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Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia, sofre neste sábado (30) vários bombardeios de tropas russas, mas o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky afirmou que as forças do país conseguiram "êxitos táticos" na região.

A Ucrânia mantém o controle de Kharkiv, mas a cidade sofre bombardeios frequentes das forças de Moscou.

Uma pessoa morreu e cinco ficaram feridas devido à "artilharia inimiga e ataques de morteiro", informou no Telegram a administração militar regional de Kharkiv.

"A situação na região de Kharkiv é dura, mas nosas Forças Armadas, nossa inteligência, registraram importantes êxitos táticos", declarou Zelensky em um discurso exibido na televisão.

As tropas ucranianas anunciaram que recuperaram um vilarejo "importante estrategicamente" perto de Kharkiv: Ruska Lozova. E também informaram a retirada de centenas de civis.

"Foram dois meses vivendo sob um medo horrível. Nada além de um medo terrível e persistente", contou à AFP Natalia, uma jovem de 28 anos que conseguiu escapar da localidade.

Um homem de 40 anos que pediu para ser identificado apenas por seu primeiro nome, Svyatoslav, disse que passou dois meses em um porão sem comida e se alimentava com qualquer coisa que encontrava.

A Rússia confirmou na sexta-feira que executou bombardeios aéreos contra Kiev durante a visita do secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, o primeiro ataque contra a capital ucraniana em quase duas semanas, uma ação que provocou a morte de uma jornalista.

Zelensky pediu uma resposta global mais veemente aos ataques de quinta-feira, que aconteceram após sua reunião com Guterres.

"É lamentável, mas uma humilhação tão deliberada e brutal das Nações Unidas por parte da Rússia não teve resposta", disse.

Guterres também visitou Bucha e outras áreas do subúrbio de Kiev, onde a Rússia foi acusada de cometer crimes de guerra. Moscou nega ter matado civis.

O ministério russo da Defesa afirmou que usou "armas de longo alcance e alta precisão", que "destruíram edifícios onde são produzidos mísseis Artyom em Kiev".

"Acredito que os russos não temem nada, nem o julgamento do resto do mundo", declarou à AFP Anna Hromovich, vice-diretora de uma clínica que foi atingida pelo ataque e ficou muito danificada.

- A "depravação" de Putin -

Promotores ucranianos afirmaram que identificaram mais de 8.000 crimes de guerra e que investigam 10 soldados russos por suspeitas de atrocidades em Bucha, onde foram encontrados dezenas de corpos com roupas civis após a retirada das tropas russas.

O porta-voz do Pentágono, John Kirby, descreveu a destruição na Ucrânia na sexta-feira e criticou o que chamou de "depravação" de Putin.

Mais de dois meses depois do início da invasão, após o fracasso do objetivo inicial de conquistar Kiev, a Rússia intensifica agora as operações na região leste do Donbass e fortalece o controle na devastada cidade portuária de Mariupol, no sul.

As autoridades de Kiev afirmaram que desejavam retirar os civis da usina siderúrgica de Azovstal, que está cercada e representa o último reduto em Mariupol com centenas de civis ao lado dos últimos soldados ucranianos.

Mas Denis Pushilin, líder da região separatista de Donetsk, acusou as forças ucranianas de "atuar como terrorista" por supostamente reter os civis na siderúrgica.

- Avanços irregulares -

Nos últimos dias, Kiev admitiu que as forças russas capturaram várias pequenas localidades do Donbass.

Mas as forças ucranianas, armadas pelos países ocidentais, também relataram pequenas vitórias na linha de frente.

Uma fonte da Otan afirmou que a Rússia registrou avanços "pequenos e irregulares" em sua tentativa de cercar as posições inimigas diante do contra-ataque das tropas ucranianas.

O Pentágono disse que os russos "ficaram atrás do que esperavam alcançar no Donbass" porque os ataques aéreos não conseguiram pavimentar os avanços terrestres.

O ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, afirmou que a ofensiva de seu país acontece "de acordo com os planos".

Em uma entrevista publicada neste sábado pela agência estatal chinesa Xinhua, Lavrov também pediu à Otan e aos Estados Unidos que parem de enviar armas a Kiev "se realmente estão interessados em resolver a crise ucraniana".

A Ucrânia espera receber mais armas prometidas pelos países ocidentais. Durante a semana, o presidente americano Joe Biden pediu ao Congresso 33 bilhões de dólares para armar e apoiar o governo de Kiev.

Os temores de propagação do conflito pela Europa chegaram à zona separatista pró-Rússia da Transnístria, na Moldávia, depois que explosões e tiros foram registrados na região.

A guerra provocou a fuga de 5,4 milhões de pessoas da Ucrânia e outras 7,7 milhões estão em deslocamento dentro do país desde o início da invasão, de acordo com a ONU.

Atordoada no meio da rua, Svitlana Peleligina olha para as ruínas de seu prédio destruído pela última salva de bombardeios em Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia.

"A casa inteira tremeu", disse a mulher de 71 anos à AFP neste domingo (17). "Aqui tudo começou a queimar."

"Liguei para o corpo de bombeiros. Eles disseram: 'Estamos a caminho, mas também estamos sendo bombardeados'", lembra ela.

Segundo as autoridades, cinco pessoas morreram e 13 ficaram feridas no último bombardeio em Kharkiv, a apenas 21 quilômetros da fronteira russa.

Desde que o presidente russo Vladimir Putin cancelou sua ofensiva no norte da Ucrânia para tomar Kiev, seus esforços militares estão agora concentrados no leste do país.

Kharkiv é um dos pontos estratégicos que agora está sendo bombardeado quase diariamente por tropas russas concentradas nos portões da cidade.

"Sabe quando um cachorro ouve um 'bum' e todo o seu corpo começa a tremer mesmo com o barulho longe? Agora estou assim", disse Zinaida Netrizhenko, 69 anos, encolhida à beira de uma estrada com seu gato, que ela conseguiu resgatar de sua casa.

"Tudo, cada parte de mim está tremendo", confessou.

Neste domingo, jornalistas da AFP no local ouviram duas explosões e depois viram cinco incêndios diferentes em prédios de apartamentos com lojas no térreo, no que costumava ser um bairro silencioso do centro da cidade.

