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Um tribunal argentino libertou o ex-vice-presidente Amado Boudou da prisão onde era mantido desde o início de novembro, acusado de corrupção. Boudou, que foi vice-presidente no governo de Cristina Fernandez Kirchner, ainda está sob investigação por lavagem de dinheiro e associação ilícita.

Segundo parecer do Tribunal, Boudou, que também ocupou o posto de ministro da Economia no governo de Cristina, dificilmente irá interferir no caso contra ele. O ex-vice-presidente nega ter cometido qualquer crime.

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Boudou foi um dos oficiais do alto escalão do governo de Cristina (2007-2015), que foram presos acusados de corrupção.

Em outubro, Julio De Vido, um parlamentar que foi ministro do Planejamento no governo de Cristina, se entregou as autoridades, após a Câmara dos Deputados ter votado pela retirada de sua imunidade parlamentar. De Vido é investigado por suspeita de superfaturamento de mais US$ 7 bilhões em contratos do governo para compra de gás natural liquefeito (GNL). Ele também é acusado de possível desfalque em outro caso.

A própria Cristina foi indiciada em 2016, mas conquistou uma cadeira no Senado durante as últimas eleições, o que lhe garante imunidade parlamentar. Ao rejeitar as acusações, Cristina diz que não passam de meros ataques políticos de seu sucessor, o presidente Maurício Macri. Fonte: Associated Press.

O vice-presidente da Argentina, Amado Boudou, terá de prestar depoimento à Justiça Federal, nesta segunda-feira, em caso que o investiga por negócios incompatíveis com cargo público, relacionados à compra de uma gráfica que imprime dinheiro argentino. Ele é acusado de agir para apropriar-se da empresa por meio de um suposto testa-de-ferro e amigo, Alejandro Vanderbroele. Boudou nega as acusações e alega manipulação do juiz responsável pelo caso e da imprensa crítica ao governo para atingi-lo.

O caso veio à tona há dois anos, mediante investigações jornalísticas. Mas Boudou só foi citado há cerca de 15 dias. Esta é primeira vez na história do país que um vice-presidente em exercício é intimado pela Justiça para depor como suspeito. Pesquisa da respeitada consultoria Management & Fit, encomendada pelo jornal Clarín, revelou que 42,5% dos argentinos consideram que Boudou deve renunciar ao cargo.

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Em mostra de 1.600 entrevistados realizada entre os dias 30 de maio a 4 de junho, 11% pensam que o vice-presidente deve pedir licença, enquanto 21,5% acreditam que ele deve permanecer no governo. E, 24,5% não souberam responder. A enquete mostrou ainda que mais da metade da população - 55,2% - acreditam que Boudou é culpado e apenas 11,4% pensam que o caso é resultado de uma "manipulação da imprensa".

A mesma pesquisa apontou que 34,8% dos entrevistados acredita que ele será processado. Outras causas que pretendiam investigar integrantes do governo de Cristina Kirchner, ao longo dos últimos anos, foram arquivadas. A Management & Fit também mostrou que Boudou é o funcionário público do governo Kirchner com pior imagem pública, com 57,4%.

Há pouco, o juiz federal Ariel Lijo, responsável pelo caso, recebeu um pedido de um advogado para que o interrogatório seja transmitido pela TV. Solicitação neste sentido já havia sido negado na semana passada, quando Boudou desafiou Lijo a permitir a transmissão ao vivo do interrogatório, especialmente pela emissora TN (Todo Notícias) uma das emissoras do Grupo Clarín, declarado pelo governo como inimigo.

Hoje de manhã, o chefe de Gabinete de Ministros, Jorge Capitanich, reiterou pedido, em claro sinal de que a presidente Cristina Kirchner e seu governo tentam proteger o vice-presidente. "Seria muito bom ter transparência e visibilidade desta causa (...). É uma excelente oportunidade para que o povo tome conhecimento de todas as razões e a Justiça e um juiz possam agir sem pressões de nenhuma natureza", disse Capitanich.

Boudou é acusado de tráfico de influência, quando era ministro de Economia. Ele manteve reuniões com os então donos da gráfica Ciccone e, posteriormente, pediu à Administração Federal de Rendas Públicas (AFIP, pela sigla em espanhol), equivalente à Receita Federal, um plano fiscal especial para ajudar a empresa a sair da falência. O plano envolvia a aquisição da empresa por um fundo denominado The Old Fund, cuja única cara visível é de Alejandro Vanderbroele.

O vice-presidente da Argentina, Amado Boudou, vai assumir a presidência do país durante o mês de repouso que a presidente Cristina Kirchner será obrigada a submeter-se por recomendação médica. Durante um exame cardiovascular de rotina, realizado neste sábado, 05, os médicos detectaram que Cristina tem um hematoma subdural crônico decorrentes de um traumatismo craniano.

