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A cápsula espacial Órion sobrevoou a Lua a menos de 130 quilômetros de sua superfície, uma manobra que marca o início da viagem de retorno à Terra desta primeira missão do programa Artemis 1 da Nasa, agência espacial americana. Ao realizar o sobrevoo, feito na segunda, muito perto da superfície, a nave espacial aproveitou a atração gravitacional da Lua para ganhar impulso em sua trajetória de retorno.

A comunicação com a cápsula foi interrompida durante 30 minutos, quando passou por trás da face oculta da Lua. O impulso essencial do motor principal do Módulo de Serviço Europeu, que propulsiona a cápsula, durou pouco mais de três minutos. "Não poderíamos estar mais satisfeitos com o rendimento da nave", disse Debbie Korth, vice-diretora do Programa Órion.

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Enquanto imagens espetaculares apareciam nos monitores assim que a comunicação foi restaurada, Korth afirmou: "Todos na sala tiveram de parar e fazer uma pausa, e realmente olhar (...) Uau, estamos nos despedindo da Lua".

Esta era a última grande manobra da missão, que começou com a decolagem do novo megafoguete Artemis da Nasa em 16 de novembro, para uma viagem que deve durar 25 dias e meio no total. A Órion vai passar por correções de rumo até pousar no Oceano Pacífico, diante da cidade americana de San Diego, na Califórnia, no domingo, às 17h40 horário local (14h40 em Brasília).

Durante a missão, Órion passou cerca de seis dias em uma órbita remota no entorno da Lua. Há uma semana, esta nova nave espacial quebrou o recorde de distância para uma cápsula habitável, aventurando-se a pouco mais de 432 mil km de nosso planeta, mais longe que as missões Apollo.

A cápsula não leva passageiros. O objetivo principal é testar a resistência do escudo térmico da Órion durante a entrada na atmosfera terrestre a uma velocidade de 40 mil km/h. Ele terá que suportar uma temperatura de 2.800 graus, cerca de metade da que ocorre na superfície do Sol.

FUTURO

Com Artemis, os americanos pretendem estabelecer presença duradoura na Lua e se preparar para uma viagem a Marte.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A primeira decolagem do megafoguete da Nasa à Lua continua acumulando dificuldades. Após duas tentativas frustradas por problemas técnicos, o novo teste da missão Artemis 1, previsto para a próxima terça-feira, está ameaçado por uma tempestade que se forma no Caribe.

A "depressão tropical número nove" ainda não tem nome, mas está localizada neste momento abaixo da República Dominicana. Deve se transformar nos próximos dias em furacão, antes de subir pelo Golfo do México até a Flórida, onde fica o Centro Espacial Kennedy, de onde o foguete deve decolar.

A Nasa monitora cada boletim meteorológico. "Provavelmente tomaremos uma decisão no mais tardar neste sábado", disse Mike Bolger, representante do centro Kennedy.

Caso não decole, o foguete SLS perderá a janela de lançamento atual, que vai até 4 de outubro. O próximo período vai de 17 a 31 de outubro, com possibilidade de decolagem diária (exceto de 24 a 26 e em 28 de outubro).

Cinquenta anos após a última missão Apollo, o programa Artemis deve assumir a exploração lunar com um lançamento de teste na segunda-feira (29) do foguete mais poderoso da história da NASA.

O objetivo é levar seres humanos de volta à Lua após a missão Apollo de 1972 e, eventualmente, à Marte.

O foguete de 98 metros do Sistema de Lançamento Espacial (SLS) está programado para decolar às 8h33 (9h33 de Brasília) do Centro Espacial Kennedy (KSC) na Flórida.

A missão, planejada há mais de uma década, não é tripulada, mas altamente simbólica para a NASA, dada a pressão da China e de concorrentes privados como a SpaceX.

Os hotéis ao redor de Cabo Canaveral estão lotados e entre 100.000 e 200.000 espectadores são esperados para o lançamento.

O enorme foguete laranja e branco está estacionado no Complexo de Lançamento 39B do KSC há uma semana.

"Desde que foi posicionado na plataforma na semana passada, você pode sentir a emoção, a energia", diz Janet Petro, diretora do KSC.

O objetivo do voo, batizado de Artemis 1, é testar o sistema SLS e a cápsula da tripulação Orion localizada no nariz do foguete.

Bonecos equipados com sensores tomarão os lugares dos membros da tripulação e registrarão os níveis de aceleração, vibração e radiação.

Além disso, câmeras irão capturar todos os momentos da jornada de 42 dias e uma "selfie" da espaçonave será feita com a Lua e a Terra ao fundo.

Amerissagem no Pacífico

A cápsula Orion orbitará a Lua e chegará a cerca de 100 km no máximo e, em seguida, acionará seus motores para atingir uma distância de 64.000 km, um recorde para uma aeronave feita para transportar humanos.

Um dos principais objetivos da missão é testar o escudo térmico da cápsula, que com quase 5 metros de diâmetro é o maior já construído.

Em seu retorno à atmosfera da Terra, o escudo térmico deve suportar uma velocidade de mais de 40.000 quilômetros por hora e uma temperatura de 2.760 graus Celsius.

Orion, cuja descida será contida por paraquedas, terminará sua jornada com um mergulho na costa de San Diego, no Pacífico.

A decolagem na segunda-feira dependerá do clima, que pode ser imprevisível na Flórida nesta época do ano. Por essa razão, a NASA tem uma janela de lançamento de duas horas.

Se o foguete não puder decolar na segunda-feira, datas alternativas estão planejadas para 2 ou 5 de setembro.

Tudo está pronto. A Nasa autorizou a missão na terça-feira, após uma inspeção detalhada.

Isso não significa que problemas poderão acontecer.

"Risco inerente"

"Estamos fazendo algo que é incrivelmente difícil de fazer, e com isso vem o risco inerente", disse Mike Sarafin, gerente da missão Artemis 1.

Por se tratar de um voo não tripulado, Sarafin diz que a missão terá condições que não seriam adequadas para viagens com astronautas.

"Se não falharmos com os painéis solares, vamos continuar, e isso é algo que não necessariamente faríamos em uma missão tripulada", explicou.

Um fracasso geral da missão seria devastador para o programa que custa US$ 4,1 bilhões para ser lançado e já está atrasado.

A próxima missão, Artemis 2, levará astronautas a orbitar a Lua sem pisar em sua superfície.

A tripulação do Artemis 3 deverá pousar na Lua o mais tardar em 2025.

Enquanto os astronautas da Apollo que caminharam na Lua eram apenas homens, o programa Artemis planeja incluir a primeira mulher e a primeira pessoa negra.

E considerando que os humanos já visitaram a Lua, Artemis está de olho em outro objetivo: enviar uma tripulação a Marte.

O programa Artemis visa estabelecer uma presença humana permanente na Lua com uma estação espacial conhecida como Gateway e com base na superfície lunar.

A Gateway serviria como uma estação de preparação e reabastecimento para a viagem a Marte, que levaria no mínimo meses.

"Acho que será ainda mais inspirador do que Apollo", diz o ex-astronauta e administrador associado da NASA Bob Cabana da missão Artemis.

"Será absolutamente impressionante".

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