Todos os prédios do governo ao redor foram destruídos por outros ataques aéreos russos anteriores à cidade sitiada, que abrigava 1,4 milhão de pessoas antes da guerra.

Uma autoridade disse neste domingo que uma frota de 33 veículos de resgate foi enviada com 150 bombeiros para mais de 15 endereços em toda a cidade, após uma ligação de emergência por volta das 14h.

Logo após as explosões, caminhões de bombeiros correram em todas as direções enquanto pedestres e carros se espalhavam em pânico. As ruas estavam cheias de cacos de vidro e telhados destruídos pela força das explosões.

Em cada esquina parecia haver um novo local para as equipes de resgate atenderem, desenredando freneticamente as mangueiras e conectando-as a bombas d'água.

As equipes de resgate subiram uma escada alta para abrir uma porta e acessar um telhado danificado pela explosão. Através do buraco naquele telhado era possível ver os bombeiros trabalhando desesperadamente em outra casa destruída na rua.

Perto dali, um casaco marrom jazia na calçada, manchado de vermelho pelo sangue acumulado na rua, misturado com a água da chuva que encharcava a cidade.

Cerca de 20.000 pessoas conseguiram deixar nesta terça-feira a cidade portuária sitiada de Mariupol, sul da Ucrânia, por um corredor humanitário acordado com as forças russas, informou o subchefe da administração presidencial da Ucrânia, Kirilo Timoshenko.

"Cerca de 20.000 pessoas deixaram hoje Mariupol em veículos particulares, usando um corredor humanitário. Quatro mil carros saíram da cidade", disse Timoshenko. No total, 29 mil pessoas foram retiradas de várias cidades sitiadas na Ucrânia apenas hoje, segundo a fonte.

Um total de 160 veículos já haviam deixado ontem a cidade portuária de Mariupol, onde as condições são catastróficas, após dias de bombardeios e cerco por forças russas e seus aliados separatistas, o que obrigou os moradores a viver em porões.

O corredor humanitário utilizado por essas colunas de veículos liga Mariupol a Zaporizhia, no noroeste, passando por Berdyansk, numa distância de cerca de 270 km de estrada.

Após uma série de fracassos devido à falta de um cessar-fogo, as evacuações se aceleraram em Mariupol, enquanto seus habitantes carecem de comida e água. Mais de 2.100 pessoas foram mortas naquela cidade desde que a invasão russa começou, em 24 de fevereiro, segundo autoridades locais.

Durante a madrugada, o barulho temido há vários dias acordou a capital ucraniana em pânico. Às 4h30, explosões rasgaram o céu de Kiev pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial.

Ao amanhecer, as primeiras sirenes de alerta tocaram por vários minutos nos alto-falantes da capital.

"Acordei com o barulho das bombas, fiz as malas e saí correndo", disse à AFP Maria Kashkoska, de 29 anos, abaixada em uma estação do metrô, onde encontrou refúgio.

Abalada, a empresária afirmou que está "preparada para qualquer eventualidade".

Nas varandas, olhares preocupados e de dúvida: Foi um ataque aéreo, explosões? Que alvos foram atingidos?

Uma hora depois do despertar em pânico, ninguém tinha informações sobre a origem ou os alvos das explosões na capital e em seus arredores.

Sem esperar, os moradores de Kiev iniciaram a fuga.

As avenidas começaram a registrar trânsito intenso ainda de madrugada. Carros com famílias inteiras tentavam deixar a cidade e seguir para a região oeste, ou para áreas rurais, longe da fronteira com a Rússia.

A frente leste é a região com bombardeios mais intensos, mas nenhuma região da Ucrânia parece estar a salvo.

No outro extremo do país, na cidade costeira de Odessa e inclusive em Leópolis (Lviv), a cidade do oeste para onde Estados Unidos e outros países transferiram suas embaixadas, as sirenes, que anunciam a necessidade procurar abrigo de maneira urgente, também tocaram a cada 15 minutos.

"Mantenham a calma!", escreveu no Twitter o ministro da Defesa, Oleksiy Reznikov.

"Se possível, fiquem em casa. A situação está sob controle (...) Sua tranquilidade e sua confiança nas Forças Armadas ucranianas é a melhor ajuda neste momento", completou em uma mensagem à população.

- "Salvar nossas vidas" -

Muitos ucranianos não acreditaram até o último momento na guerra, que tomou a forma de ataques coordenados executados na quarta-feira à noite por Vladimir Putin contra o país vizinho.

Em Kiev, os preparativos haviam sido discretos até então.

Mas na noite de quarta-feira, após a proclamação do estado de exceção, o prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, anunciou a instalação de postos de controle nas principais entradas da capital e o reforço dos controles de passageiros nas estações de trem e no aeroporto.

Do lado de fora da estação de metrô da Praça Maidan, no centro de Kiev, uma mulher tentava silenciar os gritos de seu gato, que ela acabou colocando em uma mochila.

"Temos que salvar nossas vidas, e esperamos que o metrô seja suficientemente seguro, pois é subterrâneo", disse Ksenia Mitchenka à AFP, antes de entrar correndo no metrô.

Muitas famílias chegaram à entrada da estação com malas e sacolas, com os olhos grudados nos telefones celulares. Os agentes abriram as catracas e indicavam o caminho. No final das intermináveis escadas rolantes, vários grupos de pessoas estavam sentados no chão.

"Vamos ficar aqui, é mais seguro, vamos esperar aqui", explicou uma jovem, que não quis revelar o nome e que levava na mala seus documentos, carregadores e muito dinheiro, "o essencial", segundo ela, para fugir em tempos de guerra.

Novos bombardeios foram registrados nesta sexta-feira (18) perto de Stanytsia Luganska, uma cidade no leste da Ucrânia sob controle das forças do governo que lutam contra os separatistas pró-Rússia, constataram jornalistas da AFP no local.

O som das bombas era ouvido na cidade, que foi alvo na quinta-feira (17) de bombardeios dos separatistas. Um deles atingiu uma creche, mas não provocou vítimas.