Sem oferecer maiores detalhes, o porta-voz do governo, Alfredo Scoccimarro, informou que a presidente caiu e bateu a cabeça no dia 12 de agosto, um dia após as eleições primárias que apontaram uma derrota importante para o governo no pleito do dia 27 de outubro próximo. As próximas eleições parlamentares vão renovar metade da Câmara e um terço do Senado e a Casa Rosada pretendia obter maioria qualificada capaz de propor uma reforma constitucional para permitir que Cristina concorra a um terceiro mandato em 2015.

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Nenhum funcionário do governo informou sobre as circunstâncias em que ocorreu o tombo da presidente e o golpe na cabeça. O porta-voz detalhou apenas que, no dia da queda, os médicos realizaram uma tomografia, mas o resultado foi "normal". Scoccimarro também disse que nos dias posteriores, Cristina "não apresentou sintomas".

Este será o maior período de afastamento da presidente, desde seu primeiro mandato, em 2007. Boudou chegou a ocupar a presidência durante 21 dias em janeiro de 2012, quando a presidente foi submetida a uma cirurgia para extração da tireoide. Cristina havia sido diagnosticada erroneamente com um câncer na tireoide, na última semana de dezembro.

A saúde da presidente Cristina Kirchner e de seu falecido marido, o ex-presidente Néstor Kirchner, sempre foi uma questão polêmica na Argentina, devido à falta de informações oficiais sobre o assunto. Ontem, por exemplo, a presidente permaneceu no hospital cardiológico durante mais de oito horas, mas a confirmação oficial sobre a internação só foi dada à noite.

De acordo com nota lida pelo porta-voz, a presidente foi à Fundação Favaloro para realizar um exame cardiovascular em razão de uma arritmia e, por apresentar cefaleia, foi solicitada uma avaliação neurológica do Instituto de Neurociência. Desde que assumiu o governo, Cristina sofreu várias crises de lipotimia e quedas abruptas da pressão, que a levaram cancelar viagens oficiais e diferentes compromissos.

Em abril passado, ela suspendeu a agenda durante vários dias porque estava rouca. Em dezembro de 2012, Cristina cancelou a ida ao Vietnã e os médicos recomendaram evitar as viagens longas. Em outubro do mesmo ano, ela sofreu outra queda de pressão que a obrigou a ficar de repouso por 48 horas. Em discurso, a própria presidente reconheceu que sofre de hipotensão crônica. Agora, Cristina terá que manter repouso até o dia 5 de novembro.

O promotor argentino Jorge Di Lello pediu, nesta segunda-feira, que um juiz abra um processo por enriquecimento ilícito contra o vice-presidente do país, Amado Boudou. O pedido também inclui a namorada de Boudou, Agustina Kampfer, seu antigo amigo e parceiro de negócios José Maria Nunez Carmona, e outro empresário, Alejandro Vandenbroele, que supostamente atuou como "laranja" de Boudou numa série de negócios.

O promotor também pediu ao juiz Ariel Lijo que investigue dez empresas, dentre elas a The Old Fund, uma holding ligada a Boudou. A empresa conseguiu evitar que uma editora com sérios problemas financeiros não entrasse em concordata e conquistasse um contrato para imprimir moeda argentina com a ajudar de Boudou e de outras importantes autoridades do governo.

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Lijo deve agora decidir se abre formalmente um processo por enriquecimento ilegal que, eventualmente, podem levar a uma pena que pode chegar a seis anos de prisão e o banimento da vida pública, informou a secretária de Di Lello, Juliana Marquez.

"O promotor encontrou elementos suficiente para justificar a investigação do vice-presidente", disse Marquez. "O juiz agora precisa iniciar a investigação...examinar a declaração de imposto de renda do servidor e de outras pessoas, além das declarações prestadas pelas empresas, na busca por fraudes."

Boudou também pode ser acusado por tráfico de influência e outros atos incompatíveis com sua função pública, caso herdado por Lijo do juiz

Daniel Rafecas.

Rafecas concordou em abrir o inquérito e o promotor-geral da Argentina, Esteban Righi, aprovou o pedido do juiz para a realização de uma busca no apartamento de Boudou, quando foram apreendidas gravações telefônicas entre Boudou e Vandenbroele, a quem o vice-presidente nega conhecer pessoalmente.

Boudou abriu uma reclamação formal afirmando que os três envolvidos no caso de tráfico de influência - Rafecas, Righi e o promotor federal or Carlos Rivolo - estavam conspirando contra ele e vazando informações para a mídia opositora. Rafecas foi afastado do caso, Righi renunciou sob pressão e agora o juiz Lijo tem de decidir se afasta Rivolo. As informações são da Associated Press.

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