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O Superior Tribunal de Justiça (STJ) anulou, na última terça-feira (3), a condenação do cacique Marcos Xukuru, que foi acusado de envolvimento na depredação de patrimônio privado, e chegou a perder seus direitos políticos em 2020, quando havia sido eleito prefeito da cidade de Pesqueira, no Agreste de Pernambuco. O Cacique publicou nas redes sociais a comemoração da decisão, afirmando que “a justiça tarda, mas não falha”. 

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Segundo a decisão, a Corte reconheceu erro jurídico após considerar que a sentença contra o Cacique foi falha. Um dos pontos levantados foi a falta de análise nas provas que indicam a inocência do acusado. Ainda foi comprovado que as testemunhas de acusação tinham interesses pessoais na condenação do Cacique, e seus depoimentos foram anulados. 

Marcos Xukuru foi um dos indígenas acusados de participação no incêndio da Vila de Cimbres, povoado também localizado em Pesqueira, que aconteceu em 2003. Em 2009, um juiz da 16ª Vara da Justiça Federal de Pernambuco, com sede em Caruaru, chegou a condenar 26 pessoas a até 10 anos de reclusão, tendo como base os depoimentos de 17 testemunhas.  

Recuperando seus direitos políticos, o Cacique poderá concorrer às eleições de 2024. Em 2020 ele havia sido eleito prefeito de Pesqueira com 18 mil dos 34 mil votos válidos do município. 

Uma comitiva vinda de Pesqueira, cidade localizada no Agreste de Pernambuco, esteve presente no Cemitério Morada da Paz, em Paulista, Região Metropolitana do Recife, para o velório do indigenista Bruno Pereira. Liderados pelo cacique Marcos Xukuru, eles entoaram cânticos e tocaram maracás em homenagem ao pernambucano assassinado na Amazônia durante uma expedição na região do Vale do Javari no início do mês de junho.

Os indígenas entraram caminhando em silêncio no cemitério. O cacique Marcos, prefeito eleito de Pesqueira e filho do Cacique Chicão, assassinado em maio de 1998 por causa de problemas relacionados à posse de terras, falou sobre o trabalho de Bruno.

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"A luta dele não acaba aqui. Hoje ele se transformou em um encantado, é através deles que seguimos defendendo nossa mãe terra. Hoje ele se torna um mártir para as causas indígenas", declarou.

Em seguida, o grupo encaminhou-se à sala de velório onde continuaram cantando e tocando em volta da urna funerária. Eles também saudaram deuses da floresta e mestres e mestras da Jurema Sagrada enquanto eram aplaudidos pelos demais presentes. "Desde ontem estamos em rituais sagrados. Não poderíamos deixar de estar presente aqui hoje representado todos  os que não puderam estar aqui. E dizer que Bruno vive em cada um de nós", disse o Cacique Marcos.

Bruno Pereira foi morto ao lado do jornalista inglês Dom Phillips, durante uma expedição na região do Vale do Javari, no Amazonas. O crime aconteceu em 5 de junho, mas os corpos de ambos foram localizados somente 10 dias após o ocorrido. O inicial desaparecimento e as mortes dos pesquisadores tomaram proporção internacional e jogaram luz às situações de violência envolvendo indigenistas e membros dos povos originários na região da Amazônia.

O corpo de Bruno chegou ao Recife, capital pernambucana, na noite da última quinta (23), em um avião da Polícia Federal e foi levado em seguida ao cemitério onde acontece o velório. A cremação do corpo está prevista para as 15h no mesmo local. Momento deve ser restrito apenas aos parentes e amigos.

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, suspendeu quatro casos de candidatos que tentam garantir diplomação e posse com base em decisão do ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com o ministro, é preciso rediscutir a contagem de prazo de inelegibilidade após condenação de candidatos. Dessa maneira, o prefeito eleito em Pesqueira (PE), Cacique Marcos Xukuru (Republicanos), continua impedido de tomar posse. 

A decisão do presidente vale até que haja uma decisão final no julgamento do STF sobre a Lei da Ficha Limpa. Foram suspensos casos de candidatos que tentam garantir diplomação e posse, mas que tiveram registro indeferido por ainda estar dentro do prazo de inelegibilidade previsto em lei.  

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Além do Cacique Marcos Xukuru, estão impedidos de tomar posse Julio Fessô, candidato a vereador em Belo Horizonte (MG); Adair Henriques da Silva, candidato a prefeito em Bom Jesus de Goiás (GO); e João Donizete Cassuci, candidato a prefeito de Angélica (MS). 

O ministro Barroso destacou, na nova decisão, a necessidade de uma definição do plenário do Supremo sobre o sentido e o alcance do dispositivo da Lei da Ficha Limpa. Dessa maneira, os candidatos considerados inelegíveis não podem tomar posse, mas fica suspensa a convocação de eleições suplementares até que a questão seja definida pelo STF. Em Pesqueira, quem assume a prefeitura nesta sexta-feira (1º) é o presidente da Câmara de Vereadores do município. 

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