Os bombardeios aumentam a tensão entre a Rússia e os países ocidentais, que temem uma invasão da Ucrânia por parte de Moscou, que mantém quase 150.000 militares mobilizados na fronteira.

A Ucrânia e vários países ocidentais acusaram a Rússia de buscar um pretexto para invadir o vizinho. Os confrontos cada vez mais intensos entre o exército ucraniano e os separatistas poderiam ser, de acordo com as potências, a desculpa perfeita para o Kremlin.

A força aérea israelense realizou bombardeios contra alvos do movimento islamita Hamas na Faixa de Gaza na noite desta quinta-feira (17), informaram o exército e jornalistas da AFP.

As forças armadas israelenses anunciaram que seus aviões de combate atacaram posições do Hamas na Faixa de Gaza, em represália ao lançamento de balões incendiários nesta quinta, e jornalistas da AFP no enclave palestino reportaram explosões durante a noite.

Trata-se da segunda série de bombardeios israelenses na Faixa de Gaza esta semana e também desde 21 de maio, quando terminou o confronto de onze dias entre o exército israelense e o movimento islamita armado Hamas, que governa o território palestino na Faixa de Gaza, com dois milhões de habitantes.

O exército israelense afirmou que teve como alvo uma instalação militar do Hamas e um local de lançamento de foguetes, situados respectivamente na cidade de Gaza e em Khan Yunes, no sul do enclave, submetido a um bloqueio israelense há quase 15 anos.

O comandante do exército, general Aviv Kohavi, pediu ao seu estado-maior que "aumente a prontidão do exército" para uma "série de cenários", incluindo "a retomada das hostilidades" após o conflito mais recente, que custou a vida de 260 palestinos - entre os quais crianças e adolescentes - e 13 pessoas em Israel, incluindo um menino, uma adolescente e um soldado.

O Egito, enquanto isso, tenta consolidar o frágil cessar-fogo que permitiu suspender a guerra relâmpago de maio.

A força aérea israelense realizou bombardeios na Faixa de Gaza entre a noite de quinta-feira e o início da manhã de sexta-feira (18), depois que militantes palestinos lançaram balões incendiários no sul de Israel, informaram o exército e jornalistas da AFP.

Os balões incendiários e ataques aéreos são os últimos atos de violência que aumentam a pressão sobre uma trégua frágil entre Israel e o movimento islâmico Hamas, que entrou em vigor em 21 de maio e encerrou 11 dias de combates intensos.

"Durante o último dia, balões incendiários foram lançados da Faixa de Gaza para o território israelense. Em resposta (...) aviões de guerra atacaram instalações militares e um local de lançamento de foguetes pertencentes à organização terrorista Hamas", disse a força armada de Israel em nota.

Trata-se da segunda série de bombardeios israelenses nesta semana em Gaza, um enclave palestino de dois milhões de habitantes, depois de uma primeira onda de disparos aéreos na quarta-feira em retaliação aos balões incendiários.

O exército israelense afirmou que seus alvos estavam situados na cidade de Gaza e em Khan Yunes, no sul do enclave, submetido a um bloqueio israelense há quase 15 anos.

Segundo jornalistas da AFP em Gaza, as explosões dos ataques israelenses puderam ser ouvidas.

Pouco depois dos ataques aéreos, militantes do Hamas abriram fogo com metralhadoras contra o território israelense.

- Exército preparado -

Os ataques desta semana em Gaza são os primeiros sob o novo governo israelense, liderado por Naftali Bennett, cuja coalizão ideologicamente desigual substituiu o ex-primeiro-ministro Benjamin Netanyahu no domingo.

O comandante do exército, general Aviv Kohavi, pediu ao seu estado-maior que "aumente a prontidão do exército" para uma "série de cenários", incluindo "a retomada das hostilidades" após o conflito mais recente, que custou a vida de 260 palestinos - entre os quais crianças e adolescentes - e 13 pessoas em Israel, incluindo um menino, uma adolescente e um soldado.

As forças armadas de Israel "continuarão a atacar alvos militares e infraestruturas pertencentes à organização terrorista, e responsabiliza o Hamas por todos os eventos que ocorrerem na Faixa de Gaza", frisou o exército no comunicado.

O Egito, enquanto isso, tenta consolidar o frágil cessar-fogo que permitiu suspender a guerra relâmpago de maio.

O Cairo e a ONU esperam apoiar a reconstrução de Gaza após o conflito que deixou prédios residenciais e infraestruturas completamente destruídos.

O chefe militar israelense Kohavi tem prevista uma viagem aos Estados Unidos neste sábado para uma série de reuniões ao longo de seis dias.

Kohavi visitará o Comando Central (Centcom) das forças armadas norte-americanas, na Flórida, onde discutirá sobre o Hamas e o Irã, arquiinimigo de Israel, além do movimento xiita Hezbollah, apoiado por Teerã.

O chefe militar israelense debaterá "desafios comuns de segurança", de acordo com uma nota do exército, incluindo questões "relacionadas à ameaça nuclear iraniana, a consolidação do Irã no Oriente Médio e os esforços de fortalecimento do Hezbollah".

O Comitê Internacional de Resgate (IRC) condenou, neste domingo (13), o fogo de artilharia no dia anterior na cidade síria de Afrin, que matou cerca de vinte pessoas e deixou um hospital fora de serviço.

Os tiros que atingiram vários bairros de Afrin (norte) e o hospital Al Shifaa causaram 21 mortes, 17 delas civis, de acordo com um novo balanço do Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).

Em um balanço anterior, o organismo havia contabilizado 16 mortes.

"O hospital está fora de serviço", lamentou o IRC, uma das ONGs que trabalha neste centro, apresentado como "um dos maiores do norte sírio".

"O ataque destruiu totalmente o pronto-socorro e também a sala de parto" e "a clínica externa está parcialmente destruída", disse a ONG.

Entre as vítimas fatais há "dois funcionários do hospital e dois motoristas de ambulância", acrescentou. "Uma parteira está em estado crítico".

Os disparos de artilharia no sábado vieram dos territórios no norte da província de Aleppo, onde milícias pró-iranianas leais ao regime sírio estão posicionadas, perto de áreas das forças curdas, de acordo com o OSDH.

