O Ministério do Esporte divulgou nota para ressaltar que foi publicada nesta sexta-feira (26), no Diário Oficial da União, a primeira lista de atletas contemplados pelo Bolsa Pódio de 2017. Esta lista trouxe 183 competidores olímpicos e paralímpicos que serão patrocinados no início deste ciclo que visa os Jogos de Tóquio, em 2020.
De acordo com o governo federal, estes atletas custarão um desembolso de cerca de R$ 23,8 milhões ao ano, por meio do pagamento de bolsas que variam de R$ 5 mil a R$ 15 mil, o que representa um aumento de 306% em relação ao que foi anunciado no Diário Oficial da União em agosto de 2013, então no início do ciclo para a Olimpíada de 2016. Naquela ocasião, porém, apenas 45 atletas foram contemplados pelo Bolsa Pódio.
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A categoria Pódio é a mais alta do programa Bolsa Atleta, que foi criado em 2013 com o objetivo de patrocinar competidores com potenciais chances de medalhas ou de disputar finais nos Jogos do Rio. No período que se encerrou no ano passado, 322 atletas foram contemplados por este patrocínio do governo, que desembolsou cerca de R$ 60 milhões.
Ou seja, apenas esta lista de beneficiados pelo programa representa mais de um terço do que foi investido em todo o ciclo olímpico anterior. Esta nova lista conta com 70 atletas que receberão bolsa pela primeira vez, entre eles Maicon Siqueira, que conquistou a medalha de bronze na categoria acima de 80kg no taekwondo do Rio-2016.
Da lista de 183 contemplados pelo programa do governo entre 34 modalidades, 91 são atletas olímpicos, sendo 12 deles medalhistas nos Jogos de 2016. Já Isabel Clark Ribeiro, competidora do snowboard cross, se tornou a primeira atleta de modalidade integrante dos Jogos Olímpicos de Inverno a ser beneficiada pelo Bolsa Atleta.
O investimentos dos atletas olímpicos contemplados nesta primeira lista será de R$ 10,8 milhões, enquanto o patrocínio destinado aos outros 92 competidores paralímpicos que completam a lista de 183 ao total será de R$ 12,9 milhões, sendo que parte deste valor irá para 37 medalhistas na Paralimpíada do Rio.
Outra novidade relacionada aos atletas paralímpicos contemplados no início desde ciclo que visa Tóquio-2020 é que o programa passou a beneficiar duas modalidades que não fizeram parte da Paralimpíada de 2016: o hipismo e o tênis em cadeira de rodas.
"É o pontapé inicial para o ciclo olímpico de Tóquio-2020", afirmou o ministro do Esporte, Leonardo Picciani, por meio do comunicado divulgado nesta sexta. "Estamos cumprindo o planejamento de manter os programas de apoio a nossos atletas e até ampliá-los, mesmo vivendo um cenário de dificuldades econômicas e orçamentárias", completou.
E entre os contemplados pela primeira vez pelo Bolsa Pódio, em meio a este panorama de crise, estão nomes como Caio Bonfim, quarto colocado da prova dos 20km da marcha atlética nos Jogos do Rio, e Pedro Henrique da Silva, sexto colocado da canoagem slalom na última Olimpíada, então na primeira vez em que o Brasil foi à final da modalidade.
Já entre as estrelas que contaram com o apoio da bolsa no ciclo olímpico anterior e agora voltaram a ter o benefício confirmado estão Alison e Bruno Schmidt, medalhistas de ouro no vôlei de praia nos Jogos do Rio. Bruno comemorou o fato de poder continuar contando com este patrocínio e exaltou a importância do mesmo.
"Nós somos um país imediatista. Vamos chegar na porta de Tóquio e vamos querer voltar as atenções para os esportes que dão maior rendimento, vamos ter uma cobrança maior nos atletas para que eles tenham medalha, mas pouca gente presta atenção no que é feito já no ano pós-Olimpíada, em 2017. Os atletas precisam se estruturar. A Bolsa Pódio tem sido fundamental. Tem sido o melhor apoio que tive e me sinto mais profissional. Posso virar o ano e pensar em um leque de opções que vou ter para incrementar o meu desempenho", ressaltou.
Na nota que divulgou nesta sexta, o Ministério do Esporte também lembrou que o prazo para indicação de atletas à Bolsa Pódio ainda está aberto e que os mesmos poderão ser indicados até 10 de outubro. Para concorrer à bolsa, o competidor precisa cumprir as seguintes exigências: estar em plena atividade, vinculado a uma entidade de prática esportiva ou a alguma entidade nacional de administração do desporto e entre os 20 primeiros no ranking mundial da modalidade ou prova específica.
"O atleta deve, ainda, ser indicado pelas respectivas entidades nacionais de administração do desporto em conjunto com o Comitê Olímpico do Brasil (COB) ou Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e o Ministério do Esporte. Também precisa apresentar declaração de recebimento, ou não, de qualquer tipo de patrocínio de pessoas jurídicas, públicas ou privadas, apontando valores efetivamente recebidos e os períodos de vigência dos contratos. Os bolsistas que conquistaram medalhas na última edição dos Jogos do Rio-2016 têm prioridade na renovação das bolsas, conforme determina a Lei nº 12.395, de 2011", informou o governo na nota desta sexta.