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No último domingo (14), em meio às manifestações contra e a favor da democracia na avenida Paulista, em São Paulo, um grupo de jovens ganhou destaque nas redes sociais, após ser flagrado com camisas que continham suásticas. O símbolo, usado em várias culturas, ficou famoso mesmo por representar o Nazismo, ideologia difundida por Adolf Hitler e que prega a supremacia branca.

Mas, além da suástica, as camisas dos rapazes traziam a palavra ‘Burzum’. Para quem não é familiar ao Rock, o nome não significou muita coisa, mas trata-se de uma banda de Black Metal da Noruega, fundada no início dos anos 90, e que é idolatrada mais pelas ideias extremistas do seu fundador do que pela música.

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A Burzum, na verdade, é uma ‘banda de um homem só’. O projeto musical é obra do multiinstrumentista Varg Vikernes, de 47 anos, mais famoso pelos seus crimes do que pelo talento como artista. Em 1992, ele teve grande influência em um movimento que incendiou várias igrejas católicas na Noruega. A ideia era ‘expulsar’ o Cristianismo do país. Apesar do seu envolvimento nos atentados, ele foi absolvido por falta de provas.

Varg Vikernes - Foto: Wikimedia Commons

No ano seguinte, após uma briga a respeito de gravações, Varg assassinou o músico Euronymous, guitarrista da banda Mayhem, com 23 facadas. Pelo crime, ele foi condenado a 21 de prisão, pena máxima da época na Noruega. Na cadeia, seguiu lançando álbuns e difundindo textos extremistas nos quais ataca imigrantes na Europa e defende ideais de supremacia branca.

Cumpriu quase 16 anos e foi libertado em regime de liberdade condicional no dia 24 de maio de 2009, mudando-se para a França com a sua esposa. Em 2013, voltou aos holofotes ao ser detido pela polícia francesa. Ele foi um dos destinatários do manifesto que o extremista de direita norueguês Anders Behring Breivik escreveu antes de cometer os atentados que deixaram 69 mortos naquele ano. Em sua casa, foram encontrados cinco rifles. Ainda assim, foi liberado no mesmo ano.

A história de Varg Vikernes e do Black Metal da Noruega já rendeu um longa de ficção, Lord of Chaos, e um documentário, Until the Light Takes Us.

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