Em um comunicado, a principal coalizão dominada pelos curdos negou qualquer envolvimento nos eventos.

Localizada na província de Aleppo, a região curda de Afrin foi conquistada em março de 2018 por forças turcas auxiliadas por voluntários sírios.

O exército israelense voltou a bombardear Gaza na madrugada desta segunda-feira (17), após uma semana que deixou quase 200 mortos no confronto entre Israel e o grupo islamita Hamas, que continuam ignorando os apelos internacionais para o fim das hostilidades.

Na madrugada de domingo para segunda-feira, a aviação israelenses efetuou dezenas de bombardeios em poucos minutos, provocando cortes de energia elétrica.

Centenas de edifícios foram destruídos na Faixa de Gaza, segundo as autoridades locais, que ainda não divulgaram um balanço de vítimas.

O exército israelense informou em um comunicado que atacou noves casas que pertencem a comandantes do Hamas, incluindo algumas que eram utilizadas para "armazenar armas".

"Nunca aconteceram bombardeios deste calibre", afirmou Mad Abed Rabbo, de 39 anos, que mora na zona oeste da cidade de Gaza e disse que tem o sentimento de "horror, medo".

"Eu tive a sensação de morrer", declarou Mani Qazaat, outro morador da região.

Os bombardeios aconteceram depois que 42 palestinos, incluindo oito menores de idade e dois médicos, morreram no domingo no território governado pelo Hamas, segundo o ministério da Saúde local.

Desde 10 de maio, quando teve início a espiral de violência, ao menos 197 palestinos morreram, incluindo 58 menores de idade, e mais de 1.200 ficaram feridos.

Do lado de Israel, 10 pessoas morreram, incluindo uma criança, e 294 ficaram nos ataques de foguetes lançados a partir da Faixa de Gaza.

- "Legítimo" -

Os grupos armados palestinos, incluindo o braço militar do Hamas, lançaram mais de 3.100 projéteis contra Israel desde o início das hostilidades, informou o exército. A maioria dos foguetes foi interceptada pelo escudo antimísseis Domo de Ferro.

"Nossa campanha contra as organizações terroristas segue a pleno vapor", afirmou no domingo o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que justificou o bombardeio de um edifício de 13 andares que abrigava os escritórios do canal Al Jazeera (Catar) e da agência americana de notícias Associated Press (AP).

Era um "alvo perfeitamente legítimo", declarou, antes de explicar que o ataque foi baseado em informações dos serviços de inteligência.

O exército israelense, que alega ter como alvos as áreas e equipamentos do Hamas, alguns comandantes e túneis subterrâneos, acusa o movimento islamista de usar os civis como "escudos".

Em sua ofensiva contra o Hamas, o exército israelense anunciou que atacou as residências de Yahya Sinouar, líder do grupo islamita na Faixa de Gaza, e de seu irmão, "um militante terrorista". Fontes das unidades de segurança palestinas confirmaram o bombardeio, mas não informaram sobre o paradeiro de Sinouar.

- Confrontos -

O último grande confronto entre Israel e Hamas aconteceu em 2014. O conflito de 51 dias destruiu a Faixa de Gaza e deixou pelo menos 2.251 mortos do lado palestino, a maioria civis, e 74 em Israel, a maioria soldados.

A violência "tem o potencial de provocar uma crise de segurança e humanitária incontrolável e estimular ainda mais o extremismo", alertou no domingo o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, em uma reunião de emergência do Conselho de Segurança.

"Este ciclo insensato de derramamento de sangre, terror e destruição deve parar imediatamente", implorou, mas a terceira reunião virtual sobre o tema acabou sem avanços.

De acordo com fontes diplomáticas entrevistadas pela AFP, os representantes dos Estados Unidos se negaram novamente a divulgar uma declaração conjunta que permita alcançar rapidamente o fim dos confrontos.

A onda de violência começou após uma série de foguetes lançados pelo Hamas contra Israel em "solidariedade" com centenas de palestinos feridos nos distúrbios com a polícia israelense em Jerusalém Oriental, em manifestações provocadas pela ameaça de expulsão forçada de famílias palestinas a favor de colonos israelenses no bairro de Sheikh Jarrah.

No domingo à noite, um veículo avançou neste bairro contra uma viatura israelense e deixou vários feridos. A polícia informou que matou o agressor.

Também anunciou "um certo número de detenções" após os confrontos noturnos registrados em outros setores de Jerusalém Oriental, ocupado e anexado por Israel.

As hostilidades chegaram à Cisjordânia, território palestino também ocupado por Israel desde 1967, onde os confrontos com o exército israelense deixaram 19 mortos entre os palestinos na última semana.

Israel também enfrenta em seu território violência intercomunitária nas cidades mistas onde vivem judeus e árabes israelenses.

Dezenas de moradores de Gaza feridos foram evacuados para o vizinho Egito neste domingo (16) para atendimento médico, enquanto Israel intensificava seus bombardeios mortais contra o enclave palestino, de acordo com fontes médicas e autoridades contatadas na passagem de fronteira de Rafah.

Três comboios, transportando um total de 263 palestinos - feridos nos recentes bombardeios do exército israelense, assim como estudantes e pacientes graves - cruzaram a passagem de Rafah para chegar à região do Sinai do Norte.

O Crescente Vermelho Egípcio relatou em sua página no Facebook que equipes de emergência foram mobilizadas na parte oeste de Rafah para ajudar no transporte dos feridos para hospitais.

A travessia de Rafah é a única conexão terrestre da Faixa de Gaza com o mundo que não é controlada por Israel. Quinze anos atrás, o Estado judeu impôs um bloqueio ao enclave controlado pelo movimento islâmico Hamas, onde cerca de dois milhões de pessoas estão confinadas.

A passagem aberta em fevereiro por autoridades egípcias costumava ser fechada durante feriados, em particular o Eid al-Fitr (fim do mês de jejum do Ramadã), uma celebração muçulmana que acontece no Egito de quarta a domingo.

Pelo menos 40 palestinos foram mortos no domingo em ataques israelenses na Faixa de Gaza, informaram as autoridades locais, elevando o número de mortos no enclave para 188 desde segunda-feira.

