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A Federação Bahiana de Futebol (FBF) divulgou nesta segunda-feira a súmula do conturbado clássico Ba-Vi do último domingo. Através do documento, a entidade oficializou o triunfo do Bahia por 3 a 0, no Barradão, após a partida ser encerrada prematuramente graças às expulsões de cinco jogadores do lado do Vitória.

O árbitro Jailson Macedo Freitas encerrou a partida aos 32 minutos do segundo tempo por causa da ausência do número mínimo de jogadores do lado rubro-negro. No momento, o placar indicava empate de 1 a 1, mas, seguindo o que manda o Regulamento Geral de Competições da CBF, o Bahia foi declarado vencedor.

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A confusão no Barradão começou logo no início do segundo tempo, com o gol de pênalti marcado por Vinícius, que, na celebração, realizou uma dança em frente à torcida do Vitória, considerada ofensiva pelos rivais, que interpelaram o meia. Entre agressões de ambos os lados, foram expulsos sete jogadores, sendo três do lado rubro-negro (Kanu, Denilson e Rhayner) e quatro do Bahia (Vinícius e Lucas Fonseca, que estavam em campo, e os reservas Rodrigo Becão e Edson).

Em relatório anexado à súmula divulgada nesta segunda, Jailson explicou os motivos das expulsões e explicou que estes jogadores foram expulsos por agressões. A exceção foi Vinícius, que recebeu o cartão vermelho por "fazer gestos obscenos, provocando" a torcida do Vitória.

Jailson também detalhou os vermelhos mostrados a Uillian Correia, "por impedir ataque promissor" do Bahia, e Bruno Bispo, "por retardar o início de jogo de forma acintosa". Sobre a expulsão final, o árbitro não fez qualquer menção à possibilidade de um cartão arquitetado pelo Vitória, justamente para impedir o prosseguimento da partida.

Entre outros pontos, Jailson ainda revelou ter sido questionado no intervalo pelo diretor de futebol do Bahia, Diego Cerri, sobre o lance do gol do Vitória, enquanto o diretor de esporte rubro-negro, Erasmo Damiani, teria acusado o árbitro de "aceitar a pressão" do time tricolor.

Em meio a tantos eventos que mancharam o clássico, a FBF lamentou o desfecho da partida. "A FBF vem lamentar os fatos ocorridos ontem por ocasião do clássico entre as equipes do Vitória e do Bahia, afirmando que, dentro dos limites da sua atuação como entidade de administração, aplicará as normas regulamentares cabíveis e remeterá os documentos da partida ao TJD/FB (Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol da Bahia) para apuração das eventuais infrações disciplinares."

Durante a semana, jogadores e comissão técnica fizeram uma campanha para que houvesse um Ba-Vi da paz no estádio do Barradão. Seria o retorno do clássico com a presença dos torcedores das duas equipes no mesmo estádio. Fora de campo, antes do jogo, não houve informações sobre brigas. Mas dentro, o clima esquentou no segundo tempo, houve briga generalizada, o árbitro expulsou nove jogadores no total e a partida foi encerrada aos 32 minutos da etapa final - o Vitória ficou com seis em campo e perdeu por W.O quando o duelo estava empatado em 1 a 1.

A confusão começou no empate do Bahia. O Vitória saiu na frente com gol de Denílson na etapa inicial. Na volta do intervalo, o time tricolor teve um pênalti a seu favor logo aos três minutos - a bola bateu na mão de Uilian Correia após cobrança de escanteio.

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Vinicius bateu e deixou tudo igual. Na comemoração, ele fez a dança do creu em frente aos torcedores do Vitória. O goleiro da equipe rubro-negra, Fernando Miguel, não gostou e foi tirar satisfação. Nisso, outros jogadores do Vitória chegaram e começaram a agredir o jogador do Bahia. Kanu conseguiu acertar dois socos no rosto de Vinícius, que teve o supercílio aberto. Foi o início de uma briga generalizada.

O árbitro, então, expulsou Edson, Rodrigo Becão, Vinícius e Lucas Fonseca, do Bahia. Também deu vermelho para Kanu, Denilson, Fernando Miguel e Rhayner do Vitória. A bola voltou a rolar após 15 minutos de paralisação.

Uillian Correia, então, cometeu falta dura em Zé Rafael, e recebeu o cartão vermelho. Os jogadores do Vitória se irritaram com a marcação e logo em seguida Bruno Bispo forçou a expulsão ao atrapalhar o recomeço do jogo. Com menos de sete jogadores em campo do lado do Vitória, o árbitro encerrou a partida, com vitória para o Bahia por W.O.

O técnico Vagner Mancini, do Vitória, ainda dentro de campo saiu indignado com a arbitragem e reclamou do diretor do Bahia, Diego Cerri. "Nós estávamos falando sobre a pressão que a diretoria do Bahia, o Diego, deu no árbitro no intervalo. Isso ninguém viu", afirmou.

"A partir do momento em que há uma briga generalizada, e ele expulsa menos jogadores do Vitória, isso está errado. Quem causou a briga não foi o Vitória. O atleta do Bahia foi vibrar na frente na torcida do Vitória. Faz o gol de pênalti e foi vibrar na torcida do Vitória? Por que não foi comemorar com a torcida do Bahia?", prosseguiu.

O atacante do Bahia lamentou o ocorrido:"Acima de tudo, ficou feio para ambas as equipes. Somos profissionais, temos que jogar e isso não aconteceu até o fim. Um episódio lamentável. Que sirva de lição para todo mundo", disse.

A briga em campo se refletiu na arquibancada. Houve confusão na arquibancada onde estavam os torcedores do Bahia. Até o término da partida havia sido registrado a prisão de 13 torcedores.

O próximo Ba-Vi, clássico do futebol em que se enfrentam os dois principais clubes da cidade de Salvador, o Esporte Clube Bahia e o Esporte Clube Vitória, previsto para acontecer neste domingo (12), às 17h, no Estádio Roberto Santos, em Pituaçu, pode não acontecer.

Segundo uma publicação feita na noite desta quinta-feira, pelo presidente do Bahia, Marcelo Guimarães Filho, através do microblog twitter, a decisão ainda não foi confirmada, mas seria devido à greve da Polícia Militar que permanece na capital baiana.

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