a nova fábrica receberá um investimento de R$ 25 milhões e, em funcionamento, contará com 211 profissionais atuantes. A ampliação da rede no Nordeste pretende reforçar a presença da marca Arno no país. O Nordeste é apontado como ponto estratégico para os planos de crescimento da multinacional no Brasil, pois os nordestinos representam 20% do mercado nacional. 

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Entre a assinatura do protoco de intenção e o começo das operações, o Groupe SEB estima que, em até 90 dias, as operações na nova unidade sejam iniciadas. Com o incremento, a produção local da empresa será ampliada em 112%, segundo estatísticas da própria SEB. Presente em mais de 120 países, a empresa tem três fábricas no Brasil: duas em São Paulo e uma em Pernambuco, no Recife, desde 2003. Em 2014, o faturamento global da organização alcançou € 4,2 bilhões (cerca de R$ 13 bilhões).

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