Este novo conflito começou em resposta a uma enxurrada de foguetes disparados pelo Hamas contra Israel, em "solidariedade" aos manifestantes e às centenas de palestinos feridos em confrontos com a polícia israelense em Jerusalém Oriental.

A violência começou quando famílias palestinas passaram a ser ameaçadas de expulsão de suas casas em favor dos colonos israelenses nesta região - palestina - da cidade, ocupada por Israel há mais de meio século.

Aos 16 anos, Muhammad Najib é um adolescente como qualquer outro, um fã de videogames. Mas esse jovem palestino da Faixa de Gaza há alguns dias tem a impressão de que vive dentro de um jogo de guerra, rodeado por prédios destruídos pelo exército israelense.

Grandes buracos na rua, casas reduzidas a pó, escombros: os habitantes de Gaza acordaram nesta sexta-feira em um enclave devastado por bombardeios israelenses noturnos.

Segundo vários habitantes, é como se seu território sofresse um "terremoto contínuo", já que Israel decidiu intensificar sua ofensiva contra grupos armados em Gaza, liderados pelo movimento islâmico Hamas no poder, que lançou centenas de foguetes contra Israel, causando nove mortes.

Desde o início de uma nova escalada de violência na segunda-feira, mais de 100 palestinos foram mortos em bombardeios israelenses. Essas vítimas incluem 31 crianças, de acordo com as autoridades locais.

"Esses bombardeios caem sem parar como em um videogames", comparou Muhammad Najib, que mora na cidade de Gaza, muito perto da torre Al-Shoruk, que foi pulverizada e se transformou em uma enorme nuvem negra na quarta-feira. "Foi assustador", relembra.

Em Beit Hanun, ao norte do enclave de dois milhões de habitantes, localizado entre Israel, Egito e o Mar Mediterrâneo, Jassar Fayyad não tem mais casa. Na quinta à noite, “de repente ouvimos barulho de explosões (...) Bombardearam cerca de 10 vezes sem avisar”, lamenta.

"A eletricidade foi cortada e não podíamos nos ver, corremos para o hospital. Meu pai perdeu os dois pés, minha tia perdeu um olho e dois de meus parentes ficaram gravemente feridos", relata à AFP este jovem, que veste uma camisa toda ensanguentada.

“Costumo ficar acordado até tarde, agora odeio a noite”, admite Dima Talal, uma estudante de 17 anos do ensino médio. "Nestes últimos quatro dias, só dormi quatro horas por causa do medo".

“Estou mais assustada hoje do que em todos os outros dias de tensão, porque o barulho dos mísseis israelenses é muito alto, terrível, louco”, reitera a jovem moradora da Cidade de Gaza.

- "Eu não sei porque ele faz isso" -

Tiroteios entre o Hamas e o exército israelense são frequentes, e os dois inimigos travaram três guerras no enclave em menos de 15 anos (2008, 2012, 2014).

Para Ahmed Fatum, de 16 anos, não há "escalada" sobre o que os habitantes de Gaza vivem hoje. “É uma verdadeira guerra”, afirma.

“Israel destrói tudo: casas, edifícios e até terras agrícolas à nossa frente”, critica o jovem. No entanto, "não somos culpados de nada", acrescenta.

Aos 73, sua avó, Um Jallal Fatum, não está vivendo seus primeiros bombardeios, mas garante nunca ter visto ataques tão "violentos" em Gaza.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, alertou que os bombardeios em Gaza "ainda não acabaram".

“Ele é um criminoso porque mata crianças e destrói casas. Não sei por que ele faz isso”, lamenta Um Jallal Fatum.

O novo ciclo de violência começou na segunda-feira após dias de confrontos entre palestinos e policiais israelenses em Jerusalém Oriental, a porção palestina da Cidade Santa ocupada e anexada por Israel, que causou centenas de feridos.

As imagens da polícia israelense jogando granadas ensurdecedoras ou balas de borracha na Esplanada das Mesquitas para dispersar os palestinos, que revidaram com objetos e projéteis, causaram comoção.

O Hamas havia ameaçado lançar foguetes contra Israel se suas forças não se retirassem da Esplanada, o terceiro local mais sagrado do Islã e o local mais sagrado do judaísmo.

“Ele (Netanyahu) fez mal a Jerusalém e é por isso que os palestinos dispararam foguetes. Ele deve ir embora”, pede Um Jallal Fatum, acrescentando que esta é a única solução para a "paz" pela qual anseia.

Ao menos 26 palestinos, incluindo nove crianças, morreram na madrugada desta terça-feira (11) em bombardeios israelenses em Gaza, uma resposta aos foguetes lançados por movimentos armados palestinos, que provocaram duas vítimas fatais no sul de Israel, em uma escalada provocada por uma onda de violência em Jerusalém Oriental.

Mais de 120 pessoas ficaram feridas na Faixa de Gaza, território palestino controlado pelo movimento islamita Hamas, informaram as autoridades de saúde locais.

Desde segunda-feira, militantes palestinos lançaram mais de 300 foguetes contra Israel. O sistema antimísseis israelense Cúpula de Ferro interceptou mais de 90% dos projéteis, afirmou o porta-voz do Exército, Jonathan Conricus. Ao menos seis israelenses ficaram feridos.

O Estado hebreu respondeu ao lançamento de foguetes com 130 ataques de aviões de combate e de helicópteros contra alvos militares no território palestino. Segundo Conricus, as ações mataram 15 comandantes do Hamas e da Jihad Islâmica. Este último grupo armado confirmou as mortes de dois de seus líderes.

Nesta terça-feira, foram lançados mais foguetes a partir do enclave palestino, enquanto o braço armado das brigadas Qassam, vinculadas ao Hamas, prometeu que transformaria a cidade israelense de Ashkelon, ao sul, em "um inferno".

Nesta cidade, duas mulheres, uma de 65 anos e outra de 40, morreram vítimas dos disparos de foguetes palestinos, afirmou o Magen, equivalente da Cruz Vermelha em Israel.

Nas últimas horas, foram ouvidas explosões na cidade, onde um foguete abriu uma cratera na lateral de um bloco de apartamentos.

Conricus disse que Israel não tem confirmação de que seus ataques afetaram civis em Gaza, ou se as vítimas foram provocadas por enganos no lançamento de foguetes palestinos.

O ministro israelense da Defesa, Benny Gantz, autorizou um pedido do Exército para mobilizar 5.000 reservistas em caso de necessidade.

Israel vai "intensificar" seus ataques contra o Hamas, advertiu o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

"Desde ontem (segunda-feira), o Exército lançou centenas de ataques contra o Hamas e a Jihad Islâmica em Gaza (...) e vamos intensificar ainda mais a força dos nossos ataques", garantiu o chefe de Governo em uma mensagem de vídeo, acrescentando que o Hamas "será golpeado de uma maneira que não se espera".

- Preocupação internacional -

As tensões dos últimos dias em Jerusalém se transformaram nos piores confrontos na cidade desde 2017.

A violência começou na sexta-feira (7) com os confrontos entre policiais do Batalhão de Choque israelense e os fiéis palestinos na Esplanada das Mesquitas, onde fica a mesquita de Al-Aqsa, o terceiro lugar mais sagrado do Islã.

Desde então, os distúrbios noturnos em Jerusalém Oriental deixaram centenas de palestinos feridos e provocaram apelos internacionais por uma desescalada. A ONU afirmou que está "profundamente preocupada" e condenou "qualquer incitação à violência".

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, condenou os ataques com foguetes do Hamas, afirmando que eles "devem parar imediatamente".

O secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Aboul Gheit, condenou os ataques a Gaza como "indiscriminados e irresponsáveis (...) e uma demonstração miserável de força ao custo do sangue de crianças".

Na segunda-feira (10), o Hamas deu um ultimato a Israel para que retirasse todas as suas forças da Esplanada das Mesquitas e do distrito de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental, onde os próximos despejos de famílias palestinas estão gerando protestos.

As sirenes soaram em toda Jerusalém logo após as 18h locais (12h em Brasília), o horário-limite do ultimato do Hamas. Foguetes começaram a cair, e os moradores de Jerusalém fugiram para bunkers pela primeira vez desde o conflito de Gaza de 2014.

As brigadas Qassam disseram que os ataques com foguetes são uma resposta às ações israelenses em Sheikh Jarrah e ao redor da mesquita de Al-Aqsa.

"Esta é uma mensagem que o inimigo deve entender bem: se eles responderem, responderemos. E se escalarem, escalaremos", frisaram.

Na segunda à noite, assim como nas noites anteriores desde sexta-feira, os palestinos atiraram pedras na tropa de choque israelense. Os agentes responderam com balas de borracha, bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo.

"Atiraram em todo mundo, nos jovens e nos idosos", relatou Siraj, um palestino de 24 anos, internado no hospital Makassed, em Jerusalém Oriental, depois de sofrer uma lesão no baço por uma bala de borracha.

A Anistia Internacional afirmou que as "forças israelenses usaram repetidamente força desproporcional e ilegal para dispersar os manifestantes".

A polícia israelense não respondeu a acusações específicas, mas disse à AFP que não permitirá "que se altere a ordem, nem que se incite a provocar danos às forças de segurança".

Pelo menos 40 pessoas morreram em bombardeios conduzidos nesta quarta-feira (13) pela aviação israelense contra depósitos de armas e posições militares no leste da Síria, nos ataques mais mortíferos desde 2018.

A aviação israelense realizou pelo menos 18 incursões contra alvos em torno da cidade de Deir Ezzor e nos desertos de Bukamal e Mayadin, de acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).

Esses ataques mataram pelo menos nove soldados do Exército sírio e 31 combatentes estrangeiros ligados a milícias pró-iranianas, segundo o novo balanço fornecido à AFP pelo diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman, que não soube especificar a nacionalidade das vítimas.

Os paramilitares pertencem ao movimento libanês Hezbollah e às Brigadas Fatimid, que têm combatentes afegãos pró-iranianos, operando na região, segundo o OSDH.

Já na terça-feira, aviões não identificados realizaram vários bombardeios na região de Bukamal, matando 12 combatentes de milícias pró-Irã, de acordo com a ONG.

Até o momento, o Exército israelense não comentou os acontecimentos.

Segundo Rami Abdul Rahman, esses são os "ataques israelenses mais mortíferos desde junho de 2018", quando bombardeios nesta mesma região mataram pelo menos 55 combatentes pró-governo, entre iraquianos e sírios.

Em novembro, ataques semelhantes no leste da Síria mataram pelo menos 19 entre as milícias pró-Irã, de acordo com a ONG.

Por sua vez, a agência oficial síria SANA informou de bombardeios israelenses noturnos no leste do paós, sem oferecer mais detalhes.

"Às 1h10 da madrugada, o inimigo israelense realizou uma agressão aérea contra a cidade de Deir Ezzor e a região de Abu Kamal", informou o veículo, citando uma fonte militar.

"Atualmente, estamos determinando as consequências da agressão", acrescentou.

Esta é a segunda rodada de bombardeios de Israel em menos de uma semana na Síria.

A última foi no dia 7 de janeiro e visou posições no sul do país e ao sul de Damasco, a capital, onde três combatentes pró-iranianos foram mortos.

Em 2020, Israel bombardeou 50 alvos na Síria, de acordo com um relatório anual divulgado no final de dezembro pelos militares israelenses.

Desde o início da guerra na Síria em 2011, Israel realizou centenas de bombardeios contra tropas do governo, forças aliadas iranianas e militantes do Hezbollah.

Esses ataques representam uma "política clara" para Israel, declarou o primeiro-ministro do país, Benjamin Netanyahu, em novembro.

O Estado hebraico está preocupado com a presença de forças iranianas perto de suas fronteiras, já que a República Islâmica é um de seus maiores inimigos.

A guerra na Síria já causou mais de 380.000 mortos e forçou milhões de pessoas a abandonar seus lares.

Israel bombardeou cerca de 50 alvos na Síria em 2020, de acordo com um relatório anual divulgado nesta quinta-feira (31) pelas Forças Armadas do país, que raramente comentam sobre suas operações no país vizinho.

No relatório, o exército israelense indica que "aproximadamente 50 alvos foram bombardeados na frente síria", sem dar mais detalhes. Israel realizou centenas de ataques na Síria desde o início da guerra em 2011, contra tropas do governo, forças aliadas iranianas e combatentes do movimento xiita libanês Hezbollah.

O Estado hebreu desaprova a presença de forças iranianas nos arredores de seu território, já que a República Islâmica é um de seus principais inimigos.

Os últimos ataques atribuídos a Israel na Síria ocorreram na quarta-feira. De acordo com a agência oficial síria Sana, um soldado sírio foi morto e vários outros ficaram feridos no ataque contra uma posição militar perto de Damasco.

“Não comentamos as informações da mídia estrangeira”, respondeu o exército israelense, que raramente confirma os detalhes de suas operações na Síria, conforme relatado de ONGs e da imprensa.

Consultada pela AFP, uma porta-voz militar disse que os números apresentados no relatório correspondem a 20 de dezembro. O documento também indica que aeronaves israelenses fizeram 1.400 excursões "operacionais" em 2020, sem dar mais detalhes.

Em relação à Faixa de Gaza, 176 foguetes foram disparados deste enclave palestino controlado pelo movimento islâmico Hamas contra o território israelense, dos quais 80 foram interceptados pelo sistema de defesa antimísseis e 90 caíram em terrenos baldios, de acordo com o relatório do exército.

Hamas e Israel travaram três guerras desde 2008. Na terça-feira, o Hamas e outros grupos armados realizaram exercícios militares conjuntos na Faixa de Gaza para homenagear o aniversário da guerra de 2008 com Israel, na qual 1.440 palestinos e 13 israelenses morreram.

A região etíope de Amhara foi alvo de foguetes durante a noite, reforçando os temores da extensão do conflito em um país com fortes tensões entre muitos grupos étnicos. Amhara é vizinha de Tigré, onde o Exército federal combate as autoridades locais.

Os projéteis caíram nos aeroportos das cidades de Gondar e de Bahir Dar, capital de Amhara, a cerca de 200 quilômetros da fronteira com o Tigré, e causaram "danos", informou a célula de crise do governo. Testemunhas relataram explosões e disparos na sexta-feira à noite (13).

Um médico de Gondar disse à AFP que duas pessoas morreram, e 15 ficaram feridas, todas militares. Ainda não há números de Bahir Dar.

"O conselho da TPLF usa as últimas munições de seu arsenal", continuou a célula de crise, referindo-se à Frente de Libertação do Povo do Tigré (TPLF), que dirige a região e contra a qual o primeiro-ministro Abiy Ahmed, ganhador do Prêmio Nobel da Paz de 2019, lançou uma ofensiva militar em 4 de novembro passado.

O presidente do Tigré, Debretsion Gebremichael, disse à AFP neste sábado (14) não estar a par dos disparos, mas lembrou que os dirigentes da TPLF consideram que "qualquer aeroporto usado para atacar o Tigré seria um alvo legítimo".

Os aeroportos de Bahir Dar e de Gondar são usados por aparelhos civis e militares. A Força Aérea etíope já lançou vários ataques sobre o Tigré, e a TPLF afirma que esses bombardeios deixaram vítimas civis. Essa informação não pôde ser verificada, de forma independente, até o momento.

Ambas as cidades estavam tranquilas na manhã deste sábado, de acordo com os moradores.

- 'Massacre' -

Se a TPLF estiver por trás desses foguetes, o partido estaria demonstrando sua capacidade de levar o conflito para fora de seu reduto. No início deste mês, o chefe do Estado-Maior do Exército Federal, general Berhanu Jula, havia garantido que "a guerra não chegará ao centro do país".

Muitos observadores temem que o conflito leve a uma guerra comunitária incontrolável na Etiópia. Trata-se do segundo país mais populoso da África, com mais de 100 milhões de habitantes e um mosaico de povos unidos em um "federalismo étnico".

Milhares de milicianos Amhara (o segundo maior grupo étnico, depois dos Oromo) estão lutando no Tigré ao lado do Exército federal etíope contra a TPLF, de acordo com autoridades regionais. Os Tigré representam 6% da população.

Na quinta-feira, a Anistia Internacional denunciou um "massacre" de civis no Tigré, segundo testemunhos que afirmam que as vítimas eram Amhara e foram mortas pelas forças da TPLF. Debretsion rejeitou a denúncia.

Um Oromo que se tornou primeiro-ministro em 2018, graças a um movimento de protesto popular nas regiões de Oromo e Amhara, Abiy Ahmed foi progressivamente marginalizando a TPLF do poder. No passado, essa frente dominava a política nacional.

As tensões entre Abiy e a TPLF aumentaram em setembro deste ano, quando, após a suspensão das eleições nacionais devido ao coronavírus, a região seguiu em frente com sua própria disputa eleitoral, insistindo em que Abiy é um líder ilegítimo.

Uma catedral armênia histórica em Nagorno-Karabakh foi atingida por projéteis das forças azerbaijanas nesta região separatista palco de violentos combates há quase duas semanas - anunciou o governo da Armênia nesta quinta-feira (8).

"As Forças Armadas do Azerbaijão bombardearam a igreja armênia de Khazanchetsots (de Cristo Salvador) na cidade de Shusha", afirmou o centro de informação do governo armênio em uma mensagem no Facebook.

Uma correspondente da AFP constatou importantes danos no local: um grande buraco no teto do edifício, vitrais quebrados e bancos e vários objetos religiosos virados entre a poeira e os escombros.

"Não há militares aqui, nada estratégico, como alguém pode apontar contra uma igreja? É uma catedral muito importante para nós", comentou Simeon, que mora nas proximidades do templo.

Para o arcebispo de Karabakh, Parguev Martirossian, o ataque é próprio dos métodos do grupo extremista "Estado Islâmico".

"Eles (os azerbaijanos) atacam nossos valores espirituais", declarou à AFP.

Localizada alguns quilômetros ao sul de Stepanakert, a capital separatista, a cidade de Shusha ficou em grande parte destruída durante uma batalha decisiva durante na guerra de Nagorno-Karabakh no início dos anos 1990.

A catedral foi reconstruída após os confrontos e virou um símbolo para os armênios.

Shusha, dividida durante muito tempo entre as duas culturas - cristãos da Armênia e muçulmanos do Azerbaijão -, é chamada por muitos de "Jerusalém de Nagorno-Karabakh".

Os beligerantes armênios, cristãos e azerbaijanos, xiitas de língua turca, não parecem dispostos a baixar as armas, antes de uma primeira reunião dos mediadores internacionais do conflito, marcada para esta quinta-feira em Genebra.

Os bombardeios azerbaijanos prosseguiram durante toda a noite em Stepanakert, de acordo com os correspondentes da AFP, e em zonas habitadas do Azerbaijão, segundo as autoridades locais.

O balanço oficial dos combates desde 27 de setembro é de entre 300 e 400 mortos, incluindo quase 50 civis.

Mas os números são parciais e o Azerbaijão não divulga suas perdas militares. Os dois lados afirmam que mataram milhares de soldados inimigos.

Três soldados sírios, sete milicianos pró-Irã e um civil morreram nos bombardeios executados pelo exército israelense na Síria, informou a ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Os bombardeios tiveram como alvos posições do exército sírio ao sudoeste de Damasco e de grupos pró-Irã, incluindo o Hezbollah libanês, na província de Deraa (sul).

Uma mulher síria, três militares sírios e sete milicianos estrangeiros, que integravam as milícias pró-Irã que lutam na Síria, faleceram nos bombardeios, afirmou à AFP Abdel Abdel Rahmane, diretor do OSDH, que não indicou se entre as vítimas estavam combatentes do Hezbollah.

A agência oficial síria Sana, que citou uma fonte militar, afirmou que o "inimigo israelense apontou para a região sul com mísseis e nossa defensa antiaérea respondeu".

A agência explicou que os disparos eram procedentes das colinas de Golã, ocupadas por Israel, e informou que dois soldados morreram, assim como uma mulher e sete milicianos ficaram feridos.

Desde o início em 2011 do conflito na Síria, Israel executou centenas de bombardeios contra as forças do regime, mas também contra seus aliados: Irã e o Hezbollah libanês.

Israel, que não confirma suas operações na Síria, repete que não permitirá que este país se transforme em uma base de Teerã.

Este foi o segundo incidente do este tipo em agosto.

No dia 3 do mês passado, Israel reivindicou bombardeios na província de Quneitra, em represália por tentativas de instalação de bombas de fabricação caseira ao longo da fronteira com a Síria.

Em 20 de julho, cinco combatentes pró-Irã, incluindo um membro do Hezbollah, faleceram em bombardeios israelenses no sul de Damasco, segundo o OSDH.

No domingo, o líder do Hezbollah, Hasan Nasrallah, advertiu que seu movimento mataria um soldado israelense por cada membro do grupo morto por Israel, dando a entender que ainda não vingou a vítima do bombardeio de 20 de julho.

O Irã advertiu nesta sexta-feira o presidente Donald Trump para os riscos de uma "ação perigosa" por parte de seu exército, depois de um bombardeio das forças americanas contra posições de uma milícia pró-Irã no Iraque.

"Ao invés de executar ações perigosas e fazer acusações sem fundamento, Trump deveria reconsiderar a presença e o comportamento de suas tropas na região", afirmou em um comunicado o porta-voz do ministério iraniano das Relações Exteriores, Abbas Moussavi.

"Estados Unidos não podem culpar os demais pelas consequências de sua presença ilegal no Iraque e as reações de seu povo ao assassinato de comandantes e combatentes iraquianos", completa a nota.

O comunicado foi publicado após o ataque dos Estados Unidos contra milícias pró-Irã no Iraque. De acordo com Washington, os bombardeios respondem a morte de dois americanos e um britânico em um ataque com foguetes executado esta semana contra uma base da coalizão internacional no Iraque.

Cinco militares iraquianos e um civil morreram nesta sexta-feira nos bombardeios americanos de represália, informou o exército do Iraque.

Pelo menos nove civis morreram neste domingo (2) na Síria em bombardeios sírios ou russos no noroeste do país, região sob controle jihadista, informoi a ONG Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH). Entre as vítimas estão sete membros de uma mesma família de Sarmin, na província de Idlib, indicou o OSDH.

Os corpos de duas crianças, uma menina de nove anos e um adolescente de 13, foram retirados dos escombros da casa de dois andares diante do olhar de seu pai, Abu Fida, que chorava.

A família fugiu recentemente de Sarmin por causa da violência dos bombardeios, mas voltou brevemente para recuperar os pertences, afirmou Abu Fida, que também perdeu a esposa.

A região de Idlib e territórios adjacentes nas províncias vizinhas de Aleppo, Hama e Latakia estão dominados pelos jihadistas do grupo Hayat Tahrir al Sham, antigo braço sírio da Al Qaeda.

O conflito na Síria, iniciado em março de 2011 pela repressão às manifestações pró-democracia, provocou 380.000 mortes e deixou milhões de deslocados e refugiados.

Dez civis morreram em ataques noturnos da aviação da Rússia, aliada do governo sírio, perto de uma padaria e de uma clínica na região de Idlib, noroeste da Síria, informou a ONG Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH).

Ao menos cinco mulheres morreram nos bombardeios na localidade de Ariha, onde as forças governamentais executam uma grande ofensiva contra o último reduto jihadista e rebelde na Síria. O balanço eleva a 21 o número de civis mortos em bombardeios da aviação russa na região de Idlib nas últimas 24 horas, indicou o OSDH.

Um médico, coberto de poeira, saiu gritando da clínica Chami após o bombardeio que atingiu o centro médico. Três edifícios desabaram nas proximidades da clínica. As equipes de emergência procuravam sobreviventes entre os escombros.

Os bombardeios apoiam a ofensiva das tropas sírias em Idlib, onde na quarta-feira o exército conquistou a estratégica cidade de Maaret al Numan, crucial para o controle da autoestrada M5, que vai de Damasco a Aleppo, a segunda maior cidade da Síria e pulmão econômico do país.

As forças sírias avançam para o norte de Maaret a Numan, em direção a Saraqeb, última cidade importante sobre a M5 antes de Aleppo, que fica a uma distância de 50 km.

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